A ovelha negra da família
4- A ovelha negra da família
Cellin foi para a mesa da Grifinória, Irvine e Kail para a da Lufa-lufa e Eva, para a da Sonserina. Perto de Eva sentavam-se duas colegas de classe, Emily Vincent e Judith Law, bem como a monitora do sétimo ano, Estephanie Mainz. Os garotos sentaram mais próximos dos lugares reservados para os novatos, para poder cumprimentá-los após a seleção. O salão principal estava decorado como sempre ficava nos primeiros dias, com as bandeiras das casas distribuídas pelos cantos. No teto, via-se o céu noturno muito claro, sem nuvens. Porém o clima começava a ficar mais frio. Os professores já estavam acomodados, o resto dos alunos começava a chegar.
— O seu irmão entra este ano, não é Eva? — perguntou Law, de braços cruzados, sentada de frente para Eva.
—Entra, sim! — Eva sorria e esfregava as mãos uma na outra, para aquecer.
— O Peter me disse que ele daria um bom jogador de quadribol. É verdade? — falou Estephanie, que observava se os sonserinos entravam em ordem.
—Não sei, não entendo nada de quadribol. Mas deve ser, se o Pit falou!
Assim que todos os alunos se sentaram, entrou uma professora jovem, seguida por vários alunos novinhos, dentre eles, Christopher Rookwood, que era o único que não parecia estar muito nervoso. Aparentemente já fizera muitos amigos, pois estava cercado por muitos alunos que lhe perguntavam sobre as coisas que viam:
— Hei, Rookwood, como eles fazem para o teto ficar assim? — perguntava um garotinho moreno e baixinho, que olhava deslumbrado a paisagem celestial.
—Ora, é um feitiço muito simples... — respondia Christopher.
— Hãm, hãm — resmungava a professora, apelando por silêncio — Atenção, por favor. Eu vou chamar os nomes, e os alunos que forem chamados, sentem neste banquinho que eu colocarei o chapéu seletor em suas cabeças — mostrara um banquinho tripé — Charles Lewis!
Um garoto um pouco mais alto que os demais se precipitou e sentou no tal banquinho. A professora colocou o chapéu seletor na cabeça do menino, o chapéu falou:
— Hum.... posso ver que você é um rapaz muito esperto. Então, sua casa será.... Corvinal — falava está última palavra em alto e claro tom.
Os alunos sentados na mesa da casa Corvinal aplaudiam.
— Que pena, os Lewis são sangues-puro — dizia Philip Greenhouse em meio a um coro de assovios.
—Milena Lineck! — chamou a professora. A menina sorridente se sentou.
— Hum... — sibilava o chapéu — Grifinória — desta vez, a mesa de Cellin aplaudia e gritava.
Mais cinco alunos foram selecionados, até que:
— Christopher Rookwood — falou Minerva — o irmão de Eva foi até o banco. Vários alunos da Sonserina observavam atentamente, pois todos os Rookwood foram desta casa e, ainda nenhum aluno fora selecionado para a Sonserina.
— Um Rookwood com muito potencial você é... — o chapéu pensava e a todo o momento apontava para as mesas com a ponta, como se estivesse sorteando não pelo que o garoto era, mas sim, por pura “sorte” — Mas, vejo que é um pouco diferente dos outros — falava baixinho. Todo o salão se concentrava no garoto, que ainda sorria, nem um pouco nervoso — Já sei, Lufa-lufa.
Ninguém aplaudiu, ou melhor, ninguém acreditou:
— Esse chapéu está maluco, nenhum Rookwood cairia na Lufa-lufa — disse Régulo Black. Eva não sabia como agir, pensava que estava em um pesadelo, olhava para Régulo, envergonhada. Então, a monitora da Lufa-lufa, Jamile Marks começou a bater palmas.
A diretora da Lufa-lufa incentivou as palmas, e depois de muito tempo, a mesa da casa parabenizava o garoto, que não estava nem um pouco preocupado com a escolha do chapéu, ao contrário de sua irmã, que acabara de sair do salão, discretamente.
—Rookwood, aonde vai? — perguntou Régulo, que ia atrás de Eva.
— Vou ao banheiro — disse ela, andando rapidamente pelo corredor.
—Espera!
Eva se virou para Régulo, estava chorando. Ao perceber a situação, Régulo se aproximou de Eva e disse:
—Hei, não chore. Não fique assim.
— Como não vou ficar? Meu irmãozinho acaba de ir para a casa que mais tem sangues-ruins!!! — Eva falava, em meio a lágrimas. Régulo estranhava sua atitude, pois sempre a conhecera como “a amiga de Cellin”, uma garota sangue-ruim da grifinória.
— Ora, pensava que você não se preocupava com isso, já que sempre anda com aquela Vicker!
—Mas é diferente, ele tem o meu sangue — disse Eva, que parava de chorar aos poucos, pois a presença de Régulo a reprimia.
— Não ligue para isto. Veja, meu irmão também não foi da Sonserina, mas isso não me importou muito, pois eu simplesmente ignorei, para mim ele não era mais o meu irmão!
—Eu gosto do meu irmão!
— Vai aprender a lhe dar com isso! Mas... vamos, antes que algum professor nos pegue aqui e nos tire uma boa quantidade de pontos antes mesmo que as ampulhetas sejam ativadas — Régulo abraçava Eva, e a guiava para dentro do salão.
Porém, mais uma vez, Cellin aparecera, preocupada:
—Eva, o que aconteceu? — disse assustada, olhando feio para Régulo.
— Cellin? Ah...Não foi nada, eu estava passando mal! — olhava Cellin, também assustada.
— Nós já estamos indo, monitora — finalizou Black, levando Eva dali e virando as costas para Cellin.
Voltaram para o salão, onde todos os alunos já haviam sido selecionados e o banquete, iniciado. Os professores conversavam, os alunos comiam. Os fantasmas começavam a chegar, alguns flutuando, outros andando a cavalo. Na mesa, variedades de comida. Nenhum aluno da Sonserina falava mais sobre o irmão de Eva, pois todos haviam reparado sua tristeza.
— Agora que Margareth saiu do time, teremos que procurar outro apanhador! — comentou Partinkson.
— Sim, falaremos com o professor Cardiff sobre os testes para o time, amanhã — respondeu Greenhouse.
—Só perdemos um jogador este ano? — perguntou Judith Law, enquanto comia.
— Sim, mas infelizmente perdemos o mais importante — falava Ulisses, que depois de cumprimentar os novos alunos, fora sentar perto dos seus colegas de turma.
O humor de Eva não melhorara muito, pois a forma como Régulo tratara Cellin apenas havia colaborado para piorar a situação.
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