Confissões sem palavras...

Confissões sem palavras...



Caminhou pelo corredor olhando tristemente para a ala onde ficavam as pessoas com danos permanentes.
Felizmente a Guerra não trouxe nenhum conhecido seu a essa ala. Mas ainda se sentia mal por Neville que tinha os pais ali e o Prof. Lockhart.

O salão de chá estava muito movimentado naquela manhã, tinha alguma coisa a ver com diabretes contrabandeados a uma festa de aniversário de crianças.

O moreno sentou-se numa mesinha para duas pessoas no canto do aposento. O sol começava a entrar pela janela deixando o local aquecido e agradável. Mas, por algum motivo ele não se sentia bem. De fato, só se sentiria bem quando Gina estivesse bem.

Ao meio dia, depois de muitos cafés, uma bonita bruxa se adiantou para ele, naquele isolado canto do salão de chá.

-Potter?

-Lucy, posso vê-la?

-Sim meu anjo. Venha.

Ele deixou um galeão sobre a mesa e se adiantou apressado junto a curandeira. Pararam em frente a uma porta no quarto andar que dizia. “Enfermaria Josh Cannon para Feitiços Perigosos com Perda de Sangue”. Logo abaixo, havia um cartão com os dizeres: Curandeira Responsável: Evelyn Monroe. Curandeira Estagiária: Lucy Heron.

-Você que está cuidando dela Lucy?

-Sim. Consegui que me mudassem para cá. Quis acompanhar de perto a menina, percebi que lhe preocupou.

-Mas, fez isso... Por mim?

-Harry, meu anjo, não sabe quem eu sou?

-Não, me desculpe.

-Sou noiva do Olívio Wood.

-Sério? – Perguntou Harry incrédulo.

-Sim. Fred e Jorge escreveram para ele contando que Gina estava vindo para cá, pediram que eu tomasse especial cuidado com vocês. Então, estou de olho.

-Eu não me lembro de você, em Hogwarts.

-Fui para Beuxtabons no meu quinto ano, quando você entrou, então não nos conhecemos. Mas, a esta altura eu já namorava o Olívio.


-Certo. Bom, mas, a Gi...

-Venha.

Ao vê-la naquela cama docemente adormecida Harry sentiu um aperto no coração. Ela respirava tranqüilamente e parecia bem, mas era como se não pudesse acordar, como se algo maior a impedisse.
Lucy segurou Harry pelos ombros e virou o garoto de forma a encara-lo.

-Querido, Evelyn e eu estamos indo almoçar, fique aqui com ela está bem?

-Sim – Murmurou ele intimamente feliz de poder ficar sozinho com ela.

Ele acompanhou com o olhar as duas saindo, a porta se fechando e todo o barulho que vinha de fora cessou.
Dirigiu-se para a ruiva. Céus como ela era bonita...
Puxou um banco e sentou-se ao lado dela.

-Gina, vamos lá, acorde! Acorde por mim, por nós! Aí vai ficar tudo bem. Nós vamos casar, e ter filhos, e você irá morar comigo. Iremos viajar...Faremos o que você quiser meu amor, mas acorde para mim!
Lagrimas enchiam seus olhos e ao seca-las Harry percebeu alguns pertences da menina colocados na mesinha ao lado.
Mais lágrimas.
E ele achara que ela não tinha ligado. Não. Ela andava sempre com ele. Aquele bonito colar de ouro que fora de sua mãe. Lembrava-se como se fosse hoje o dia do casamento em que ele deu o embrulho para Gina. Lembrava-se da tristeza que sentira por ela não acreditar no seu amor.
Ao lado do colar havia uma carta. Harry olhou receoso para a menina e sem se conter abriu o envelope e começou a ler.

“Talvez um dia isso seja entregue a você, mas eu acredito que não. E mesmo que fosse de anda adiantaria não é mesmo? Ora, porque eu escrevo como se você tivesse lendo se na verdade você nunca vai.
De qualquer forma...
EU ADORO...
Eu adoro o seu jeito de ser, despreocupado com a vida. Adoro seu jeito de sorrir por fora e morrer por dentro.
Adoro sua capacidade de gostar das pessoas como elas são e adoro esse teu jeito tímido de fazer confissões. Eu adoro seus olhos, que parecem entender meu modo de dizer EU TE AMO e me acalmar olhando como quem dissesse que vai dar tudo certo. Adoro seu jeito simples de amar, de segurar a mão, mesmo que não seja a minha. Adoro teu jeito de beijar, mesmo que não sejam os meus lábios. Adoro essa confiança que você me passa por não fazer nem por um minuto eu desacreditar do nosso amor, nossa futura paixão. Adoro porque mesmo que não seja verdade que me amas, você não diz o contrário. E isso me faz tão bem...
Adoro ver meu pensamento se desviar a você a todo instante. Adoro perceber que cada vez você se torna mais importante para mim. Adoro me imaginando nós dois, criando para um amor incerto uma linda história sem fim, porque tenho a certeza de que será eterna. Adoro fechar os olhos e não mergulhar na escuridão, mas sim no verde iluminado dos teus olhos. Adoro teu jeito meigo de falar comigo, que alimenta meu amor por você, que você nem sabe que existe. Adoro seu cheiro, seu sorriso, seu jeito tímido. Adoro seu cabelo, sua pele, sua voz. Adoro relembrar momentos felizes que vivemos, momentos de pura amizade, mas que significam tanto para mim agora. Por fim...Adoro poder te amar desse meu jeito secreto, acreditando e sabendo que ficaremos juntos, sabendo que toda essa angústia de te adorar de longe irá acabar quando seus lábios tocarem os meus.
*Faz meu mundo parar um instante! Me beije!Me ame! Esqueça o mundo lá fora! Só viva a nossa paixão! Por um beijo, por um instante...”.

Ginny



Harry sentiu mais lágrimas descerem de seus olhos e ao olhar novamente a Riva percebeu que ela o olhava com calma... Havia acordado.
Com todas as forças que conseguiu reunir ele aproximou seu rosto do dela, fechou os olhos calmamente e sentiu o gosto doce da menina.








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