Thinking
Naquela noite Harry voltou para a sua amiga das reflexões: a janela.
Sentou-se lá e ficou observando a fina chuva cair... Pensou em seus momentos felizes naquela casa que morava há quatro anos... Não eram muitos.
Houveram algumas festas, alguns momentos com os amigos e algumas noites de prazer... Harry se lembrou da primeira...Mary, aquela loirinha o tirava do sério; depois veio a Delilah, uma menina malvada, aparecia às vezes, tinha o que queria e na manhã seguinte desaparecia sem dizer nada; a Amy fora uma amizade colorida; Anne foi alguém que ele consolou e acabaram juntos por algumas noites; e a última, Isabelle era aquela que teve todo seu amor...Mas não quis...Estragou a vida de Harry, os últimos dos anos tinham sido horríveis por causa dela.
Então pensou nos bons momentos dos últimos três dias... É, Gina fazia muito bem, a ele.
Finalmente dormiu, mas um pesadelo o acordou pouco depois...
Ele acordava e Gina não estava mais lá... Tinha deixado o menino... Para sempre.
The Dream Come True
Levantou-se suado e ofegante, abriu a porta de seu quarto e percebeu que talvez aquilo fosse mais que um pesadelo. A porta do quarto da menina estava entreaberta.
Ele avançou para dentro e deu de cara com a cama vazia e uma carta em cima que ele pegou trêmulo e com um aperto no coração.
Querido Harry,
Desculpe-me por ir assim, mas tem que ser... Mais um minuto aí e seria irreversível.
Sabe...Você foi o único que eu realmente amei, e sei que nunca gostou nem nunca vai gostar de mim como quero.
Aquele beijo significou muito para mim... Mas, eu não posso deixar você me magoar.
Obrigada pelos maravilhosos dias em sua casa!
Com carinho,
Da eterna Amiga
Ginny Weasley
PS: Estou indo para França.Por favor, não me procure, nos veremos no casamento de Rony.Certo?
Obrigada mais uma vez...
As lágrimas não mais podiam ser controladas, chorou até não conseguir mais e adormeceu ali, naquela cama... Com aquela tristeza, aquela solidão, e aquele perfume... O doce cheiro de lírios que a ruiva emanava.
Ela havia entendido tudo errado – Pensou ele – Ele a amava!Mas... Seria tarde demais?
Precisava de um tempo para pensar, assim como sabia que Gina precisava pro as idéias no lugar.
Assim passaram-se três semanas, tomadas de melancolia e o vazio.
Mas era um vazio diferente, era um vazio de abandono, de perda, um vazio sem esperanças e cheio de medo.
Sim, Harry Potter estava com medo, o maior medo de sua vida, maior até que o dia em que enfrentou Voldemort. A morte era apenas uma grande aventura, a perda era o grande fim da felicidade.
The Wedding
O dia do casamento chegara. Harry acordou na madrugada e levantou-se sentindo a ressaca bater... Bebera muito na noite anterior. Olhava as garrafas de uísque de fogo vazias no chão com remorso.
Cambaleou até a janela e viu sua imagem refletida no vidro da janela, através do breu da madrugada.
Estava péssimo. Os cabelos milhões de vezes mais despenteados que o normal, a barba mal feita, os olhos vermelhos, inchados e com olheiras enormes, o hálito de álcool e o rosto pálido e triste.
Tomou vergonha na cara e disse para si mesmo, “eu estarei perfeito na festa, será extremamente perfeito e irei me declarar, só depois me deixarei levar para uma depressão, chega de sofrer sem tentar. Só desistirei depois do não”.
Harry tomou um banho demorado de banheira, fez a barba e escovou os dentes.
Desceu, tomou um café forte com torradas e uma poção animadora.
Penteou os cabelos, passou o seu melhor perfume e colocou um elegante terno... A camisa preta e a gravata verde-esmeralda de seda realçavam incrivelmente seus olhos.
Dirigiu-se ao escritório antes de sair e abriu um cofre... Pegou uma pequena caixa de ouro com um sorriso triste no rosto. Guardou o mimo no bolso e aparatou para a festa.
A toca estava toda decorada... Havia várias tendas brancas sobre as mesinhas brancas delicadamente enfeitadas com lírios. Fadinhas encantavam as roseiras. As esquisitonas tocavam animadamente.
Deu uma boa olhada ao seu redor. Fred, Jorge, Angelina e Alicia dançavam animadamente na pista que fora montada em frente ao palco e enfeitiçada para parecer água, o que dava uma sensação engraçada. Molly e Arthur conversavam animadamente com Tonks, Lupin, Moody e Estúrgio Podmore.
Gui e Fleur namoravam enquanto o tio Carlinhos cuidava da pequena Louise. A menininha tinha cabelos ruivos mais claros do que os padrões Weasley. E eram mechados em loiro. Eram bem lisos e esvoaçantes devido à descendência Veela. Os olhos azuis celestes, assim como os de Fleur. E o rosto com meigas sardas como as de Gui.
Cátia e Lino conversavam animadamente com Cho, Miguel e Marieta.
Luna, Neville, Parvati, Lilá, Simas e Dino tiravam fotos com os irmãos Creevey.
Então Harry notou as duas melhores amigas de Mione que seriam madrinhas do casamento: Gina e Gabrielle.
Seu coração disparou forte, mas ele se controlou. Seria padrinho com Krum, que pro azar não havia chegado.
Harry não queria falar com ninguém, deu a volta e desceu a colina que levava ao riozinho que transpassava o bosque.
Encostou-se na árvore decidindo-se sobre a melhor maneira de fazer aquilo.
Depois de ter derrotado Voldemort achou que preferia mais uma rodada de luta. Riu sozinho. Tivera mais ou menos o mesmo pensamento em relação ao dragão quando o baile de inverno se aproximou em seu quarto ano.
- Rindo sozinho? A vida está tão boa assim?
-Rindo de memórias. Meu presente não tem graça nenhuma Gi.
-Não?
-Você sabe que não.- A menina olhava o riacho, absorta em pensamentos. Usava um vestido branco curto, decotado e bordado.
Os cabelos realçavam lindamente a roupa; desceu os olhos pelas belas pernas da ruiva que usava um delicado sapatinho de salto.
Encarou-a então e com a mão, delicadamente fez ela olha-lo. As lágrimas desciam-lhe a face silenciosamente.
-Porque você está fazendo isso com você Gi? Porque está fazendo isso comigo?
As palavras saiam sufocadas, afobadas, tristes...Indagadoras e indignadas.
-Não quero sofrer Harry! Isso jamais daria certo... Tenho que te esquecer... E desta vez... Para sempre!
Mais lágrimas, Harry sentia as palavras arderem em fogo no seu peito amargurado; ele não entendia. Queria faze-la enxergar aquela história de amor.
-Mas, Gi... Porque não? Se permita errar... Todos erram! Errar é melhor que não tentar... Assim, você nunca vai saber!
-Talvez...- Disse ela considerando – Prefiro não arriscar!
-Prefere? Prefere viver ASSIM Gina?
-PREFIRO! – Os dois já estavam aos berros.
-Achei que há tempos você havia deixado de ser criança... – Disse Harry calmamente... Queria machuca-la... Porque ela era tão cega? Porque?
-Estou sendo mais madura que você pensa...
-Desta vez, pela primeira e única eu espero, você está errada mocinha!
-Você é patético Harry!
-Certo. Diga o que quiser. Mas me deixe dizer uma coisa.
-Diga logo... Está tomando meu precioso tempo Potter!
-Eu TE AMO Gina Weasley!
Lágrimas caiam agora não só dos lindos olhos azuis de Gina, mas também dos tristes olhos cor de esmeralda de Harry. Ele tirou o embrulho dourado do bolso e enfiou na mão da menina brutamente, e depois saiu correndo.
Deixando para trás um Gina desmanchada em lágrimas e tortura, com aquele pensamento “espero não estar errada...”!
Encostou se numa árvore e escorregou até o chão, triste como jamais havia se sentido antes.
A cerimônia de Ron e Mione foi linda. A menina estava maravilhosa e Harry atuou bem. Como se nada tivesse acontecido, assim como Gina.
Naquela noite chegou em casa por volta das três e adormeceu rapidamente pelo cansaço.
Mais uma vez os pesadelos estavam acordando o homem. Via a ruiva, a sua ruiva. Morta.
Acordou suado e ofegante e se dirigiu para a conhecida janela pensando em como seria bom não estar sozinho, e melhor ainda tê-la, ter Gina.
Decidiu aproveitar a vida.
Nos dois meses que sucederam a sua decisão Harry tinha estado acompanhado todas as noites, por mulheres, solteiras, compromissadas, lindas mulheres. Às vezes, mais de uma.
Delilah, Mary, Amy, Anne, Cho, Angelina, Parvati, Lilá, Anna Abbott, trouxas, ele havia se tornado o profissional no quesito “galinha”.
No fim daquele segundo mês, porém, percebeu que havia ido longe demais. Acordou com uma maravilhosa loira, nua ao seu lado. A delicada mão da moça sobre seu peito tinha uma aliança. O nome gravado nela: Guilherme Weasley.
Harry suspirou arrependido, Fleur, Fleur Delacour WEASLEY. Onde ele estava com a cabeça?Onde havia deixado aquela situação chegar...
Saiu de casa e andou durante todo o dia... Caminhando sem rumo.
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