A Garota Invisível



A semana começou já com a maioria dos alunos torcendo para que o próximo final de semana chegasse logo para que pudessem ir a Hogsmead. Uns porque queriam se divertir no comércio local que oferecia uma variedade de lojas com os mais variados artigos mágicos e outros porque era uma boa desculpa para paquerar e convidar alguém para sair e sentarem-se juntos em algum café de Hogsmead. E esse era o assunto mais comentado no café da manhã no salão principal de Hogwarts naquele início de segunda-feira, quem vai convidar quem para passear em Hogsmead no próximo final de semana. Harry já tinha Emille em mente desde quando soube que o passeio já estava programado no quadro de avisos da escola.
_ Harry, já sabe quem vai chamar para ir a Hogsmead com você ? Perguntou Rony com a boca cheia de biscoitos de chocolate.
_ Como assim, Ron ? Perguntou Harry distraído.
_ Estou falando de garotas Harry, acorde.
_ Ah, sim. Estou pensando em chamar a Emille mas...
_ Mas, o quê ?
_ Bem, uma garota linda como ela já deve estar cheia de convites para o passeio.
_ Eu não vi nenhum garoto da Grifinória dizer que estava interessado em convidar essa Emille, aliás nunca vi ninguém comentar nada sobre ela.
_ Talvez na Grifinória não mas, na Corvinal eu tenho certeza que sim. E você Ron, quem vai chamar ?
_ Bem, eu... Rony foi interrompido pela chegada de Hermione que tinha se sentado mais a frente à mesa para conversar com amigas e agora retornara.
_ Ah, não se fala em outra coisa nessa escola a não ser nesse passeio a Hogsmead, estava dizendo alguma coisa Ron ?
_ Não. Errrr... você já recebeu algum convite para ir à Hogsmead ? Perguntou Ron enchendo o copo de suco de abóbora sem olhar para a amiga.
_ Já recebi sim. Aliás a muito tempo, bem antes do aviso ser posto no quadro, por quê ?
_ Não, por nada só pensei que você tinha sobrado porque não vejo você com nenhum garoto na escola e...
_SOBRADO ! Você acha que eu sou garota de ficar sobrando ? Pois saiba que eu recebi mais de um convite para esse passeio, disse Hermione nervosa.
_ Você ? Respondeu Rony.
_RONY ! Protestou Harry, não fale assim.
_ Pode deixar Harry, isso é inveja, aposto que é o Sr. Ronald Weasley aqui é que não conseguiu ninguém para sair com ele. E antes que Rony pudesse dar mais uma resposta grosseira, Hermione pegou sua bolsa e seus livros e se retirou da mesa deixando o seu café pela metade.
A primeira aula daquele dia foi de Poções com o professor Quilmers e logo no início ele disse:
_ Por favor, coloquem os relatórios sobre poções antigas que solicitei na última aula em cima da minha mesa enquanto eu escrevo no quadro as orientações de uma nova poção que conheceremos hoje. O coração de Harry disparou, “relatório sobre poções antigas ?” Havia se esquecido completamente desse dever. As tardes com Emille tinham o feito perder a noção das datas de entregas dos trabalhos e exercícios pedidos pelos professores.
_ Harry, quer que eu leve o seu? Perguntou Hermione se levantando com um enorme pergaminho nas mãos.
_ Bem, errr, na verdade eu... é que eu esqueci o meu relatório em cima da minha cama. Eu vou pedir ao profº Quilmers para entregar depois. Hermione o encarou com um olhar desconfiado. _ Tudo bem, Harry. E se dirigiu à mesa do professor sem olhar para Rony pois o clima entre eles não estava bom desde a discussão durante o café da manhã.

_ Ok, Sr. Potter mas o seu relatório valerá 10 pontos a menos pelo atraso, sabe como é, são as regras da escola.
_ Sim Sr. Quilmers, obrigado. Respondeu Harry sem olhar para e professor ao final da aula.

Harry nãoo se sentia bem em mentir para Rony e Hermione sobre o seu relatório sobre poções antigas e muito menos para seu professor mas não conseguia se concentrar em relatórios e exercícios pois só pensava em Emille e torcia durante o dia inteiro para que chegasse o momento de revê-la.

O trio vinha caminhando pelo corredor em um incomodo silêncio. Harry pensando em sua mentira e no pouquíssimo tempo que teria para redigir um relatório sobre poções antigas sem a ajuda dos amigos. Rony e Hermione nem se olhavam . Quando dobraram a esquina do corredor viram seus colegas de sala parados diante do monitor que avisava:
_ O profº Snape precisou comparecer a uma reunião urgente com o diretor Dumbledore por isso, hoje a aula de DCAT que se realizaria neste horário será substituída pela aula de Herbologia com a profª Sprout. Vocês devem se juntar aos alunos da Corvinal nas estufas.
Parecia um sonho para Harry, não precisaria enfrentar uma aula com Snape e ainda poderia estudar Herbologia ao lado de Emille.
_ Eu não acredito. Disse Rony animado. Isso dará mais tempo para eu aumentar o tamanho daquela redação sobre assombrações das trevas que era para entregar hoje. A minha não deu nem meio pergaminho e com certeza Snape iria me tirar pontos. De que tamanho ficou a sua, Harry ?
_ Redação ? Que redação ? Ah ! Claro. Sim... Errrr... Bem, deu para preencher quase o pergaminho todo. Mentiu Harry mais uma vez. Foi realmente salvo pelo acaso, se houvesse aula com Snape naquela hora não teria mais desculpas para inventar e além de perder pontos para a Grifinória seus amigos saberiam que estava mentindo e que há séculos ele não sabia o que era se sentar para fazer deveres.

Quando entraram nas estufas 10 minutos mais tarde os alunos da Corvinal já se encontravam atentos diante da profª Sprout que explicava porque eles teriam, naquele dia, a companhia dos colegas da Grifinória. Em quanto a profª Sprout explicava os procedimentos daquela aula Harry não se cansava de olhar para os lados à procura de Emille mas não a viu.
_ ... e agora coloque suas luvas e os óculos protetores pois as plantas carnívoras mágicas costumam cuspir ácido nos olhos de quem se aproxima delas e eu posso garantir que a dor e a ardência provocadas não são nada agradáveis.

Os alunos, já devidamente protegidos com luvas e óculos, começaram se aproximar das plantas carnívoras mágicas sob as orientações da profª Sprout. Elas tinham poucas folhas verde escuras, não cresciam muito e suas flores eram vermelhas e amarelas com dentinhos bem pontudos e afiados. Fingiam-se de mortas e mostravam os dentes quando tocadas. Harry parou diante de sua planta, Hermione olhava atentamente para a dela e fazia anotações e Rony parecia entediado diante da sua que fingia-se de morta. Em meio à conversa dos alunos e às orientações da professora Harry não parava de procurar por Emille, “será que aconteceu alguma coisa com ela ?” Pensava, “por que ela não está aqui ?”, quando teve uma idéia e se aproximou de um garoto da Corvinal que parecia concentrado em sua planta.
_ Com licença ! O garoto muito magro e pálido olhou para Harry com um olhar espantado. _ Qual seu nome?
_É David Lorney, como vai Harry Potter ? Disse olhando para cicatriz de Harry com os olhos arregalados.
_ Vou bem. Você viu Emille Wells hoje ?
_ Quem ?
_ Emille Wells, ela deveria estar nessa turma.
_ Não sei quem é essa... De repente Harry avistou Emille do lado de fora da estufa e já não ouvia mais o que David dizia.
_ Com licença David, obrigado, eu preciso ir ali, e se retirou interrompendo-o.
_ Sr. Potter, jamais deixe sua planta sozinha.
_ Desculpe professora.
_ Quem tiver maiores problemas com sua planta pode levá-la para fora da estufa e tentar alimentá-la.
Para Harry foi a desculpa perfeita para ir para o lado de fora falar com Emille e saiu sem falar com Rony e Hermione.

Emille estava sozinha próxima a um canteiro de mudas de Visgo do Diabo que ficava mais afastado da estufa principal.
_ Emille !
_ Olá Harry !
_ Procurei você durante a aula e não a vi lá dentro.
_ Bem, a profª Sprout achou que eu não deveria lidar com plantas carnívoras ainda já que acabei de chegar de outro lugar. Ela achou que eu deveria começar com algo menos perigoso e me pediu para observar essas mudas, disse apontando para o canteiro.
A planta de Harry começou a despertar.
_ É melhor ter cuidado, disse Emille olhando para a planta carnívora mágica que estava nas mãos de Harry dentro de um pequeno vaso.
_ Ah é. Vou colocá-la no chão. Ela não parece tão perigosa, falou Harry se abaixando. _ Venha Emille se aproxime e verá que ela não faz nada desde que não a toque. Emille se abaixou com uma expressão de insegurança e quando ela se aproximou a planta se agitou, mostrou os dentes e começou a rosnar feito um cão.
_ Mas o que está havendo com essa planta idiota ? Perguntou Harry afastando o vaso de Emille e de repente a planta abre a boca no centro da flor e atira um jato de um líquido verde no rosto de Emille que leva as mãos aos olhos.
_ Emille você está bem ? Mas o que está vendo com essa planta ?
_ Está tudo bem Harry, não se preocupe eu...
_ Fique aqui, eu vou chamar a professora para levar você para a enfermaria, interrompeu Harry se virando e correndo em direção à profª Sprout que ajudava alguns alunos a alimentar uma planta que tentava morder todo mundo que se aproximava.
_ Sra. Sprout ! Por favor, não consigo controlar a minha planta, ela atacou uma colega.
_ Onde está a aluna Sr. Potter ?
_ Por aqui, disse Harry correndo e a professora veio logo atrás dele.

_ Mas... Mas, ela estava bem aqui, professora, falou Harry confuso. No local onde deixara Emille a poucos instantes Harry só encontrou sua planta um pouco agitada ainda, Emille havia desaparecido.
_ Será que ela correu para a enfermaria ? Perguntou um aluno da Corvinal que acabara de chegar correndo e em poucos segundos um roda de curiosos se formava em volta de Harry e sua planta.
_ Isso é improvável já que o ácido lançado por uma planta carnívora mágica tem o poder de paralisar a vítima, disse a sra. Sprout olhando muito desconfiada para Harry. Rony e Hermione surgiram em meio ao tumulto que se formou perto de Harry.
_ Qual o nome da aluna Sr. Potter ?
_ É a Emille Wells, professora.
_ Quem, Potter ?
_ Emille Wells, da Corvinal, a novata que a sra. mandou que ficasse observando o canteiro de Visgo do Diabo.
_ Nunca ouvi falar Potter, deve estar havendo alguma confusão por aqui.
_ Mas... mas...
_ Acalme-se Potter, vou pedir a Hagrid e Madame Pomfrey que vistoriem a escola a procura dessa menina, se está mesmo ferida procurará ajuda apesar de ser muito estranho ela ter conseguido sair do lugar.

_ Não entendo, a planta a atacou.
_ Calma Harry, ela será encontrada, não conseguirá ir muito longe, não é ? Disse Rony enquanto caminhavam para o salão principal onde seria servido o almoço.
_ Realmente não consigo entender porque ela não esperou.
_ Harry, o que não entendo é como ela pode ter fugido se o ácido lançado pela planta poderia tê-la deixado paralisada, observou Hermione.
_ Eu também não mas a planta ficou agitada e a atacou aquela hora que nós estávamos no canteiro de Visgo do Diabo.
_ Mas Harry, quando você estava no canteiro eu vi você pela janela da estufa...
_ Isso, isso mesmo foi nessa hora que...
_ Harry, não havia ninguém com você lá.
_ Como assim ? Foi nesse momento que Emille estava comigo e a planta a atacou. Não deve ter enxergado bem, Mione. Hermione pensou em responder, dizer que tinha certeza que o tempo todo ninguém estava no canteiro com Harry mas ficou pensativa e se calou no momento em que entraram no salão principal e se sentaram à mesa para o almoço.

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