O começo de uma nova vida



O sol nascia lentamente. Os pássaros começavam a cantar alegres, naquele inicio de manhã de verão, onde prometia ser quente. O silêncio que predominava nos corredores daquele castelo era contagiante, de modo que quem estivesse acordado não se atrevia a abrir a boca para nada, a não ser que fosse para bocejar.


Os raios quentes do sol da manhã entravam lentamente pelas janelas, onde começavam a aquecer o castelo, onde muitos jovens ainda estavam adormecidos.


Alguns poucos jovens do sétimo ano, aproveitavam os seus últimos dias na escola, andando pelo jardim, admirando o lago, onde a Lula Gigante nadava tranqüilamente.


A formatura seria dali uma semana, onde fazia o número de garotas do último ano ter duplicado - como Rony dizia -, havia garotos fazendo convites de última hora.


Como, provavelmente, fora um dia, como era, e como seria.


Suspirou e passou as mãos pelos cabelos. Levantou-se do sofá onde estava e caminhou para a única janela que havia na sua Sala Comunal. Por mais que negasse estava comemorando a vitória de Grifinória no Quadribol e, pelo que os Leões falavam, tinham pontos suficientes para ganhar a taça das casas.


Sentou-se no parapeito da janela e ficou observando a Lula Gigante nadar tranqüilamente. Suspirou.


Por que sua Sala Comunal tinha que ser tão entediante? Bufou.


-Mas que droga de lugar...-resmungou, levantou-se e saiu da Sala Comunal. Caminhou pelos corredores.


Maldito fosse Salazar Sonserina!, Sua mente gritou, quando ela alcançou os jardins.


Sentiu a brisa quente da manhã brincar com seus cabelos e acariciar sua face. Suspirou.


Não podia parar de pensar na injustiça que Salazar fizera aos alunos de Sonserina ao fazer o Salão Comunal tão frio e impessoal, enquanto Godric Grifinória fizera um trabalho excelente ao montar o Salão Comunal, tão quente e pessoal, onde cada aluno que entrasse ali se sentisse em casa, de modo que achasse que ali era o seu lar.


Sentou-se na beira do lago e ficou observando o sol terminar de nascer.
Agora entendia o por que de a maioria dos alunos de Sonserina virarem praticantes das Artes das Trevas, e não era para menos. Eram formados em um local frio, com pessoas calculistas e macabras, onde se importavam mais com si mesmas do que com as pessoas que estavam ao seu redor.


Queria poder mudar de casa, mas, mesmo que isso fosse possível, não adiantaria de nada. Em uma semana estaria se arrumando para o baile de formatura para no dia seguinte ir embora definitivamente de Hogwarts.
Sorriu.


Logo seria uma bruxa oficialmente formada, onde estaria caminhando para o seu futuro, do qual ainda não tinha idéia do que iria fazer.
Bufou. Esse era o seu problema: Nunca sabia o que queria.



Abriu os olhos lentamente e bocejou. Por mais que gostasse de dormir, não queria perder sua última semana naquele castelo, onde fizera verdadeiros amigos. Apesar de estudar ali há, somente, dois anos já considerava Hogwarts o seu segundo lar.


Levantou-se e se arrumou. Não iria mesmo passar aquela última semana perdida em sonhos e mais sonhos, onde poderia tê-los em qualquer lugar.


Sabia que a partir de agora, pouco veria aquele castelo onde vivera muitas aventuras das quais não se arrependia de nenhuma.


Okay, talvez se arrependesse de uma ou outra, mas nada muito grande.


Dando de ombros, abriu a porta do dormitório e saiu deste, indo para o Salão Comunal, ainda vazio. Sorriu. Dera ela poder ainda dormir até tarde sem ter que se preocupar em convidar uma penca de gente para a sua formatura. Sentou-se em frente á lareira e ficou admirando as cinzas, enquanto sua mente ficava em branco. Estava ali por estar sem fazer ou pensar em nada. Só queria ficar um pouco quieta.


Mas parecia que sua vontade não estava contando naquele momento, uma vez que vários alunos começaram a descer, barulhentos, onde passavam por si e iam para fora do Salão Comunal para, provavelmente, tomar café da manhã, onde já fora servido há alguns minutos.


Balançou a cabeça de um lado para o outro para, de certa forma, afastar o estado de estupor, onde estava. Olhou ao redor e viu que a maioria dos alunos já haviam descido. Suspirou e levantou-se. Já estava de saco cheio de ficar quieta. Sorriu. Estava começando a concordar com Raquel; era louca.



Sentiu seu mundo ser chacoalhado. Tentando ignorar o pequeno terremoto particular, virou-se e aconchegou-se embaixo das cobertas. Deu um pulo quando gritaram seu nome em seu ouvido e sentou-se numa velocidade espantosa. Olhou para os lados procurando o motivo de tanta pressa.


-Eu juro que não fui eu!- Hermione exclamou assustada.


-Com peso na consciência é?- Lílian perguntou marota e Hermione lhe lançou um olhar mortal.


-Por que, pombas, você me acordou ás...-olhou no relógio - sete e meia da manhã?- voltou a deitar-se, enquanto esperava a resposta da prima.


-Pelo simples e mero fato de que essa é a nossa última semana nesse castelo e eu não vou deixar que minha prima favorita a desperdice dormindo.- Lílian respondeu, energética.


-Eu sou sua única prima.- Hermione revidou num sussurro fatal, onde fez Lílian coçar o cocuruto.


-Ah...-Ela exclamou de alguém que dá razão á outra.- É verdade.- Corou - Mas ninguém precisa saber desse detalhe mínimo. –A outra respondeu, enquanto terminava de tirar as cobertas de cima da prima e a puxava pelo braço, onde se mostrou totalmente inútil tentar fazê-la levantar. –Dá pra você levantar a sua bunda gorda daí?- Ela perguntou, com a cara fechada e Hermione riu.


-Acho que você anda falando muito com Sirius.- A monitora chefe resmungou, se levantando finalmente. Lílian ergueu uma sobrancelha num gesto confuso.


-E quem disse que eu to falando com o Almofadinhas?- Ela perguntou, cruzando o braço em frente ao peito.- Eu não falo com ele, desde que o Harry se recuperou.- Bufou. Hermione riu, enquanto entrava no banheiro.


-Sei lá...Você anda agindo e falando igual á ele.- respondeu, aumentando o tom de voz para que a prima a ouvisse.Lílian revirou os olhos, quando ouviu um resmungo mal humorado de Lilá.


-Sabe como é!- Lílian respondeu no mesmo tom da prima sem, no entanto, se importar com os resmungos mal humorados das outras garotas.- è meio difícil não agir como alguém tão bonito quanto o Sirius, quando se passa a maior parte do tempo o observando.- A morena respondeu sarcástica. Lilá bufou e abriu o cortinado de sua cama com certa violência, onde revelou sua face amassada e mal humorada.


-Será que a madame poderia fazer o favor de falar mais baixo?- Ela perguntou, num sussurro, onde julgou perigoso.-Estamos tentando dormir aqui, se não reparou!


Lílian fez uma cara de pouco caso.


-E desde quando você é a representante do publico feminino do sétimo ano?- perguntou, enquanto passava a mão pelo cabelo, num gesto despreocupado.- Tudo bem você falar que você quer dormir, mas as outras?- Riu desdenhosa - Nem tente!- Provocou - Não as ouvi reclamando!


-Surda como você é, não me espanta que não tenha ouvido!- A outra resmungou, cruzando os braços em frente ao peito e olhando ameaçadoramente para a prima de Hermione, onde sorriu.


-Ah, cale a boca.-Lílian pediu revirando os olhos em puro desagrado - Tenho mais o que fazer do que ficar aqui falando com você.-Se levantou e foi para o banheiro, onde entrou em uma conversa animada e banal com a prima.



Sentia que, aos poucos, a luz do sol entrava pela janela do dormitório e, cada vez mais, lhe atingia o rosto. Resmungou e virou na cama, ficando de costas para a janela. Aconchegou-se melhor em baixo das cobertas e cobriu a cabeça com o travesseiro.


Bufou.


Infelizes fossem esses colegas de quarto, onde não paravam de conversar á altos brandos.


-E quando sou eu, reclamam.- resmungou, enquanto esticava o braço até a cômoda para pegar seu relógio.


Gemeu ao constatar que eram oito da manhã. Sentou-se na cama e, coçando o olho direito, olhou ao redor. Rony tirava um pôster de Quadribol da parede, enquanto os outros já começavam a arrumar as malas. Ergueu uma sobrancelha em confusão. Por que eles estavam arrumando as coisas uma semana antes da viajem de volta pra casa?


-Ah, o nosso amigo aqui resolveu acordar.- Simas provocou, enquanto passava carregando uma pequena caixa, onde apareciam algumas roupas mal passadas.


-Por que estão se arrumando pra ir embora tão cedo?- O moreno perguntou em meio á um bocejo.


-Ordens de McGonagall.- Neville respondeu num resmungo, enquanto dobrava um par de meias e os jogava dentro do malão. Harry voltou a ergueu a sobrancelha em confusão.


-Okay, perdoem a ignorância, mas o que McGonagall tem á ver com isso? – ele perguntou, jogando as cobertas por lado e se levantando.


-Parece que somos nós que vamos fazer a decoração pra nossa formatura.- Rony respondeu.- Ela disse que teremos que fazer como os trouxas; sem magia.


-Ela é louca.- Harry resmungou e todos riram.


-Que nada.- Simas devolveu, enquanto abria o armário e começava a jogar as roupas em cima da cama.- Pelo o que ela disse, todo o ano é assim. Parece que uma espécie de trégua cai sobre todos os alunos, por que eles têm que trabalhar juntos. Todas as casas. Assim eles serão, ao menos, colegas por uma semana, entende?- ele perguntou e Harry concordou com um aceno de cabeça.


-Isso não muda o fato de que ela é louca.- ele revidou, se levantando e caminhando até o banheiro para fazer sua higiene pessoal. Se McGonagall achava que ele ia ser colega de Draco Malfoy, ela estava muito enganada.
Okay, admitia que o loiro estava mudado desde o fim da guerra, mas isso não queria dizer que ele, Harry, fosse ficar brincando de decorar o Salão Principal lado a lado com seu maior rival; Draco Malfoy.


Um sorriso sarcástico escapou para seus lábios, enquanto ele se despia e entrava de cabeça no jato de água quente que caia do chuveiro. Faria qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, para não ter que aturar Malfoy por uma semana.


Aceitaria qualquer coisa. Até mesmo refazer todos os seus N.I.E.M’s naquela semana, sem estudar ou sem revisar nada. Suspirou.


Certo, estava mentindo. Não iria refazer seus testes de final de ano. Bufou. Definitivamente, teria que aturar um de seus piores inimigos e não tinha como evitar isso.


Desligou o registro e, enrolando uma toalha na cintura, foi para o quarto se arrumar.



Estava tão confortável e quentinho. Sentia-se como se pudesse passar o resto de sua vida ali, sem precisar levantar, ou se preocupar com qualquer coisa que não fosse dormir.


Era como se, num passe de mágica, sua vida não precisasse de mais nada, que não fosse aquela cama macia, aconchegante e quente.
Mas parecia que o que sua vida decidia não contava para os outros.


Sentiu um peso cair sobre si e o ar se perder no caminho de seus pulmões. Arregalou os olhos e, num gesto rápido, girou o corpo, fazendo com que o quer que fosse que estava em cima de si, fosse para o chão. Bufando, olhou para o lado e viu Louise sentada no chão, a cabeleira loira toda bagunçada e o pijama mais amarrotado que o normal.


-Bom dia pra você também!- Ela exclamou mal humorada e Raquel girou os olhos.


-Espero que o motivo de você ter me acordado á essa hora seja importante.- Falou, depois de olhar no relógio e ver que ainda eram oito da manhã. Tudo o que a loira fez, foi sorrir amarelo, o que fez Raquel ter certeza que o motivo não possuía nada de importante.


-É só que eu acho que você não vai querer passar a sua última semana de estudante dormindo.- Ela disse, encolhendo os ombros.


-Pode ter certeza que eu vou querer isso.- A morena resmungou e deitou-se novamente, aconchegando-se melhor sob as cobertas, onde arrancou um resmungo mal humorado de Louise.


-Você quem sabe...-Ela murmurou, embora um quê maroto pudesse ser percebido com um pouco de atenção.


A loira caminhou decidida até o banheiro, onde bateu a porta atrás de si, de forma que fez Raquel pensar que a amiga houvesse saído do quarto.
A morena aconchegou-se melhor sob as cobertas e fechou os olhos. Bocejou. Tinha que agradecer profundamente á quem inventara a cama e a ação de dormir.


Mordeu a própria língua para segurar a alta risada.


Definitivamente, o sono mexia, e muito, com sua cabeça. Era como se nada mais importasse, a não ser dormir.


Colocou uma mão em baixo do travesseiro.


Estava quase voltando a dormir, quando sentiu algo liquido e gelado cair sobe si, a molhando. Engasgou-se com a água que entrara em sua boca. Sentou-se assustada.


-Ainda quer ficar dormindo?- Louise perguntou, um sorriso traquinas nos lábios vermelhos, onde fez com que a morena ficasse brava com a loira.


-Se você não calar a boca agora, vai ter porrada.- Ela murmurou mal humorada, onde fez o sorriso da amiga aumentar.


-Também te amo.- Ela respondeu com simplicidade, enquanto mandava um pequeno beijo no ar para a amiga. Girou nos calcanhares e foi se arrumar, no mesmo instante em que Raquel levantava-se e ia tomar banho.



Mordeu a torrada e olhou ao redor enquanto a mastigava.


Poderia dizer que, em sete anos, aquele era o café da manhã mais entediante que já presenciara.


Não que os outros alunos não estivessem animados e o Salão Principal estivesse em um profundo silêncio; Muito pelo contrário. Os alunos falavam a altos brandos, riam e brincavam. Comemoravam a última semana de aulas.


Bocejou.


Ele daria tudo para estar no lugar de alguns deles, sentado com seus amigos, mas parecia que naquela semana suas vontades não contariam ou, pelo menos, não seriam atendidas de imediato.


Adoraria participar do grupinho de bagunças, onde Rony e Hermione participavam, porém parecia ser impossível fazer isso, uma vez que Cho praticamente o arrastara para um canto isolado da longa mesa de Grifinória, onde eles caíram em um silêncio profundo, de modo que logo o tédio chegasse para ele, onde o fazia querer simplesmente levantar e ir dar uma volta, deixando a noiva para trás.


Noiva; Só a lembrança desse fato lhe dava calafrios.


Fazia praticamente um mês que Cho se recuperara dos ferimentos de Guerra, mas até hoje ele não conseguira terminar maldito noivado, onde se sentia sufocado, onde sentia que aquelas semanas eram as últimas da sua jovem vida.


Não que as oportunidades perfeitas não houvessem surgido, mas toda vez que ele tentava terminar, ela lhe sorria amável, onde o fazia se sentir a pior pessoa do mundo e mudar de idéia.


Definitivamente, era um fracasso como pessoa.


Bufou.


Ouviu o barulho de garfos sendo pousados sobre porcelana e levantou os olhos do seu café da manhã, só para ver que Cho pousara os talheres sobre o prato e cruzara os braços sobre a mesa, enquanto o olhava.


-Quê?- perguntou, voltando a brincar com seu mingau.


-Não vai comer?- ela respondeu com outra pergunta. Harry suspirou pesadamente.


-Não estou com fome.- murmurou, enquanto apoiava o cotovelo esquerdo na mesa e a cabeça na mão e, com a mão direita, fazia pequenos círculos na comida com o garfo.


Cho puxou o ar com força e o soltou pela boca, onde deixou clara sua preocupação com o moreno.


-O que você tem, afinal?- perguntou, toda sua preocupação na voz, onde soou calma e doce, fazendo o coração do moreno se apertar em remorso.- Tem dias que você não come direito. Estou ficando preocupada.


-Não tenho nada.- ele respondeu, depois de um tempo em silêncio - Só não tenho fome.- completou.


-Por que será que eu não acredito?- ela perguntou, um sorriso preocupado escapou para os lábios.


-Não sei...-Ele voltou a murmurar, pousando a colher sobre o prato e empurrando este para longe.Cho balançou a cabeça de um lado para o outro.


-Já pensou em procurar Madame Pomfrey?- Ela voltou a perguntar e Harry ergue os olhos para encará-la.


-Não vou procurá-la...-Teimou - Não estou nem um pouco a fim de passar minha última semana nessa escola deitado numa cama da enfermaria.- terminou.


-Você quem sabe.- Ela falou, entregando os pontos.


-Vou dar uma volta.- Avisou, se levantando e saindo lentamente do Salão Principal.


Cho suspirou pesadamente e balançou a cabeça de um lado para o outro.


-O que ta acontecendo?- perguntou para si mesma em um sussurro.



Viu quando Harry saiu do Salão Principal lentamente. Bem que Lílian falara para todos que o moreno estava estragando sua vida ao se casar com Cho e isso era completamente visível, mas parecia que o moreno era o único que não notava o quanto esse compromisso estava o matando, o quanto estava o corroendo por dentro.


Levantou-se e foi atrás do amigo. Procurou-o pelo Saguão de Entrada, mas não viu nada. Bufando, foi até os jardins, onde o viu sentado em frente ao lago.


Passou as mãos pelos longos cabelos, num gesto preocupado e caminhou até ele, sentando-se ao lado do moreno.


-Oi.-Ele falou ao vê-la sentada ao seu lado. Hermione suspirou preocupada e forçou um sorriso.


-Oi.- respondeu.- Você ta bem, Harry?- ela perguntou, depois de um silêncio, onde ambos ficaram observando os efeitos que a luz do sol produzia sobre as águas cristalinas do lago, onde a Lula Gigante nadava tranqüila.


-Estou.- ele respondeu desanimado, encolhendo os ombros.


-Não parece.- ela revidou mal humorada.


Isso era, talvez, o que mais odiava em Harry. Sempre reservado, sempre guardando muitas coisas só para si, onde era óbvio que, o que quer que fosse que ele escondia, o matava por dentro aos poucos, onde parecia que ele era o único que não notava.


-Eu tenho nada, Mi...-Ele garantiu, onde fez a amiga resmungar algo ilegível.


-Você está assim por causa da Chang, não é?- Ela perguntou, depois de alguns minutos em silêncio, onde ela ficara amaldiçoando, mentalmente, o amigo.


Harry puxou o ar com força e o soltou pela boca logo em seguida, enquanto continuava a encarar o lago á sua frente.


-Talvez sim, talvez não...-Ele respondeu por fim, onde fez com que a amiga sentisse a irritação invadi-la, parecendo que a raiva ia crescendo poro por poro, de forma que a explosão, que logo aconteceria, fosse pior.
Merlin, nem Rony conseguira aquele feito.


-Por que você tem que ser tão misterioso?- ela perguntou, se levantando. A voz saíra tremula e um quê de irritação era notável. Harry também se levantou, porém não falou nada. Hermione se irritou mais, onde parecia que ela estava inchando de raiva.


Permaneceram mais algum tempo em silêncio, onde Harry se perdia em pensamentos e Hermione o fuzilava com os olhos.


-Quer saber?- ela falou num sussurro perigoso, o tirando de seus pensamentos.- Dane-se.- Sentenciou.- Se você quer se ferrar, se ferre. Não quero mais saber.- Ela jogou os braços pro alto, mostrando toda a frustração.- Não agüento mais essa sua mania de guardar tudo para si. Você sabe muito bem que notamos quando há algo te incomodando. Sabe, melhor ainda, que nos preocupamos, que queremos te ajudar, mas é meio difícil se você não nos fala nada.- Ela puxou o ar, onde deixou claro que pretendia continuar.- Somos nós que temos que agüentar suas explosões, nós que temos que ver que você esta se matando aos poucos e sabemos que não podemos fazer nada para mudar isso, por que você simplesmente não permite que seus amigos te ajudem!- Ela completou, num tom, onde deixava claro que não aceitaria ser contrariada.


Harry molhou os lábios com a pontinha da língua, inconscientemente. Passou as mãos nos cabelos, num gesto nervoso.


Desviou as íris verdes e ficou observando o lago por um tempo. Puxou o ar com força.


-Tem razão.- ele murmurou, onde fez Hermione erguer uma sobrancelha em confusão.


-Como?- ela perguntou e Harry a encarou.


-Você tem toda a razão.- Ele repetiu - Eu guardo tudo pra mim, mas eu sou assim, o que posso fazer?- sorriu de fraquinho - Eu, realmente, não permito que meus amigos me ajudem, mas é algo que eu não percebo que faço.- Acariciou o rosto da amiga - Desculpe se não sou perfeito, senhorita perfeição.- ele completou sarcástico.


-Agora você vai responder a minha pergunta?- ela respondeu com uma pergunta e Harry riu de fraco.


-Qual delas?- ele perguntou. Foi a vez de Hermione rir.


-Você está tão pra baixo por causa da Chang?- Harry suspirou e tirou a mão do rosto da amiga. Deu de ombros.


-Também.- ele respondeu vagamente.


-E o que mais te deixa triste?- ela voltou a pergunta, enquanto fazia um “carinho” nos ombros largos.


-Adivinha.- Ele falou sarcástico e Hermione sorriu compreensiva.


-Se o destino de vocês for ficar juntos, assim será.- Ela falou sábia e Harry riu.- Quê?- ela perguntou, estranhando a risada da parte dele.


-Você acabou de falar a mesma coisa que o Sirius.- Ele respondeu, dando de ombros. Um sorriso ainda estava nos lábios firmes. Hermione encolheu os ombros.


-Bom, vou deixar você sozinho.- Avisou e Harry sorriu agradecido. A morena depositou um beijo na bochecha do amigo - A gente se vê mais tarde.- E voltou correndo para o castelo.


Tinha certeza de uma coisa naquele momento, a amiga dera pra ele muito no que pensar.



Bufou e passou as mãos pelas vestes, para tirar todas as dobras invisíveis.


Adorava aquele lugar, mas que era tedioso era. Sem aulas não havia o que se fazer. Absolutamente nada.


Poderia dormir, se os amigos permitissem. Poderia ler, se estivesse com paciência. Poderia querer ter aula, se fosse Hermione.


Passou as mãos pelos cabelos e girou as íris castanhas, onde pôde ficar admirando o verde do grande jardim da escola.


Vez ou outra pássaros passavam cantando alegremente. Sorriu. Se pudesse escolher o que ser na próxima encarnação, seria um pássaro. Livre e sem tantas preocupações, sem tanto sofrimento.


Suspirou.


Será que estava destinada a ser infeliz pro resto da vida? Mordeu a própria língua para conter a alta gargalhada. Querer ser um pássaro era uma coisa, mas crer que poderia prever o futuro já era insanidade demais, mesmo pra ela; louca de pedra, como Lílian dizia.


Balançou a cabeça de um lado pro outro, sorrindo. Definitivamente, não o que fazer e com quem falar a faziam pensar em coisas, no mínimo, idiotas.
Era nessas horas que dava razão ás amigas; era louca, insana; nascera á partir de uma macumba, vodu ou qualquer coisa que fosse.


-Oh maravilha.- Murmurou para si mesma.- Agora eu estou conversando comigo mesma.- Bufou - Cadê a turma de amigos gigantes, quando se precisa de uma?- perguntou para si mesma mal humorada, onde a fez girar os olhos.


O melhor, pensou, é eu me conformar por ser mentalmente instável., e riu do próprio pensamento.


Assim que parou de rir, girou os olhos.


Definitivamente, precisava de mais amigos.



Bufou e olhou ao redor.


O que mais faltava mesmo? Passou as mãos pelos cabelos, num gesto mal humorado e analisou tudo o que o vendedor colocara na sua frente. Uma luz se acendeu em seu cérebro.


-Tem cola de sangue de dragão?- perguntou e voltou a passar a mão pelo cabelo, enquanto o homem mais velho virou as costas para pegar o que pedira.


Porque justo ele tinha que ir comprar a pior parte para fazer a maldita decoração de formatura? Aliás, de quem fora a brilhante idéia dos formandos fazerem a decoração?


-Aqui.- o homem avisou, pousando um vidrinho de plástico transparente, onde era possível ver um liquido vermelho com algumas pedrinhas brilhantes.- O que mais?- o homem perguntou, mal humorado.


-Só isso.- Murmurou. Porque justo ele teve que ser sorteado para comprar as coisas?


-São cinco Galeões e 3 nuques.- O velho resmungou, enquanto fazia tudo ir magicamente para dentro de uma sacola.


Harry colocou a mão no bolso e pegou uma pequena saca de couro de dragão, onde era possível ouvir o barulho das moedas se batendo. Abriu a pequena saca e tirou cinco moedas de ouro e três de prata. Entregou-as ao vendedor e, pegando a sacola, saiu na loja, de modo que se viu nas estreitas ruas de Hogsmead.


Colocou uma mão no bolso, enquanto a outra segurava a sacola e começou a caminhar pelo vilarejo, observando algumas vitrines.
Bocejou.


Ter que comprar esse tipo de material para fazer algo para a escola, faziam com que ele lembrasse dos tempos em que era criança, onde estudava com os trouxas, aonde ele ia comprar material para Duda, onde, era óbvio, o que restasse era dele.


Mordeu a própria língua para segurar a alta risada.


Podia ficar com os restos dos trabalhos de Duda, mas o incrível era que os seus trabalhos saiam muito melhores.


Realmente, quanto mais a pessoa é obrigada a viver na miséria, mais apta á fazer trabalhos manuais ela fica.


Puxou o ar com força e caminhou mais rápido aonde chegou á carruagem que o esperava, entrou no transporte, que o levou de volta a escola.


Aquele seria um longo dia.



A semana passou rápido, tanto que alguns alunos chegaram a se surpreender com a chegada do dia da formatura.


Os alunos do sétimo ano resmungavam pelos cantos. A decoração ala trouxa já estava pronta, mas ficaram sabendo que algumas coisas seriam “personalizadas” pelos professores, onde poderiam usar magia.


Revirou os olhos. Era incrível como alguém conseguia ser tão grudenta e pegajosa quanto Cho Chang o era.


Suspirou e retirou as mãos da oriental de sua nuca. Era agora ou nunca. Teria que fazer isso se, realmente, quisesse ser feliz, se quisesse ter a mulher que amava de volta. Teria que fazer isso por si.


-Cho...-Murmurou, onde fez a oriental erguer as íris negras para encará-lo.- Não dá mais para manter essa farsa.- completou, onde fez Cho o encarar confusa.


-Farsa? - Ela perguntou - Do que você está falando, Harry? – perguntou novamente, onde fez Harry olhar para o lado e passar as mãos pelos cabelos, num gesto nervoso.


-Não finja que você não notou. – resmungou. - Qualquer um pôde perceber que isso que chamamos de relação não passa de uma farsa. – levantou-se e começou a andar de um lado para o outro.


Estavam no quarto da oriental, namorando, quando o moreno percebera que, mesmo que tentasse se enganar, não conseguiria continuar com a oriental, uma vez que esta estava mais melosa com a aproximação das férias e, conseqüentemente, com a aproximação do dia do casamento.


-Mas, se há amor, há relação.- Ela disse, incrédula pela atitude do moreno. Levantou-se.


-Você não pode amar por nós dois, Cho. – O moreno sorriu de fraco.- Você sempre soube que eu não te amo, mas mesmo assim aceitou ficar comigo.


-Você não pode simplesmente pôr a culpa em mim!- Ela revidou, começando a se irritar. Sim, sabia que Harry nunca a amara, mas criara esperanças de que o moreno aprendesse a gostar de si.


-Em nenhum momento eu disse que a culpa era sua.- O moreno revidou, mal humorado – A culpa foi minha, por te iludir e te dar esperanças; e por isso te peço desculpas, mas eu não posso simplesmente abaixar a cabeça para essa angustia que eu estou sentindo todo o dia e me submeter a uma vida, onde sei que não será como eu planejo. Eu não serei feliz, você não será feliz. Não poderemos exercer a profissão que queremos por que vamos brigar tanto que vamos acabar nos submetendo aos desejos um do outro, não os nossos. Isso nos tornara o casal infeliz do ano.


-Eu não acredito.- Foi tudo o que ela respondeu.- Não acredito que não me ame.- Harry revirou as íris verdes.- Desde que eu aceite me casar com você, tudo o que você me diz sobre me amar, me iludiu, me deu esperanças. E, em um belo dia de sol, você vem e me fala que quer terminar tudo?- Explodiu. Harry cruzou os braços em frente ao peito.


-É isso aí.- respondeu – Você sempre soube que por mais que eu tente esquecer a Raquel, eu não consigo. Sempre soube que eu mentia ao dizer que te amava e, acima de tudo, você aceitou se submeter a isso. Não venha me dizer que não posso fazer o que quero, por que só não posso, como vou. Nossa relação termina aqui! Não há mais nada entre nós dois, Cho! Entenda isso!- Explodiu, enquanto tirava a aliança e a jogava no chão.- Se você quer ser infeliz, seja, mas não me arraste com você!- Caminhou até a porta e, quando colocou a mão sobre a maçaneta, virou-se e encarou a oriental - Eu nunca senti nada que superasse respeito e amizade por você, Cho. Se não sou eu o cara que vai te fazer feliz, tudo o que você tem a fazer é se conformar. Você vai achar o cara certo.- E saiu, batendo a porta atrás de si.



A noite chegou logo, onde fez a lua e as estrelas aparecerem, onde fez as águas límpidas do lago refletirem a claridade prateada e os jardins ficarem á meia luz.


Harry e Rony estavam sentados em um dos sofás vermelhos, na torre de Grifinória, onde Harry contava ao amigo o fim do seu noivado com a oriental.


-Realmente... - O ruivo falou, recostando-se e apoiando os braços em cima do encosto do sofá. – Você parece muito melhor agora. – O moreno sorriu.


-É como se o peso do mundo tivesse sido levantado dos meus ombros. – molhou os lábios com a pontinha da língua.


-Bom...-Rony levantou-se – Seja lá o que isso irá mudar no seu futuro, acho melhor, no momento, nós irmos nos arrumar. – Harry levantou-se em um salto. – Não podemos demorar muito, o baile começa em meia hora. – completou, olhando o relógio que estava em seu pulso. Sorriu e ambos subiram a escada que levava aos dormitórios masculinos.


Quando Harry estava terminando de fazer o no em sua gravata, Rony saiu do banheiro, usando somente a calça da veste de gala que usaria durante a formatura.


-Ficou sabendo que teremos convidados nessa festa? – o ruivo perguntou, enquanto colocava a camisa branca.


-Claro. – Harry encolheu os ombros. – Nossas famílias. – Rony riu.


-Você é mesmo um lesado. – Deu de ombros quando o amigo lançou-lhe um olhar mortal. – Estou falando de convidados de Dumbledore. Parece que o velho chamou uma turma de sétimo ano para se formar com nós. – Terminou, quando começava a colocar a gravata. Harry ergueu uma sobrancelha.


-Quer dizer que nos matamos fazendo aquela decoração, pra vir neguinho folgado e se formar?- perguntou, onde fez Rony soltar uma gostosa gargalhada.


-Pois é. – O ruivo voltou a dar de ombros. – Mas pelo o que Hermione estava me falando, nós conhecemos uma das pessoas.- Harry voltou a erguer uma sobrancelha.


-Conhecemos? – perguntou e Rony concordou com um aceno de cabeça.- Quem seria?- voltou a perguntar.


-Sei lá... A Mione não quis falar.- Suspirou. – Ela adora fazer mistérios. – ele completou num resmungo.


-Ela que adora fazer mistérios ou você que é muito curioso? – Harry perguntou, rindo. Rony bufou.


Aquela seria uma longa noite, onde Harry não sabia que muitas coisas aconteceriam, aonde faria muitas metas de sua vida se realizarem mais cedo do que imaginara, onde fariam com que ele voltasse para a casa do padrinho, se sentindo o homem mais feliz e sortudo do mundo.



N/A: Ok... Podem me matar, eu deixo.


Eu sei que estou demorando muito, mas não estou mais tão animada para escrevê-la quanto antes.


A quem me perguntou: Sim, eu sei o que é esperar por uma fic ser atualizada, uma vez que, antes de escritora, eu sou leitora.


Seguinte; Eu andei pensando e decidi que esta fic não vai mais ter continuação, de modo que os pontos mais importantes da continuação, fiquem nessa fic aqui.


Por que eu decidi isso? Pelo simples fato de que, como eu já disse, não estou mais animada para escrever essa fic quanto estava antes, onde se eu fosse começar uma continuação eu demoraria séculos para postar um capitulo e eu não me sentiria bem ao fazer isso.


Então, considerem a Saga Nova Aluna em sua reta final!


Não, nada do que vocês digam me fará mudar de idéia. Pode ser que mais pra frente eu fique animada novamente, e escreva a continuação, mas no momento isso não é o que tem acontecido, então por enquanto: Nada de continuação!


Espero que tenham gostado desse capitulo e continuem lendo e comentando.


Ah, sim... Antes que eu esqueça... Eu estarei em prova até o dia 10, portanto eu não escreverei o capitulo 27 nesse período de tempo. Não adianta ficar apressando que não vai rolar.


Não estou a fim de ficar de recuperação por perder tempo de estudo escrevendo fic. Sim, estou sendo estritamente severa nesse sentindo, por que minhas notas, assim como a da maior parte dos jovens de 15 anos, estão péssimas.


Então... Pode apressar pelos comentários, pode encher minha caixa de entrada com pedidos de atualizações, que não irá acontecer. Dia 10, depois das quatro horas, eu começarei o capitulo 27... á partir desse dia sim podem me apressar, que eu tentarei ser mais rápida.


Bjks


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