Alguns Meses Depois
Música: I Know What Love Is, Celine Dion.
Puxou o ar com força várias vezes seguidas, enquanto andava de um lado para o outro; o coração batia rapidamente contra o peito, fazendo-a não saber o que fazer.
-Você ta me deixando tonta. – Lílian resmungou; estava sentada em uma das várias cadeiras daquele quarto da igreja, somente observando Raquel andar de um lado para o outro, torcendo os dedos e mordiscando o lábio inferior.
-Pare de olhar pra mim, então. – ela murmurou em resposta, enquanto voltava a puxar o ar com força.
Lílian bufou e revirou os olhos, enquanto jogava uma mecha da franja castanha para o lado, dando um charme a mais ao elegante penteado.
-Você agindo assim, parece que você está com a consciência pesada. – resmungou, com um quê de sarcasmo na voz.
-É. Talvez por ter convidado você para ser uma das minhas madrinhas. – Raquel respondeu, ríspida, no mesmo instante em que três batidas secas contra a madeira polida da porta se fizeram presentes.
-Quem é? – Lílian perguntou, indo até a porta e pondo a mão na maçaneta, sem abrir a porta de madeira.
-O padrinho do inútil do noivo. – a voz de Rony chegou ao ouvido delas, fazendo-as rir.
-Como o inútil está se sentindo? – a prima de Hermione perguntou, abrindo a porta e dando passagem para Rony, que entrou e, olhando para Raquel, sorriu divertido.
-Pior que ela. – respondeu, apontando para a noiva, que bufou.
-Eu vou fingir que não sei que você estava nervoso no seu casamento, Weasley. – ela voltou a murmurar, fuzilando o amigo com os olhos.
-Eu? Nervoso? – ele repetiu, fazendo-se de desentendido. – Olha, eu só vim aqui pra passar dois recados.
-Então, passe-os e suma daqui, garoto de recados. – Raquel pediu, parando de frente para o ruivo, enquanto massageava uma das têmporas. Rony riu, divertido.
-Primeiro; o Harry pediu pra avisar que ele não vai sair correndo. – Raquel sorriu, divertida. – Segundo; já chegou todo mundo, só falta a noiva. – a morena riu, antes de balançar a cabeça de um lado para o outro, levemente.
-Então, peça a meu pai para vir. – sorriu e, retribuindo, Rony saiu da sala.
I was forgotten
Until you called my name
Lost in the shadows
Until you shined your light my way
Now I believe again
In all my dreams again
I'm wide eyed and innocent
Those doubting days
Sentando-se na cadeira em que Lílian estava sentada a pouco, Raquel olhou ao arredor, enquanto sentia que, aos poucos, sua boca ficava seca.
-Porque eu fui aceitar me casar? – perguntou num lamento. – É um saco ficar nervosa. – girou os olhos.
-E pensar que semana passada você era o ser mais calmo da face do planeta Terra. – Lílian resmungou, antes de se agachar na frente da amiga e, segurando as mãos dela, sorriu-lhe reconfortante. – Vai dar tudo certo. – Raquel suspirou pesadamente, enquanto encarava a amiga nos olhos.
-E se o Harry desistir na hora H? – perguntou, não podendo conter a insegurança. – E se ele me fizer sofrer mais? – respirou fundo. – Eu não vou agüentar sofrer como eu sofri no sétimo ano por causa dele. – completou num murmúrio. Lílian puxou o ar com força, antes de fechar os olhos, pensativa; logo os abriu.
-O Harry não vai fazer nada disso, minha linda... – sorriu confiante. – Ele te ama demais para te deixar escapar outra vez; ele próprio não agüentaria.
Raquel sorriu de fraco, antes de colocar as luvas.
-Espero que você esteja certa. – suspirou, onde permitiu transparecer todo o nervosismo que sentia. – Porque eu não quero ter que caçar aquele corno manso, somente para matá-lo. – completou, num resmungo sarcástico, fazendo Lílian rir divertida, no mesmo instante em que o pai de Raquel entrava no quarto.
~*~*~*~*
Puxou o ar com força, antes de estralar os dedos, num gesto nervoso.
Céus. Se soubesse que ser o noivo em um casamento causava mais nervosismo do que enfrentar Voldemort, ele nunca teria pedido a mão de Raquel; teria permanecido na vida que levava antes. Suspirou; se bem que o fato de a morena ter lhe dito sim tinha lhe deixado totalmente claro o quanto ela o amava; nunca a vira tomar uma decisão tão rápido, quanto para lhe dizer o “sim”.
-Harry... Inspira, expira. Relaxa. – Rony comentou, assim que voltou a se postar ao lado do melhor amigo no altar.
-Cala a boca. – murmurou mal humorado. – Eu não estou nervoso. – Rony girou as íris azuladas.
-Não! Você nervoso? Que nada. – respondeu sarcástico. – A mula manca ali na porta que está imaginando coisas. – ironizou, fazendo Harry suspirar pesadamente.
-Certo, talvez eu esteja um pouco nervoso. – Rony pigarreou significativamente. – Ah, ta legal; eu estou uma pilha de nervos. – Rony sorriu vitorioso.
-Relaxa. – ele murmurou simplesmente.
-E se ela desistir? – perguntou. – E se ela não quiser mais se casar comigo? – passou a mãos pelos cabelos, deixando-os mais bagunçados do que já eram. – Se isso acontecer eu não sei o que vai ser de mim. – completou, num lamento.
-Ela desistir? – Rony riu, divertido. – Ora, Harry, você a conhece melhor que eu. Sabe que se ela não te amasse o suficiente, não teria aceitado se casar com você. – isso pareceu aliviar Harry um pouco, mas o moreno continuou apertando os dedos, um no outro, onde mostrava toda a insegurança que sentia.
Harry suspirou pesadamente, antes de colocar as mãos nos bolsos da calça.
-Pela primeira vez na vida, você tem razão. – murmurou, lançado um leve sorriso traquinas nos lábios firmes. – Mas o problema aqui, meu amigo, é que a Quel ta parecendo uma tartaruga manca de tão devagar.
-Pelo menos o pai dela não vai ter que te pagar pela noiva chegar na hora. – Rony brincou, rindo divertido da careta que o Menino Que Sobreviveu fez. – Relaxa; preocupante seria se ela chegasse na hora. – completou, fazendo Harry soltar uma leve risada.
-Tem razão. – sorriu para o amigo. – Saco! Até quando eu vou ter que ficar nervoso? – completou num resmungo, onde fez o ruivo soltar uma gostosa gargalhada.
-Só até ela dizer sim. – ele respondeu, no mesmo instante em que a marcha nupcial começava a tocar, fazendo todos se silenciarem e as portas da igreja se abrirem, onde permitiu que a pequena filha de Rony e Hermione entrasse na frente, trazendo consigo uma pequena cesta cheia de rosas vermelhas, onde na pequena almofada branca jazia duas alianças de ouro.
Are so far away and oh
I will fall
And you will catch me always
Time has taught me this
I will fly
Assim que Michelle alcançou o alta e se postou ao lado dos pais, Raquel e seu pai entraram na igreja, os braços entrelaçados.
Harry não pôde deixar de achar que, naquele momento, Raquel estava mais bela do que nunca.
O vestido que a morena usava era relativamente simples. Um tomara que caia, onde caia até os tornozelos. Saindo das costas delicada peça, uma espécie de véu, onde era transparente e se prendia no pulso da luva três quartos que ela usava e arrastava no chão. Os cabelos castanhos estavam presos em um coque alto, onde era seguro por uma delicada peça de brilhantes.
No pescoço um delicado colar de diamantes, onde fazia par com os longos brincos que ela usava.
Os lábios estavam curvados em um sorriso nervoso, enquanto as íris castanhas brilhavam em pura felicidade.
Na mão livre um belo buquê de lírios.
Nesse instante, pétalas de rosa branca começaram a cair, estas brilhavam magicamente, dando um ar mais angelical a igreja.
Quando essas pétalas encostavam no corpo de Raquel, “colavam-se” nele, fazendo-o brilhar, dando a morena um ar sensual, onde somente Harry parecia capaz de notar.
Algumas pessoas exclamaram em surpresa. O sorriso de Raquel aumentou.
Assim que Raquel alcançou o alta, Harry caminhou até a jovem e, cumprimentando o pai dela, enlaçou seu braço no dela, fazendo com que a luz que a circulavam, envolvesse-o também.
Quando se ajoelharam em frente ao padre, Harry sentia como se toda a felicidade do mundo viesse até si, fazendo-o se sentir o homem mais feliz do mundo, onde parecia que nada seria capaz de destruir aquele sentimento, que, sabia, emanava de si e misturava-se com a felicidade que emanava de Raquel.
Viu quando o padre começara a falar, mas não ouvia; não prestava atenção.
Tudo o que passava por sua mente era o fato de que, finalmente, ela e Harry estavam virando marido e mulher; legalmente.
Sentia o perfume cítrico que emanava do corpo do moreno, embriagá-la, fazendo com que a visão que tivera dele ao entrar na igreja não parasse de passar por seus olhos; como um filme.
O moreno usava uma roupa elegante, mas ao mesmo tempo casual, onde fazia com que ela sentisse o seu sangue dar lugar ao desejo em suas veias.
Não podia negar que a calça negra moldava as pernas másculas com perfeição, enquanto a blusa social branca moldava com perfeição o tronco másculos. Os cabelos negros mais bagunçados que o normal davam a ele um ar mais jovem, onde fez com que um arrepio de excitação subisse por sua espinha.
Puxou o ar com força, antes de girar a cabeça e se deparar com Harry a encarando, ansioso. Franziu o cenho, mas antes de pudesse perguntar alguma coisa, a voz do padre chegou a seus ouvidos.
-A senhorita aceita o senhor Potter como seu legitimo esposo, para amar e respeitar, na saúde e na doença, na fortuna e na pobreza? – ele repetiu, fazendo-a corar ao perceber que estava tão perdida em seus pensamentos que nem notara que o padre já chegara na pergunta principal; sorriu docemente.
-Aceito. – murmurou, onde fez com que Harry soltasse um sonoro suspiro aliviado, onde a fez ter vontade de rir. Será que era tão tolo a ponto de achar que ela desistiria na hora H?
-E o senhor, senhor Potter? – o padre perguntou, sorrindo, voltando-se para encarar o moreno, que lhe sorriu. – Aceita a senhorita Escobar como sua legitima esposa, para amar e respeitar, na saúde e na doença, na fortuna ou na pobreza? – ele perguntou, fazendo com que Raquel virasse a cabeça para encarar o moreno, que aumentou o seu sorriso.
-Aceito. – ele respondeu, fazendo com que Raquel sentisse como se o peso do mundo fosse tirado de cima de seus ombros; ele aceitara e isso mostrara que ele estava tão certo do que queria quanto ela.
Respirando fundo, a morena se obrigou a voltar sua atenção para o que o padre dizia.
-Como ambos estão aqui de livre e espontânea vontade, e aceitaram se casar diante de Deus, eu os declaro marido e mulher. – o homem mais velho vez um gesto com a mão, onde falava que eles já podiam se levantar; Harry se levantou e ajudou Raquel a fazer o mesmo. – Pode beijar a noiva. – ele completou, onde fez os dois morenos corarem levemente e sorrirem sem jeito, antes de se aproximarem, fazendo com que o calor de ambos os corpos se misturassem.
Íris verde encarou castanha. Sorriram, antes de roçarem os lábios e, por fim, selar aquele compromisso com um beijo apaixonado, onde fez com que algumas poucas senhoras presentes permitissem que frases como “que lindo”; “jovens” escapassem.
Assim que os lábios se separaram, Harry e Raquel se encararam, sorrindo, antes de voltar a encarar o padre.
And you'll be there to guide me
Straight up to my heart's highest wish
I feel you close to me
And I know what love is
Now there's no mountain
Too high for me to climb
No ocean so wide
-Agora, a troca de alianças. – o homem anunciou, sorrindo, onde fez com que Michelle caminhasse elegantemente até os dois – que rirem de leve da pequena – e, esticando o corpo, a filha de Rony e Hermione colocou a cesta sobre a mesa que havia na frente do padre.
Os dois morenos voltaram a se ajoelhar na frente do padre, que pegara uma das alianças e, sorrindo, a entregou a Raquel, que sorriu.
-Não se esqueça de fazer uma declaração. – o padre murmurou, onde somente Raquel escutou. A morena arregalou os olhos; esquecera completamente desse detalhe.
Puxando o ar com força, Raquel segurou a mão esquerda do moreno, parando a aliança no inicio do dedo anelar dele.
Ficou um tempo em silêncio, procurando as palavras certas.
-Tudo o que eu tenho lhe dizer, Harry, é que se não fosse por você, eu nunca descobriria o que é o amor verdadeiro; eu não saberia o que é ser verdadeiramente feliz. – sorriu, onde ele retribuiu. – Se me perguntassem quando eu me apaixonei por você, eu nunca saberia responder, porque foi algo inesperado; algo que eu não estava pronta para sentir; algo que eu não conhecia. – suspirou pesadamente. – Posso dizer que sempre te vi como um amigo, mas meu coração te viu como um amante, um irmão, um confidente; meu melhor amigo. – encarou o moreno nos olhos. – Não vou mentir; eu sofri, sim, por você, mas quem disse que o amor é só felicidade? Se não fosse por toda a dor que sentimos por causa do outro desde que no conhecemos, nosso amor não teria amadurecido; não estaríamos aqui hoje. – molhou os lábios com a pontinha da língua, enquanto uma lágrima de emoção rolava solitária pelo rosto de Harry, que tinha um sorriso bobo nos lábios. – Eu esqueci como eu posso continuar a respirar sem você; eu esqueci como eu posso ver as cores da felicidade, se você não estiver do meu lado; você é meu ar, minha visão. Você é tudo o que poderia querer pra mim. – seu sorriso aumentou, enquanto terminava de colocar a aliança no dedo do moreno. – E com esse anel eu te desposo. – completou, com um sorriso maroto nos lábios.
Pegando a outra aliança, o padre a estendeu para Harry, que a pegou, antes de se virar completamente para Raquel e, pegando a mão esquerda dela, tirou-lhe a luva e colocou a aliança no inicio do dedo anelar dela.
Puxou o ar com força, enquanto procurava as palavras certas.
That I could not reach the other side
Now I believe in me
'Cause you live and breathe in me
And nothing can come between
We are one star
No night can darken, oh
I will fall
-O que eu tenho pra te dizer, é que você se tornou essencial na minha vida; que você é o que me mantém vivo. Meu amor por você, nesse momento, superou todas as barreiras da vida... Ou da morte. – levantou os olhos para a morena e viu que ela tinha os olhos marejados. Sorriu. – Você é minha melhor amiga, minha amante e irmã. Eu não peço mais nada a Deus, pois tudo o que eu poderia querer, eu já tenho em você. – fez uma breve pausa, onde procurou palavras. – Eu adoro o seu jeito de ver a vida e o invejo; invejo a sua capacidade de achar as palavras certas para cada situação; invejo a sua capacidade de ficar feliz vinte e quatro horas por dia, sem se deixar abalar pelos problemas que, para muitos, é algo deprimente. – algumas lágrimas rolaram pelo rosto da morena, que agradeceu mentalmente a Hermione por estar usando uma maquiagem que não borrava. – Invejo sua habilidade em se expressar. – voltou a fazer uma breve pausa. – Você é o ar que eu respiro e, devo admitir, que adoro o fato de você ser cabeça dura. – Raquel riu, assim como quem assistia ao casamento. – Se não fosse por isso, eu nunca veria que, sem você, minha vida deixar de ter sentido. Que minha vida acaba. – puxou o ar com força, tentando controlar o coração descompassado. – E com esse anel eu te desposo. – completou, terminando de colocar a aliança no dedo da morena.
~*~*~*~*
Jogou a cabeça pra trás e permitiu que uma risada satisfeita escapasse de seus lábios, onde fez Lílian cruzar o braços em frente ao peito e as pernas, enquanto os lábios estavam contorcidos em um bico e as íris castanhas miravam Olívio do outro lado do Salão.
-Eu não creio nisso. – Raquel falou, entre uma risada e outra. – Como você conseguiu a proeza de cair da vassoura? – ela perguntou, se recuperando do ataque de riso, enquanto limpava as lágrimas que rolaram por seu rosto, devido às risadas.
-Do mesmo jeito que você conseguiu a proeza de ficar nervosa antes de entrar na igreja hoje. – resmungou, fazendo a morena sorrir e olhar para a aliança em seu dedo.
-É diferente. – olhou para a amiga; as íris brilhando em pura felicidade. – Seu futuro não é decidido por causa de uma vassoura, mas um casamento é algo que marca sua vida pra sempre. – olhou para Olívio. – Um dia você vai me entender. – sorriu traquinas, onde fez Lílian se engasgar com a champanhe que tomava.
-Como é que é? – ela perguntou, entre uma tossida e outra, fazendo Raquel rir divertida.
-Vai dizer que você não pretende se casar com Olívio. – Lílian sorriu sem jeito e, se recostando melhor no espaldar da cadeira, olhou para o namorado.
-Sinceramente, eu não sei. – suspirou, mas o sorriso continuou nos lábios. – Embora eu tenha vontade, acho que ainda é muito cedo. – deu de ombros.
-Você quem sabe. – Raquel sorriu, antes de dar um pequeno gole na sua taça de Espanhola. – Mas... Mudando de assunto. – pigarreou. – Você acha que o Harry já está pronto para ser pai? – perguntou, antes de corar levemente e desviar as íris, somente para encarar o moreno do outro lado do salão. Lílian franziu o cenho, sem entender aonde a amiga queria chegar.
-Não sei. – ela coçou a nuca, num gesto confuso. – Porquê? – Raquel olhou para a amiga e, sorrindo, balançou a cabeça de um lado para o outro.
-Por nada. – suspirou, enquanto se recostava melhor na cadeira.
-O que você está aprontando? – Raquel olhou indignada para a amiga.
-Por que você sempre tem que achar que eu vou aprontar alguma? – perguntou, revoltada.
-Por que você sempre apronta uma. – Raquel riu, antes de dar de ombros.
-Depois você descobre. – sorriu, no mesmo instante em que Harry parava do lado da mesa delas. Ergueu os olhos para encarar o, agora, marido. – O que você quer, corno? – perguntou, xingando-o marotamente. Harry riu.
-Só quero avisar a tartaruga manca da minha esposa que temos que ir dançar valsa. – girou os olhos, no momento em que Raquel fazia uma careta de dor.
-E eu tenho que me despedir dos meus pés. – ela murmurou, sarcástica.
Lílian riu, enquanto Raquel se levantava e Harry a guiava até o centro da pista de dana, onde acabara de ser esvaziada por Rony; que tinha um sorriso divertido nos lábios.
And you will catch me always
Time has taught me this
I will fly
And you'll be there to guide me
Straight up to my heart's highest wish
I feel you close to me
And I know what love is
It's an unspoken thing
A quiet opening
A valsa começou a tocar, fazendo com que os dois começassem a dançar, enquanto os outros somente observavam.
Apoiando a cabeça no ombro largo do moreno, Raquel suspirou fundo, antes de permitir que um sorriso maroto escapasse para os seus lábios.
-O que você acha de começar a treinar para trocar fraldas? – perguntou de supetão, onde fez o moreno franzir o cenho.
-Como é que é? – ele perguntou, fazendo-a levantar a cabeça para encará-lo. Os lábios vermelhos estavam contorcidos em um sorriso divertido.
-Você ouviu direitinho o que eu perguntei, Potter. – ela respondeu, enquanto seu sorriso tornava-se um maroto. Harry continuou a olhá-la, confuso.
-Você é louca. – foi tudo o que ele disse, fazendo-a rir.
-Eu também te amo, mas você não respondeu a minha pergunta. – ela revidou, fazendo-o girar as íris.
-Trocar fraldas não é algo que eu possa classificar como; agradável. – ele deu de ombros; Raquel riu marota.
-Então, meu amor... – ele a rodou com graciosidade, antes de puxar o corpo dela de encontro ao seu, fazendo com que ela trombasse consigo. – É melhor se acostumar, pois você o fará bastante daqui a oito meses. – ela completou, onde fez Harry ficar mais confuso ainda.
-Do que você ta falando?
There are no words that can go that deep
But I know
I know
I will fall
And you will catch me always
Time has taught me this
I will fly
-E pensar que homens têm mais neurônios que as mulheres. – resmungou. – O que eu estou falando, mi amore, é que daqui a oito meses o seu primeiro herdeiro irá nascer. – Harry encarou a morena, os olhos vidrados, enquanto o semblante tornava-se sério. Raquel engoliu em seco; será que ele não gostara da noticia.
-Você quer dizer que... – ele balbuciou, olhando-a nos olhos. Raquel concordou com um aceno de cabeça, enquanto o sorriso voltava para os seus lábios.
-Estou grávida, Harry. – ela completou, onde fez com que o moreno permitisse que o sorriso da mais pura felicidade escapasse para os lábios firmes.
O moreno riu, enquanto a segurava, como se estivesse levando a noiva para o quarto, e girava no centro da pista, fazendo-a rir, enquanto se segurava com firmeza no pescoço do marido.
Rony olhou para Hermione, que olhou para o ruivo, que girou o dedos do lado de sua cabeça, como que dizendo que os dois amigos eram doidos. Hermione concordou com um aceno de cabeça.
-Um filho. – ele repetiu, enquanto a colocava no chão, antes de beijá-la.
Quando os lábios se separaram, ele colou sua testa na dela; os lábios contorcidos em um sorriso, enquanto se encaravam nos olhos. – Obrigado. – murmurou, fazendo-a rir de leve.
-Eu te amo. – ela murmurou, antes de se perderem em mais um beijo.
And you'll be there to guide me
Straight up to my heart's highest wish
I feel you close to me
And I know what love is
Epílogo
25 de março; lar doce lar.
O que eu posso dizer dos meus oito meses de casada? Nada! Nada mudou.
Talvez, o que tenha mudado é o fato de que dentro de pouco tempo o meu primeiro filho com Harry vai nascer. Não vou dizer que não estou feliz, porque essa seria a pior mentira que eu poderia dizer.
Eu sou a mãe, certo? Meu amor maternal começou a nascer desde o dia em que eu fiquei sabendo que estava grávida.
Talvez seja por isso que o filho da mãe do meu marido anda me paparicando mais que o normal.
Se ele voltar a ser aquele mala que era antes, eu juro que capo.
Mas talvez ele só ache que por estar GORDA eu não sei mais me defender.
Ah, pelo amor de Deus! Isso é idiotice, convenhamos! Eu ainda sei mexer as minhas perninhas, mesmo que eu pareça uma tartaruga manca; como o Harry teve o PRAZER de me apelidar.
Bom... Talvez por ele ser um bobo alegre, o fato de que logo ele será pai, o faz ficar MAIS alegre ainda!
E quem paga o pato? A elefante aqui!
Ninguém merece...
Nesse instante, Raquel parou de escrever no diário que ganhara de Biatriz quando completara dezenove anos.
Puxando o ar com força e permitindo que um gemido de dor escapasse de sua garganta, quando sentiu uma pontada forte no ventre.
Levou a mão à barriga, antes de curvar o corpo pra frente, da maneira que conseguiu.
-Harry. – chamou em não mais que um sussurro.
Sentiu a visão ficar embaçada devido às lágrimas de dor que encheram seus olhos e que, logo, escorreram por seu rosto.
Voltou a puxar o ar com força.
Doce ilusão ao imaginar que o surdo de seu marido a ouviria se o chamasse em um tom de voz tão baixo. Permitiu que outro gemido de dor escapasse de seu garganta.
Jogou o tronco pra trás, fazendo com que suas costas ficassem recostadas nas fofas almofadas do sofá da sala.
Jogou a cabeça pra trás, de modo que pôde ficar encarando o teto, enquanto mais lágrimas escorriam por seu rosto.
-Corno. – murmurou, xingando Harry, antes que uma pontada mais forte que as anteriores lhe atingiu o ventre, fazendo-a gritar o nome do marido.
Harry desceu correndo e, ao ver o estado da esposa, correu até ela, sentando-se do lado dela, aconchegando-a seu peito.
-Okay... – ele murmurou, desesperado. – Muita calma nessa hora.
-Cala a boca e me leva pra droga do hospital. – ela pediu, em um murmúrio enfraquecido, enquanto mais lágrimas escorriam por seu rosto.
~*~*~*~*
Andou de um lado para o outro na sala de espera do St. Mungos. Olhou para o relógio em seu pulso, antes de passar uma mão pelo rosto preocupado.
Fazia mais de uma hora que Raquel fora levada para a sala de parto e nada de, até agora, alguém vir informá-lhe o estado da esposa e do filho... Ou filha.
Sentou-se de qualquer maneira sobre uma das cadeiras e, cruzando os braços em frente ao peito, abaixou a cabeça, enquanto esperava pacientemente. Bufou.
Odiava ter que ficar esperando.
Segundos de silêncio se passaram. Esses segundos se transformaram em minutos.
-Sr. Potter? – uma voz feminina chegou a seus ouvidos, fazendo-o levantar a cabeça num gesto incrivelmente rápido.
-Como eles estão? – perguntou, onde fez a mulher sorrir.
-Sua esposa e filha passam bem. – ela respondeu, fazendo-o rir de felicidade. – Se quiser ir vê-las, elas estão no quarto trezentos e quatro; no final do corredor. – ela lhe sorriu, antes de se retirar.
Harry se levantou em um salto e caminhou apressado até o quarto que a enfermeira lhe falara. Parando na frente da porta da esposa, puxou o ar com força, antes de dar três batidas secas na porta e, pousando a mão na maçaneta, abriu a peça de madeira.
Entrou no quarto e fechou a porta atrás de si; sorriu ao ver Raquel amamentando um pequeno bebê de ralos cabelos negros. Ela ergueu os olhos para olhá-lo; os lábios curvados no mais sincero sorriso que Harry se lembrava; as íris castanhas estavam cheias de lágrimas emocionadas.
Retribuindo o sorriso, Harry caminhou até a morena e sentou-se ao lado dela na cama, enlaçando-a pelos ombros. Beijou-a na testa.
-Como você está? – perguntou em um murmúrio, enquanto a morena arrumava a roupa de hospital sobre o ombro esquerdo e lhe dava o bebê; para que ele carregasse.
Raquel lhe sorriu, enquanto acariciava o cocuruto da filha.
-Cansada, mas bem. – olhou-o. – Ela não é linda? – perguntou, quando a pequena abriu os olhos, revelando incríveis íris verdes e ria.
-É sim. – respondeu, antes de voltar a encarar a esposa e lhe sorrir. – Como pretende chamá-la? – ele perguntou, emocionado demais para raciocinar com clareza. A morena olhou para o bebê e o semblante se contorceu em uma expressão pensativa.
-Que tal... – pensou mais um pouco. – Melissa? – Harry sorriu, satisfeito e olhou mais uma vez para o rostinho da pequena.
-Bem vinda ao mundo, Melissa Potter. – murmurou, antes de beijar a testa da filha.
FIM
N/A: FINALMENTE! (olhos marejados).
Não creio que depois de... (conta nos dedos)... Dois anos e três meses eu FINALMENTE terminei a saga Nova Aluna! *-*
Muito obrigada a todos por terem acompanhado a minha fic do inicio ao fim! =] Obrigada por comentarem! Por terem paciência com essa pobre autora! MUITO OBRIGADA!
Espero, sinceramente, que não tenha desagradado ninguém! E espero que o final tenha ficado bom! =)
Peço que me desculpem por sempre demorar a atualizar!
Espero que tenha valido a pena CADA espera! Cada capítulo! Enfim, que esses dois anos e três meses em que venho trabalhando na saga nova aluna tenha valido a pena.^^;
Espero, de todo o coração, ver todos esses leitores lindos comentando nas minhas outras fics! E espero que gostem delas, tanto quanto gostaram desta! =]
Sou MUITO grata a todos que comentaram!^^
Muito Obrigada pelo carinho e confiança que vieram me passando nesse tempo todo.
Vocês, de fato, sabem fazer uma autora feliz! =)
Adoro todos vocês, meus lindos!^^
Beijocas,
Serena Bluemoon.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!