Sonho esquisito



"AVADA KEDAVRA!" gritou uma voz arrastada, e o quarto que até agora estava negro, se iluminou de luz verde. Gritos ecoavam pela antiga construção. Potter; era a palavra gravada por magia na porta da casa, que estava quase toda destroída. Um vulto negro encapuzado subía rápida e sorrateiramente pelas escadas da casa mal iluminada. Podia-se
ouvir gritos como: "O HARRY NÃO!O HARRY NÃO!ME LEVE NO LUGAR DELE, POR FAVOR!" e "CALE A BOCA,SUA SANGUE RUIM! ESSE É O FIM!DIGA ADEUS...Harry Potter". A última palavra era mais baixa, quase um sussurro.
Então tudo muda, ele está pelos corredores do departamento de mistérios que ele conhecia muito bem. Ele ouviu gritos de dor, gritos de raiva, de magia e risadas de prazer. Lá estava ela, Bellatriz Lestrange, a mulher que arruinou sua vida. Ele olhou para os lados, e ninguém estava prestando atenção em Sirius.
Ele viu a mulher jogando um feitiço nele e ele caindo por trás do véu.Um sorriso e uma espreção de choque permaneciam em seu rosto mal tratado pelos dementadores de Azkaban.Suas rugas precipitadas se contorciam enquanto ele lutava para não cair naquele véu.
Harry não pensou duas vezes... iria salvar o padrinho.Ele viu Lupin em seu caminho.Tentou se desviar dele,mas Lupin foi mais rápido e o agarrou,depois disse com uma voz arrastada que não era a dele:"Acabou,Potter!Seu padrinho foi muito fraco e não sobreviveu a um véu!Um simples véu!".Então o rosto mal tratado do ex-professor girava e se transformava no rosto de Voldemort.
Ele se soltou do monstro que um dia ainda foi gente.Em pensar que as feições bem tratadas do jovem Riddle se transformariam naquilo... num monstro.Harry olhou para Voldemort, mas ele, ao invés de olhar para Harry,não o fez.Ele estava com os olhos vermelhos grudados em um ponto do castelo de Hogwarts.Ele olhou para o lugar onde o monstro estava olhando e viu Rony e Mione amordaçados num lugar que mais lhe parecia uma masmorra.
Mas não as masmorras do professor Snape, uma masmorra diferente.Voldemort apontou a varinha para
seus amigos e gritou o nome da maldição mais temida de todas, a pior das maldições imperdoáveis...o Avada Kedavra.
Seu estômago gelou ao ver os seus melhores amigos gritando e morrendo.
Ele tentou correr até eles, mas quanto mais ele corria, mais longe ele ficava.
Tudo escureceu.Ele estava num lugar completamente negro, nem o chão podia-se ver.A vários metros de distância dele, os corpos de seus amigos jaziam pendurados pelos braços.Um filete de sangue escorreu da boca de Mione e ela disse:"Harry... você me perdeu!Como teve coragem?Eu pensei que fossemos amigos!Por que você não me salvou?"
Tudo ficou preto novamente, e só uma voz podia ser ouvida no lugar.A voz abafada pela porta de sua tia gritando para ele acordar.
Harry acordou suando frio.Esse não era um sonho comum.Da última vez que teve um sonho desses seu padrinho morreu, e não queria perder Mione e Rony.
Os dois agora eram tudo que ele tinha, e não queria pôr os seus amigos em jogo, precisava salva-los.A voz rouca de Hermione falando que foi culpa dele partiu seu coração.Ele precisava ver os amigos novamente, precisava escrever para eles, mas agora não era o melhor momento.
Tudo estava levemente embaçado, e ele botou seus óculos remendados com fita adesiva depois saiu do quarto iluminado apenas pela luz do abajur em cima do criado mudo.Uma tempestade cortava o céu que até ontem estava com um sol escaldante.
Quando saiu do quarto, sua tia olhou espantada para ele e disse:
_O que houve com você?
Harry ficou confuso com o que a tia havia dito a seu respeito e se olhou no espelho.Ele arregalou os olhos quando viu sua própria aparência.Ele estava mais magro que o normal, seus olhos verde esmeralda carregavam em baixo deles olheiras profundas e sua testa estava encharcada de suor frio.Sua expressão era caída e de dor.
_Valter, olhe o estado desse moleque!
disse tia Petúnia, e ele veio nada apressado da cozinha enquanto segurava o
jornal na mão esquerda e um pedaço de Grapefruit na outra mão.Quando ele
viu Harry, apenas o ignorou e disse:
_Ele está bem!Vai cortar a grama, Harry.
Harry engoliu um quarto de grapefruit e foi cortar a grama do jardim. Ele não sabia por que o primo resolvera voltar com a dieta de grapefruit se quando os tios não estavam olhando ele comia um pedaço de bolo de chocolate que trazia da casa de seu amigo pedro.Harry deu de ombros e foi cortar a grama de baixo daquela chuva que cortava o céu.Parecia que tinha alguém jogando baldes e mais baldes em sua cabeça.Não tinha ninguém na rua.De vez em quando passava um carro ou outro,mas nada de exagero.

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