Lições, cartas e notícias extr

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Melissa não dormiu bem aquela noite. Estava muito confusa. Preferiu não conversar com Anne. Na verdade não queria conversar com ela. Ficaria imaginando porque a amiga mentiria. E o que a estava deixando pior: o que ela estava mentindo para ela?? Com esses pensamentos adormeceu e novamente sonhou com portas e corredores mal iluminados. Mas, ao acordar, não se lembrou desses sonhos estranhos. A garota havia chego a conclusão que não conversaria nada com Anne sobre o ocorrido. Ela não sabia dizer porque, mas apesar de estar um pouco chateada com a amiga, havia uma voz em sua mente que a falava que não era algo de tão ruim ser tão íntima de Harry Potter. Pois, apesar de sentir que ele não era um simples bruxo que mal conhecia, apesar da fama, ele se tornara, sem dúvida, o professor mais querido da escola. Suas aulas eram dinâmicas e criativas. Ele, apesar de ser um pouco atrapalhado por não Ter experiência como professor, tornou-se uma espécie de “febre” entre os alunos. Antes da aula de DCAT a última semana, ela pegara suas amigas Eleonor e Betsy no banheiro das meninas desenhando um raio na testa uma da outra com uma tinta-cicatriz das Gemialidades Weasley (desenhe seus próprios ferimentos e impressione seus amigos!!). Além de ver, no fim de semana anterior, um grupo de alunos do 2º ano que praticamente venerando uma taça de quadribol onde havia o nome de Harry, na sala de troféus. Ela não via razão de tanto estardalhaço, afinal ele era um professor, que apesar de ser legal e Ter histórias incríveis para contar, era apenas mais um cara com uma cicatriz idiota na testa.
Com esse pensamento ela chegou para a aula de DCAT sentindo o mesmo tédio e desânimo que sempre sentia ao ver a figura do professor Potter arrumando as carteiras e o vozerio entusiasmado dos colegas (“O que será que o Prof.º Potter vai trazer hoje?”, “Um kappa, tenho certeza!!”, “Imagine, ele vai trazer uma nichada de bichos-Papões!!”) e sentou-se junto de Matt numa cadeira encostada à parede, pois nesse dia a sala toda estava vazia, exceto por um enorme baú perto da janela, onde o professor estava sentado em cima, lendo distraídamente “O Pasquim”. Ele sorriu ao ver os alunos, parecia mais animado do que ela já o vira.
- Boa tarde classe. Coloquem suas mochilas no fundo da classe e quero todos fazendo um semi-circulo bem em frente, varinhas em punho! – e assim que todos os alunos tomaram suas posições, curiosos, ele subiu em cima do baú, num gesto rápido que arrancou gritinhos das garotas. – Pois bem, hoje começaremos a estudar sobre uma criatura que a maioria dos bruxos não sabe como se defender. Eles já foram considerados aliados dos bruxos, mas há cerca de 20 anos, se tornaram inimigos, ao aliar-se à Voldemort.
Alguns alunos reprimiram comentários de desagrado ao ouvir o nome, já que a diretora Mc Gonagall havia proibido alunos e professores de usarem a expressão “Você-Sabe-Quem”, afinal um inimigo morto não deveria causar mais pânico, muito menos seu nome, mas continuaram, assim como toda a classe, fascinados com a explicação do professor, inclusive (e mesmo contra a sua vontade) Melissa.
- Mesmo que muito deles tenham sido eliminados na última grande guerra, eles ainda estão por aí, habitando lugares escuros e imundos, se alimentando da alegria e dos sentimentos bons das pessoas, sejam elas bruxos ou trouxas.
- Dementadores... – Melissa deixou escapar, surpresa. De repente uma criatura enorme e envolta por uma enorme capa preta tomou a mente da garota. Ela devia não Ter mais que 8 anos, estava com a mãe reformando a casa que agora elas moravam. Não lembrava nem como nem porque, mas de repente um enorme vulto veio na direção da garota, ela chorava e se desesperava, mas não conseguia emitir nenhum som, quanto mais pedir socorro. A criatura tinha mãos podres e viscosas, uma respiração que parecia sugar cada gota de felicidade que tinha dentro dela. Até que então não ouvira nem sentira mais nada, apenas os braços quentes da mãe, elas envoltas por uma luz prateada e o barulho de cascos...
- Ei Mel, tudo bem? – Ela saiu de seu devaneio ao sentir Matt segurar seu braço, piscou várias vezes e viu que a classe inteira a olhava com cara de espanto, inclusive o professor, mas que ao ver que ela estava bem a olhou de modo saudoso, antes de continuar sua explicação.
- Como a Srta. Granger disse, os Dementadores são criaturas muito poderosas, que tem o poder de sugar a alegria das pessoas, podendo até sugar sua alma através do “beijo do dementador”. Criaturas más por natureza, que não aceitam súplicas ou outra coisa do gênero.
- Eu sei como afastá-los, através do Feitiço do Patrono. – Uma voz arrastada saiu mais do fundo da sala. Lionel Malfoy olhava para o Professor com seu costumeiro olhar superior, mas ao contrário dos outros alunos, anotava cada palavra que o professor dizia. Este o olhou agora muito surpreso.
- Exatamente Sr. Malfoy... Um feitiço muito complexo, mas imensamente útil se querem saber. Hoje lhe mostrarei a forma cabalística para executarem, além de dar um incentivo para praticarem....
E fez um gesto largo para o baú, alguns alunos recuaram aterrorizados e Cliver comentou:
- Uau, ele trouxe um Dementador pra sala de aula!!
- Calminha pessoal – o professor pediu, um pouco desconcertado, ao ver o terror no rosto de seus alunos – a diretora McGonagall provavelmente me transformaria num girino rosa se eu trouxesse um Dementador de verdade para dentro da escola. Eu tenho aqui na verdade um bicho-papão e, ao me ver, ele se transformará num Dementador, aí demonstrarei como é o Feitiço do Patrono para vocês...
Mesmo assim alguns alunos continuaram recuados, a idéia de Ter um Dementador na sala, mesmo um Dementador de mentira, na classe não era muito boa. Algumas semanas atrás tinham aprendido a lidar com Bichos- Papões e não foi uma experiência muito agradável lidar com seus principais medos. O professor ficou de frente com o baú e com um floreio de varinha o abriu. Um dementador saiu do baú, e a sala de repente se escureceu e um frio congelante tomou conta do ambiente. Harry, calmamente contornou o baú, o Dementador o seguindo vagarosamente. Os alunos se amontoaram, atém mesmo os da Sonserina. Hipnotizada e aterrorizada, Melissa olhava a cena e lembrava de sua mãe, tentando em vão chegar até seu “eu” de 8 anos. Ela de repente sentiu um baque do seu lado e deu de cara com Lionel, igualmente aterrorizado. O professor então olhou para Melissa e disse, em alto e bom som: “Expecto Patronum” e uma luz prateada irradiou de sua varinha, transformando-se num enorme e belo cervo, que tateou com seus cascos até o dementador e ele inexplicavelmente tropeçou em suas vestes. Muitos alunos riram.
- Lembrem-se que isso é um bicho-papão!! – o professor gritou, e pulando agilmente o baú ficou bem perto do dementador caído e disse “Ridikulus!” e então o dementador explodiu no ar, com um gostoso aroma de chiclé.
Muitos alunos aplaudiram e riram. Melissa e Lionel continuaram parados, lado a lado, cada um absortos em suas lembranças.
- Vejam que era apenas 1 Dementador. E falso...Pois bem, chega de diversão e vamos a aula! – Ele disse, e com um aceno de varinha rearrumou as carteiras, lado a lado - agora abram os livros na página 67, leiam o texto e me façam um resumo do texto sobre Dementadores, só 30 cm, vamos gente, a vida não é só feita de diversão...
Mel e Matt sentaram juntos, nas últimas carteiras e fizeram a atividade em silêncio. Na verdade Melissa não queria falar sobre o ocorrido, o garoto sabia do incidente da amiga e da madrinha com Dementadores anos atrás, mas eles evitavam conversar sobre isso. Em intervalos de tempo ela olhava para a garota, ela absorta na leitura, embora sentia o corpo da amiga tremer levemente.
Ao ouvir o sinal eles saíram apressados. O Professor chamou Matt para falar sobre o último dever do garoto, na verdade – pensava Melissa – para receber as chamados “presentes por bons trabalhos” inventados pelo professor.
Ela seguiu, displicente, até o Salão Principal para o almoço e sentou-se junto de Anne, que estava conversando com uns colegas do 3º ano. Ela cumprimentou a amiga normalmente e começaram a conversar sobre coisas banais. De repente uma pequenina coruja preta entrou rapidamente no salão e, ao depositar uma carta no prato de rubalbo de Melissa, saiu apressadamente pela janela. Ela olhou para a amiga .
- Mas q...??
Era uma carta púrpura, a o abrir estava escrito, em letras verdes:


R.A.B.

Sua mãe era ótima em adivinhações. Seu pai também.

S.T.

Ela passou a carta à Anne e depois à Matt, que se juntara às duas. Os três se entreolharam.
- Sabe de uma coisa Mel? Esquece o que eu te disse, acho que essas cartas não são brincadeirinhas de Sonserinos nojentos....
- Concordo com meu irmão Mel. Tá na hora da gente começar a investigar...

***********

Harry estava deitado na sua cama. Era noite e ele lia absorto um livro antigo que havia pego na biblioteca. Com o tempo adquirira o hábito de ler antes de dormir, hábito que havia escondido de muita gente, inclusive de Rony. Desde que voltara à Hogwarts estava com vontade de ler “Hogwarts – Uma história” e havia finalmente o pego havia uns dias. Mentalmente agradeceu Hermione por “reacender” sua vontade de ler e aprender, e riu-se momentaneamente ao imaginar a cara de satisfação da amiga ao vê-lo lendo esse livro. Mas no mesmo instante entristeceu-se. Voltou novamente sua atenção ao livro quando a cabeça de Rony Weasley apareceu na lareira do lado direito da sua cama.
- Harry! Harry preciso fal – ele começou, mas ao ver o que o amigo estava fazendo suas sobrancelhas ruivas subiram, surpresas – VOCÊ TÁ LENDO NA CAMA HARRY?!
- È...Tô...
- Eu...Eu....Cara, você tá doente....
- Que nada! Estou lendo Hogwarts, uma história. E se quer saber, a Mione tinha razão, o livro é muito bom...
Rony girou os olhos do mesmo jeito que a amiga fazia quando eram jovens e alguém dizia algo muito idiota a ela.
- OK Harry, adoraria discutir o conteúdo de um livro e do seu novo hábito demente de ler livros antes de dormir, mas não temos tempo, vem comigo agora!
O rapaz levantou-se apressado da cama, seu instinto de auror lhe aguçando os sentidos.
- O que aconteceu Rony?
- Chamado urgente do Ministério, precisamos ir agora até lá, Papai nos pediu. E, prepare-se Harry, ele quer falar com nós 3: eu, você e a Mione...

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