Hogwarts e Gringotes
Os três estavam encobertos pelas centenas de livros fora das prateleiras, pilhas e mais pilhas de livros que não ajudaram em nada. A cada livro folheado o cansaço aumentava e a esperança diminuía, mas ainda assim o tal livro parecia simplesmente não existir.
- Merlin, eu preciso de um descanso! – disse Monica jogando um livro sobre a mesa – Já passa da meia noite, Madame Pince já foi a muito tempo e já olhamos toda essa seção, e ainda nada!
- Para de resmungar Nina! – repreendeu Olívio enquanto folheava mais um livro – Não olhamos nem a metade ainda, tem mui...
As duas garotas pararam o que estavam fazendo para olhar o agora paralisado Olívio.
- Oli? – chamou Hermione
- Por Merlin Mione! – disse ele ainda estático, olhando fixamente para o livro em suas mãos – Eu achei! Achei a droga do livro!
Ele então resolveu encará-las, abrindo um enorme sorriso. As duas se levantaram apresadas e se aproximaram dele.
- Me deixa ver - pediu Hermione
Monica se aproximou mais dela para ver também. E lá estava, no sumário do livro:
Cap. 14
O Feitiço do Corpo Preso
- Não é o mesmo livro que Voldemort utilizou, mas mesmo assim possui o feitiço. – concluiu Monica – Anda Mione, vai pro cápitulo!
Hermione se assustou, mas começou a procurar a página indicada, suas mãos tremiam e não tinham controle e nem habilidade no momento. Olívio tomou o livro da mão dela tentando ser mais ágil, e ela cedeu. Ele encontrou rapidamente o cápitulo, olhou para elas e os três se encararam, ele voltou o olhar para o livro e passou a folhear o capitulo um pouco mais devagar.
- Contra feitiço... – sussurrou ainda folheando
Ele folheou todo o cápitulo até chegar às últimas folhas, onde deveria estar as instruções para o contra feitiço. Mas não havia as folhas, havia apenas sinais de que elas haviam sido arrancadas. Olívio voltou folheando de trás para frente e depois voltou ao lugar aonde deveria estar, e nada.
- Não pode ser! – disse desesperado – Tinha que estar aqui!
Monica e Hermione estavam desnorteadas. Olívio folheava mais e mais as paginas do livro, mas continuava a não achar nada. Hermione pôs suas mãos sobre as dele delicadamente, fazendo-o parar. Ele levantou os olhos para elas, e elas puderam ver o desespero em seus olhos, agora úmidos.
- Não pode ser Mione, não pode ser... – disse se rendendo a verdade
Monica recostou sua cabeça no ombro do primo e pôs sua mão junto com a dos dois. Os três ficaram parados naquela posição por vários minutos, sem dar uma palavra ou emitir um som. Quando por fim pareciam um pouco recuperados do choque eles começaram a falar.
- Eles tomaram Hogwarts naquela época e revistaram essa biblioteca, vocês se lembram? – disse Mônica mais para si do que para os amigos –Livros espalhados pelo chão, abertos, rasgados...
Os outros dois concordaram de forma vaga e ficaram em silêncio por mais alguns segundos.
- Eu não sei o que fazer agora! – disse o rapaz com os olhos percorrendo o local
- Nenhum de nós sabe Oli. – respondeu Monica – Mas não temos condições de resolver isso agora, não no estado em que estamos. Precisamos descansar, por a cabeça em ordem e pensar muito melhor amanhã a caminho de Gringotes, tudo bem?
Os outros dois concordaram.
- Professor Dumblendore mandou que descansássemos no quarto de hospedes de uma das torres, tem um quarto pra nós duas e um para o Olívio. – os outros dois permaneceram parados – Escutem, precisamos descansar! Oli...
Ele concordou e começou a se levantar. Mônica foi até Hermione e ela se levantou também.
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- Não consegue dormir? – perguntou Mônica olhando para o teto
- Não. – respondeu a amiga se virando para encará-la
Elas dormiam juntas em uma cama de casal e Mônica podia sentir Hermione se revirando na cama de minuto em minuto, mas não a culpava, também não conseguira pregar os olhos.
- Quer saber uma imagem que não sai da minha cabeça desde que deitamos? – perguntou Mônica
- Qual?
Mônica sorriu.
- Daquela tarde em que comemoramos seu aniversário. – disse passando a olhar para ela
Mônica sorriu e Hermione a acompanhou. Hermione se lembrava bem daquele dia, os sete passaram a tarde juntos, sem preocupações nem responsabilidades, e Harry em especial parecia tão feliz e sereno, como ela nunca o vira antes.
- Eu me lembro. – afirmou Hermione – Foi o melhor aniversário que eu já tive, apesar do “agradável” banho no lago que o Rony me proporcionou.
As duas riram.
- Obrigada. – disse Hermione em tom grato, segurando a mão da amiga
Mônica a encarou novamente e sorriu-lhe ternamente.
- Não importa o que aconteça nem o quão difícil será, eu quero que você saiba que vai dar tudo certo dessa vez, que nós vamos conseguir, eu tenho certeza disso! – disse ela confiante
Hermione balançou a cabeça.
- Eu sei. – disse dando um sorriso triste
- Agora tente dormir, vamos sair cedo amanhã. – disse Mônica
Hermione começou a fechar os olhos, eles estavam pesados, Mônica lhe deu um beijo de boa noite no top da cabeça e esperou até que ela estivesse realmente apagada para dormir também.
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Não havia amanhecido completamente e Hogwarts ainda dormia quando os três garotos deixaram os terrenos da escola numa carruagem em direção a Hogsmead.
- Nós não podíamos ter simplesmente usado uma lareira até o Caldeirão Furado? – resmungou Hermione, morrendo de sono e frio.
- Eu não quis incomodar o prof. Dumblendore. A lareira dele é a única ligada a rede de pó de flu, e agora são cinco da manhã! – respondeu Olívio – Hogsmead é pertinho e de lá nós aparatamos, tudo bem? Deita no meu ombro e dorme mais um pouquinho.
Hermione nem deixou ele terminar a frase e já estava escorada no ombro do rapaz, e rapidamente dormiu. Mônica olhou para o primo com um olhar reprovador.
- O quê? – perguntou o garoto se fingindo de desentendido
Ela se certificou de a amiga estava realmente dormindo e voltou a encarar Olívio.
- Tente não se machucar mais ainda ok? – disse ela num sussurro – Não alimente mais suas esperanças na fragilidade dela, você sabe que isso só vai acabar mais ainda com você.
- Eu sei disso. – respondeu nervoso
- As vezes não parece! – retrucou ela, encerrando o assunto
Eles seguiram o resto da viagem em silêncio, enquanto Hermione dormia. Aquele seria um longo dia, o último que eles teriam para descobrirem como tirar Harry daquele lugar, pois no dia seguinte seria o aniversário de morte dele e se até lá eles não conseguissem tudo estaria perdido.
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Eles chegaram ao Beco Diagonal e se dirigiram direto para Gringotes, não queriam perder nem um segundo.
- Bom dia. – disse Olívio a um dos duendes
- Bom dia. – respondeu ele de mal humor
- Eu gostaria de abrir um cofre...
Olívio tirou do bolso a chave, que agora estava com ele, e mostrou ao duende.
- Qual o número? – perguntou o duende
Olívio, Mônica e Hermione se entreolharam confusos e desesperados.
- Nós não...pensamos nisso. – disse Mônica
Olívio pediu licença ao duende e puxou as duas para um canto afastado.
- E agora? – perguntou Olívio, falando baixinho – Se Dumblendore soubesse ele teria nos falado. Como vamos adivinhar o número do cofre?
- Não podemos adivinhar. – disse Mônica obvia – Se falarmos um número errado eles nos... matam, sei lá...
O duende pareceu começar a perder a paciência. Hermione olhou para ele e depois voltou o olhar para os amigos.
- 777. – disse ela
- O quê? – perguntou Mônica
- O número do cofre, é 777. – confirmou ela
- Mione você tem certeza? – perguntou Olívio temeroso – Porque se você não tiver nós podemos tentar descobrir e voltar depois...
- Nós não temos tanto tempo assim Olívio, nós sabemos disso. – disse ela – E depois nós vamos descobrir como? – os dois ficaram em silêncio – Escutem, Harry era supersticioso, nostálgico e sentimental. Os três setes significam: primeiro, o número da sorte dele; segundo, o número de anos que ele passou em Hogwarts; e terceiro, nós sete.
- E porque teria que ser três números?
- Porque deve ser um cofre novo, ele deve tê-lo aberto somente pra isso, há um ano atrás. – começou ela – E os cofres novos possuem três números.
Os outros dois se encararam.
- Tudo bem. – disse Mônica – Você conhece o Harry melhor do que ninguém, e nós não temos outra escolha, então...
Hermione balançou a cabeça em agradecimento e os três voltaram para onde o duende estava.
- O número do cofre é 777, por favor. – disse Hermione confiante ao duende
Ele começou a caminhar e os três o seguiram. Eles percorreram o, já conhecido, caminho em silêncio e tensos, como se cada passo estivessem levando-os a morte.
- Chegamos! – anunciou o duende – A chave por favor.
Olívio respirou fundo e entregou-lhe a pequena chave.
- Seja o que Deus quiser. – sussurrou ele
Eles praticamente prenderam a respiração, e o caminho da chave até a fechadura e depois o barulho dela lá dentro era o único som do lugar. Mais uma vez eles respiraram fundo e então aconteceu, o “click” da fechadura se abrindo e o ranger da porta do cofre se abrindo fez os corações deles voltarem a bater. Olívio sorriu aliviado.
- Não acredito! – ele se virou para as duas garotas – Você é genial Mione, genial!
As duas sorriram também, e os três se abraçaram. Ouviram o duende resmungar algo e se soltaram rapidamente.
- Fiquem a vontade, estarei aguardando aqui fora. – indicou ele
Eles tentaram se controlar, afinal não sabiam exatamente o que teria lá dentro. Entraram cautelosamente, desejando que o que estivesse lá dentro os ajudasse de alguma forma. E a primeira visão que tiveram de dentro foi um cofre quase total mente vazio, se não fosse por alguns pergaminhos enrolados sobre uma pequena mesinha e protegidos por um vidro.
- Merlin... - disse Mônica, sem conseguir dizer nada
Eles se aproximaram da única coisa presente naquele cofre. Olívio retirou cautelosamente o vidro protetor e ainda mais devagar desenrolou o pergaminho, mas quando o fez o sorriso estampou o rosto daqueles três garotos que pareciam ter perdido as esperanças na noite passada.
- “Contra feitiço para o Feitiço do Corpo Preso” – leu Olívio com a voz trêmula, ele encarou as garotas que sorriam – Acho que temos o que faltava, ainda estamos no jogo!
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