Único
Disclaimer: Como sempre, tudo pertence à J.K.Rowling.
Nota da autora: Gostaria de agradecer à Zsenya, Kellie e Jamsel por toda a ajuda e sugestões com esta história.
NOTA DA TRADUTORA: Essa fic é sem dúvida alguma uma das fanfics MAIS LINDA que eu já li! É maravilhosa mesmo!!!!! Aproveitem!!
O Suficiente
Ron Weasley encarou a garota loira que estava bufando furiosamente na frente dele. Ele soube que estava em problemas assim que Lilá viu ele descendo das escadas com Hermione. Com Harry sob sua Capa da Invisibilidade, ele sabia o que tinha parecido.
“O que você estava fazendo lá encima com ela?” Lilá tinha gritado, e com aquilo ela explodiu em acusações. Levou um minuto ou dois até que Ron retomasse seus sensos e a arrastasse para fora da Sala Comunal para uma sala de aula vazia, aonde ela continuou seu ataque.
Agora, quase meia hora depois, ela ainda estava lívida e Ron não tinha certeza do quanto mais ele poderia agüentar. Ele mal falara duas palavras durante a palestra dela. Parecia que ela nem tinha respirado para dar uma chance a ele, e mesmo que tivesse, ele não tinha certeza do que diria. O que ela tinha presenciado fora completamente inocente, mas ele sabia que havia uma parte dele, uma grande parte dele, que desejava que não tivesse sido.
“Não acredito que ela chegou a tanto, tentando roubar você bem debaixo do meu nariz...” Disse Lilá, a raiva e a mágoa evidentes na voz dela.
“Quê? Não, não foi isso,” protestou Ron.
“Não foi isso, há!” disparou Lilá. “Por favor, ela vem querendo você há anos.”
Quando ouviu as palavras dela, o coração de Ron paralisou. Anos? Seria possível? Lilá podia estar certa? Aquele dia na aula de Herbologia, quando Hermione o convidara para a festa de Slughorn, ele se sentira esperançoso, e Hermione definitivamente estivera chateada por causa da relação dele com Lilá. Mas anos? O que ele estava fazendo ali com Lilá quando poderia estar com Hermione? Ah é, esperando ela acabar porque ele não tinha a coragem de fazê-lo.
“Fui uma boba!” Lilá gritou, trazendo a atenção de Ron de volta para ela. “Todo esse tempo achei que você estava interessado em mim... e é ela a quem você realmente quer.”
Dito isto ela parou de bufar e encarou Ron, como se o desafiasse a negar suas palavras. Ele não podia, e ela sabia. Pelo que pareceram horas eles se encararam. Ron quis desesperadamente dizer alguma coisa, mas não conseguia falar. Ele não podia negar as acusações dela porque elas eram verdade, e ele não podia admitir seus sentimentos em voz alta. Lágrimas preencheram os olhos dela e Lilá desviou o olhar abruptamente. Por mais que ele quisesse que a relação com ela acabasse, Ron sentiu a culpa invadi-lo, sabendo que ele era a causa daquelas lágrimas.
“Lilá,” ele começou brandamente. “Eu realmente sinto---”
A cabeça dela virou-se para ele e sacudiu, enquanto ela murmurava. “Não. Apenas não.”
Um silêncio embaraçoso preencheu a sala enquanto os dois olhavam para tudo quanto é lugar menos um para o outro.
Finalmente, suspirando profundamente, Lilá murmurou “Acho que isso significa que acabou.”
Ron apenas conseguiu assentir sua cabeça, concordando.
Lilá virou-se para deixar a sala, mas assim que sua mão tocou a maçaneta, ela virou-se de volta para Ron e cutucou “Então, agora você está livre para sugar o cérebro de Hermione Granger para fora, se quiser!”
E com aquilo ela deixou a sala, soluçando.
Ron encarou a porta quando esta bateu, com sua mente acelerada. Estava acabado. Estava finalmente acabado. Suspirando, ele se encostou na parede, com as mãos no rosto. Mal tinha se sentado quando houve uma batida surda na porta e com um leve barulho ela se abriu. Ron olhou e lá estava Hermione, parada na porta, parecendo nervosa e corada, de alguma maneira.
“Oi,” ela disse brandamente. Tudo o que ele pôde fazer foi encará-la surpreso, suamente ainda uma selva de pensamentos do rompimento com Lilá.
“Eu, ah, vi Lilá correr pelo corredor.” Hermione pigarreou e olhou para o teto. “Achei que você talvez quisesse companhia.” Não confiando em si mesmo para dizer algo coerente, Ron deu um tapinha no chão ao seu lado, e Hermione cruzou a sala para se juntar à ele. Ele sentiu um choque elétrico quando sentiu o ombro dela tocar o dele.
Sentaram em silêncio por vários minutos, os dois aparentemente perdidos em pensamentos. Ele sentiu como se devesse estar triste pelo rompimento com Lilá, ou pelo menos se sentindo culpado por fazê-la chorar. Mas enquanto estavam lá, sentados, mais e mais a mente dele parecia se focar na garota sentada ao seu lado, apoiando-o silenciosamente. Depois de tudo pelo que ele a fizera passar este ano, ali estava ela, ao lado dele, apoiando-o. Ela era incrível.
“Sinto muito,” disse Hermione finalmente, quebrando o silêncio.
Ron olhou para ele chocado e, incapaz de tirar a surpresa de sua voz, respondeu “Sente muito?”
“Claro que sim,” falou ela.
Ainda não acreditando, ele pressionou. “Você sente muito por eu ter terminado com Lilá?”
“Quê? Não! Sinto muito por ela ter gritado com você, e por ter achado que estávamos...” A voz de Hermione parou e ela corou.
“Que estávamos o quê?” perguntou Ron.
“Você sabe o quê!” respondeu Hermione, com um traço de aborrecimento em sua voz.
“Conversando?” cutucou Ron.
“Não!” exclamou ela, claramente começando a ficar aborrecida.
“Bem, o que, então?” continuou Ron. Ele adorava a maneira com que os olhos dela faiscavam quando ela ficava aborrecida com ele. “Talvez ela tenha achado que estávamos fazendo deveres.”
“Ah, pelo amor de Deus,Ron! Ótimo! Ela achou que estávamos sugando os cérebros um do outro!” gritou Hermione, exasperada.
As sobrancelhas de Ron se ergueram quando ele a ouviu. Será que ela havia ouvido? Claro que não, mas ele tinha que saber.
“Hermione, há quanto tempo você estava parada no corredor antes de entrar aqui?”
“Não muito,” ela respondeu rapiadmente. Ele a encarou suspeitosamente. Rolando os olhos, ela acrescentou. “Só há tempo de ouvir o fim da briga.”
O coração de Ron palpitou. Quanto ela havia ouvido? O fim da briga deles acabou praticamente com Ron declarando seu amor por Hermione. Ele queria perguntar, mas não tinha coragem. Em vez disso, ele brincou “Não sei como seria fácil para alguém sugar seu cérebro,” cutucando o ombro dela com o seu, ele acrescentou “com o tamanho do seu cérebro, teria que ser muito agarramento!”
Ron não tinha certeza do que ele esperava que a reação de Hermione fosse. Talvez ele achara que ela iria lembrá-lo furiosamente do agarramento que ele fizera com Lilá, ficasse envergonhada ou dissesse para ele não dizer coisas assim. Ele ficou chocado, porém, quando em vez disso, sentiu ela apertar seu braço de leve com os dedos e ouvi-la dizer quietamente “Talvez alguém queira se canditadar para esse desafio, algum dia.”
Lentamente ele se virou para encará-la e descobriu-a sorrindo timidamente para ele. Colocando sua mão sobre a dela e tentando soar casual, ele perguntou “Tem alguém em mente?”
Quando Hermione respondeu timidamente “Talvez,” ele sentiu o polegar dela acariciar levemente seu braço, causando a sensação mais maravilhosa; o coração dele acelerou e o calor pareceu tomar conta de seu corpo inteiro. O toque de Lilá nunca o fizera se sentir tão vivo.
“Eu o conheço?” ele perguntou, deixando a mão que cobria a dela se mover levemente para frente e para trás. Ron sentiu Hermione tremer, mas essa pergunta foi respondida com o silêncio. Lentamente ele a observou e a descobriu encarando-o bravamente. Ele olhou-a com a mesma intensidade, os olhos de ambos procurando nos do outro as respostas para as perguntas que eles sempre estiveram com medo demais para perguntar. Nenhum deles falaram, mas Ron de alguma maneira soube sem sombra de dúvida que ela sentia os mesmos sentimentos por ele que ele por ela. Repentinamente, tudo foi para o passado. A relação dele com Lilá, a dela com Vítor - nenhum deles importava mais.Hermione pareceu perceber a mesma coisa, porque ela sussurrou “Ron...” e então levemente jogou seus braços em volta dele em um abraço caloroso. Ron a apertou contra si enquanto ela enterrava sua cabeça no peito dele. Ele já havia abraçado Hermione antes, mas isso...isso era diferente. Isso não era um abraço rápido entre dois amigos. Este abraço tinha muitas emoções por trás. Em todos os meses com Lilá, ele nunca se sentiu tão completo, ou uma conexão tão profunda. Ele ficou muito tentado a beijá-la. Se um abraço era tão intenso, ele nem podia começar a imaginar o quão maravilhoso e poderoso beijá-la poderia ser. Entretanto, não parecia ser o momento adequado, não com ele acabado de terminar com Lilá.
Depois de um tempo, eles se separaram, mas nenhum deles queria se separar completamente. A cabeça de Hermione permaneceu no ombro dele, e um braço dele permaneceu em volta dela. Sentaram-se em um silêncio confortável, absorto em pensamentos sobre o que os aguardava no futuro.Ron queria expressar o que estava sentindo; como ele achava que Hermione era fantástica e como ela fazia ele se sentir maravilhoso. Mas ele sabia que não precisavam palavras. Assim que ele não precisava que ela o dissesse nada. Ele sabia, por alguma razão doida, que a bruxa mais inteligente que ele conhecia, a brilhante Hermione Granger, queria ele, Ron Weasley, e isso fê-lo se sentir o bruxo mais sortudo do mundo, e isso era o suficiente agora.
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