Único



N/A: Pós HBP. Contém spoilers.

Love Can Move Mountains


Hermione Granger pulou de sua cama cuidadosamente, para não acordar Gina.
Estavam na sede da Ordem da Fênix, no Largo Grimmauld, número doze. Não conseguia dormir. Estava absolutamente sem sono, por mais incrível que aquilo parecesse. Estava cansada. Passaram o dia todo pesquisando sobre Horcruxes, como vinham fazendo desde o casamento de Gui e Fleur. Casamento que fora um sucesso, considerando a situação atual, achava Hermione. Não houvera nenhum acidente, o que todos estavam temendo, pois agora, sem Dumbledore, Voldemort com certeza teria o caminho mais livre. Haveriam muito mais ataques. Muito mais mortes. Muito mais perigos.
Hermione foi pé ante pé até a porta e saiu, fechando-a com cuidado. Caminhou. Ela não sabia exatamente aonde estava indo. Não era uma boa idéia ficar perambulando pelos corredores escuros da casa dos Black a altas horas da noite, com Monstro à solta. Então ela decidiu ir até a cozinha, para tomar uma xícara de leite quente, e ver se ajudava-a a ter sono. Ela abriu a porta da cozinha e acendeu as luzes com sua varinha. Era bom poder usar magia fora de Hogwarts, pensou ela. Hogwarts. Hermione sentia saudades de lá, embora só fizessem três semanas que haviam voltado para casa. Parecia muito mais. Ela ficara alguns dias em casa e então fora para a Toca, para o casamento. Após isto os pais dela pediram a Hermione que voltasse para casa, mas ela fora para o Largo Grimmauld. Explicara o que acontecia. Explicara que precisava ajudar Harry a derrotar Voldemort, com Ron, Gina e os outros. O sr. e a sra.Granger ficaram extremamente preocupados. Neuróticos, diga-se, mas não se pode tirar a razão, pensava Hermione. Após convencer os pais de que era uma bruxa crescida e de que sabia muito bem se defender sozinha, foi para a sede da Ordem, com os Weasley. E Harry.
Harry estava determinadíssimo a achar os Horcruxes restantes. E ela e Ron também. Mas Harry falava disso com tanto fervor que era como se fosse uma vingança pessoal. De fato, era. Era uma vingança por tudo o que Voldemort fez com os pais de Harry e vinha fazendo com ele. Uma vingança por todas as mortes que já haviam ocorrido até agora - e não eram poucas. Uma vingança por todas as famílias que foram destruídas por ele. Por todos os inocentes que ele mandou matar. E uma vingança pela morte de Sirius e de Dumbledore.
Ao pensar nisso, um nó se formou na garganta de Hermione. Primeiro Cedrico. Depois Sirius. E então Dumbledore. Quem seria o próximo? Quantas vidas inocentes ainda seriam desperdiçadas? Quantos entes queridos eles ainda perderiam? Quantos entes queridos HARRY ainda perderia?
Ela sacudiu a cabeça, deteminada a não chorar. Havia chorado muito nas últimas semanas. Tinha que se segurar. Olhou para o relógio. Eram duas e meia da madrugada. Iria tomar um leite e ver se conseguia dormir.
Ela pegou uma xícara e serviu leite, aquecendo-o com um feitiço. Estava prestes a sentar-se quando ouviu um barulho na porta. Virou-se. Viu uma figura alta, ruiva e sardenta parada ali, arrepiando os cabelos.
“Hermione?” disse Ron Weasley, encarando a garota.
“Ron? O que está fazendo aqui?” falou Hermione, com o coração batendo rápido do susto.
“Ouvi um barulho no corredor e então na cozinha. Vim ver o que era.” Disse ele, entrando.
“Ué, por quê?” perguntou Hermione, de supetão. “Achou que seria um ladrão, por acaso?”
“Não,” respondeu Ron. “Eu só fiquei me perguntando quem era, então vim atrás. Estava esperando que fosse você, e---” Ele parou, as orelhas avermelhando-se. O estômago de Hermione deu um ligeiro pulo.
“Ah.” Fez ela.
“Desculpe se eu te assustei.” Falou Ron.
“Não, está tudo bem.” Falou Hermione. “Hum... por que você estava esperando que fosse eu?” perguntou ela, em tom de quem joga conversa fora.
“Não... não sei, eu só... queria conversar, só isso.”
“Eu sei. Eu também.” falou Hermione, sorrindo um pouco de um jeito que fez o estômago de Ron dar cambalhotas. O olhar dele desviou-se para a xícara que ela segurava firmemente na mão. “Ah,” fez ela. “Quer um leite quente também?”
“Pode deixar que eu faço,” falou Ron, levantando-se e indo pegar uma xícara.
“Não, deixa que eu faço.” Hermione pegou a xícara da mão de Ron. Os dedos dela roçaram de leve nos dele e foi como se uma carga elétrica passasse pelas mãos de ambos. Literalmente. Os dois pularam. Por pouco a xícara não caiu no chão.
“O que... o que foi isso?” perguntou Ron, um pouco assustado.
“Não sei,” disse Hermione, rindo nervosamente. “Se estivéssemos no mundo trouxa, eu diria que é eletricidade.”
“Ecle... ele... aquele negócio que o papai gosta de mexer?” perguntou Ron, confuso.
“Esse mesmo.”
“Mas a tal da ecleticidade não passa por humanos, não é? Não passa por correntes ecléticas, ou algo assim?”
Hermione riu de leve. “É eletricidade, Ron, e são correntes ELÉTRICAS, não ECLÉTICAS. E não é desse tipo de eletricidade que eu estava falando, necessariamente.”
“E qual é então, srta.Eu-Sei-Tudo-Sobre-Ecleti---opa, Eletricidade?”
“Alguns trouxas dizem que as pessoas têm uma aura de energia ao redor de si.” Explicou Hermione. “E quando duas auras de energia ficam muito fortes por... alguma razão... e elas colidem, acontece o tal ‘choque’ que... que sentimos.”
“Então quer dizer que nossas auras de energia estão muito fortes por alguma razão e acabaram colidindo?” indagou Ron.
“É o que alguns trouxas dizem.” Respondeu Hermione, tomando um gole da sua xícara. Ron riu.
“Esses trouxas... inventam cada coisa!” ele disse, quase se engasgando com o leite. Hermione fez bico.
“Acho perfeitamente possível.”
“Peraí,” fez Ron. “Está me dizendo que acredita nesse troço de aura de energia e tudo o mais?”
“É.” disse Hermione, tomando mais um gole. “Acredito.”
“Bem,” fez Ron, parando de rir. “Cada um é cada um.”
Hermione surpreendeu-se quando Ron não caçoou dela. Ele estava realmente mudado desde o ano anterior. Só esperava que a mudança houvesse sido para melhor. Ela observou Ron tomar seu leite, parecendo um tanto absorto em pensamentos. Ela viu que Ron não vinha dormindo bem também, como ela. Ele parecia extremamente cansado. E ela sabia que ele sentia-se do mesmo jeito que ela em relação à tudo. Sabia que as coisas que os mantinham acordados à noite eram as mesmas. Harry, Horcruxes,Voldemort, Dumbledore, a Ordem, a guerra... sobre ELES....
Eles. Era tão estranho pensar NELES daquele jeito. Mas ela, de alguma forma, já estava acostumada. Vinha pensando neles daquele jeito faziam anos, agora. E sabia que ele também pensava. Sabia que ele sabia que ela pensava. O que tornava as coisas ainda piores. Porque ambos sabiam e não diziam nada. Diziam com o olhar, sim. Mas precisavam conversar. Precisavam esclarecer. Havia tanta coisa para dizer... para escutar... E não adiantava mais ignorar, fingir que não estava acontecendo nada, porque estava ficando tão forte que era impossível não deixar transparecer. Estava ficando impossível adiar a conversa. Já haviam tentado uma vez. Mas a ocasião não fora nada propícia.
Funeral de Dumbledore. Precisavam de conforto. Entretanto, aquele abraço fora mais do que conforto. Fora uma espécie de desculpas por tudo o que havia acontecido entre eles naquele ano. Separaram-se. Olhares intensos. Ron dissera “Hermione...” num tom que a fizera saber o que ele queria dizer.Ela soubera que ele iria dizer alguma coisa sobre eles. Tinha certeza. Hermione lembrava-se exatamente do que havia dito. “Não agora, Ron. Não aqui. Não agora.”
Ron a encarara profundamente e concordara. “Certo. Não agora.”
Fora aí que ela tivera certeza de tudo. Ele sabia. Ele entendera.
Pensando nisso agora, ali, na cozinha do Largo Grimmauld, com Ron sentado bem à sua frente, a fez corar. Ele percebeu.
“Hermione? Está tudo ok?” perguntou ele.
“S-Sim.” Falou Hermione, olhando para baixo. “Eu estava apenas me perguntando se... se já é hora de conversar.”
“Sobre...?” fez ele, franzindo a testa, ligeiramente confuso. Hermione ergueu os olhos e o encarou. Profundamente. Ela respirou fundo. Ron desfranziu a testa e abriu a boca. As orelhas dele avermelharam-se. Ele entendeu, pensou ela, nervosa. “Ah.” Fez Ron. “Você está...”
“Pronta?” completou ela. “Eu já estou pronta há anos, Ron.” Ron piscou. Hermione mordeu o lábio. Ela perguntou-se se não estava indo longe demais.
Ron engoliu em seco. Ela realmente estava dizendo aquilo. Ele nem podia acreditar. Ele não sabia o que dizer, realmente. Quantas vezes ensaiara aquele momento, em seus pensamentos? Quantas vezes imaginara esta hora de quantas maneiras diferentes? E agora, ali estava ele, na cozinha da sede da Ordem da Fênix, de madrugada, na frente dela, sem saber o que dizer.
“Ah.” Fez ele, novamente. “Eu... eu também.”
“Ah.” Fez ela.
Silêncio.
Ron olhou para ela. Hermione estava segurando sua xícara com uma mão, olhando para seus joelhos, mordendo os lábios. Chegara a hora de conversar. Havia tanto para falar...
“Eu...” começou Ron. “Eu... Deus, Hermione, eu... eu nem sei por onde começar.” Hermione ergueu os olhos para ele.
“Nem eu.” Respondeu ela, baixinho. Aquilo estava deixando-a agoniada. Frases soltas pipocavam em sua cabeça, mas tão rápido que ela nem sabia qual escolher. Mas uma pergunta que a atormentava há meses saiu da sua boca, antes que pudesse considerar ou contê-la.
“Ron, se... se você... eu...” Ela tomou fôlego. “Por que você ficou com Lilá?”
Ron pareceu pego de surpresa. Ele pensou por um momento.
“Orgulho ferido,” disse ele, simplesmente, largando sua xícara, agora vazia, na mesa. Agora quem fora pega de surpresa foi Hermione.
“Mas... o que...?” fez ela.
“Gina não lhe mencionou que discutimos algumas noites antes de... bem, você sabe...?”
“Sim, lembro dela ter mencionado alguma coisa, mas ela não disse o porque...” respondeu Hermione. Ron suspirou.
“Ela me disse algumas coisas...” Ele parecia estar escolhendo as palavras. “.. bem feias, na verdade. Eu fiquei furioso. Fiquei bravo com ela por dias.”
“Mas... o que isso tem a ver com... Lilá?” Hermione pronunciou o último nome como se lhe causasse nojo. “O que ela disse a você?”
“Disse que... bem... coisas horríveis, realmente. Eu a peguei beijando Dino, e disse pra ela não ficar de agarramento com qualquer um pelos corredores. Ela se irritou e disse... que... bem, que eu não tinha experiência alguma, e... e por isso eu ficava agindo como se fosse nojento, e... e coisas do tipo.” Hermione pulou para trás um pouco. “E... e ela me disse que... Harry tinha beijado Cho, que você tinha... beijado Krum, e...que eu... nunca havia... bem.” Ele ficou com as orelhas vermelhas. “Então fiquei furioso por dias. E... quando voltei da partida de quadribol, tínhamos... tínhamos brigado, lembra...? Eu estava nervoso, e me lembrei de tudo que Gina tinha dito, e então Lilá veio pulando e... bem.” Hermione sacudiu a cabeça para tirar aquela imagem de lá. “Hermione,” começou Ron, agora a encarando. “Essa foi a coisa mais idiota que eu já fiz. Eu... sei que magoei você. Continuei com Lilá mesmo não gostando dela... mesmo... mesmo gostando de outra.” À essa altura, as bochechas de Ron estavam piscando de tão vermelhas. Hermione sentiu as suas próprias ficarem quentes, enquanto ouvia Ron dizer aquelas palavras. “Me desculpe, Hermione. Me desculpe por ter magoado você. Eu nunca devia ter... desculpe.”
Hermione tentou fazer seu coração parar de bater enlouquecido, enquanto pensava no que dizer.
“Está tudo bem.” Ela falou, para a própria surpresa e a de Ron.
“Não, não está, eu não devia ter---”
“Eu magoei você também, quando... Vítor... você sabe.” Ron piscou. “De qualquer maneira, está... está esquecido. Para mim, basta saber que... que você nunca gostou dela.”
“E para mim basta saber que você nunca gostou do maldi---do Krum.” Disse Ron. Para Hermione, soou mais como uma pergunta do que como uma afirmação.
“Nunca gostei mesmo.” Disse ela, como se querendo dar uma explicação. “Eu sempre gostei de...” Ela sentiu um calor subir à face como uma fogueira. “Bem...”
Ron corou também. Ele falou “Hermione...” Ron levantou-se e deu a volta na mesa. Ele pegou a mão dela e a fez se levantar. Hermione surpreendeu-se que conseguiu, porque suas pernas estavam trêmulas. “Olha... já fizemos muitas burradas.” Disse Ron, rouco. Ele pigarreou e continuou. “Eu acho que... está na hora da gente parar com isso. Se... se você quiser... se você quiser que sejamos só amigos, eu... eu vou entender.” Hermione inclinou a cabeça um pouco para o lado, descontraindo os ombros, sentindo seus olhos umedecerem. “Mas.. eu não sei você, mas eu... eu tenho sentido que... que isso simplesmente não... não é mais o bastante, Hermione. Tem... tem um vazio aqui dentro,” Ele bateu de leve no peito. “Um vazio que só pode ser preenchido por você.” Hermione sentiu o coração dar um pulo e sentiu os olhos ficarem ainda mais úmidos. Ela sorriu de leve. Ron ainda estava segurando suas mãos. “Eu sei que não sou lá muito bom com essas coisas, mas---”
“Você é melhor do que imagina.” Falou Hermione. Ron sorriu para ela também. Ele a puxou para perto, envolvendo-a com seus braços. Hermione escondeu a cabeça no peito dele. Por algum motivo, ela chorou. Não sabia se era de alívio, de angústia, ou do que era. Mas ela chorou. Quando percebeu, Ron afastou-a e examinou-a.
“Ei...” fez ele, erguendo uma mão que pousou carinhosamente no rosto dela. “Está tudo bem?”
“Apesar de tudo que está acontecendo no mundo bruxo, está tudo bem demais,” disse ela, uma lágrima escorrendo pela bochecha. Ron secou-a com o polegar.
“Então por que está chorando...?”
“Por isso mesmo” disse ela, aconchegando-se nele mais uma vez. Ficaram assim por alguns momentos. Ron apertou-a contra si. Ele teve vontade de gritar bem alto que a amava. Só não o fez porque provavelmente acordaria todos na casa, inclusive o quadro da sra.Black, o que não seria nada agradável. Ron apertou seus olhos, sentindo pela primeira vez em semanas uma felicidade intensa invadir seu peito. Ela estava ali, bem aconchegada em seus braços. Ele sentia os braços dela em volta de seu pescoço. Estavam sozinhos. E ele sabia que se a beijasse, ela não iria recuar. Ele sabia que ela o beijaria de volta. Mas ele não queria simplesmente beijá-la. Ele queria dizer uma coisa antes. Mas ele descobriu que a voz o deixara. Ron engoliu. Vamos, pensou ele. São só três palavras. Você consegue, Weasley.
“Hermione...” começou Ron, completamente rouco.
“Hum?” fez ela, ainda com a face escondida no peito dele. O ruivo pigarreou um pouco.
“Hermione, eu... eu amo você.” Hermione prendeu a respiração, com o coração prestes a explodir de alegria. Ele dissera. “Eu sei que eu já disse isso antes,” Ele sentiu-a sorrir contra seu peito. Sorriu também. “Mas talvez eu não tenha sido muito claro. Eu amo você, Hermione. De verdade. Como amiga e como mulher. Eu amo você.”
“Eu amo você também,” Ron ouviu-a dizer. Ele esqueceu-se de estar respirando. Achou que seu coração tinha parado. O ruivo sentiu a mão de Hermione subir de seu pescoço para seus cabelos. Ela acariciou-os carinhosamente. Ron sentiu arrepios.Ela ainda estava abraçada nele. Ron afastou sua cabeça para trás um pouco e encostou sua testa na dela, levantando a cabeça de Hermione com a sua. Ele tocou o nariz dela com o seu, num gesto carinhoso; suas bocas estavam a menos de dois centímetros. Ela podia sentir a respiração do ruivo. Seu coração estava prestes a pular pra fora. Ron abriu sua boca roçou-a na dela delicadamente. Hermione fechou os olhos, sentindo os lábios de Ron finalmente capturarem os seus em um doce beijo. Uma mão de Ron moveu-se para a cintura de Hermione puxando-a mais para perto, enquanto a outra segurava o pescoço da garota. As dela seguraram o rosto dele firmemente. As cabeças deles moviam-se em harmonia perfeita, como se tivessem combinado os movimentos. Era magia pura. Ron sentia a boca dela na sua e esqueceu-se do mundo e dos problemas que os rodeavam por um momento. Ela também.
Separaram-se lentamente. Ron observou-a. Ela ainda estava de olhos fechados. Hermione mordeu os lábios. Ela abriu os olhos e encarou os olhos azulados de Ron, tão perto dos seus. E sorriu.
“Ron, depois de todos esses anos... depois de tudo que eu já fiz e disse, como, me responda, como você pode sequer pensar que eu só quero ser sua amiga e nada mais?” Ela tentou soar brava, mas estava sorrindo. O coração de Ron deu saltos olímpicos.
“Bem...” disse ele. “Só estava checando.”
E puxando-a para si mais uma vez, Ron beijou-a novamente.

With a little faith
Just a little trust
If you believe in love
Love can move mountains
Believe in your heart
And feel, feel it in your soul
And love baby love can love can move mountains
There ain't a dream that don't have a chance
To come true now
It just takes a little faith baby
Anything that we want to do
We can do now
There ain't nothing in our way baby
Nothing our love couldn't rise above
We can get through the night
We can get to the light
Long as we got our love to light the way

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.