sonhos e viagens no tempo

sonhos e viagens no tempo



A lua já se via lá fora, as lâmpadas estavam acesas na rua e os mosquitos zuniam à volta dela sem parar, tudo estava envolvido num silêncio mórbido e aterrador.

Num bairro trouxa, uma rapariga que iria para o seu quinto ano na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, revirava-se na cama, suando frio, os cabelos ruivos colados à cara.

Em meio a gemidos de dor, gritavas coisas desconexas, a dor era insuportável…só queria sair dali. Tentou lutar, virou-se mais uma vez na cama, não conseguia, estava presa naquele lugar.

Tapou os ouvidos com força e olhou para trás.
-crucio – e o homem caiu no chão, contorcendo-se junto com ela que gritava como se o seu próprio corpo estivesse a ser agredido.

A dor era tanta, ela pensou que não ia aguentar, só queria que acabasse. Sabia que o seu corpo não estava realmente a ser exposto aquele feitiço, mas doía como se estivesse.

Abriu os olhos febrilmente ao ver uma enorme luz. “Estou no céu” pensou, ao ver uma mulher de longos cabelos negros e olhos verdes vivos avançar até ela. Esticou a mão, queria tocar-lhe. “És um anjo” disse e sorriu-lhe, ao mesmo tempo que outro pensamento lhe vinha à cabeça “ A dor passou” ela sorriu e então ouviu a doce voz dela “descansa, vai passar” e passando-lhe a mão na testa desapareceu deixando-a dormir.

De manhã, ao descer para tomar café todo o corpo lhe doía, mesmo que numa quantidade menor. Na cozinha, Erica sua mãe fazia o pequeno-almoço enquanto cantava uma música qualquer que provavelmente tinha passado na rádio. Esta, sorriu-lhe ao entrar.

-Bom dia filha

- Bom dia, o pai?

-Aqui – disse Arthur Evans ao entrar na cozinha excessivamente limpa, muito sorridente, com os seus cabelos loiros muitíssimo bem penteados – bom dia.

Lillian sorriu-lhe enquanto observava a irmã mais velha sentar-se à mesa, olhando-a com um sorriso cínico que não era notado pelos pais.

Uma coruja cinzenta pousou na janela e Lily foi até ela, pagando-lhe e recebendo o Profeta Diário. Abriu-o com os olhos castanhos da irmã presos nela e soltou-o logo a seguir, meio chocada.

-Está tudo bem querida?-perguntou Erica

-Está sim, será que eu poderia ir para o meu quarto? Estou com dores de cabeça.

-claro filha-disse o pai preocupado

Quando saiu da mesa correu para o seu quarto e fechou a porta. Sentou-se na cama, “O que é isto?”, olhou outra vez para o jornal para tentar acreditar. Sim, ele estava lá, como um fantasma, os olhos castanhos arregalados, era a mesma pessoa que tinha visto ser torturada na noite anterior. “Morto” disse e balançou a cabeça não querendo acreditar.

****

Ele andava de um lado para o outro no quarto. “Meia-noite e cinquenta”Ainda era cedo, ia ter que esperar. Sentou-se na cama e tirou os cabelos negros dos olhos. Meia-noite e cinquenta e um. “Droga de relógio”.

Levantou-se, estava farto de esperar. Abriu a porta e pé ante pé dirigiu-se até ao quarto que estava duas portas depois do seu. Entrou no quarto e sorriu. Ela havia adormecido. “Tão linda, como me posso ter apaixonado por ela?” Acariciou-lhe a face branca e macia e viu-a mexer-se desconfortavelmente no seu sono. Tocou-lhe o cabelo negro encaracolado e pegou-lhe na mão tentando confortar-lhe o sono, mas ela mexeu-se mais uma vez. Logo, aproximou-se do seu ouvido dirigindo-lhe palavras de conforto e ela suspirou. Sentou-se no chão e ficou ali a velar pelo sono dela.

Tinham passado quatro minutos quando ela voltou a remexer-se. Aproximou-se dela e ela virou-se de repente deixando a mão cair e tocar na dele.

Abriu os olhos e já não estava no quarto da prima. O vento passava por ele veloz. Primeiro, parecia que estava a passar num túnel, estava tudo escuro e a velocidade que passava por ele era enorme, depois tudo parou e ele viu-se numa sala, a sala de sua casa. Os seus pais e tios estavam lá sentados, a falarem sobre alguma coisa. Olhou para o lado e ela estava lá. Com a mesma camisa de noite vermelha viva com que dormia, com os cabelos negros soltos e os lábios vermelhos.

-Bella?

-xhhhhh não faças barulho – e puxou-o para o princípio das escadas “as escadas da minha casa”

-mas…

-depois explico – e passaram a ouvir a conversa dos pais

-Úrsula, não sei se isso é bem assim – discordou seu pai

- Estou-te a dizer, ele é poderoso

-Mas quem nos garante que ele não nos quer usar para apenas atingir o seu objectivo? – Perguntou Victor, seu tio, enquanto fumava um charuto

- Talvez tenhas razão, mas mais vale aliarmo-nos a eles de uma vez, afinal ele pensa da mesma forma que nós não é? – Indagou Eliza, a sua tia e a mãe de Belatrix

- Eu concordo com Eliza e além do mais nós sabemos que ele vai acabar por sair vencedor, se estivéssemos ao lado dele tenho a certeza que sairíamos recompensados
-Não acho boa ideia Úrsula, pelo menos não por agora, vamos esperar um pouco. Estás de acordo Victor?

-Sim o Ivo tem razão, vamos com calma, para já estamos seguros.

-Sim mas…

A partir daí não pode ouvir mais pois o seu olhar caiu sobre uma rapariga de cabelos negros que ouvia a conversa escondida atrás da porta da cozinha

-Bela?

“Mas ela estava ao meu lado, como é possível?”

-Vamos Sírius, eu explico-te tudo depois

Então ela tocou-lhe e ele viu-se outra vez como se tivesse a passar por um túnel onde não havia luz e onde o vento passava com muita rapidez despenteando-lhe os cabelos. Abriu os olhos e estava outra vez no quarto da prima.

-O que foi aquilo?

Ela estava calada, já esperava pela pergunta.

-Sirius senta-te aqui- disse apontando para a cama – tu não podes contar a ninguém percebes?

Ele abanou a cabeça concordando.

- De há uns tempos para cá sempre que me lembro de alguma coisa eu volto atrás no tempo. Primeiro tudo começou com os sonhos, quando sonhava alguma coisa eu voltava atrás no tempo. Depois, eu passei a controlar esse “dom” e agora sempre que quero eu volto atrás, basta concentrar-me. - Fez uma pausa

-Às vezes quando sonho continuo a faze-lo inconscientemente.

Sirius olhou-a, como aquilo podia ser possível?

-E aquela rapariga igual a ti…

-Era eu, ontem, quando ouvi a conversa deles

-E como é que eu também…

-Não sei Sirius, nunca tinha levado ninguém comigo.

Ele escorregou da cama para o chão tentando absorver toda a informação. Era tudo rápido de mais, ele tinha ido ao quarto para ficar um bocado com a namorada e de repente vê-se numa viagem ao passado.

-Porque não me contaste antes? – disse a raiva a começar a aparecer

Ela suspirou

-Talvez porque eu tive medo Sirius, medo que me rejeitasses – a voz mostrava-se fria para qualquer pessoa menos para Sirius que sabia que ela estava a começar a tremer não de raiva mas de medo da reacção dele.

-Achaste mesmo que eu ia fazer isso?

-Não sei Sirius, diz-me tu!

-Claro que não Bela, tu sabes que eu não era capaz

Voltou-se para trás olhando-a nos olhos negros, acariciou-lhe a face e ela deixou de tremer. A boca antes com um sorriso frio, estava agora com um sorriso carinhoso e os olhos sempre opacos e vazios davam lugar a um brilho intenso. Acontecia sempre o mesmo, sempre que se encontravam deixavam as diferenças de lado, o disfarce que com tanto cuidado eles tinham preparado para os pais não saberem da relação dos dois caía. Era naquelas alturas que os dois viviam um conto de fadas, mesmo que por alguns minutos.

Aproximou-se dela e colocou a mão na sua cintura, fazendo com que o seu corpo ficasse mais próximo do dele, fazendo com que ele se deliciasse com o perfume a rosas que dela emanava e pudesse assim mexer no cabelo preto e encaracolado que ele tanto amava.

Limitou-se a olha-la, admira-la durante um tempo. Tentando perceber porque se tinha apaixonado por alguém como ela, fria e maliciosa.

-Vais ficar o tempo todo a observar-me? Quer dizer…eu sei que sou linda, mas…eu tinha outras coisas em mente – disser sorrindo maliciosamente

Ele riu-se.

-Hum…tinhas é? – O sorriso alargando-se enquanto a via pôr um dedo sobre o peito dele desabotoando-lhe a camisa preta do pijama.

-Tinha mas…. – E começou a descer a mão até às calças dele – se não quiseres não faz mal – Disse virando-lhe as costas e deitando-se na cama.

Ele fechou a cara frustrado e deitou-se na cama por cima dela.

-Bela isso não é justo!!!

-E porque não?

-Hum…não sei…mas não é. – Disse e num movimento rápido segurou-lhe o pescoço, pôs a sua mão na cintura dela e juntou os seus lábios aos dela num beijo apaixonado.

****

Lillian estava nos seu quarto deitada na cama a pensar, a tentar acreditar que aquilo era verdade.

Aborrecida por não encontrar respostas, virou-se na cama e começou a pensar na briga que tivera com a irmã.

“ Ela tinha acabado de ir para o seu quarto, quando Petúnia entra disparada atrás dela. As duas irmãs à muito que brigavam. Desde que Lily tinha entrado em Hogwarts, tinha-se formado uma certa rivalidade entre elas, talvez inveja por parte de Petúnia, mas Lily não sabia. A única coisa que sabia é que a irmã não a suportava, era algo para alem do explicável, a irmã não queria andar com ela na rua, não a apresentava às amigas, andava sempre a esconder as cartas dos amigos, parecia ter nojo de Lillian.

- O que queres aqui?

A rapariga de cabelos louros sorriu.

-Apenas saber o que a minha irmãzinha tem – ela andava pelo quarto enquanto olhava para a outra.

-Eu não tenho nada, não sei do que estás a falar, agora podes sair?

Petúnia passava pela cama, a irmã de costas para ela, quando num movimento rápido segura-a pelos cabelos ruivos.

-tu podes enganar o pai e a mãe, mas a mim não…eu sei que tu és uma anormal e mesmo que os outros não vejam eu vejo… - enquanto falava segurava com força os cabelos da irmã mais nova fazendo-a gemer de dor - tu és a ovelha negra da família, tu enojas-me, eu tenho vergonha da sair contigo à rua….se tivesses vergonha na cara saias de casa para não envergonhares os nossos pais – e com isso largou-a e saiu do quarto”

Olhou para o teto. Por mais que lhe apetecesse chorar não o faria, à muito que já não se importava com o que a irmã lhe dizia, simplesmente passava-lhe ao lado….ou era suposto passar.

Levantou-se ao ouvir o caderno vibrar. Foi até à secretária e tirou de lá o pequeno caderno que tinha feito com o seu melhor amigo, um caderno que lhe permitia vê-lo, ou escrever se não lhe apetecesse falar. No seu pulso, a pulseira com pequenas borboletas que ele lhe havia dado, brilhava: ele queria falar com ela.


Voldemort começa a sua luta contra a purificação do sangue bruxo.Em meio a alguns romances dois rapazes e duas raparigas começam a reparar em csas estranhas nles propios e mais tarde descobrem que são os guardioes a mto eskecidos.

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