Parte III
N/A: Demorei um pouco, mas aqui está mais uma parte da fic. XD. E para todos aqueles que estão desesperados em saber se o Harry está ou não vivo, suas dúvidas estarão respondidas nele. / risos /
Bem, vamos aos agradecimentos:
Lùh Evans Potter - Fico feliz que tenha gostado. XD.
paty - A fic ainda não acabou não; ainda temos mais algumas partes... XD.
JuLiAnA_PoTTeR_@ - Huahahahahaha. Sim, eu sei que você adora uma conspiração. E que bom que você gostou dessa fic também. XD. Huahahahaha. / ruborizada / Eu sou versátil mesmo... hehehehehehe. E, se alguém me perguntasse qual gênero eu gosto mais de escrever, eu não saberia dizer. Cada um tem seu quê de importância para mim. (^.^)
Marina Granger - Não, não acabou. / risos / Será tudo revelado agora... hehehehehe. Que bom que gostou! (^.^) Leu de novo e chorou? Y.Y. Ah, não chora mais não... a esperança é a última que morre. Quem sabe ele não esteja vivo? XD. / eu nem falo de ler de novo alguma cena que me tocou, porque eu tenho mania de fazer isso... XD. /
Gina D. Potter - Bom, se o Harry morreu ou não, você vai descobrir nesse capítulo. Eu demorei um pouquinho, mas... bem, desculpe. Chorou? Y.Y. É, eu sou muy má. / pausa para risada maléfica / Bom, mas onde há vida, há esperança! Quem sabe não seja só de lágrimas a fic? E, sim, eu acho, sinceramente, que tenho algumas tendências sádicas. Fico feliz que tenha gostado da fic. XD
Laurex - Bem... eu podia continuar com a vida da Gina e dos outros pós-morte de Harry, não? Ou, quem sabe, um contato do espírito Harry com a Gina? / risos / Há muitas possibilidade... Que bom que você gostou! XD
Kelly Potter - Quase enlouqueceu quando viu o final? O.O. Er, bem, eu deixei bem no ar mesmo... / sorri inocente / Mas, quem sabe o Harry pode aparecer vivo nesse capítulo...? / risos /
Lis Noir - Não é fã de H/G, mas achou a fic sensacional? Nossa! Fico muito feliz por isso. / sorri largamente / Melhor H/G que você já leu? / corada / Que bom que ache isso. (^.^) Tem mais capítulos sim... Agora, se o Harry morre... só lendo para saber.
Angélica Paulo da Silva - Quase surtou quando entrou aqui e viu que havia continuação? XD. É... eu demorei um pouco porque estava planejando a continuidade dela, então... XD. Huahahaha. Bom, há essa possibilidade. Mas, quem sabe eu não quis fazer como seria a vida da Ginny sem o Harry? E se ela estivesse esperando um filho dele? / risos / Eu sou ótima com as palavras? Nossa, nem sei o que dizer... obrigada! / bom, eu disse algo... rsrsrsrsrsrsrs / Fico feliz que ache a fic realmente BOA. XD
Carol Ferradaz - Fico feliz que tenha gostado da fic. E aqui temos mais um capítulo. XD.
Nini Potter - Você me é familiar... / risos / Ah, você está pedindo para deixar o Harry vivo? / sorri misteriosamente / Bem, não sei... / risos / só lendo para saber. Hehehehe. Mas, sim, H/G é um amor perfeito. / olhos extremamente brilhantes * Amooooooo demais!
Lize Lupin - Que bom que gostou! Espero que goste desse capítulo também.
Pontas_Potter - Não matar o Harry? Huahahahahaha. Bem, talvez eu não mate. XD.
LeTx Black - Fico feliz que tenha gostado da fic. XD. Espero que goste desse capítulo. XD. Quando puder eu dou uma lida, ok? XD.
Etiene Moreira - / Lisa assobiando e olhando para os lados / Não sei... talvez eu faça. / risos / Você chorou quando o Harry foi embora também? Y.Y. Bom, mas ele tinha que ir...Y.Y. Desculpe a demora... / se esconde /
dayse~* - Quando puder, lerei.
Juliana Cequinel Carrizo - Não matar o Harry? Bem, não sei... / risos / Que bom que gostou!
Beijos a todos aqueles que estão lendo e/ou comentando a fic. Fiquem então com mais uma parte de "Oceano". XD
Parte III
Gina levantou o olhar do seu prato, mirando o céu escuro através da janela com um ar ligeiramente distante. O garfo em sua mão revirava a comida distraidamente, refeição esta que sequer fora tocada por ela durante todo o momento em que permanecera ali, em silêncio.
Podia entreouvir os fogos que ainda queimavam há algumas quadras dali; fora até mesmo convidada para muitas daquelas festas, mas, assim como as duas pessoas que lhe acompanhavam na refeição, seu estado espiritual não estava para isso. Só que, diferente do irmão e da cunhada, ela não conseguia esconder como realmente queria as várias emoções que estava sentindo e que, naquele exato momento, lhe embrulhavam ligeiramente o estômago.
Ela tornou a virar o rosto para o prato e fechou os olhos de leve. Sentia as pálpebras pesadas e sua cabeça latejava, ao mesmo tempo em que chegava a ter a impressão de que havia chumbo no peito ao invés de um coração. Passou a língua pelos lábios meio ressecados e, num gesto que contrariava as regras de etiqueta, afastou o seu prato de comida para longe com um longo suspiro.
O breve ruído que essa ação proporcionara, quebrando assim o silêncio que havia se instalado entre os presentes, fez com que Rony e Hermione voltassem o olhar para a Gina. Ela os encarou firmemente.
-O que foi, Gi? Não está com fome? – Rony comentou, baixinho, como se fosse uma grande ofensa para ele quebrar novamente aquele silêncio solene.
A ruiva chegou a cogitar a idéia de dizer que aquilo era óbvio, já que se ela estivesse com fome, estaria devorando o jantar, mas, aparentemente, nem vontade de implicar com os comentários meio óbvios do irmão ela tinha mais. Em resposta, suspirou, lançando um olhar especial para o seu prato, recaindo também para os do casal. Ao vê-los ainda cheios, ela chegou à conclusão que eles também passaram a maior parte do tempo brincando com o jantar.
-Vocês também não estão com fome, não é mesmo? – ela questionou com incerteza, mais para não continuar mais em silêncio do que por pura curiosidade. Aquele silêncio a estava matando por dentro. Aquilo a fazia pensar em coisas que não gostaria de estar pensando no momento. Queria uma conversa cordial para distraí-la; mesmo que, lá no fundo, soubesse que isso não seria possível.
-Não muito. – foi Hermione quem se pronunciara, com um sorriso que pareceu meio forçado a Gina. Talvez ela também estivesse pensando a mesma coisa que a ruiva, mas com uma intensidade diferenciada. Que ele esteja a salvo; que ele volte para nós... para mim.
-Eu estou preocupado. – Rony se pronunciou, tão logo Hermione silenciara. – Já não deveríamos ter tido notícias dele? – ele suspirou. – Ou, então, ele já devia ter aparecido...
Gina nada disse, apenas desviou o olhar do irmão, tornando a fitar o céu com uma tênue atenção. Ela reparara que não havia nenhuma estrela visível no céu. Mordeu o lábio inferior. Veria novamente os olhos verdes de Harry brilhando para si? Veria aquele sorriso doce e sincero que ele mantinha no rosto, quando pensava que não era observado por ela? Ela não gostava de pensar que não. Ela não queria pensar que não. Inevitavelmente tornou a suspirar. E, inevitavelmente também, teve raiva de si mesma devido a tantos suspiros.
-O Harry pode estar longe, Rony. – Hermione comentou de forma inexpressiva. O outro esboçou um ar carrancudo.
-Hermione, para que nós aprendemos a aparatar? – ele resmungou e, por breves instantes, silenciou antes de prosseguir. – O Harry já devia ter aparecido. – repetiu e pôde-se notar certo quê de aflição em sua voz. – Ele disse que voltaria, não disse? – comentou, meio incerto, como quem se apega àquelas palavras. – Ele tem que voltar.
Ninguém resolveu se pronunciar sobre o comentário do ruivo e, tão pouco, tiveram a devida disposição para contrariá-lo. Aquela promessa era algo a que todos ali ainda se apegavam e, por mais que fosse sensato pensar o pior, eles ainda se mantinham irredutíveis.
-Será que ele... – Rony começou, agora aparentemente disposto a impedir que tudo ficasse em uma quietude angustiante, mas ele não chegou a ter a devida coragem para terminar a frase.
-Não pense besteiras. – Gina se pronunciou segundos depois, mas para os presentes, aquela resposta soou como imediata, como se ela tivesse se pronunciado antes mesmo de Rony terminar a falar. – O Harry não morreu. – completou num tom amargo. – Ele não... – ela se calou ao notar um leve embargo em sua voz. Lembrou-se das palavras dele: Gina, você sabe que isso não é uma brincadeira. Eu posso morrer. Sentiu os olhos marejarem e usou de todo o seu auto-controle para não cair em prantos. – Mas que droga, Harry, eu sei que isso não é nenhuma brincadeira, mas você não pode fazer isso comigo, você não pode morrer. – ela murmurou para si, baixinho, apoiando os cotovelos em cima da mesa num gesto brusco e enterrando os dedos delicados nos rubros cabelos, observando fixamente a mesa. Ela deixou escapar um breve soluço dos lábios e notou sua lágrima cair e escurecer a toalha branca que estava em cima do móvel.
-Ginny, não fica assim... vai ficar tudo bem. – ela ouviu a voz de Rony soar com certo quê de preocupação e consolo. Sentiu a raiva invadi-la por dentro; emanando de todos os seus poros; consumindo-a por dentro. Harry podia ser amigo dele, quase como um irmão para o ruivo, mas Gina sabia que Rony Weasley jamais saberia o que ela estava a sentir naquele momento, então quem era ele para vir com palavras de conforto? Ele não sabia de nada.
-Não, Rony, não vai ficar nada bem. – ela murmurou, amarga. – Não vai ficar nada bem enquanto eu não souber se o Harry esta vivo ou... – mais um suspiro. – ou se ele... se ele morreu... – a voz de Gina morreu aos poucos e ela silenciou, meio arfante.
Rony e Hermione respiraram fundo em resposta e voltaram a atenção para os seus pratos, apesar de não estarem nem um pouco interessados em terminarem a refeição. A falta de palavras para perdurar uma conversa tornou a abatê-los, deixando-os imersos em suas próprias ansiedades e agonias.
-Acho... – Gina retomou a palavra depois do que lhe pareceu ser horas. – Eu acho melhor eu voltar para casa. – completou, num murmúrio, arrastando calmamente a cadeira em que estava e se levantando de modo cansado.
-Eu acho melhor você dormir conosco hoje, Gina. – Rony avaliou num tom terno. – Sabe, eu não acho que seria bom você ficar naquela casa, sozinha.
Gina sorriu brevemente e meneou a cabeça devido ao comentário do irmão.
-Eu sei me cuidar, Ron. – ela murmurou docemente. – Prometo que não vou fazer nenhuma besteira.
-Eu não pensei nisso. – ele falou num tom ofendido, encarando a irmã firmemente. – Só que, Gina, eu me sentiria melhor se você dormisse aqui em casa hoje. – o ruivo insistiu, com as orelhas ligeiramente vermelhas.
-Mas eu não quero, Rony. – ela respirou fundo. – Eu... eu preciso ficar sozinha por agora. – ela deu as costas para o irmão e a amiga, mas uma nova declaração de Rony, fê-la voltar-se para os dois novamente.
-Ficar sozinha? Mais do que você vive a estar, Ginevra? – o olhar que o ruivo lhe lançou era duro e pouco lhe importou o fato da namorada ter segurado fortemente o seu braço, num gesto mudo de repreensão. – Você está estranha, Gi. Eu... eu não reconheço mais você.
A ruiva não respondeu no primeiro momento, apenas colocou a cadeira no lugar num gesto gracioso, evitando encarar o irmão por alguns instantes.
-As pessoas mudam, Ronald; eu mudei, você mudou, a Mione mudou... essa é uma das muitas conseqüências de uma guerra. – ela sorriu de modo doce para o irmão mais velho. – Isso não é motivo para você se preocupar e, muito menos, se culpar. Não foi você que se afastou de mim, foi ao contrário, Rony.
-A mamãe está preocupada; nossos irmãos estão preocupados; a Mione está preocupada... – Rony murmurou num tom baixo. – Eu estou preocupado. – ele respirou fundo e encarou a irmã firmemente. – E você sabe que o papai também estaria.
Gina inspirou profundamente para guardar dentro de si o ímpeto de dizer “Papai está morto, e graças aqueles malditos Comensais não sabemos se ele está se importando ou não conosco agora”, foi com muito esforço que se conteve, apesar de ter arfado um pouco. Estava agindo como uma egoísta, desejando utilizar a tudo e a todos como uma válvula de escape para as suas próprias frustrações, pouco importando se fizesse o receptor das suas lamúrias e respostas grossas sofrer ou não. Sentiu os olhos arderem e o corpo tremer como se estivesse a ponto de explodir. Estava cansada, cansada de tudo aquilo; daquela maldita guerra e seus fantasmas; do novo tempo que agora começava junto com as sombras do passado. Estava cansada de esperar por um sinal dele; um sinal que a fizesse crer que tudo poderia ficar bem agora.
-Gina... – Hermione a chamou, baixinho, e a ruiva não precisava prestar muita atenção na amiga para chegar à conclusão de que sua feição estava mais abatida do que antes. Seus olhos ardiam e era como se uma mão invisível apertasse o seu pescoço, deixando-a sem ar.
Num gesto rápido virou-se de costas para o casal, já pronta para sair dali a passos rápidos. Para onde? Ela não sabia; só sabia que desejava um local que a fizesse esquecer...
Mas o seu intuito não foi alcançado, pois, mal dera o primeiro passo, uma mão se fechara sobre o seu braço, puxando-a de volta e a abraçando firmemente. Ao sentir o calor daquele abraço e a forma reconfortante com a qual se encontrava aconchegada naqueles braços, Gina deixou suas forças caírem por terra, permitindo que um longo soluço escapasse pelos seus lábios, seguido de grossas lágrimas que rolavam pelo seu rosto. Notou que o ruivo apertou-a mais contra si e crispou as mãos na camisa dele, enterrando ainda mais a cabeça rente ao pescoço dele.
-Eu não agüento mais, Rony. – ela confessou num fio de voz. – Eu não agüento mais... – repetiu, meio desolada antes de respirar fundo. Queria fugir, queria se esquecer, queria poder dormir profundamente e só ser acordada por ele, sorrindo para ela e dizendo que tudo já estava bem, e se isso não fosse possível, desejava passar a eternidade adormecida a ter que conviver com mais uma perda. A perda dele.
Rony beijou-lhe a têmpora de modo carinhoso e suspirou profundamente, ao mesmo tempo em que ela sentiu as mãos delicadas de Hermione pousar com certo alento em seus ombros. Deixando o ar escapar pela boca, Gina afastou-se de modo gentil do abraço do irmão e virou-se de leve para encarar a amiga.
Podia ver o mesmo ar opaco dos seus nos olhos castanhos e marejados da amiga entrando em perfeita contradição com o sorriso tênue que ela esboçava. A sensação que sentira a seguir fora raiva de si mesma por apenas se importar com o sofrimento dela. Apesar de saber perfeitamente o que veria, desviou o olhar da amiga para o irmão, notando o mesmo sorriso que a morena trazia nos lábios esboçados nos do ruivo. Consolar... era o que eles estavam fazendo, mesmo que por dentro eles também precisassem de consolo.
Arfou um pouco, ao que uma lágrima cair pelos lábios entreabertos e foi soprada para longe. Num ímpeto, abraçou os dois com cada braço e os trouxe para perto de si, num gesto mudo de quem diria que também estava ali para o que precisassem. O gesto foi retribuído pelo casal e os três permaneceram, assim, naquele abraço mútuo por um longo período.
-Você vai dormir aqui hoje, não é, Gi? – Rony quebrou o silêncio num murmúrio, fazendo com que Gina abrisse os olhos e encarasse o irmão firmemente, ainda com a testa recostada a dele e a de Hermione. Um fraco riso escapou dos seus olhos ante a feição constrangida do irmão e ela apenas assentiu em resposta.
-E seja o que for que acontecer, vai ficar tudo bem entre nós. – Hermione falou numa voz rouca. – Isso é uma promessa.
A coruja entoou um pio fraco e sacudiu as asas, produzindo um som oco e tremido. Seus olhos perspicazes miravam com um mudo interesse a mulher com aparência serena que agora acabara de adentrar o recinto carregando uma bacia de prata e alguns panos secos. Ela depositou-os com sutileza encima de um criado-mudo e, ao notar que era observada pela coruja, a morena voltou o olhar para ela e esboçou um fraco sorriso.
-Você deve amar muito o seu dono, não? – ela perguntou, baixinho. – Para procurar por ajuda, assim, com tanta avidez. Você deve dar muito orgulho a ele.
A coruja soltou um novo pio em resposta e a mulher reparou que, por breves instantes, ela adquirira um ar meio pomposo, como se satisfeita consigo própria, antes de desviar o olhar dela e passar a mirar o rapaz encima da cama de forma atenta e, por que não dizer, preocupada. A moça sorriu em resposta.
-Não se preocupe, ele está em boas mãos. – ela confessou num meio sorriso, se sentando ao lado do rapaz, que tremia a intervalos irregulares; suas pálpebras cerradas com força e sua respiração, descompassada. Por todo o seu corpo, pequenos arranhões eram visíveis, provenientes do seu arrastar no chão da floresta. Alguns curativos cobriam-lhe cortes maiores no peito e na perna, e o rosto estava completamente lívido.
A mulher, que atendia por Hagnes, observou a face mórbida do rapaz com extrema atenção, antes de mergulhar um dos panos secos na bacia que estava cheia d’água e espremê-lo sem pressa. Logo depois, ela levou ao rosto do rapaz, que se remexera de leve quando o mesmo passara sobre sua cicatriz escarlate. No rosto da morena fez-se uma feição séria e ela respirou fundo, dessa vez pressionando de leve aquela região. Mesmo que, aparentemente, ele estivesse estado inconsciente, ela notou que ele contorcera o rosto numa expressão de dor e seus lábios deixaram escapar um breve gemido. Lentamente, ela retirou o pano do local e estreitou os olhos de leve, encarando o local de modo significativo. Piscou demoradamente e, segundos depois, um filete de sangue escorreu lentamente da cicatriz. A coruja tornou a sacudir as asas, ansiosa, quando Hagnes tornou a molhar o pano de modo ágil e inspirou profundamente.
-Isso vai doer... – ela advertiu, certa de que o rapaz poderia ouvi-la.
Hagnes limpou de leve o sangue que escorrera da cicatriz e depois pressionou o local mais uma vez. Ele contorceu-se um pouco e, ainda séria, a mulher notou que as mãos dele se fecharam sobre o seu pulso de modo firme; mas seus olhos se arregalaram de espanto quando o rapaz virara o rosto em sua direção e, agora, olhos imensamente verdes encaravam-na de modo determinado e e um tanto quanto encolerizado.
-Você vai... você vai morrer, Volde...mort... – ele murmurou com a voz meio falha e entrecortada por gemidos de dor. – Vai me pagar... por tudo...você... não vai me matar...
A morena tornou a piscar, um tanto quanto atordoada, antes de seus lábios se abrirem num doce sorriso.
-Acabou, você está a salvo agora. – ela murmurou, num ar reconfortante, pressionando ainda mais a cicatriz, fazendo-o soltar um leve grito de dor e arquear um pouco as costas para trás, largando, aos poucos, o pulso dela. Edwiges, por sua vez, soltou um pio alto e contínuo, meio agitada.
-É necessário. – ela explicou, não se sabe dizer se para o animal ou para o seu dono. – Você está consciente, rapaz? Abra os olhos. – completou, ao notar que ele havia fechado novamente, arfando e contorcendo-se de dor.
-Eu não vou... se você morrer... eu não... – ele sussurrou em resposta, com um leve esgar de dor. – Dor... eles ardem... muito... não aguento. – lamuriou de leve, revirando-se na cama. – Não vai adiantar... Não se pode... fazer nada... – ele soltou um suspiro meio entrecortado. – Gina... – murmurou, mantendo os olhos ainda mais cerrados.
Gina... um nome. Provavelmente, seria alguma conhecida dele. Hagnes respirou fundo e piscou de modo demorado quando ele repetiu aquele nome mais uma vez. Lentamente, ela retirara o pano da testa dele, notando que o leve sangramento havia estancado. Ele pareceu soltar um suspiro aliviado e, sorrindo, Hagnes começou a percorrer o corpo dele com uma das mãos em forma de concha, contudo sem tocá-lo, parando em por mais tempo em locais que sentira um pouco mais quente do que o normal. O que mais lhe preocupava era a cabeça, que queimava, já que era perfeitamente normal que os locais em que ela havia feito anteriormente curativos também estivessem meio quentes.
Respirando fundo, ela fechou os olhos e uniu as mãos como quem faz uma muda prece antes de esfregar uma na outra e recitar uma espécie de mantra. Lentamente, ela tornou a abrir os olhos e fitou o rapaz, que continuava a chamar pela tal garota, em meio a frases preocupadas e pedidos de auxílio para seus pais... para que a protegesse, de alguma forma.
-Hey... – ela o chamou, baixinho, seu rosto a poucos centímetros do dele. – Consegue me ouvir? Consegue entender o que eu falo? – ele não disse nada, apenas murmurou algo que pareceu a ela um tanto quanto desconexo. – Eu sei que está, mas não precisa responder se não conseguir; apenas dê-me um sinal. – em resposta, o rapaz bateu de leve na perna dela com as costas das mãos. Hagnes sorriu, satisfeita, antes de separar as mãos e posicioná-las, uma ao lado da outra, a poucos centímetros do rosto dele.
-Você, então, seria capaz de me dizer o seu nome? – ela falou, fechando os olhos lentamente e inspirando fundo.
Ele não respondeu a um primeiro momento, e Hagnes esperou pacientemente, esboçando um ar satisfeito ao notar que ele parara mais de murmurar coisas desconexas e seu corpo pareceu relaxar um pouco.
-Harry... – murmurou, depois de um tempo. – Harry Potter...
Ela sorriu gentilmente.
-Procure não pensar em mais nada, Potter. Você se sentirá bem melhor assim...
N/A: "O quê?Só isso?Depois de tanto tempo?" ,vocês dizem. É, só isso... / Lisa se desvia de pedras e azarações / Essa era a intenção, um capítulo curto. / risos / Mas, pensem pelo lado bom, o Harry está vivo... agonizando um pouco, mas vivo! Por enquanto.../ Lisa sorri abertamente e recebe olhares fuziladores em resposta /. Minha intenção não é focar muito em Harry por agora. / sorriso maléfico / E, confesso que, apesar de ter achado o final da primeira cena com um quê de "mel", eu acho que, a seu modo, retrata bem o momento. A angústia perante a espera de alguém que talvez jamais venha chega a ser agoniante, essa é a minha opinião. XD.
E quanto a Edwiges? Bem, eu acho essa coruja muito mais inteligente do que qualquer outra. E a própria J.K. Rowling dá certo indícios disso. / risos / Bem, eu tive que fazer ela buscando ajuda para o Harry e, ainda por cima, demonstrando sua preocupação para com ele. / o.k., ignore essa amante de bichos... risos / Pode parecer ser loucura, mas tem certa sensatez... o.O / risos / E teremos mais algumas participações dela na fic. XD / essenciais... XD. /
Bom, quanto ao que Hagnes está fazendo com Harry... Não é algo inventado totalmente. Eu tirei a idéia das forma dela agir no chamado Reiki - palavra japonesa que significa "Enervia Vital Universal" - que é uma espécie de técnica de cura através das mãos, que consiste em mais ou menos em harmonizar o corpo para ativar o sistema de auto-cura da pessoa... resumidamente falando. Bem, crianças, não tentem isso em casa. / risos /
Bom, vocês já devem estar cansados de tanto falatório, não é/ aliás, vocês lêem as notas finais? risos / Beijos e até a próxima.
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