Parte I
N/A: Olha, eu aqui novamente? Mais uma fic... hehehehehe. O que fazer? Dessa vez a idéia surgiu numa aula de gramática sobre figuras de linguagem. * um novo surto, portanto, não sei se terá continuação *. Quanto ao nome? Porque foi oceano? Bem, estávamos cantando a música na sala quando a idéia me surgiu, e eu a ouvi o tempo todo enquanto escrevia a fic. * Eu nunca tinha reparado que havia um “som” que lembrava o oceano quando cantamos uma parte dessa música (ou seja, uma aliteração... rsrsrsrsrs). Bem, é melhor deixar para lá. Mas, o que dizer? Eu adoro essa música!!! ^^. *
Sinto que devo avisar... SE VOCÊ NÃO LEU HARRY POTTER AND THE HALF-BLOOD PRINCE E NÃO DESEJA SABER DE ALGUNS SPOILERS, NÃO TENTE, OUSE OU SEQUER PENSE EM LER ESSA FIC! Ela contém muitos fatos cruciais que poderia estragar a surpresa dos mistérios do livro. Bem, não conta tudo... mas eu cito várias coisas.
Outro aviso... Preparem os ventiladores, águas geladas... essa fic é quente. Acho que foi a cena mais sensual que eu já publiquei... rsrsrsrs. Acho que eu não devo considerar a fic uma NC-17, pois não explica tudo detalhadamente, mas... bem, está avisado... rsrsrsrsrsrs.
Mais um aviso * será que essa autora não se cansa de dar avisos?*. Claro, eu tenho que me desiludir... eu tenho que constantemente me lembrar disso... Harry Potter e cia não me pertencem, elas pertencem à maravilhosa escritora J.K. Rowling. Bem, se eu fosse ela, certamente não estaria falando português. *que merda foi essa que eu disse... u.u*. Ta, ta, esqueçam... rsrsrsrsrsrsrs. Eu queria que esse maravilhoso mundo me pertencesse, mas ele não me pertence... me deixem sonhar um pouquinho, ok? Rsrsrsrsrs.
Chega de enrolações e vamos à fic.
Oceano
Assim que o dia amanheceu lá no mar, alto da paixão
Dava pra ver o tempo ruir
Cadê você? Que solidão! Esquecera de mim?
Enfim, de tudo o que há na terra,
Não há nada em lugar nenhum
Que vá crescer sem você chegar
Longe de ti tudo parou
Ninguém sabe o que eu sofri
Amar é um deserto e seus tremores
Vida que vai na sela destas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor
Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim e eu oceano
E esqueço que amar é quase uma dor
Só sei viver se for por você
(Djavan)
A chuva caía incansavelmente nos vidros da janela embaçada da casa, e, sentada à escrivaninha de um quarto extremamente acolhedor, uma ruiva a fitava com um olhar distraído.
Gina depositou a pena que mantivera erguida por todos aqueles minutos e a colocou de volta ao tinteiro com um suspiro, voltando o olhar para o pergaminho à sua frente. Quase um ano, quase um ano havia se passado desde que eles se encontraram da última vez. E, desde então, não tivera notícias dele... nenhuma sequer.
Ela tentara não pensar que ele estava fraco, tentava não pensar que ele poderia estar perdido, tentava não pensar que ele fora capturado por Comensais da Morte, tentara não pensar que ele estivesse desmemoriado. Mas, acima de tudo, tentava não pensar que ele poderia estar ferido... morto.
Enterrou o rosto nas mãos, mas não impediu que as primeiras lágrimas caíssem dos seus olhos. Seria tão mais fácil se ela esquecesse aquele homem, aquele corpo, aqueles carinhos, aquela voz, aqueles beijos, aquele nome... Harry Potter.
“Esperar...” ela pensou. “Será que a minha vida toda eu terei que esperar por ele?”.
Ela não podia negar o fato de que ele estava fazendo isso para protegê-la. Mas ele nunca imaginara o fato de que ela não gostaria de ser protegida? Será que, ao menos uma vez na vida ele poderia parar de pensar nos outros e pensar mais nele... neles?
Era uma atitude egoísta, ela sabia. Muito egoísta. No meio de uma guerra, a palavra “nós” estava extinta para Harry. Ele já perdera os pais, perdera Sirius, perdera... Dumbledore. Ele estava sozinho nessa e ela tinha que se conformar com o fato de que ele preferia vê-la longe de si a se arriscar a perdê-la também.
Hermione e Rony até que, inicialmente, acompanharam Harry em sua jornada na busca pelos Horcruxes restantes. Ela sabia. Hermione contara a ela. Sem o consentimento de Harry, mas contara. O fato é que, depois dos primeiros meses, ele simplesmente sumira e jamais fora encontrado. Algo dentro de Gina dizia que ele ainda estava vivo e ela resolvera acreditar nisso.
“E se não estivesse?” ela pensou automaticamente. Sabia que não devia acreditar no coração dela. Talvez ele já estivesse morto. Ela deveria fazer o que sempre fizera antes deles terem namorado: aproveitar a vida. Mas, agora, ela sabia que seria impossível. Harry era inesquecível. Por mais que tentasse, saberia que não conseguiria. Não depois de ter provado pela primeira vez daqueles lábios.
“Ela não podia conter um sorriso triunfante quando ergueu o pomo seguro em suas mãos. O estádio eclodiu com os gritos Grifinórios e ela sentiu várias pessoas a abraçarem, mas seus olhos só tinham olhar para uma pessoa... Cho Chang.
Não que ela odiasse a garota desde o momento em que ela pisara em Hogwarts, mas ela passara a odiá-la no momento em que ela saiu com ele. Ela tentava não sentir ciúmes, saía então com outros garotos – talvez ele sentisse ciúmes dela, quem sabe? – até manter um relacionamento sério com Dino. Mas volta e meia sua mente era povoada por Harry Potter e era de se comentar – ela realmente morria de ciúmes dele, mesmo que tentasse não aparentar.
A comemoração no estádio foi um pouco rápida – para falar a verdade, ela nem prestara atenção muito nela. Gina olhava para os lados, esperançosa, no enorme desejo que tinha dentro de si em avistar aqueles cabelos arrepiados e olhos extremamente verdes e brilhantes.
Foi com esse mesmo pensamento que ela se dirigiu para a sala comunal. Tinha que vê-lo, tinha que dizer para ele que eles venceram, mesmo sem o seu capitão, eles tinham vencido, ela vencera... por ele. A comemoração continuava, e, enquanto relatava várias vezes como capturara o pomo para Hermione – principalmente a cara de derrotada de Cho – fazendo com que a amiga já estivesse ficando ligeiramente aborrecida, lançava olhares para o buraco do retrato. A qualquer momento...
Então ela o viu. Primeiramente sendo carregado por alguns garotos. Ainda se podia perceber resquícios de surpresa enquanto ele fitava a todos. Quando puseram-no no chão, ela sorriu radiante e correu para jogar-se em seus braços.
Ela ia abrir a boca para falar, mas, antes mesmo que dissesse qualquer coisa, sentiu os lábios dele sobre os dela. Lábios quentes, macios, maravilhosos... tímidos, receosos, mas que denotavam que há tempos ele desejava fazer isso. Ela abraçou-o um pouco mais forte. Sentia-se nas nuvens! Como se tivesse tomado uma boa dose de Felix Felicit, um copo de cerveja amanteigada e diversos feitiços para animar. Talvez estivesse um murmúrio ao seu redor, talvez todos estivessem comentando, mas ela não se importou... sentia que podia sair pulando por aí de felicidade. Ele a tinha beijado. Ele a estava beijando.
Não que tivesse sido um beijo totalmente aprofundado, como ela gostaria que fosse – bem que ela tentou aprofundar um pouquinho mais, mas achava que ele não se sentiria confortável, pelo fato de terem pessoas assistindo – mas foi realmente... quente.
Quando sentia que seu fôlego estava quase extinto, ele se separou dela, descendo suas mãos lentamente pelos seus braços, e enlaçando suas mãos as dela. Quase rindo ela percebeu que ele procurava alguém nervosamente. Ela não precisava pensar muito para chegar a uma conclusão. Harry é amigo do Rony, ele praticamente agarrara a irmã dele na sua frente. Talvez pensasse que o amigo sairia distribuindo murros para cima dele, ou soltasse fogo pelas narinas.
Ele voltou o olhar para ela, no que ela despertou dos seus pensamentos e o fitou ternamente – ficou aliviada por não ter que ralhar com o irmão na frente de todos os presentes –, ele havia assentido. Não que ela não esperasse isso, já que Rony sempre aprovou um namoro entre ela e Harry, mas ele nunca falara nada sobre “beijos pós-vitória de campeonato de Quadribol na frente de toda a sala comunal”. Ele sorriu radiante, no que ela exibiu um fraco sorriso. Ele indicou com a cabeça o lado do buraco do retrato. Ela deu um aperto de leve na mão dele e sorriu em resposta. Ah, há quanto tempo ela esperara por isso...
Caminharam silenciosamente pelos corredores do castelo. Gina o fitou de soslaio e esboçou um sorriso radiante. Harry voltou o olhar para encará-la e sorriu de volta.
-Para onde vamos? – ele indagou num sussurro.
-Você que me chamou e agora não sabe?
Ele corou um pouco.
-Bem, você deve saber desses “lugares” melhor do que eu.
Ela riu fracamente.
-Não lhe vem nenhum em mente?
Ele a encarou com uma feição contrariada.
-Você não está pensando no lugar em que eu te vi “aos agarros” com Dino Thomas, está? – ele indagou, mal contendo sua raiva pelo fato.
-Ah, não se preocupe, eu não pretendia fazer isso. – ela falou num tom falsamente sério. – Senti um pouco de raiva, ou ciúmes, nessa frase?
Ela teve silêncio em resposta. O corredor em que agora estavam se encontrava totalmente deserto. Harry apertou as mãos dela levemente e ela sorriu para ele.
-Tão rápido assim? – ela indagou risonha. – Não era você mesmo que disse que não sabia os “lugares”?
-Ah...
Ela riu baixinho.
-Não foi isso que eu quis dizer, Gina, eu só... bem, eu só iria sugerir para irmos para a Torre de Astronomia. O que acha?
-Tudo bem.
Recomeçaram a caminhar em silêncio. Gina soltou as mãos das dele e o abraçou pela cintura, recostando a cabeça em seu ombro. Harry subiu a mão para segurá-la pelos ombros.
-Estava desejando isso há muito tempo? – ela indagou com um sorriso, erguendo a cabeça para fitá-lo.
-Isso o quê? – disse, a encarando. – A detenção com o Snape, a perda do final do campeonato, não ter assistido você jogar, ou esse passeio que estamos tendo agora?
Ela revirou os olhos.
-O passeio.
-Mais ou menos. Eu não podia simplesmente chamar você para sair, sendo que estava comprometida com Dino, podia?
-Mas brigamos faz um tempo. – ela respondeu rapidamente.
-Tinha outras coisas também.
-Rony? – ela automaticamente revirou os olhos quando ele concordou.
-Entenda Gina, ele é meu amigo. Você É a irmã caçula dele. Eu seria o novo “idiota” que estava saindo com você... achei que nossa amizade poderia ficar abalada por causa disso.
Ela meneou a cabeça e o beijou levemente.
-Rony tem que aprender que não pode mandar na minha vida. – ela disse voltando a recostar-se no peito dele. – ele tem que aprender que eu não sou mais criança e sei muito bem encarar as conseqüências dos meus atos.
-Não tiro a razão de você, Gina.
-Se eu tivesse com outro certamente você teria uma opinião diferente, não?
Ele apenas deu de ombros. Eles se entreolharam e sorriram ao pararem ao pé da escada em espiral que dava para a torre de Astronomia.
-Vamos?
Eles subiram as escadas devagar. Harry agora a enlaçava pela cintura carinhosamente. Alguns minutos depois entraram na sala, alegres. Subiram mais um lance de escadas, passaram por uma ante-câmara e chegaram finalmente ao alto da torre.
-Sempre adorei essa vista. – Gina falou baixinho. Alguns lampejos dourados provenientes luzes ainda acesas do castelo e passando através da suas janelas ainda se encontrava nos terrenos do jardins. As copas das árvores das florestas agora não passavam de grandes vultos e farfalhavam ao longe à medida que o vento soprava lentamente. As luzes da cabana de Hagrid estavam apagadas, sinal de que o gigante já estava dormindo. A lua crescente brilhava intensamente no céu e era refletida nas águas do lago sereno. As montanhas ao longe agora não passavam de vultos escuros e um pouco disformes.
-Fico feliz em ter adivinhado. Você e o Dino já estiveram aqui?
Gina não pode deixar de rir e revirar os olhos.
-Por que tanto interesse para onde eu fui ou deixei de ir com o Dino, Harry? Está com ciúmes?
Ele corou levemente e ela se recostou na balaustrada da torre.
-Mas, se isso te acalma, não. Nunca estive com ele aqui.
Um novo silêncio, uma nova troca de olhares. Gina apenas apoiou as mãos no parapeito e sorriu.
Harry e aproximou dela lentamente e a enlaçou pela cintura.
-Podemos...
Ela riu.
-Você não pediu permissão da primeira vez, pediu? – ela falou enlaçando-o pelo pescoço.
Harry sorriu e a beijou calmamente. Sentia os rubros cabelos dela baterem em seu rosto levemente, mas parecia não se importar. Gina desceu uma das mãos pelo pescoço dele e a colocou no meio de seu peito.
O garoto percebeu que ela o empurrava lentamente de volta para a sala. Ele ainda tinha as mãos em sua cintura e as alisavam lentamente, já ela agora se encontrava com ambas as mãos em seu peito. Quando estavam mais ou menos no meio da sala, ela inverteu as posições, segurando sua capa e puxando-o para acompanhá-la.
Harry parou de beijá-la um pouco curioso.
-Por que saímos de lá?
-O vento zunindo em meus ouvidos estava me deixando um pouco incomodada. – ela falou sorrindo.
-Nem estava tanto assim. – ele falou calmamente. – Pelo menos não comigo.
Ela riu e retirou a capa dele lentamente.
-Gina, o que você está fazendo? – ele perguntou extremamente constrangido.
-Tirando sua capa? – ela falou risonha. – Não se preocupe, Harry, não sou nenhuma tarada.
Ele não pode deixar de rir ao comentário da garota enquanto ela retirou a capa por completo.
-Então... – ele falou lentamente, enquanto retirava a capa do uniforme de Quadribol que ela ainda usava. – Devemos ser justos, não é?
-Tem razão.
Seus cabelos estavam arrumados num gracioso rabo de cavalo, e ele retirou o prendedor lentamente, no que ela balançou a cabeça nem tão graciosamente assim. Harry riu.
-Não foi algo muito justo. – Harry gargalhou mais ainda, enquanto ela fazia uma breve careta. – O que foi?
-Seu cabelo está totalmente desarrumado.
-Pareço um monstro para você assim? – ela fingiu-se de ofendida.
-Agora, até mesmo uma sereiana me parece ligeiramente mais atraente do que você.
Ela deu um tapa de leve no braço dele e fez-se de ofendida. Cruzou os braços rapidamente e deu as costas para ele.
-Se você as acha mais atraentes do que eu, sugiro que vá procurá-las no lago.
-Gina, eu só estava brincando!
-Não quero conversa com você, Sr. Potter. – ela quase riu da feição quase que suplicante que o rapaz fizera.
-Está magoada comigo?
-Claro que estou.
-Gina... foi só brincadeira.
Ela o empurrou levemente, fazendo-o dar alguns passos para trás. Harry acabou se desequilibrando e segurou-a pelo pulso. Como o garoto era mais pesado do que ela, acabou levando-a junto. Harry caiu num baque surdo, e Gina bateu a testa no ombro de Harry e a massageou levemente. Os dois se encararam e começaram a gargalhar.
-Desculpe. – falaram ao mesmo tempo. Novas gargalhadas.
Ela o encarou firmemente e ele retribuiu o olhar.
-Suas costas estão doendo?
-Um pouco... – ele disse rapidamente.
Gina saiu – um tanto quanto relutante – de cima dele e ajeitou as vestes. Harry se levantou e fez o mesmo.
-Vem... – ela disse estendendo a mão para ele segurar.
Harry rapidamente a segurou e ela o guiou até uma janela. Ginny sentou-se no parapeito com um pulo e abriu as pernas levemente.
Harry se recostou no parapeito, de modo que os joelhos da ruiva encostavam em sua cintura. Ele tinha os ante-braços apoiados nas coxas dela, enquanto segurava a sua cintura firmemente. Gina enlaçou a cintura dele pelas pernas e tornou a beijá-lo de uma forma lenta e aprofundada, enquanto afagava-lhe os cabelos.”
A luz da sua casa caíra de repente. Gina foi despertada rapidamente das suas lembranças e piscou várias vezes até que seus olhos se acostumassem com a escuridão. Saiu tateando levemente a escrivaninha e, instintivamente, a ruiva segurou com firmeza a varinha no punho, apurou os ouvidos e apertou os olhos, na tentativa de perceber qualquer movimento estranho ao seu redor.
-Lumus. – ela murmurou no exato momento em que uma voz rouca fez o mesmo.
Percebeu que ela havia vindo da sala. Num gesto cauteloso, ela se levanta e pega o castiçal que sempre mantinha na sua mesa de cabeceira, ainda com a varinha firme na mão direita.
-Nox. – ela murmurou se recostando na parede e espiando a entrada da sala. A luz que vinha da varinha se tornava cada vez mais próxima, ela sentia o coração acelerado e a mão que segurava o castiçal estava suada, podia ouvir a sua própria pulsação. “Será que Voldemort enviara Comensais para me matar?” pensou. “Não é possível, eu fiz de tudo para me esconder...”, segurou o objeto firmemente, talvez conseguisse atingi-lo sem fazer muito estardalhaço.
Estava cada vez mais próximo, a qualquer momento agora...
Uma mão forte segurou seu pulso no exato momento em que ela erguera o castiçal, a varinha dele caiu com um estrépito no chão, ainda acesa. Irritada, sentindo-se um pouco cega devido a claridade, ela começou a murmurar um feitiço, mas antes que o mesmo se completasse, ela sentiu-se encurralada no vão da porta. O som do castiçal caindo no chão ao seu lado fez seus ouvidos zunirem. Ela tentava ver o rosto que estava escondido por debaixo do capuz, mas era impossível. Mas, por incrível que pareça, ela não sentia medo da morte iminente.
-É assim que você me recebe? – ele indagou roucamente.
Um calor emanou do seu peito e ela sentiu o corpo se arrepiar. Conhecia aquela voz, ainda mais aquele recostar de corpos.
-Harry? – ela murmurou num fio de voz. – Harry... eu... eu não... não acredito! É você mesmo? – ela sentiu um calor invadir o seu corpo e a felicidade pulsar em suas veias, seus olhos marejaram e ela sorriu radiante.
-Posso ser um comensal disfarçado, mas ainda tenho um Rabo-Córneo Húngaro tatuado no peito. – ele falou seriamente, enquanto soltava as mãos dela e se afastava um pouco.
-Não seria um hipogrifo? – ela indagou risonha.
Eles se abraçaram. Gina o apertou mais contra si como se nunca mais desejasse que se separassem. Ah, há quanto tempo desejava aquele abraço, aquela voz, aquele sorriso, aquele corpo...
-Oô, vai com calma. – ele disse num gemido, enquanto o capuz descia lentamente da sua cabeça. – Até há pouco você não queria me matar?
Ela se separou dele e revirou os olhos, divertida.
-A culpa não é minha, querido. Não tenho culpa se você invade a minha casa, a uma da manhã, sem aviso prévio, e ainda por cima decide apagar as luzes. Você quase me matou de susto!
-Não queria que ninguém me visse entrando. – ele falou seriamente. – Gina, você sabe o quanto é perigoso... você sabe, Voldemort, ele...
-Pode me matar se descobrir que você ainda sente algo por mim. Usaria minha morte como forma de atingi-lo. – disse ela num suspiro. – Sim, eu sei.
Ela viu Harry fechar os olhos e suas pálpebras tremerem de leve. Gina fitou Harry atentamente. Estava um pouco mais alto e mais magro, o rosto estava um pouco sujo e extremamente pálido, o que realçava ainda mais a fina cicatriz em forma de raio que trazia na testa. As roupas estavam surradas e os cabelos mais bagunçados do que o normal. Ele abriu os olhos lentamente e Gina sentiu os olhos marejarem um pouco. Podia ver dor, tristeza, raiva... desejo de vingança. Seus orbes verdes estavam sombrios, extremamente sombrios, mas rapidamente tornaram a brilhar apaixonadamente.
-Eu não devia ter vindo aqui, mas... – ele passou a mão de leve pelo rosto dela, no que ela sorriu. – Senti sua falta.
-Você está ferido?
Ele sorriu constrangido.
-Ah, sim, mas não é nada grave, Gina.
Harry sentiu o rosto corar um pouco enquanto Gina desabotoava sua blusa agilmente.
-Nada grave... sei. – ela passou a mão pelo corte que ele tinha sobre o peito. Harry gemeu fracamente. – Hum, aparentemente não. – ela ergueu o olhar para fitá-lo. – Nada do que a Gina aqui não possa resolver, não é? – ela piscou o olho para ele e Harry ergueu uma sobrancelha, ainda corado.
-E como você espera fazer isso? – indagou surpreso.
Gina sorriu misteriosamente e pegou a sua varinha no chão, devolvendo a de Harry. Com um aceno rápido, ela fechou todas as cortinas negras e acendeu algumas poucas velas.
-Assim está melhor. – ela falou docemente. – Ah, não saia daqui, eu volto já.
Harry correu o olhar pelo quarto, quando a ruiva saíra dele quase correndo. Uma cama branca de casal se encontrava à sua frente. Sentiu o sangue ferver. Estaria ela se encontrando com outro durante sua ausência? Aquela velha criatura em seu peito rugiu enfurecido. Balançou a cabeça para espantar seus pensamentos... e se fosse verdade? Diria respeito a ele? Ele mesmo não dissera que não podiam ficar juntos? Mas ela mesma não dissera que sempre esperou por ele? Sempre esperaria? Suspirou profundamente. Seria mentira?
Tornou a fitar o quarto. As paredes eram de um tom bege, ao lado da cama – que ele se recusara a olhar novamente – havia uma mesa de cabeceira com um abajur e um livro. As cortinas, agora fechadas, eram completamente negras. Recostada na parede ao seu lado, havia uma escrivaninha com um pergaminho em cima. Na parede ao lado da porta um guarda-roupa e do seu outro lado um som. Na parede oposta à escrivaninha, um espelho de corpo, uma pequena estante de livros, uma poltrona, e uma porta que dava acesso ao banheiro da suíte.
-O lugar te agrada?
Ele se virou lentamente e a fitou com um cenho franzido.
-Posso saber o que significa isso? – Harry apontou para a cama, ligeiramente enciumado.
-Uma cama? – ela falou divertida, enquanto segurava uma caixinha de curativos e o que parecia ser um roupão e uma toalha.
-... de casal. – ele completou rapidamente.
-Ah, sim, de casal. – ela sorriu marotamente. – Estava à sua espera.
Harry corou um pouco.
-Não estava à espera de Dino Thomas, não é?
Ela prendeu o riso.
-Eu até que tentei apresentar a cama para ele, mas nunca mais o vi, infelizmente.
-Gina!
Ela riu fracamente.
-Ah, vamos, Harry! Deixe de ciúmes! – ela colocou as coisas em cima da cama e se sentou nela. Segundos depois jogou o roupão e a toalha para Harry.
-O que significa isso? – ele perguntou confuso, enquanto aparava as peças em seus braços.
Gina pôs as mãos na cintura.
-Será que praticamente um ano fora o fez esquecer do significado de “tomar banho”?
Ele sorriu fracamente.
-Ah, sim, realmente eu me esqueci. Não quer me ensinar?
Ela meneou a cabeça e sorriu fracamente.
-Não. Agora vai! – ela disse rindo ao ver a nítida careta do garoto.
Gina não sabia como alguém podia mudar tanto em tão pouco tempo. Harry não era mais aquele garoto tímido que conhecera. Amadurecera muito para alguém da idade dele. Ela sabia como ele devia estar se sentindo... pois havia ocorrido o mesmo com ela. Mesmo com apenas dezesseis anos, sua idade mental aparentava ter mais... por tudo o que ela já havia passado, principalmente durante esse último ano.
Ela sabia muito bem o porquê de Harry estar ali... ele queria se despedir. Sentiu um aperto no peito e um nó na garganta. Sim, ela percebera isso quando viu o olhar que ele deixou transparecer quando se encararam. Sabia também o que ele pediria para ela, sabia o que ele desejava, mesmo que inconscientemente.
Sua respiração se tornou descompassada e ela sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo. Se ele assim desejasse, ela estaria preparada.
A porta do banheiro se abriu, fazendo a ruiva despertar dos seus pensamentos. Harry a fitou alegremente, enquanto segurava a roupa suja em suas mãos.
-Receio que, agora, eu não tenha o que vestir.
-Não está melhor assim? – ela falou provocativa. – Mas, se você quiser... me permiti roubar algumas roupas da sua casa. – ela completou enquanto se levantava.
Harry observou Gina abrir a porta do guarda-roupa e retirar um conjunto de roupas e jogou-os para ele rapidamente.
-Como você conseguiu entrar?
-Tive os meus meios... – ela sorriu misteriosa.
Harry mais uma vez se trancara no banheiro, só voltando quando estava devidamente vestido, apesar de ter deixado a blusa desabotoada. Com um gesto, ela pediu para que ele se sentasse ao seu lado.
-Ah, não, deitado é melhor. – disse ela num tom formal. – É melhor para fazer o curativo.
-Desde quando você sabe? – ele perguntou curiosamente.
-Desde que Hogwarts foi fechada, o mundo bruxo nunca mais foi o mesmo. Para os ex-alunos acima do quinto ano foi permitido o uso da magia, além de ser a idade ideal para se conseguir um trabalho. Estou começando como auxiliar de curandeiro.
-Sou o primeiro paciente? – ele perguntou num tom falsamente preocupado.
-Não, o primeiro foi o Rony. Ele ficou realmente desesperado quando eu disse que trocara a poção revitalizadora por um veneno.
Harry riu fracamente, e ela deu um tapa no braço dele, para fazê-lo ficar quieto.
-Rony e Hermione já estão namorando. Eles estão começando a carreira de aurores agora. E a Ordem da Fênix está sendo governada por McGonagall.
-Eu soube... – ele disse seriamente. – Mesmo estando longe, me mantive informado do que acontecia aqui em Londres.
-Sua busca já terminou? – indagou curiosamente, enquanto fazia o curativo nele. Harry fitou-a atentamente.
-Ai, isso doeu. – ele disse num gemido.
-Ah, desculpe. – ela corou um pouco. – Mas e então?
-Receio que sim. – ele sussurrou.
-Está aqui... está aqui para se despedir... suponho. – ela murmurou sem encará-lo, reprimindo um soluço, enquanto terminava o curativo com as mãos tremulas.
Harry se levantou e segurou o queixo dela docemente.
-Gina...
-Eu sei, sou uma pessoa horrível, eu devia estar te dando força nessa hora e não chorando que nem uma idiota... – um novo soluço. – Mas, Harry, eu... – ela engoliu em seco. – Da mesma maneira que você teme que eu morra, eu temo o mesmo por você.
Ele a abraçou, deixando que ela chorasse copiosamente em seu peito.
-Eu te amo, Harry. Você sabe. Não posso simplesmente vê-lo ir ao encontro dele, sem ficar preocupada. – ela se afastou com a voz embargada e enxugou as lágrimas bruscamente. Ergueu o olhar para encará-lo. – Não liga para mim, sou uma boba mesmo.
Ele não pode deixar de rir fracamente, enquanto abotoava os botões da camisa que usava. Gina rapidamente “inchou” e pôs as mãos na cintura, ainda com o rosto manchado pelas lágrimas e os olhos um pouco marejados.
-Eu estou aqui chorando e você ri, Harry Potter?!
-Só estava pensando... por que será que todas as garotas choram quando estão comigo?
Ela deu um tapa de leve no braço dele, no que ele riu mais ainda.
-Não ouse me comparar a Cho Chang. – ela falou emburrada.
-Gina, não vamos falar de despedidas... – ele disse docemente, puxando-a para perto de si e a beijando. – não por agora, está bem? – ele recuou, segurou a mão dela e a afagou com carinho.
Ela não precisava de um “Eu te amo” dito por ele. Não, para ela não era necessário palavras. Sabia que Harry nunca fora uma pessoa muito expressiva, por assim dizer. Talvez tenha sido pelo fato de ter sido criado por aqueles malditos tios... talvez por todo o sofrimento ao qual ele passara por todos esses anos. Aquele afagar de mãos, aquele tom de voz doce, carinhoso... aqueles olhos verde-vivos, tão sedutores, brilhando fortemente quando a encarava, aquele sorriso sincero... não, tendo tudo isso, ela não precisava de palavras.
-Harry...
-Sim, Gina. – os olhos verdes dele brilharam intensamente e ela sorriu fracamente enquanto ele soltou a mão dela e começou a acariciar seu rosto.
Num gesto provocante, ela moveu a cabeça lentamente, a fim de aumentar o contado entre a mão dele e a sua face. Segundos depois, segurou a mão dele firmemente entre as suas e, levando-a até os lábios, beijou-a apaixonadamente.
-Harry... – ela suspirou, completamente nervosa, enquanto abaixava a mão dele lentamente. – Eu quero que...
O rapaz corou um pouco ao perceber para onde ele guiava a mão dele.
-Gina, eu... – ele alisou levemente os botões da blusa dela, sem contudo fitá-los.
-Faça Harry. – ela disse calmamente. – Eu sei que você está desejando isso tanto quanto eu.
-D-desejando? – ele pigarreou levemente antes de continuar. – Ah, er... Gina eu... – ele suspirou.
Não mais resistindo, Harry levantou o olhar levemente e fitou o colo da ruiva com um olhar de intenso desejo. Sua mão tremeu sobre os botões, enquanto ela alisava sua mão amavelmente.
Vendo que ele não teria coragem suficiente para tomar uma atitude digna de um Grifinório que era – mas não quando o assunto inclui mulheres no meio – a ruiva sorriu fracamente e puxou o pulso dele para junto de si. Harry sentiu o corpo esquentar e uma leve taquicardia acometê-lo. Sua mão estava completamente espalmada pela “região”, ele não podia negar o fato de que estava realmente impossível resistir à tentação de “apalpá-los”.
-Eu... – ele começou ofegante. Podia sentir o coração dela bater tão rápido quanto o dele. Gina segurou o pulso dele com mais força, o que proporcionou um contato maior entre a mão e o colo dela. – eu... não posso. – meio relutante, ele puxou sua mão para perto de si e se levantou tão rápido, parecendo que havia se sentado em brasas.
As velas tremeluziram levemente, dando um ar mais sensual ao quarto e à fisionomia do casal. Harry passou a mão pelos cabelos nervosamente e suspirou. Gina o fitava apenas de soslaio, completamente atônita.
-Você não me ama mais, é isso? – ela foi curta e direta. A raiva começou a fervilhar em seu peito. – Conheceu outra muito mais interessante durante suas andanças, não foi? Vinham garotas como brindes a cada Horcruxes destruído? – completou amarga. A garota que ela imaginara lembrava ligeiramente Cho Chang.
Harry se virou para ela, surpreso.
-Desde quando você sabe sobre os Horcruxes?
-Não mude de assunto, Harry. – àquele ponto sua voz falhou um pouco e ela sentia os olhos um pouco marejados. – Você não me ama mais, não é? Colocou outra – ou outras – em meu lugar, não é?
Ela percebeu que ele estava um pouco constrangido, pelo fato de ter colocado as mãos no bolso e olhado para os pés.
-É verdade?
-Não é isso, Gina, é que... – ele ergueu o olhar para fitá-la. – Eu... eu nunca... – Harry engoliu em seco. – bem, você sabe.
-E daí? Eu posso te ensinar. – ela falou risonha, recuperando o “bom-humor”.
Harry corou de fúria. Ele não sabia se fora a velha fera em seu peito ou se fora ele mesmo que rugira enciumado.
-Quem foi...
Ela gargalhou.
-Brincadeira. É que eu adoro te ver corado de ciúmes.
-Um dia eu ainda enfarto de tanta raiva. – ele resmungou emburrado.
-E então, aceita a minha proposta? – ela indagou maliciosamente.
-Eu... Gina, você não entende. Eu... eu posso te machucar. Posso não saber o que fazer.
-Argumentos nada persuasivos, Harry Potter. – ela se levantou e cruzou os braços. – Primeiro: entendo perfeitamente e sei que ao pensar nisso deve estar tão ou mais nervoso quanto eu. Segundo: se me machucar? Bem, nada do que uns bons tapas em você resolva depois. Pelo menos não serei a única a sentir dor. – seus olhos brilharam estranhamente. – Ou eu simplesmente posso avisá-lo para... parar. O que pode ser algo extremamente ruim para você, eu acho.– Harry corou um pouco, e ela colocou as mãos no queixo num gesto pensativo. – Vejamos... “Posso não saber o que fazer”... Se isso te alegra, querido, eu também não sei.
Nada se moveu naquele quarto durante o momento em que eles se encararam, parecia que até mesmo as velas haviam parado de tremeluzir. Harry não sabia se era apenas um reflexo, ou se os olhos castanhos dela estavam mesmo em chamas. Gina se levantou calmamente e Harry a seguiu com o olhar. Num gesto lento e cauteloso, ela fechou a porta e a trancou.
O “clic” fraco que a fechadura fizera trocou o silêncio que se instalara no quarto, por um leve constrangimento entre ambos. Ginny recostou-se na porta e sorriu para ele.
-Eu entendo se você não quiser. – ela disse num murmúrio ansioso. – Mas será que não podemos ao menos relembrar os tempos de Hogwarts?
Harry automaticamente sentiu o corpo responder àquele pedido com um arrepio intenso que percorreu todo o seu corpo. Ele não disse nada, apenas assentiu levemente.
Ela sentiu seu corpo tremer levemente ao vê-lo se aproximar lentamente dela. Podia vê-lo sorrir pelo canto dos lábios. Gina riu consigo mesma, sentia-se muito orgulhosa por ter sido ela a responsável pela “mudança” de Harry quando eles estavam a sós. De um garoto tímido para um amante avassalador.
Ela inclinou a cabeça e mordeu o lábio inferior, girando um dos pés no chão como se tivesse envergonhada, mas seus dedos passeavam levemente pelo seu próprio corpo. Ela fitou Harry de soslaio, bem a tempo de vê-lo se inclinar para frente e encurralá-la, impedido-a de sair dali com as mãos apoiadas na porta. Com um suspiro, Gina percebeu que ele deixara o corpo estrategicamente longe do dela... O que ele pretendia? Enlouquecê-la?
-Por que você tem que me provocar dessa maneira? – ele sorriu fracamente.
-Não sei... – ela ergueu o olhar. – Talvez porque eu goste. Talvez porque eu gostaria de vê-lo mais “solto”.
Harry riu fracamente.
-Engraçadinha. – ele se aproximou dela lentamente, enquanto fechava os olhos.
Harry abriu os olhos indignado ao perceber que se aproximava cada vez mais, mas encontrava somente o ar à sua frente... resmungou um pouco ao se deparar com a porta e não com ela. Uma gargalhada foi ouvida vindo da cama. Harry virou-se para ela emburrado e cruzou os braços.
-Gina!
Ela riu mais ainda e jogou um travesseiro nele.
-Porque você não tenta me pegar... – ela sussurrou provocativa.
Harry riu fracamente e correu em direção à cama. No exato momento em que ele se jogou em cima dela, a ruiva se levantou e riu mais ainda. Correram um atrás do outro que nem duas crianças brincando de pegar. Gina constantemente jogava um travesseiro em Harry, no que ele ria mais ainda, ou então levantava a longa saia de algodão que usava, fazendo com que o garoto tivesse uma breve visão de sua perna enquanto ela subia na cama para fugir dele.
-Achei que você conseguiria mais ced... – ela olhou para trás, mas parou automaticamente ao ver que ele tinha desaparecido. – Harry?
Ela franziu o cenho, teria sido uma alucinação? Virou o rosto, um pouco confusa e suspirou.
-Surpresa!
Gina teve um sobressalto de susto.
-HARRY! Vo... – ela não conseguiu terminar a frase, pois ele a calara com um beijo.
As mãos dele posicionaram em seus ombros e começou a massageá-los lentamente, enquanto a beijava com ardor. As mãos de Ginny subiram lentamente pela barriga dele, buscando habilmente pelos botões que ele fechara há pouco.
Harry sentiu o corpo se arrepiar a cada botão aberto. Era como se seu corpo inteiro estivesse em chamas. Apertou os ombros dela levemente e suspirou entre seus lábios.
Ginny sorriu internamente enquanto corria os dedos levemente sobre o peito nu dele, Harry aprofundou o beijo, como se aquilo fosse uma reação às carícias dela.
Espalmou a mão, de modo a sentir a textura da pele dele e as divisões dos seus músculos. Próximo ao ombro ela enrolou a camisa na sua mão várias vezes antes de firmá-la entre os dedos e retirá-la lentamente. Harry automaticamente retirou as mãos dos ombros dela, auxiliando-a na retirada da camisa.
Se separaram por uns instantes, ofegantes. Uma nova troca de olhares. Gina esboçou um fraco sorriso. Não precisava de qualquer confirmação dele. Ela sabia que ele estava aceitando a sua proposta.
A camisa foi caindo até o chão como se estivesse em câmera lenta. No exato momento em que ela jazeu aos pés deles, Harry a enlaçou pela cintura e beijou-a ansiosamente. Gina abraçou-o fortemente, atendendo ao desejo de manter o corpo dos dois totalmente colados. Ele sorriu entre seus lábios quando percebeu que ela percorria suas costas levemente com as unhas.
A respiração dela aumentava a cada apertada de leve que ele dava em sua cintura. Seus lábios se separavam apenas tempo suficiente para recuperar o ar que lhes faltava.
Gina sentiu o corpo se arrepiar ao sentir uma mão quente alisar sua barriga levemente, enquanto a outra começava a abrir os botões da sua blusa de baixo para cima.
A respiração dele estava tão acelerada quanto a dela. Agora, somente dois botões estavam fechados. Ele parou de desabotoá-los – para o intenso desagrado da ruiva, que suspirou enquanto ele voltava a beijá-la – e subiu a mão lentamente, contornando o decote da sua blusa e tornando a descer até a sua cintura. A outra se encontrava debaixo da blusa e percorria suas costas agilmente.
Harry agora passou a dar beijos curtos e profundos, a intervalos regulares, o que a fazia puxar o ar e soltá-lo fortemente. Os óculos dele embaçavam e desembaçavam à medida que eles respiravam.
Ela inclinou-se para trás levemente, fazendo-o buscar seus lábios ansioso e apressadamente, enquanto a abraçava mais forte pelas costas e a outra tornava a apertar sua cintura. Suas mãos subiram pelo peito dele e o enlaçou lentamente pelo pescoço com uma das mãos e a outra começava a afagar-lhe os cabelos.
Gina percebeu ele cessar os beijos aos poucos. Ela abriu os olhos lentamente e ela viu os orbes verdes dele brilharem fortemente. Ele recostou a testa na dela e sorriu, totalmente ofegante. Ela sorriu do mesmo modo e fez roçou o seu nariz levemente no dele. Ele virou o rosto levemente e passou a beijar o seu rosto, descendo até o pescoço. Gina suspirou, fechou os olhos e apertou os cabelos dele levemente.
-Eu te amo, Gina. Eu não consigo viver sem você.
Foi um sussurro extremamente rouco e carregado das sensações que ela agora o estava proporcionando.
-Eu também, Harry, eu também...
Ele voltou a beijá-la no pescoço várias e várias vezes e, roçando os lábios pela sua bochecha, percorreu o caminho de volta até os seus lábios, os quais beijou vorazmente.
Ela não soube quem começara, mas sentia que estavam caminhando lentamente em direção a cama.
Sentiu os tornozelos baterem na madeira do móvel. O leve ruído fez ambos abrirem os olhos e se encararem. Ela se separou dele lentamente e ele deu um passo para trás, ele corou levemente. Sabia que tinha avançado os limites, afinal, nunca um encontro deles em Hogwarts fora tão lascivo.
Ela sorriu sensualmente e sentou-se na cama, arrastando-se um pouco, de modo que apenas seus pés ficassem para fora dela. Harry apenas a encarou firmemente e ela mordeu o lábio inferior e depois sorriu travessamente.
Com aquele sorriso nos lábios, Harry se aproximou. Os dedos de uma das mãos alisaram levemente a superfície da ponta saia dela. Um dos seus joelhos estavam no espaço em que ela deixara entre suas pernas e a outra mão se encontrava ao lado dela, apoiando-se na cama.
A medida que ele se aproximava dela, Gina sentia um arrepiou ao percorrer que os dedos dele subiam levemente pela sua perna, alisando-a levemente e levantando a saia.
Ele inclinou-se sobre ela, beijando-a apaixonadamente e fazendo-a deitar na cama. Ela retirou os óculos dele lentamente e os jogou longe, para depois enlaçá-lo pelo pescoço. No exato momento em que seus corpos ficaram unidos novamente, ambos souberam que era tarde demais para dizer não aos seus desejos.
***
Ainda ofegantes, eles se entreolharam e sorriram cúmplices. Gina apoiou o queixo no peito de Harry, enquanto ele afagava os cabelos dela e a fitava com amor.
-Se um dia Rony não teve motivos para me matar, agora ele vai ter.
Ela gargalhou gostosamente e o rapaz riu junto com ela.
-Deixa de ser bobo. Ele não pode simplesmente aparatar no meu quarto e nos ver na “cena do crime”, pode?
Tornaram a se entreolhar. Harry sorriu constrangido e ela revirou os olhos.
-Não acredito que você pensou nisso!
-Agora que você falou...
-Harry, é madrugada! Ele não pode simplesmente vir aqui uma hora dessas. – ele deu de ombros e ela gargalhou. – Não acredito que depois desse tempo todo você ainda tem medo do Rony.
-Gina, eu ainda me lembro da reação dele quando te viu com o Dino. – ele resmungou algo baixinho e voltou a encará-la. – Imagine o que ele poderia fazer comigo.
Gina riu mais ainda, sufocando o riso no peito dele.
-Você não existe, Harry.
-Não existo? – ele ergueu uma sobrancelha. – E você está abraçada a quem? Uma miragem?
Ela deu um beijo leve em seus lábios e recostou a cabeça entre o pescoço e o ombro dele, Harry a abraçou fortemente e beijou seus cabelos amavelmente.
-Está cansada?
Ela assentiu levemente.
-Você ainda vai me bater? – ele murmurou cauteloso. Gina podia não estar o encarando, mas sabia que ele estava sorrindo marotamente.
-Se você não calar a boca e me deixar dormir, sim.
-Poxa, Gina. Assim eu fico ofendido.
-Harry!!!
-Que foi? – ele perguntou inocentemente, enquanto ela voltava o rosto para fitá-lo.
-Pode ir tirando sua mão daí seu... pervertido!
Ele gargalhou, apesar de seu rosto ter corado fracamente.
-Ah, sou eu o pervertido dessa história? E o que foram a suas propostas, Srta. Weasley?
-Hunft! Olha que eu te ponho para fora daqui a pontapés. – ela murmurou emburrada, enquanto voltava a se aninhar em seus braços.
-Gina... – ele falou seriamente, e ela sentiu que ele a abraçou fortemente. – Quero que saiba que... esse foi o melhor momento da minha vida.
-Um dos... – ela disse um pouco sonolenta. – Virão outros e eu espero estar presente em todos eles.
-Gina, você não deve fazer planos... e se eu...
Ela rapidamente pôs a mão em seus lábios, enquanto levantava a cabeça para fitá-lo.
-Eu não quero que você fale disso. Não quero. – ela falou seriamente. – Se você morrer, Harry, eu juro que te ressuscito, só para ter o prazer de te matar novamente.
Ele não pôde deixar de sorrir fracamente.
-Gina, você sabe que isso não é uma brincadeira. Eu posso morrer.
-Eu não estou brincando, Harry. Se você morrer, meu amor e minha felicidade vão ser enterrados juntos com você. Não quero nenhum homem em minha vida que não seja você.
Ela passou a mão de leve pelos lábios dele e o beijou levemente, voltando a se deitar. Harry não falou nada, apenas acariciou os cabelos dela com carinho, até que ambos se entregaram ao sono e ao cansaço.
***
Gina acordou sem saber se aquilo tudo havia sido um sonho. Ainda podia sentir cada toque das mãos dele em seu corpo, cada palavra de amor que ele pronunciara, cada suspiro... cada beijo. Sorriu fracamente e procurou o corpo ao seu lado, e seus dedos se depararam com um macio botão de uma flor.
Abriu os olhos lentamente e piscou várias vezes, até que a linda rosa vermelha entrou em foco. Suspirou saudosa. Ele havia ido embora. Sentou-se na cama com os olhos marejados e cheirou o botão com amor. Continuou a fitá-lo tristemente, enquanto examinada suas pétalas cuidadosamente.
Seus olhos bateram em um envelope meio amarelado com os dizeres “Amada Gina”. Com as mãos um pouco trêmulas, ela depositou a rosa gentilmente ao lado da carta e a segurou.
O perfume dele estava impregnado no envelope. Ela cheirou-o intensamente e depositou um beijo de leve. Podia sentir as mãos dele percorrendo o seu corpo novamente. Esboçou um fraco sorriso e passou o envelope pelos lábios.
Ela abriu o lacre lentamente e seus olhos ficaram um pouco marejados ao ler as primeiras linhas.
“Minha doce Gina,
Lamento muito o fato de estar saindo assim sem ao menos ter me despedido devidamente. Mas sabia que, se o fizesse quando você estivesse acordada, talvez não tivesse coragem para tanto.
A dor da separação me é tão intensa que, até mesmo ao fitá-la dormindo tranqüilamente na cama me é entristecedor... muito.
Saiba que essa noite foi maravilhosa para mim. Você esteve maravilhosa para mim.
Ela corou fracamente e sorriu.
“Sei que essa lembrança me acompanhará até o fim dos meus dias.
Saiba também que eu a amo muito. Amo seus cabelos ruivos, seus olhos castanhos, sua boca, seu corpo, o jeito com que sabe me provocar, o modo como me beija, como me abraça... o modo como me ama. Um simples sorriso seu é capaz de iluminar minha semana inteira – ta, tudo bem, eu exagerei um pouco –, me ilumina o dia – vamos, Harry, fale a verdade –, uma hora...
Ela ergueu uma sobrancelha e fitou a carta emburrada, como se o próprio Harry estivesse em sua frente e estivesse lhe dizendo estas palavras.
“Um segundo? – brincadeira... – é toda uma vida.
Um simples suspiro faz minhas forças desabarem, e uma mísera lágrima que caia dos seus olhos, me faz sentir uma dor incapaz de se expressar com palavras.
Ruiva, você pode não perceber... mas você não sabe o efeito que tem sobre mim. Você me tem em suas mãos e eu não posso fazer nada para inverter esse quadro.
Eu te amo, saiba disso. Sei que jamais vou te esquecer...
Beijos,
Harry Potter
P.S.: Pelo amor de Deus, o que aconteceu entre essas quatro paredes não pode ser contado para NINGUÉM, principalmente um certo ruivo – irmão e extremamente ciumento – que se chama Ronald Weasley. E, principalmente para uma certa garota estudiosa que, por sinal, é namorada do ruivo citado a cima, Hermione Granger – futura Weasley, eu tenho certeza. E PRINCIPALMENTE, para minha futura sogra, a Sra. Molly Weasley e meu futuro sogro Sr. Arthur Weasley, ou qualquer membro que tenha o nome Weasley no meio. Por favor, Gina, não quero que eles ponham minha cabeça à prêmio por ter feito isso com a caçula da família – se bem que foi você que provocou.
P.S.2: Se você ousar contar eu espalho para todos que seu nome é Ginevra (sei muito bem que você não gosta dele... ).
Gina exibiu uma careta e depois riu fracamente.
Beijos novamente! Te Amo...
Adeus, Gina.
Ela fechou aquela carta com um suspiro. Mas, aquelas duas últimas palavras ainda não saia de sua mente. Ela apertou a carta contra o peito e soluçou fracamente.
-Adeus, Harry. – ela murmurou quando sentiu as primeiras lágrimas atrapalhar-lhe a visão. – Adeus...
N/A: E, então? O que acharam??? Eu realmente gosto de fazer essas personagens sofrerem, não??? Nossa, eu sou realmente má... – pausa para risada maléfica *e com équio!!! rsrsrsrsrs* – Socorro, preciso de tratamento!!! Estou com tendências sádicas!!!. – nova pausa para recuperação * parcial * da sanidade. Como eu disse, isso foi um surto, não prometo nenhuma continuação... hehehehehehe. Beijos.
N/Beta: sério, eu amei. Tá lindo, romântico, meigo, fofo, MÁGICO. Tá perfeito... Só que esse final... poxa... to quase chorando aqui... oooo, Lê!!! Não podia ser tão má!!! Sua boba!!! Hehe... mas tá linda, linda, linda. AMEI. Beijão!!! E COMENTEM!!!
Gween Black
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