Me desculpe meu amigo
-Dois minutos- avisou a professora andando entre as carteiras.
Harry já acabara de fazer o que a professora pedira há muito tempo e agora mexia a tinta com a pena e olhava para frente, sem saber o que estava fazendo.
Não era difícil o ver assim nesses últimos dias, parecia que alguma coisa entrara em sua cabeça e que não saía de lá.
- Pronto! Tempo esgotado!- disse a professora recolhendo os pergaminhos- Agora, antes de mais nada eu vou explicar a vocês o que aconteceu. Vocês foram enfeitiçados afim de só escreverem verdades nesse pergaminho. Não se preocupem- disse ela rapidamente quando viu a cara de assustados de seus alunos- Só escreveram o que não era mais segredo. Agora cada um vai pegar um pergaminho e lê-lo em voz alta para toda a turma.
Os alunos não gostaram do que ouviram, muitos pareciam não querer ler em voz alta, outros que seu pergaminho não fosse lido a não ser por eles mesmos.
- Também não gosto- falou a professora olhando a cara dos alunos- Mas é uma ordem do seu diretor, para fazer vocês se soltarem mais. Ele diz que não parecem alunos do sétimo ano, já que são muito...hum...envergonhados. Sr. Potter, pegue um- ela estava na frente de Harry com os pergaminhos na mão. Harry acordou de seu transe e pegou um, sem ter a mínima idéia do que fazer.
Um a um os alunos foram na frente da sala lerem os pergaminhos. O nome do autor não era citado. Alguns faziam declarações para seus namorados, outros mostravam ódio, alguns se agradeciam à amizade de alguém.
Harry não prestava atenção em nenhum, até que a menina sentada em sua frente se levantou.
Mesmo sem perceber, Harry se pegou olhando o caminho que a menina fazia até que finalmente ela parou lá na frente e começou a ler.
“Me desculpe meu amigo
Eu não sei o que fazer
Não sei se fico com ela
Ou se sou leal a você
Me desculpe meu amigo
Me ajude me de uma luz
Eu amo ela sim
Mas não quero ir para a cruz
Me desculpe meu amigo
Você sabe que não sou assim
Mas se isso aconteceu
É porque a história tem que ter um fim
Me desculpe meu amigo
Eu não sei o que fazer
Não sei se fico com ela
Ou se sou leal a você
Me desculpe me amigo
Eu não pude controlar
Eu a amo muito mesmo
Mas não quero ver você chorar
Me desculpe meu amigo
Isso não era para acontecer
Mas agora você não está aqui
Pra me dizer o que fazer
Me desculpe meu amigo
Eu não quero te fazer sofrer
Mas tem mais uma coisa
Eu não quero a perder
Me desculpe meu amigo
Eu não sei o que fazer
Não sei se fico com ela
Ou se sou leal a você”
Na hora que Hermione Granger parou de ler seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela levantou os lhos do pergaminho e olhou diretamente para Harry Potter.
Deve ter ficado assim por uns cinco segundos, as lágrimas rolavam pelo seu rosto e ela encarava seu amigo.
A sorte dos dois foi que o sinal tocou, mas eles nem perceberam. Todos se levantaram, arrumaram as mochilas e foram embora. Até a professora parou na porta, olhou para os dois e por fim saiu da sala.
Hermione começou a caminhar em direção a Harry, mas antes que a menina desse o terceiro passo ele se levantou e foi até ela.
A menina abaixou a cabeça e ficou olhando para o pergaminho.
- Me desculpe- sussurrou Harry segurando o queixo da menina e levantando sua cabeça- Eu não pretendia escrever isso, mas saiu.
Aparentemente ele não escutara uma palavra do que a professora dissera.
As lágrimas ainda rolavam pelo rosto da menina quando ele voltou a falar.
- Eu não queria que isso, juro para você. É horrível. Parece que estou traindo...ele- Harry não falou o nome da pessoa, ele e Hermione tinham combinado indiretamente em não mais falar aquele nome- Desde que ele morreu...eu me sinto na obrigação de te proteger mais do que eu fazia antes. E foi o pior e o melhor dia quando eu descobri que...te amava mais como uma amiga.- Essa última parte ele falou muito baixinho, mas ainda deu para a menina escutar- Parece que eu estou traindo o Rony.
As lágrimas rolaram mais rápido nessa hora, e Hermione fechou os olhos. Demorou um tempo até que alguém falasse alguma coisa novamente, até que Hermione abriu os olhos e encarou os olhos de Harry.
- Eu me sinto assim também- disse ela- Parece que eu estou contra todos os meus princípios. Eu te considero mais que um amigo, um irmão. Você sempre esteve lá quando eu precisei, sempre me ajudou, sempre me fez ri quando eu estava nos meus piores momentos, sempre me dava seu ombro quando eu precisava de algum para chorar, sempre me abraçava quando eu precisava de consolo...imagina como foi quando eu descobri que amava o meu melhor amigo.
Agora mesmo que a menina chorava. Lentamente Harry levou sua mão ao rosto da menina, secou suas lágrimas e ficou olhando para ela.
Foi Hermione que tomou a iniciativa e chegando mais perto, acabou com o espaço que tinha entre os dois.
No começo foi um beijo meio tímido, parecia que os dois se repreendiam por estarem se beijando, mas depois a menina jogou seus braços por cima do ombro de Harry e ele apertou o mais o corpo dela contra o seu.
Naquele momento eles não sabiam, mas alguns anos depois todo o mundo bruxo estariam comemorando o nascimento do filho do menino que sobreviveu com Hermione Granger, sua esposa, sua namorada, sua companheira. Sua melhor amiga.
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