E VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE.

E VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE.



-Por aqui! - Gina gritou chamando os outros para dentro da sala.

Os feitiços ainda eram disparados, mas os atacantes ainda estavam longe demais para que pudessem impedi-los de entrar na sala. Passaram correndo e antes que o homem corpulento e encapuzado alcançasse a porta, Hermione lançou um feitiço protetor. Os murros ainda puderam ser ouvidos constantes contra o pedaço de madeira na frente dos seis arfantes e temerosos jovens.

-O que faremos agora? - Rony foi o primeiro a falar.

-Como eles sabiam que estaríamos aqui? - Irys perguntou.

-Da mesma forma que souberam sobre o véu e queriam os diamantes, até mesmo um burro deduziria... - Said havia respondido a última pergunta.

-Não temos tempo para conversa, vamos colocar logo a droga desses diamantes ai e acabar com essa história. - Harry apontou para o véu que estava mais na frente.

O grupo estremeceu ao ouvir mais batidas insistentes na porta e Hermione entregou um saco com os diamantes para que Said colocasse no véu. Porém não houve tempo suficiente para isso, logo o feitiço protetor de Hermione não surtiu muito efeito contra os diversos feitiços aplicados pelos comensais do outro lado e a porta veio a baixo.

Harry não conseguiu contar quantos comensais invadiram a sala, pois ele foi o primeiro a ser agarrado e logo sua varinha voou longe. Se em algum momento estiveram enrascados em suas vidas – e não foram poucos – aquele era o pior de todos, sem dúvida. O moreno sentiu a mão que lhe agarrava apertar ainda mais seus braços, enquanto ele tentava em vão se soltar, conformou-se então em localizar os amigos que estavam em situação semelhante a dele, a não ser Said que parecia muito pior, pois seu nariz estava irremediavelmente quebrado. O moreno se focou em Gina que esperneava nas mãos de uma comensal muito alta e magra, pelo menos parecia que não a haviam machucado.

-Olá Potinho.

A voz irritante e debochada de Belatriz Lestrange se fez presente e ela parecia ser a louca que comandava o que quer que eles estivessem fazendo, pois rodava na frente dos seis prisioneiros enquanto uns comensais os seguravam e o restante contemplava a cena.

-Fico tão feliz que você tenha feito o serviço pesado por nós. - A mulher falou sorrindo de forma exagerada.

Harry não sabia realmente o que falar, viu com pavor quando Belatriz arrancou das mãos de um Said ensangüentado a sacola com os diamantes. Como eles foram estúpidos, esse tempo todo haviam trabalhado para os comensais, sem nem ao menos saber.

-O que vocês querem no véu? - Harry ouviu sua voz sair audaciosa.

-Hum... - Belatriz mais uma vez usou o tom de deboche. - O que vocês querem com o véu eu sei, agora nós... - Um sorriso demente iluminou seu rosto. - digamos que ter livre acesso entre o céu e o inferno é algo bem interessante.

Harry fitou o rosto pálido de Hermione e Rony, ele sabia que os amigos estavam pensando a mesma coisa que ele, a culpa de tudo aquilo estava com eles e precisavam fazer algo. Coisa que era bem difícil sem as varinhas e em um número grande de desvantagem. Ninguém sabia que eles estavam ali, não havia quem pudesse ajudá-los como no ano anterior.

-Sabe crianças, o mestre nos mandou abrir a passagem para ele e levar o véu, mas acho que ele não se incomodaria se nos divertíssemos um pouco com vocês.
- E sem mais nenhum aviso Belatriz apontou a varinha para Gina e gritou. - Crucius!

Gina não teve muito tempo de ver o que realmente tinha acontecido, mas sentiu com ímpeto a força da maldição. Seus ossos pareciam estar queimando e era como se mil facas afiadas perfurassem seu corpo ao mesmo tempo, saindo e entrando novamente, sem piedade, e ela nem mesmo tinha consciência de que estava gritando, a não ser quando da mesma forma que tudo começou, parou. Ela ofegou vacilante, a sensação continuava ali e seu corpo tremia descontroladamente, sabia que continuava de pé apenas porque a comensal continuava segurando-a.

Harry sentiu o desespero tomar conta de seu corpo e não precisou se perguntar por que Belatriz havia atingido Gina e não a ele, a desgraçada maldita sabia que atingir a garota o feria, muito mais que se ela o atingisse. Tudo o que ele mais temia estava acontecendo.

-Não! - Ele ainda pôde gritar, mas isso apenas aumentou o sorriso de vitória estampado nas feições da mulher. - Você... você...

-Que pena não? Você viu seu padrinho morrer no outro ano nessa mesma sala, e agora vai ver a namoradinha e os amigos. Claro que eles irão antes de você. - Belatriz abriu com interesse o saco que continha os quatro diamantes e examinou-os. - Vamos acabar logo com isso, o mestre...

Antes que Belatriz terminasse sua frase, a porta da sala escancarou-se, por ela passaram diversas pessoas e Harry conseguiu tempo suficiente para ver apenas Remo, Tonks e Moody. Ele ainda achou que podia ser uma alucinação, mas não, pois no mesmo instante os comensais sacaram as varinhas e os feitiços voavam por toda parte. O moreno não soube o que os amigos fizeram, mas ele aproveitou o momento de espanto do comensal que o segurava, soltou-se e puxou a varinha das mãos do seu algoz.

Logo a sala estava repleta de pessoas duelando e ele não conseguia sequer ver algum dos amigos, aparentemente todos haviam se libertado, pois ninguém estava no mesmo lugar. Parou de procurar por eles apenas quando um feitiço passou raspando por seu braço e ele teve que duelar.

-Impedimenta. - Gritou mais o feitiço não atingiu seu adversário que parecia se divertir.

-Olá Potter. - A voz arrastada fez com que ele reconhecesse a pessoa na mesma hora.

-Porque será que não estou surpreso por você estar aqui Malfoy? - Harry disparou um feitiço com fúria, mas ele desviou-se novamente.

-Está procurando a Weasley pobretona? Ela não estava muito bem quando cruzei com ela e Avery. - Malfoy soltou com veneno e suas palavras surtiram o efeito certo, pois o feitiço que lançou atingiu o braço de Harry que começou a sangrar impiedosamente.

Tentando tirar de sua mente qualquer que fosse a imagem de Gina, Harry concentrou-se em duelar, talvez assim ele conseguisse se livrar logo de Malfoy e procurar a ruiva no meio de toda aquela confusão.

Assim que se viu livre da comensal que a segurava, com a ajuda de Tonks que disparou um feitiço certeiro na mulher, Gina correu com toda força que ainda lhe restava. Ainda viu quando Tonks, impedida de chegar perto dela, seguiu um duelo com outro comensal. A ruiva não demorou muito a correr sozinha pela ampla sala, pois logo se deparou com um dos muitos comensais que estava no lugar.

-Imperius!

A ruiva ouviu a voz conhecida disparando.

-Protego!

-Você é rápida. - A garota falou com ironia.

Gina não teve muita certeza de quem era, mas logo reconheceu quando a garota a sua frente tirou corajosamente o capuz que cobria seu rosto.

-Que bom que me reconheceu. - Evelis sorriu presunçosa, mas disparou outro feitiço.

Gina rebateu com força, não estava disposta a perder para aquele projeto de comensal e aquela poderia ser uma disputa muito interessante segundo ela.

-Você se acha muito esperta. - A ruiva falou.

-Eu não acho, eu sou. - Evelis falava sem perder a oportunidade de disparar feitiços contra a ruiva.

-Petrificus Totalus. - Gina tentou mentalizar, mas era bem mais fácil gritar e foi o que a ruiva fez para não perder tempo, ainda precisava treinar melhor os feitiços não-verbais.

-Ah Weasley, seria mais eficaz se você conseguisse não falar o feitiço. - Evelis provocou.

-Protego. - Gina defendeu-se novamente do feitiço que a outra havia lhe lançado. O barulho de uma explosão ao longe, denunciando que alguém havia usado um feitiço mais potente, foi o suficiente para distrair a comensal e Gina aproveitou. - ESTUPEFAÇA!

Estava feito, a garota prepotente havia caído no chão inconsciente e Gina podia sorrir com satisfação enquanto realizava um feitiço para amarrá-la, dali ela não sairia.

Harry não pôde acabar com Malfoy, pois o loiro aguado aproveitou a distração da explosão para sair de fininho como era típico dele assim que detectava o perigo. Algo dentro do moreno pareceu congelar ao ver Belatriz jogar o primeiro diamante dentro do véu. Ele que queria mais que tudo abrir o véu para resgatar Sirius, agora queria a todo custo impedir, ele não seria egoísta o suficiente para não se importar com o que Voldemort poderia fazer ao ter passagem livre entre o céu o inferno.

-Não! - Gritou correndo de encontro a Belatriz, mas os comensais da morte pareciam dispostos a não deixar que nada atrapalhasse sua missão e a chuva de feitiços que voaram de encontro a ele, fez com que o garoto perdesse tempo demais desviando-se.

Said viu o que estava acontecendo e tentou ajudar Harry, mas o comensal com o qual duelava não o deixava livre.

Irys correu em direção a Belatriz assim como Harry, esbarrou nas costas da mulher e ambas caíram no chão, emboladas.

-Sua pirralha! - Belatriz gritou, mas não largou a sacola com os diamantes e tentou levantar-se.

Irys lutava como trouxa com Belatriz, tentando recuperar o saco com os diamantes, e apesar de muitos na sala tentarem fazer alguma coisa, eram impedidos por seus oponentes. Logo a morena viu Harry se aproximar e a confusão ficou ainda maior quando dois comensais livraram-se de seus oponentes e correram de encontro a eles. Apesar da grande briga, Irys tomou por alguns instantes a sacola de uma Belatriz totalmente descabelada.

-AQUI! - Harry gritou de mãos livres e Irys jogou a sacola que foi parar nas mãos do moreno.

Quem visse poderia pensar que estavam brincando de algo, mas a brincadeira poderia custar caro e Harry correu pela sala tentando proteger com a vida os diamantes. O cerco sobre ele estava se fechando e os dois comensais que haviam ficado livres o perseguiam, ele estava encurralado em uma parede quando ouviu o grito de Gina.

-AQUI HARRY!!! - A ruiva estava em uma parte das escadas e erguia os braços.

Harry ainda pensou por alguns instantes, mas era aquilo ou perder os diamantes e permitir que eles abrissem o véu. Foi com certo pavor que ele jogou a sacola para Gina.

A ruiva disparou pela sala no mesmo instante, suas mãos segurando firme a sacola, os reflexos de jogadora de quadribol a ajudando a desviar das várias maldições que lhe eram lançadas. Depois de um tempo ela arriscou olhar para trás, mas logo sentiu seu corpo chocar-se contra algo e caiu com força de costas no chão. Belatriz estava bem na sua frente.

Harry não viu ao certo em que momento Lupin agarrou seu braço e o puxou, livrando-o de um raio verde que passou minutos depois no lugar onde ele estava.

-Harry...

-A Gina... - O moreno apontou a varinha tentando acertar o comensal que estava de frente para a ruiva, mas dali sua mira era difícil e ele poderia acertar a própria namorada.

Harry poderia pensar que não havia como Gina se defender, mas ela sempre surpreendia e a ruiva rolou para o lado direito antes do raio verde a atingir, atingindo então o chão de pedra.

-Não tenho tempo para brincar com você. - Bellatriz Lestrange viu quando Tonks corria em sua direção do outro extremo da sala, lançou uma maldição em direção a auror e correu em seguida.

-Você não vai fugir Belatriz, dessa vez não! - Tonks gritou com fúria.

-Problemas de família podem ser discutidos depois querida sobrinha. - Belatriz deu uma risada esganiçada enquanto continuava correndo na direção do véu.

As várias pessoas que estavam ainda duelando na sala não conseguiam interferir, pois estavam ocupadas demais para isso. Harry apenas constatou com o olhar, que Gina estava bem e preocupando-se com o que poderia acontecer tendo Belatriz de posse dos diamantes, ele e Lupin – que pareceu ter pensado o mesmo - seguiram o exemplo de Tonks e correram em direção a ela.

Harry não pôde deixar de olhar quando passou por uma esfogueada Hermione lutando com um comensal um pouco mais alto que ela. A amiga parecia estar tendo bastante trabalho, pois nem sequer o olhou. Mais adiante estava Rony tendo sérias dificuldades para andar, mas o comensal a sua frente havia acabado de cair ao chão. Com mais força ainda Harry corria, Belatriz estava mais perto do véu, mas Tonks estava cada vez mais perto dela também e foi com um sorriso de alívio que ele viu a auror lançar um feitiço que fez Belatriz cair no chão. Porém sua felicidade durou pouco tempo, Belatriz havia caído, mas isso não impediu que ela arremessasse os diamantes que restavam na sacola em direção ao véu.

Por um mísero segundo o menino-que-sobreviveu pensou que Belatriz não havia acertado seu alvo, mas não precisou sequer olhar para ver que ela havia conseguido o que queria, pois bastava sentir o chão de pedra começar a vibrar. O clima havia se tornado subitamente mais quente, a sala toda se enchia de uma luz vermelho brilhante que ofuscava os olhos de todos e Harry soube que ninguém mais ali estava duelando, pois o sentimento de dor e sofrimento, uma angústia sem fim os invadia.

Havia algum dementador ali? Com certeza não. Mas o sentimento quase palpável de dor e sofrimento continuava presente. Contudo de alguma forma não era as mesmas sensações que os dementadores causavam, ninguém estava sugando sua felicidade, ninguém estava entrando dentro dele e tirando seus sentimentos felizes, era mais como se ele pudesse tocar em cada partícula de ar que havia no ambiente como algo extremamente doloroso. Dentro daquele véu não havia mais nada além do que sofrimento e dor.

Harry não conseguia sequer abrir os olhos, a luz forte ardia e continuava cada vez mais brilhante e avermelhada. Tão logo tudo aquilo havia começado, parou. Ele abriu os olhos e viu que todos na sala, assim como ele, estavam tentando proteger a vista, não conseguiu sequer localizar os amigos. Olhou para o véu e um pequeno vestígio daquela luz vermelha ainda estava presente, logo uma ventania tomou conta da sala e ele fazia força para continuar no mesmo lugar, apesar da força do vento o empurrar para trás. Olhava desesperado para os lados a procura de alguém, a única que conseguiu ver foi Tonks um pouco mais a frente.

A ventania havia passado, e agora Harry via as fortes rajadas de vento se transformarem em água. Água que parecia muito mais como pequenas pedras atiradas com força de encontro ao seu corpo tamanha a força. Tentou proteger o rosto, era a única coisa a se fazer até que seja lá o que estivesse acontecendo parar.

Demorou um pouco até ele perceber que as gotas de água haviam se transformado em areia, que com a mesma força eram arremessadas para fora do véu, como uma grande tempestade de areia do deserto. É claro – ele pensou -, os quatro elementos. Talvez ele nunca deixasse de pensar nesses elementos para o resto de sua vida.

Então, tudo parou. Um silêncio sepulcral tomava conta do ambiente e Harry tornou a procurar por alguém. Viu do outro extremo da sala uma chama de cabelos vermelhos que ainda bailavam devido a chuva de água, terra e ar, e seu coração desacelerou um pouco. Voltou sua visão para o véu, mas não havia mais véu, não havia nada ali. Harry sentiu uma mão em seu ombro e constatou que Rony – com a perna sangrando – estava ao seu lado.

-O que... - Seja lá o que Rony havia tentado dizer foi interrompido pelo grito de agouro que preencheu o ambiente.

Todos tamparam os ouvidos imediatamente e Harry soube que nem mesmo os comensais da morte estavam preparados para aquilo, eles nem sequer sabiam o que iria acontecer quando abrissem o véu. Um arco biforme se formou bem na sua frente, onde ele podia divisar perfeitamente outro lugar. Diferente do que muitos pensavam o inferno se mostrava extremamente atraente, com um lago mais ao fundo e uma grama verde que ele percorria com os olhos.

-Não se engane... nada é o que parece ser.

Ao ouvir aquelas palavras Harry constatou que Hermione também havia chegado ao seu lado. O chão do ministério voltou a tremer e os três amigos olharam-se com pavor, algo mais estava por vir.

A mistura das cores, azul, vermelho, marrom e branco produziam uma grande espiral que girava no ambiente e instantaneamente paralisou todos os presentes. Se Harry estava preocupado com algum ataque de comensal que não estivesse tão abobalhado com os feitos do esplêndido portal a sua frente, agora não mais estava, pois todos na sala pareciam imóveis como grandes estátuas.

Seus olhos percorreram o ambiente antes que a espiral com as quatro cores brilhasse ainda mais e algo começou a sair de dentro. Como um grande embrião, embolado e amarrotado, um ser pequeno e magricela foi posto para fora, praticamente sem cabelo e totalmente atordoado. Era um druída.

Nada poderia ter preparado Harry para aquilo, ele sempre pensou – e Said havia confirmado – que eles entrariam no véu para resgatar as pessoas que amavam, mas ele nunca imaginou que ao invés disso iria acontecer uma espécie de “Priore Incantate” e as pessoas seriam literalmente cuspidas de lá.

Mais uma intensificada da luz e um pequeno caramujo caiu no chão com um barulho oco. Harry ainda olhou alguns outros animais, objetos e coisas provavelmente levadas pelo vento que deveriam ter caído no véu antes dos pais de Said tê-lo achado.

Todos na sala podiam ouvir as batidas e feitiços que eram lançados na porta, que poderiam jurar, havia sido travada pelos poderes manifestados pelo véu, e sentiam cada vez mais que aquilo não acabaria bem.

Não demorou muito para que um braço surgisse, acompanhado dele vieram a cabeça e o resto do corpo, e um homem terrivelmente magro, com cabelos negros, roupas sujas e rasgadas e olhos fora de foco despencou no chão, quase nos pés de Harry. Atrás dele veio uma mulher, também de cabelos negros, porém compridos mais quase sem vida, rosto desnorteado e roupas igualmente sujas e rasgadas caiu ao lado dele.

Harry não precisaria nem mesmo olhar para Said, para saber que aqueles eram os pais dele. Quem viria depois? Ele ouviu a pergunta se repetir dentro de seu íntimo. Então foi como se ele tivesse engolido algo terrivelmente grande para que pudesse passar por sua garganta e um bolo se formasse no lugar. Do meio da espiral de cores, que rodava com força e imponência ele viu, primeiro um pé descalço, depois a perna que o acompanhava, logo depois os braços surgiam juntamente com o resto do corpo e o rosto mais magro e encovado do que quando vira o padrinho pela primeira vez, surgia a sua frente.

O corpo maltratado de Sirius Black estava caído bem na frente de Harry, e se ele não estivesse paralisado pelo efeito do portal teria o abraçado, mesmo tendo sérias dúvidas se o padrinho estava realmente vivo.

Algo mais saiu daquele maldito portal, mas Harry tinha olhos apenas para o padrinho caído a poucos centímetros de si, queria conseguir se mexer, queria mais que tudo correr até ele. Forçou sua visão a sair de perto dele e olhou novamente para o portal, mas enfim as pessoas que insistiam em derrubar a porta da sala conseguiram e mais um grito agourento invadiu o ambiente, quase como se eles tivessem invadido um lugar sagrado e os próprios deuses ou demônios estivessem despejando suas ofensas.

A paralisia que havia invadido seu corpo sumiu instantaneamente e Harry correu para o padrinho, mesmo tendo consciência de que aquilo não era o mais prudente tendo comensais da morte no caminho.

-Sirius! - O moreno falou tentando sem sucesso ter alguma resposta. - Sirius! - Harry não soube quanto tempo se passou enquanto ele permanecia ali, apenas sentiu uma mão em seu ombro.

-Afaste-se Harry. - A voz de Alvo Dumbledore chegou em seus ouvidos.

-Eu não vou me afastar! - Falou sem se importar.

-Entendo que esteja ansioso, mas seria mais prudente que deixasse que o pessoal do Saint Mungus o examinasse. - Dumbledore falou calmamente.

Harry demorou algum tempo para absorver as palavras do diretor e então se levantou devagar e afastou-se do corpo inerte de Sirius. O moreno sentiu um aroma floral e uma mão reconfortante se entrelaçar na sua. Não precisou olhar para saber quem era, só então ele olhou para o resto da sala, havia um círculo das pessoas da Ordem ao redor deles, algumas pessoas do ministério e outras do Saint Mungus, mas nem sinal dos comensais da morte. Faltava também Tonks e Lupin, isso não passou despercebido por Harry, mesmo que tivessem levando o corpo das pessoas que haviam saído do portal – inclusive Sirius – para fora da sala.

-Está feito.

Harry ouviu a voz tranqüila e firme de Alvo Dumbledore ao seu lado.

-Onde estão os comensais? - O moreno perguntou ouvindo sua voz sair estranhamente embargada.

-Na hora em que entramos muitos fugiram no meio da confusão e outros foram capturados... - Gina falou do outro lado ainda segurando sua mão.

-Mas... mas...

-Vocês precisam ir ao Saint Mungus e Molly anda muito preocupada, ai então poderemos conversar sobre o que aconteceu aqui. - Dumbledore deu a ordem aos seis jovens que estavam agrupados ao redor de Harry.

Harry ainda viu Carlinhos e Gui aproximarem-se do grupo com cara de poucos amigos.

-Onde estão a Tonks e o Lupin? - O moreno perguntou temendo a resposta para a sua pergunta.

-A Tonks foi atrás da Belatriz e... - Hermione estava tentando explicar o ocorrido.

-O Lupin seguiu as duas, mas achou apenas a Tonks no chão, por sorte não foi a maldição da morte, mas ela não estava bem. - Rony terminou.

Harry abaixou a cabeça por alguns instantes e concluiu frustrado.

-Belatriz fugiu novamente.

-Mas pelo menos não conseguiu tudo o que queria.

Gina tentou animá-lo, mas o moreno apenas se entristeceu ainda mais ao ver a tentativa frustrada dela de levantar o braço direito para lhe fazer um carinho.


--------------


-São eles! - Molly correu em direção aos jovens assim que os viu na recepção do hospital.

Não havia ninguém gravemente ferido, mas Harry podia ver que Gina reprimia caretas de dor provavelmente pelo braço; o sangramento na perna de Rony havia passado mais ele continuava mancando; Hermione não tinha mais que arranhões; Irys tinha um corte na altura da barriga e Said tinha a única e verdadeira preocupação de saber sobre seus pais.

-Oh meu Merlim, veja só como vocês estão!

Harry logo concluiu que a senhora Weasley não devia ter a mesma conclusão que ele, pois estava fazendo uma cara que pareciam que todos ali estavam a beira da morte.

-Para onde levaram Sirius? - O moreno perguntou assim que viu o senhor Weasley.

-Não sei Harry, não vimos sequer eles passarem por aqui.

Harry sentiu uma grande vergonha lhe cobrir, provavelmente o senhor e a senhora Weasley estavam pensando que ele havia arrastado seus dois filhos para um perigo sem tamanho, e aquilo era a mais pura verdade.

-Vocês precisam de um curandeiro. - Molly arrastou todos para uma das salas e gritava com as enfermeiras que segundo ela eram lentas demais.

-Você está bem? - O moreno cochichou para Gina que sorriu.

-Sim, não se preocupe. Procure saber do Sirius. - A ruiva falou, sabendo perfeitamente o que o moreno queria naquele momento, ela o compreendia.

Harry bem que gostaria de fazer aquilo, mas a senhora Weasley não permitiria que ele saísse dali e o obrigava a sentar em uma das macas, assim como fazia com os outros.

-Quem é você?

Só agora Molly parecia ter percebido a presença de Irys junto dos outros.

-Ah... é uma história meio comprida. - Foi Rony quem falou.

-Tem muita história mal contada por aqui mocinho, e vocês vão explicar tudo, assim que saírem daqui.

Harry sabia que assim que todos estivessem bem, a senhora Weasley trataria de passar-lhes as devidas broncas e dessa com certeza nenhum deles escaparia.

-Onde está Dumbledore? - Hermione perguntou enquanto a enfermeira passava uma poção nos arranhões que ela tinha.

-Consertando as coisas no ministério, agora que eles têm tudo sobre aquele portal, estão tentando fechá-lo novamente. - O senhor Weasley explicou.

-Como vocês sabiam que nós estávamos no ministério? - Gina quis saber.

-Isso é um assunto para depois, fiquem quietos agora. - Molly repreendeu os jovens, segundo ela se eles falassem poderiam ficar ainda piores.

Nenhum deles tentou contrariar a matriarca dos Weasley, afinal, era uma sorte que ainda não tivessem tomado a bronca que mereciam.

As curandeiras consertaram a perna de Rony rapidamente e lhe deram uma poção. O braço de Gina demorou um pouco mais para voltar a ter mobilidade, mas ficou em perfeito estado depois que a curandeira acabou. Os seis receberam poção calmante para que bebessem e todos sabiam que aquilo os faria dormir por horas, coisa que nenhum deles queria, pois as perguntas estouravam na cabeça de cada um. Said foi o primeiro a se opor.

-Quero saber o que está acontecendo com os meus pais!

-Seus pais?! - Molly e Arthur espantaram-se.

-Os pais dele estavam no véu. - Rony falou.

Said já havia se levantado e andava em direção a porta, Harry desceu da maca e pretendia fazer o mesmo, mas a figura de Lupin surgiu na porta da enfermaria.

-Como ele está? - Harry perguntou, pois com certeza Lupin tinha notícias de Sirius.

Said olhou interessado sabendo que qualquer resposta também o levaria a ter informações sobre seus pais.

-Sentem-se na maca. - A voz calma e serena de Lupin soou no ambiente com uma nota de tristeza.

Harry e Said não contrariaram o homem à sua frente, sabiam que ele daria alguma explicação.

Lupin colocou as mãos nos bolsos das vestes amarrotadas e respirou longamente.

-Vocês não sabem o terror que pode ter sido passar o tempo que Sirius passou dentro daquele véu. O pior é que ninguém sabe...

O olhar cansado e desanimado de Lupin fez Harry se remexer desconfortavelmente na maca.

-O que os curandeiros disseram Remo? - Molly perguntou.

-Ainda é cedo para dizer algo conclusivo, mas eles estão ministrando poções em todas as pessoas que saíram daquele lugar... Sirius está em um estado de inércia, nada parece trazê-lo de volta, assim como os outros.

-Então... então pode não ter adiantado nada tê-lo trazido de volta? - Harry exasperou-se e sentiu a mão de Gina fazer um carinho reconfortante na sua.

-Creio que pode ter sido pior Harry, não sabemos o que Sirius ainda possui deste mundo ou como está sua mente depois de ter passado por tudo isso. - Remo concluiu.

-Pode ter sido pior?! - O moreno falou mais para si mesmo sentindo o bolo que estava em sua garganta voltar a apertá-la com vontade.

-Quer dizer que meus pais podem ficar daquele jeito pra sempre? - Era a voz de Said incrivelmente diferente.

Nenhum dos presentes arriscou dizer algo, Lupin até parecia querer dizer alguma coisa, mas não havia o que dizer.

Como sempre Irys fazia o que sentia que devia fazer, e pouco ligava para as convenções ou o que os outros poderiam pensar. Caminhou até Said e o abraçou carinhosamente, no início sentiu que o moreno continuou estático, não querendo se dar por vencido, mas depois sucumbiu ao desejo de abraçá-la também.

-Bebam logo essas poções e sugiro que todos saiam da enfermaria. - Uma enfermeira com aspecto rígido, muito parecida com Madame Pomfrey chegou perto do grupo.

-Isso... bebam tudo. - Molly apoiou a mulher.

Said e Irys soltaram-se rapidamente e sem muita alternativa beberam os conteúdos de seus copos.

Harry viu quando Gina saiu de perto dele, levada pela mãe e deitou na maca ao seu lado, ainda olhou para a ruiva bebendo o conteúdo de seu copo e sentindo seu corpo totalmente tomado pelo cansaço ele virou o copo que estava em suas mãos. O líquido fumegante desceu por sua garganta e logo seus olhos pesavam demais para que continuassem abertos. Sono. Um sono sem pesadelos e que lhe tiraria momentaneamente daquela sensação de que tudo estava tremendamente dando errado.


-------------


-Então vocês fugiram para abrir aquele véu?! - Molly Weasley berrava na cozinha da Ordem.

-Mãe... - Gina tentou falar mais foi interrompida por Gui.

-Isso foi inconseqüente e não tem explicação.

Haviam se passado apenas dois dias depois do ocorrido no Ministério da Magia, como era de costume todo o mundo bruxo estava a par do que havia acontecido, mas de uma maneira não muito confiável, pois a informante do Profeta Diário não era uma das jornalistas mais fieis. Depois que acordaram no Saint Mungus, foram levados para a sede da Ordem da Fênix e Harry havia acabado de contar a história de suas malfadadas aventuras para toda a Ordem com a ajuda dos amigos.

-E ainda tiraram a pobre menina da sua tribo? - Molly continuava a bronca nos jovens.

-Molly acalme-se, ela nem mesmo queria ficar lá. - Arthur havia falado e ganhado um olhar magoado da mulher.

-Desculpe por me esconder na sua casa senhora Weasley. - Irys falou sinceramente.

-Minha querida eu nunca negaria abrigo para ninguém, mas vocês não deveriam ter escondido isso. - O instinto protetor de Molly Weasley sempre era maior do que tudo e ela abraçou Irys carinhosamente.

-Então Harry creio que vocês possuem consciência dos perigos que correram.

Pela primeira vez desde o início da reunião Harry ouvia Dumbledore se manifestar.

-Temos corrido desde sempre, não? - Mesmo sem querer a ironia havia saído de sua boca.

-Devo assumir que você está certo meu caro. - Dumbledore cruzou as mãos sobre a mesa. - Mas não devemos nos expor desnecessariamente a tal ato.

-Seria mais simples se vocês tivessem nos explicado o que era aquele véu, mas sempre nos negam as explicações. - Harry tornou a contestar.

-Sim, sim, novamente há um fundo de razão nos seus argumentos Harry e confesso que devido os avanços de Voldemort eu estive mais que ausente esse ano. - Dumbledore possuía um olhar cansado.

-Como vocês sabiam que estávamos no ministério? - Hermione perguntou, tentando apaziguar.

-Remo descobriu tudo, ele estava pesquisando sobre o véu faz algum tempo juntamente com Tonks e sabiam que ele se abriria no dia 31 de agosto. Por alguma razão desconfiávamos que vocês teriam fugido por isso, um chute, mas era a única idéia que tínhamos. - Moody explicou.

-Claro que não deixamos de procurar por vocês desde que fugiram, mas arriscamos em relação ao ministério. - Remo lançou um olhar compreensivo para Harry.

-E o portal, conseguiram fechá-lo? - Gina perguntou.

-Depois de ter conhecimento de como ele funcionava, nós conseguimos facilmente reverter a magia e trancar definitivamente o portal, a preocupação é saber o quanto de estrago o portal causou durante o tempo que esteve aberto. - Dumbledore explicou.

-E o Sirius? - Harry perguntou temendo a resposta.

-As poções parecem estar fazendo algum efeito, mas ele não demonstra sinais de que irá acordar tão cedo, assim como seus pais Said. - Remo respondeu.

Harry ainda ouviu os membros da Ordem discutirem alguns outros assuntos, mas nada parecia tão importante quanto ver o padrinho, coisa que fariam assim que a reunião acabasse.


-------------


Ele estava ali, com o rosto pálido e desfigurado, completamente diferente da foto que vira anos antes dele no casamento dos pais. Sirius Black jazia no leito do Saint Mungus juntamente com o druída e os pais de Said.

Harry caminhou até o leito do padrinho e analisou cada feição maltratada, cada arranhão em seu rosto e a visão encovada de sua face.

-Ele vai acordar.

Era a voz doce e tranqüilizante de Gina ao seu lado. Harry apenas sorriu de canto e apertou mais as mãos da ruiva na sua. Ao seu redor estavam Rony, Hermione e Gina. Olhou para o lado e viu Said ao lado dos pais, tão preocupado quanto ele e Irys estava ao seu lado.

-N... nã... não... faça....

Harry sobressaltou-se ao ouvir a voz que mais parecia um latido sair fraca dos lábios do homem a sua frente.

-Vou chamar alguém! - Gina falou, mas Hermione que estava próxima já havia feito.

-Não... por favor... não... - Sirius balbuciava e seu rosto se contorcia.

-Afastem-se garotos. - Um curandeiro havia chegado com uma poção e aplicou imediatamente. - Isso logo vai passar, ele deve estar revivendo alguns momentos... não muito agradáveis... - O homem procurou não encarar os jovens e fixou o olhar em Remo que entrava na sala aos tropeços. - Mas isso é um bom sinal, ele saiu da inércia.

Harry ainda tinha sérias dúvidas se aquilo era um bom sinal, mas apenas limitou-se a olhar o curandeiro se afastar e o olhar piedoso que Remo lançava a Sirius.

-Como está Tonks? - Gina quebrou o silêncio.

-Melhorando... - Ele sorriu fracamente.

Gina ainda pensou se aquilo seria verdade, pois o sorriso de Remo era pouco convincente. Parecia que havia algo de errado com ele.


------------


Naquela manhã, bem cedo, Irys já estava de pé. Vestiu-se rapidamente e alcançou os degraus da escada. Ali estava ele, largado sobre o velho sofá da casa dos Weasley, olhando com cuidado excessivo o pomo de ouro que tinha nas mãos.

A garota apertou mais o casaco que estava usando contra o corpo e continuou a descer a escada sem se importar em fazer barulho, mas Said parecia absorto demais em seus pensamentos, pois nem sequer se mexeu.

-O que você quer? - A voz saiu áspera.

-Bom-dia pra você também. - Irys respondeu com a empolgação de sempre.

-Não preciso do seu bom-humor, posso viver sem ele. - Said despejou.

Irys sentou-se ao lado dele e limitou-se a olhá-lo.

-Vai ficar ai o dia todo?

-Vai ficar querendo tirar todos de perto de você? Não cansa disso?

-Ah sim, esqueci que você era a minha salvadora. - Ironizou ele.

Said segurou com força o pomo de ouro que tentava voar de suas mãos, era o pomo do jogo que Harry havia ganhado do pai, ele ainda achava estranho aquelas inscrições que estavam rabiscadas nele, parecia egípcio, mas estava muito apagado ele não conseguia entender muito bem.

-Você não vai conseguir. - Foi tudo que Irys falou.

-Conseguir o que? - Ele realmente não havia entendido e agora fitava a garota.

-Não vai conseguir me fazer ficar com raiva de você.

Por um momento ele ficou confuso, achou aquilo estranho como tudo mais era estranho nela.

-Sei que você esta chateado por seus pais ainda não terem acordado, mas todos sabemos que é apenas uma questão de tempo. Abaixe as suas armas, pare de tentar fazer as pessoas te odiarem...

-Ei, ei, ei. - Said havia levantado a mão para que ela parasse. - Quem você pensa que é para falar dos meus pais? Você nem ao menos sabe o que é ter um pai e sua mãe já morreu!

Nesse instante ele sentiu um gosto amargo em sua boca, parecia que ele próprio havia provado o veneno de suas palavras. Viu o sorriso que sempre estava presente nos lábios de Irys se desfazer gradativamente, mesmo que ela tivesse fazendo esforço para mantê-lo, o choque foi maior.

Irys ficou séria, sentiu a cor de seu rosto sumir por alguns instantes e um bolo se formar em sua garganta. Como poderia palavras causarem tanto estrago? Levantou-se devagar do sofá e tomou o rumo do jardim a companhia dos gnomos seria mais adequada para aquele momento.

Droga! Ele não havia dito nada demais, havia? A visão dos olhos dela totalmente sem brilho fizeram algo se remexer desconfortavelmente em seu estômago e mesmo que ele se amaldiçoasse por isso, levantou-se e seguiu atrás dela.

Irys andava calmamente, mas seus passos se apressaram e logo depois ela correu, correu com vontade, com força, querendo sumir, ou melhor, desaparecer simplesmente. Não havia nada nem ninguém, a verdade era essa, ela não tinha ninguém. De súbito parou de correr e cansada cedeu à vontade de se sentar na grama gélida.

Said viu quando ela sentou-se no gramado e caminhou mais devagar. O que deveria dizer? A respiração dela era arfante e ele podia ver o ombro subir e descer.

-Irys...

A morena não o olhou.

-Eu... ah... eu não menti... apenas disse a verdade. - Ele sentiu-se um idiota, não tinha a capacidade de pedir desculpas.

-Eu sei... por isso dói. - Ela respondeu sinceramente. - Você é um idiota.

-Eu sei... - Concordou, estava ficando mais fácil. - Você não está com raiva, está?

-Não tenho motivos para ficar com raiva de você Said, como você mesmo disse, só falou a verdade.

-Hum... - Tudo bem, ela já tinha dito que não estava com raiva, ele podia ir. - Você não é normal.

-Eu sei.

-Você não fica com raiva? Porque não grita comigo? Não me xinga? Não me bate? - Lá estava ele com raiva. A tranqüilidade dela o afetava, o deixava furioso.

Irys levantou-se calmamente e chegou mais perto dele.

-Não passa pela sua cabeça que eu simplesmente não sou assim? Ou que simplesmente eu gosto de você? Ou que você é imbecil e idiota o suficiente para que eu compreenda o seu estado e não faça nada disso?

-Erh... como assim? - Ele havia ficado sem resposta, pela primeira vez que lembrava estava sem resposta na língua tão afiada.

-Assim! - Irys ergueu a mão e deu um tapa no rosto do moreno. - Acorda para a vida! Existem pessoas que gostam de você mesmo que você não faça um pingo de esforço para que isso aconteça!

Então estava ali, Irys havia literalmente lhe batido, mas não havia fúria em seus olhos, era mais como uma mãe que batia em um filho para que ele aprendesse uma lição e por mais que Said houvesse se ofendido a princípio, logo os olhos dela refletiam aquele brilho inconfundível e as palavras estavam doendo muito mais do que o tapa que não havia sido tão forte assim.

-Era isso que você queria? - A garota pretendia tomar o rumo da casa novamente.

-Não, eu pretendia muito mais. - O moreno respondeu agarrando o braço dela e a puxando, fazendo com que o corpo dela voltasse e se chocasse violentamente contra o seu.

Said deslizou com a mão livre pelos lábios da garota e mantinha o contato visual.

-Lembra? - Ele disse claramente se referindo ao beijo que ambos trocaram dias antes.

Irys limitou-se a sentir o toque dele, tudo o que ela queria era que ele caísse na real, deixasse de maltratar as pessoas que o amavam. Aquele que acariciava seus lábios com ternura era o outro Said, o que ela queria que se libertasse e prendesse o outro para sempre. Não havia porque ela fugir, sua bofetada pelo menos havia valido para alguma coisa. Mas logo ela parou de pensar, pois era realmente difícil com a proximidade dos lábios dele, com o hálito quente que ela podia sentir.

Said encostou gentilmente os lábios nos dela. Um toque suave e carinhoso. Sentiu as mãos de Irys deslizarem sobre seu peito e percorrerem o caminho até sua nuca. Eles realmente estavam ficando bons naquilo. A língua dele logo encontrou caminho pelos lábios entreabertos dela e uma corrente elétrica invadia seu corpo.

Novamente aquela sensação estava ali, e ela já não queria mais que parasse, ela queria morrer amaldiçoada, queria morrer sentindo os braços dele caminharem fortes e decididos por suas costas. O sabor dos lábios dele e das línguas se misturando, fazendo algo serpentear por sua coluna e um súbito calor a atingir. Sensações estranhas passavam por seu corpo, e ela gostaria de sentir mais...

-SAID! IRYS!

Rapidamente os jovens se soltaram e viram Molly Weasley os chamando da porta da casa. Terrivelmente envergonhados e sem saber muito bem o que fazer, caminharam em direção a matriarca.

-Não sou tão antiquada assim, mas acho que não está dando muito certo todos esses casais morando debaixo do mesmo teto... - Molly falava exasperada, referindo-se aos três jovens casais que vez ou outra ela pegava se agarrando pelos cantos.

-Erh... desculpe senhora Weasley. - Irys falou envergonhada.

-Ah minha querida, eu sei como é ser jovem. Sentem-se que os outros devem estar descendo para o café.

Molly virou-se contrariada para o fogão, a verdade é que ela tomara para si os cuidados com Irys, afinal, a jovem não tinha família alguma e ela se responsabilizara em cuidar da garota sem que precisasse ninguém ao menos sugerir.

Logo a mesa estava repleta de pessoas, era um sábado e até mesmo os gêmeos estavam em casa. Gui e Carlinhos ainda permaneciam desde a batalha no ministério, voltariam para os seus trabalhos na próxima semana.

-O que faremos hoje? - Jorge perguntou animado.

-Defender nossa irmã das garras do Cicatriz? - Fred lançou um olhar maldoso a Harry.

-Muito engraçadinhos vocês dois, acho melhor vocês se defenderem. - Gina rebateu e Harry se limitou a comer um pedaço de bacon.

Uma coruja parda entrou voando pela janela e pousou perto de Hermione que retirou o pequeno bilhete.

-Luna disse que virá nos fazer uma visita. - A garota respondeu após ler.

-Legal. - Gina falou animada.

-Você não para de olhar esse pomo Said. - Rony falou para o moreno.

-Ah... é que tem algumas coisas estranhas escritas nele e quero saber o que é.

Depois do café da manhã os seis jovens partiram para o jardim e a sombra de uma árvore – apesar do frio que começava a fazer – eles continuaram conversando amenidades, até a hora em que surgiu uma garota loira e de olhar sereno na frente deles.

-Parabéns Luna, está aparatando muito bem. - Gina saudou a amiga que sorriu sem jeito.

Luna sentou ao lado dos amigos e seu olhar recaiu sobre o pomo nas mãos de Said.

-Soube da aventura de vocês. Dessa vez não chamaram eu e Neville. - A garota falou em tom ameno.

-Ah, não leve a mal Luna... - Harry começava a tentar explicar.

-Ah não esquenta Harry, eu sei de tudo. - A loira continuava com seu olhar distante.

-Tudo o que? - Foi Hermione quem perguntou.

Luna não respondeu, apenas estendeu a mão para que Said lhe entregasse o pomo e o garoto ergueu a sobrancelha.

-Quer o pomo? - Ele perguntou e viu a garota concordar, “Ela realmente é louca”, ele pensou.

Como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo, Luna pegou a varinha e dando duas curtas batidas na pequena bola dourada ela se abriu.

Harry olhava assustado para o pomo de ouro que ele havia ganhado de seu pai. O pomo havia se aberto e de dentro dele saiu um pequeno papel com as seguintes palavras:

“Atlântida, Praga, Egito e Foz do Iguaçú”

Silêncio. Ouvia-se apenas o canto dos pássaros durante muito tempo na roda em que os amigos haviam feito em torno de uma tranqüila Luna.

-O que significa isso? - Rony foi o primeiro a falar.

-A resposta das charadas. - Luna respondeu simplesmente.

-Isso eu pude ver. Mas como você sabe das charadas? Como pode saber que as respostas estavam dentro desse pomo? - Harry encarou a loira sem entender.

-Ah... ouvi vocês comentando na sala comunal um dia...

-Sala comunal? Você ainda é da Corvinal que eu saiba. - Said falou.

-Sim, sou da Corvinal, mas entrei na sala comunal de vocês, Neville me deu as senhas... eu tinha brigado com Fred e Jorge...

-A aposta que você fez com eles! Lembro de ver vocês brigando no corredor. - Gina relembrou o acontecido.

-É, eles realmente me irritaram naquele dia. Então fui na Grifinória para tentar pegar o que eles me deviam, cansei de ver as pessoas me passando para trás... - Luna soltou um muxoxo.

-Espera! - Hermione havia se levantado do gramado e erguido a mão. - Foi você que nos escutou naquele dia em que nós estávamos discutindo na sala comunal... nós corremos atrás de você e o Snape nos pegou no meio do caminho...

-Mas eu e o Said continuamos pela passagem secreta... - Gina continuou.

-É. Vocês quase me pegaram, mas conseguiram o mapa para Atlântida. - Luna concordou.

-Mas como? Como você conseguiu fazer tudo isso? E como sabia...

-Vou explicar, afinal, é por isso que estou aqui. - Luna sentou-se encostada na árvore e aguardou até que os amigos fizessem o mesmo.

Perguntas explodiam em sua mente, mas Harry sentou-se de frente para a sua fiel, mas esquisita amiga e encarou-a.

-Como eu já disse, ouvi vocês falando sobre os antigos pergaminhos na sala comunal por que Neville me deu a senha e eu estava indo para lá por causa da minha aposta com Fred e Jorge, estava com raiva deles, todo mundo pensa que pode fazer pouco de mim. - A garota parou e respirou um pouco. - Quando cheguei na sala comunal ouvi vocês falando sobre as charadas...

-Mas você não tinha como saber, nós falamos apenas sobre as charadas, provavelmente uma pessoa que ouvisse nossa conversa não entenderia nada. - Hermione interrompeu.

-Acho que realmente não entenderia nada, isso se essa pessoa não fosse descendente de druída e passasse grande parte da sua vida ouvindo as histórias, que todos acham loucas, de seu pai.

Mais uma revelação, aquilo era demais, então estava explicado Luna era descendente de uma druída.

-Mas descendentes de druídas possuem certas características... - Hermione parecia constrangida.

-Sim, são um pouco aéreos, costumam ser diferentes em situações corriqueiras...

-Porque você não nos contou antes? - Gina perguntou.

-Isso não ajudaria, acho que me achariam cada vez mais louca. - Luna sacudiu os ombros.

Gina sentiu pena da amiga e ela sabia que não seria a primeira vez, as pessoas eram cruéis muitas vezes.

-Continue. - Irys pediu e Luna lançou um olhar confuso para a garota antes de continuar.

-Depois que ouvi a conversa de vocês na sala comunal, eu achei que deveria fazer alguma coisa para ajudar... sabe, eu sabia onde estavam os diamantes porque essa informação foi passada de geração a geração, apesar de meu pai e nem ninguém ter tido vontade de ficar com o pergaminho. Mas isso não mudava o fato de que continuávamos sabendo de tudo, pois a magia antiga que o druída lançou, obrigava os seus descendentes a passarem a suas gerações futuras as informações, para que elas nunca morressem. É como uma maldição na verdade. - Luna respirou profundamente. - Eu sentia vontade de ajudar vocês e também queria libertar minha família dessa obrigação com as informações... então, quando vocês estavam em aula eu... eu... eu voltei a torre a Grifinória e bem... eu precisava colocar aquele bilhete dentro de um lugar que não levantasse suspeitas de vocês em relação a mim...

-Pode ter certeza que nunca desconfiaríamos de você. - Rony soltou recebendo um olhar repreensivo de Hermione e Luna apenas continuou.

-Então eu vi sobre a cama, que eu julguei ser de Harry por causa de alguns livros espalhados por ela que tinham o nome dele, um jogo de quadribol. Me pareceu o lugar ótimo para esconder as respostas das charadas porque Harry adora quadribol, então lancei um feitiço no pomo e escondi lá.

-Espera ai. Deixa eu ver se entendi. - Said bufou resignado. - Você queria nos ajudar, mas ao invés de nos contar o que sabia, escondeu as informações em um lugar que nenhum de nós conseguiu achar?

-Não acharam porque não deram importância, estava escrito no pomo. - Luna sacudiu os ombros displicentemente.

Said tornou a olhar para o objeto e as letras esquisitas ainda apareciam lá, mas eram fracas demais, não tinha como compreender perfeitamente.

-Não seria mais fácil se você tivesse nos contado? - Dessa vez foi Harry quem falou.

-Já falei que não queria expor minha família.

-E porque contou agora? - Gina tentou falar sem ofender a amiga.

-Achei que agora que tudo acabou eu poderia contar, deu vontade. - Parecia a coisa mais normal do mundo para a garota loira que levantou-se em seguida. - Vou falar com a senhora Weasley, ela sempre tem pudim pra oferecer. – Os olhos dela brilharam levemente e ela saiu dando pulinhos enquanto caminhava.

-Dá pra acreditar? - Rony indignou-se.

-Ela realmente é diferente. - Irys analisou a garota. - Eu até pareço normal agora. - A morena riu, fazendo os outros riram também.

-Estava tudo bem debaixo do nosso nariz, o tempo todo. - Harry lastimou-se olhando para o pomo.

-Talvez não tivesse sido tão emocionante. - Gina constatou sorridente.

O monstro dentro de Harry remexeu-se e ele conjecturou se não poderia arrastar Gina para algum canto daquele jardim, talvez por trás da casa. Mas suas esperanças sumiram ao ver Fred e Jorge saindo de dentro da Toca e indo de encontro a eles no jardim.


--------------


Estavam todos reunidos ao redor do leito de Sirius. Harry olhava com expectativa para o padrinho. Como sempre ele parecia dormir, mas Harry sabia assim que Sirius começava com a sessão de murmúrios desconexos que ele não dormia simplesmente, ele revivia cada momento ruim de sua vida e aquilo era algo terrível, que o menino-que-sobreviveu sabia por experiência própria.

-Ele voltará para Askaban?!

Harry sobressaltou-se ao ouvir alguém murmurar atrás dele. Eram o senhor e a senhora Weasley juntamente com Remo.

-O que? - O moreno teve de interferir na conversa, chamando atenção dos amigos para o fato. - Sirius voltará para Askaban?

-Não Harry, acho que isso não acontecerá, depois que descobriram que Dumbledore estava certo em relação a Voldemort, ele voltou a ter muito crédito no mundo bruxo. Ele esta conversando com o Ministro. - Foi Remo quem respondeu.

Ainda achando a simples menção daquilo uma grande injustiça, Harry continuou a prestar atenção em Sirius.

-Como estão seus pais? - Gina perguntou para Said.

-Não muito melhores que Sirius. - Respondeu o garoto que tinha as mãos entrelaçadas nas de Irys.

-Temos que... temos que... que... ajudar... ajudar o ... ajudar o Harry... - Sirius remexeu-se nas cobertas do hospital completamente transtornado.

Rapidamente os olhos de Harry arderam e ele tentou controlar o que sentia, Sirius devia estar lembrando do dia em que ele havia ido ao ministério com a intenção de salvar o padrinho, mas por culpa sua Sirius acabou caindo no véu.

Remo olhou para o amigo, existia muita dor nele, Remo sempre soube, desde o momento que pôde rever Sirius, depois que o amigo havia fugido de Askaban. Sirius havia sofrido muito na prisão, mais do que queria transparecer e precisava de ajuda, o carinho de Harry foi de vital importância. Remo deixou a família Weasley com Harry e os amigos na sala e saiu, precisava ir a outra enfermaria.

Entrou devagar no amplo cômodo e na última cama avistou os cabelos antes rosa-chiclete, agora de um tom castanho na altura do pescoço, essa deveria ser a aparência normal dos cabelos dela. Ele encostou-se displicentemente na parede do quarto de hospital, ao lado da cama dela, não tinha coragem para chegar mais perto e apenas velava pelo sono dela. Tonks havia acordado algumas vezes, mas logo caia no sono novamente, em nenhuma das vezes que havia acordado parecia realmente lúcida, efeito das poções que lhe eram ministradas ou talvez da maldição do duelo com Belatriz.

-Pensei que... não viria.

Remo virou-se tão rapidamente que seu pescoço fez um estalo, ela estava acordada e aparentemente lúcida, pois seus olhos cravaram-se nele como dois holofotes. Sua voz estava rouca, como de alguém que não a usa há muito tempo.

-Erh... agora a pouco tinham muitas pessoas aqui, vários colegas seus do Ministério e da Ordem.

-Eu sei.

-E porque não falou com ninguém? Poderia ter dito que estava acordada. - Remo continuou colado na parede.

-Porque a primeira pessoa que eu queria ver quando acordasse não estava aqui. - Tonks respondeu honestamente.

Remo engoliu em seco, sentiu seu rosto queimar um pouco. Droga! Parecia um adolescente.

-Como se sente?

-Não muito bem... - Ela respondeu tentando se levantar.

-Então não faça esforço. - Remo chegou mais perto tentando ajudá-la.

-Em relação a minha saúde física eu estou bem Remo, bem até demais, não se preocupe. - Ela estava disposta a ser direta.

Remo ajudou a mulher a encostar-se na cabeceira da cama e sentou na cadeira ao lado, achando muito interessante as próprias mãos.

-Sirius está na enfermaria aqui ao lado, ele ainda não acordou.

-Hum... fico feliz que tenhamos conseguido tirá-lo de lá. - Tonks ainda queria falar sobre os dois, mas Remo conseguia desviar o assunto sempre.

“Ninphadora Tonks, fale logo de uma vez o que quer” uma voz chata soava em sua mente. “Como se eu já não tivesse falado”, outra mais irritante ainda retrucou.

-Vou avisar aos outros que você acordou. - Disse Remo levantando-se.

E lá se foi ele, novamente fugindo e se escondendo. Tonks soltou o ar dos pulmões com força.


--------------


Harry corria sem nem ao menos saber quem corria atrás dele no corredor do Saint Mungus, provavelmente algumas curandeiras com raiva por ele estar correndo pelo hospital e talvez seus amigos que vieram junto com ele. O moreno correu mais um pouco e dobrou em umas das portas finais do corredor. Abriu-a com pressa e o viu. Encostado na cabeceira da cama e falando com seu amigo de escola estava Sirius Black.

Não demorou muito para que Sirius percebesse a presença de alguém mais na enfermaria, olhou em direção a porta e viu o afilhado. Rosto esfogueado, cabelos em desalinho e arfando, lá estava Harry Potter.

Harry continou a correr, mas dessa vez em direção a cama de Sirius e viu os braços do padrinho se abrirem para ele. O abraçou, abraçou com força e vontade, um abraço fraterno, como Harry sempre sonhara em ter e encontrou apenas com Sirius. Ele estava vivo! Estava vivo e livre! Harry enfim poderia ter uma família.

Sirius deu algumas palmadinhas carinhosas nas costas do afilhado e apertou o abraço. Haviam tantas coisas a serem ditas, tantas emoções contidas, mas nenhuma palavra vinha no momento.

Ambos não souberam estimar o tempo que haviam passado abraçados, mas foi o suficiente para que todos os que estavam ao redor chorassem de emoção.

-Senhor Black, precisa da poção agora. - Uma jovem curandeira havia se aproximado da maca do homem com certa relutância.

-Ah... sim... - Sirius pegou o copo das mãos da mulher e bebeu o conteúdo.

A família Weasley, Remo e Tonks – que havia recebido alta – olhavam a cena emocionados. Said e Irys estavam com os pais do garoto.

-O senhor ainda demorará algum tempo para ter alta, mas agora é apenas uma questão de tempo. - A curandeira falou pegando o copo.

Sirius apenas concordou com um aceno de cabeça e tornou a voltar sua atenção para Harry.

-Como andam as coisas?

-Bem... eu estou na casa dos Weasley... - O moreno sacudiu os ombros, não sabia bem o que falar naquele momento.

-Como foram as coisas esse ano?

Mesmo que Harry pudesse pensar que não sabia o que falar, isso não aconteceu, pois as palavras saiam naturalmente e logo seus amigos haviam sumido e ele e Sirius estavam sozinhos na enfermaria do hospital conversando tudo o que precisavam. Harry teve certeza de que seu padrinho estava de volta e a felicidade estava presente em cada palavra que ele dizia. Ambos riam das coisas que haviam acontecido e conversavam como velhos amigos. Sirius já estava inclusive lhe dando conselhos sobre Gina e nem um dos dois viu a tarde cair do lado de fora.


----------------


Palmas ecoavam no ambiente festejando a chegada de uma pessoa querida. Molly Weasley havia preparado o mais suculento jantar para todos na sede da Ordem da Fênix e Sirius acabava de chegar, ele estava bem, mesmo que andando meio precariamente.

-Sente-se Sirius. - Remo puxou uma cadeira.

-Já passei tempo demais sentado meu amigo. - Sirius resmungou, sendo praticamente forçado a sentar por Molly Weasley.

-Coma. - A matriarca ordenou.

O maroto poderia retrucar, mas sabia que a senhora Weasley fazia aquilo com carinho, não ia contrariá-la, não naquele momento. O jantar não poderia ser mais animado, vários membros da Ordem estavam presentes, festejando o retorno de Sirius, mesmo que Voldemort ainda estivesse a solta eles tinham uma coisa para comemorar. Além de Sirius de volta, vários comensais haviam sido presos e era um dia festivo afinal.

Harry estava feliz enfim. Olhou para o lado direito e sorriu para Gina que o estava observando.

-Pensando em que senhorita Weasley?

-Não posso falar. - A ruiva corou.

Os dois riram gostosamente e sabiam que tudo o que mais queriam naquele momento eram conseguir um pouco da privacidade que não tinham há tempos.

-Sirius me contou sobre algumas passagens interessantes nessa casa. - Harry cochichou no ouvido da ruiva e Gina sorriu maliciosamente.

-O que vocês estão cochichando? - Rony ergueu uma sobrancelha.

-Talvez o mesmo que você e a Mione. - Gina sempre tinha as respostas certas para deixar o ruivo com as orelhas vermelhas.

Hermione sorriu, e Rony deu uma grande garfada na sua comida. A conversa aumentou na sala e assim que Rony viu Harry e Gina assim como Irys e Said e o restante das pessoas entretidos, ele levantou-se e chamou Hermione.

-O que você quer? - A garota perguntou subindo as escadas com ele.

-Nada demais, apenas terminar a nossa conversa. - Falou o ruivo agarrando-a no meio do corredor.

-Rony... seus pais... - Hermione deixou que ele a conduzisse para uma das muitas salas no corredor.

-Droga, essa falta de você tá me matando. - O ruivo falou enquanto entrava com as mãos ágeis dentro da blusa dela.

-Ron... - Hermione já não mais queria respirar, a sensação das mãos grandes dele lhe cobrindo os seios não permitia tal ato.

-Ninguém... vai se incomodar com a nossa falta... lá embaixo... - O ruivo desabotoou rapidamente cada botão da blusa dela e avançou sobre o seio da garota.

Estavam encostados em uma mesa velha, que rangia com o peso repentino, mas isso pouco importava. A boca sedenta que cobria seu seio fazia com que o mundo girasse sob seu olhar e ela não mais pensava, não havia o que pensar. Suas mãos deslizaram para dentro da calça de Rony fazendo a única coisa coerente para aquele momento.

Rony podia ver as feições de prazer de sua amada, como era bom vê-la totalmente entregue, a melhor maneira de calar Hermione era sempre com beijos.

Totalmente descabelada, era assim que Hermione Granger se encontrava naquele momento, vestígios daquela menina certinha e incapaz de fazer qualquer coisa parecida com aquela não existia, porque Rony fazia com que ela cometesse grandes loucuras, e o incrível é que ela gostava. Hermione nem sequer soube quando uma cama surgiu praticamente aos seus pés e Rony a conduziu para que se deitasse.

-Eu te amo Hermione Jane Granger.

A única resposta plausível ela sabia, mas queria torturá-lo, não queria falar, não agora quando sentia sua saia juntamente com sua peça íntima sendo tirada com cuidado de seu corpo, como se estivessem fazendo amor pela primeira vez.

-Rony... - Ela gemeu quando ele mordiscou sua orelha.

Rony segurou firme na perna da namorada, apertando, pressionando... ela tinha que dizer, ele precisava ouvir, por isso também a torturava longamente, com beijos sem fim por seus seios, pescoço, barriga...

Assim que o viu desprevenido, Hermione rolou na cama e ficou em cima do ruivo, segurando firmemente suas mãos no alto da cabeça.

-Acha... que pode me... segurar? - Rony gemeu com os toques que Hermione destinava a uma certa parte de seu corpo com a outra mão livre.

-Ah eu posso... - A garota o fitou sedutoramente e encaixou-se lentamente nele, fazendo Rony perder a resposta que iria lhe dar.

-Mione...

Droga! Ela havia lhe pegado, ele nem mesmo conseguia articular qualquer palavra que fosse. Apenas guiou suas mãos, que a morena já não fazia mais questão de segurar, para a cintura dela e ajudou nos movimentos.

Uma cadência ritmada, envolvente e entorpecedora... ela queria mais, precisava de mais. Porém sentiu Rony segurar seus quadris com força e lhe parar.

-Acha que vai... escapar? - O ruivo perguntou sorrindo de canto.

Merlin sabia o esforço que Ronald Weasley fazia para impedir os movimentos prazerosos de Hermione Granger, mas ele precisava ouvir.

-Não quero escapar meu amor... não mais... - E abaixando-se, chegando bem próximo da orelha dele, Hermione sussurrou. - Eu te amo Ronald Bilius Weasley.


Calor, fogo, quente, muito quente. Não havia mais nada que não fosse os dois e as sensações que chegavam em sucessivas ondas em seus corpos, preenchendo e fazendo com que eles soubessem que estavam vivos, unidos e para sempre apaixonados.


---------------


O jantar já havia acabado há muito tempo, muitos haviam ido embora e outros que estavam hospedados na sede da Ordem recolheram-se. Porém algumas pessoas ainda permaneciam na mesa conversando e rindo. Desfrutando da companhia de amigos.

Sirius passeou com o olhar pela mesa e viu Tonks rodando a taça de vinho na mão com bastante interesse, Lupin estava sentado ao seu lado com cara de enterro – por mais que tentasse disfarçar -, enquanto Arthur e Molly conversavam próximos ao fogão.

Fazia algum tempo que estava fora daquele ambiente, havia passado por coisas que preferia enterrar no mais profundo recanto de sua mente, mas se lembrava perfeitamente de que Tonks gostava de um jeito especial de seu amigo Remo Lupin, e que esse mesmo amigo fazia questão de ignorar os sentimentos de sua prima por pura idiotice. Sirius não queria acreditar que Remo continuava com aquilo, mesmo depois de tanto tempo.

Sirius conversou um pouco mais com o amigo sobre as atualidades do mundo bruxo, queria saber o que estava acontecendo. Logo Molly e Arthur Weasley avisaram que se recolheriam e Sirius se viu sozinho com sua prima e amigo.

-Tão distante Tonks. - O moreno chamou fazendo a prima derrubar a taça de vinho e se assustar.

-Ah... só pensando, apenas isso. - A mulher de cabelos rosa-chiclete preferia não olhar para Remo e Sirius percebeu.

-Algum problema? - Sirius perguntou vendo Lupin se remexer desconfortavelmente na cadeira.

-Não, nenhum problema, está tudo perfeito. - Tonks falou sem muita emoção, mas com um tom de ironia e antes que o primo falasse qualquer coisa ela se levantou. - Boa-noite pra vocês.

Tonks saiu, não sem antes esbarrar no sofá da sala, fazendo um barulho e despertando a “gentil” senhora Black.

-Velha idiota! - Xingou a auror, cobrindo o retrato e fazendo ele se calar.

Sirius ainda pôde ouvir a porta bater com força e olhou balançando a cabeça negativamente em direção a Remo.

-O que? - Remo fez-se de desentendido.

-Você é um completo idiota Aluado.

-Eu não tenho nada a ver com isso... - Ele ainda tentou negar.

-E eu sou Merlim. - Sirius revidou.

Remo exasperou-se.

-Não posso fazer nada, tá legal?

-Ah tá, que tal correr atrás dela e assumir o quão imbecil você é?

-Você não entende....

-Essas são suas palavras preferidas desde os tempos de escola. - Dessa vez Sirius estava falando sério, concentrado no rosto do amigo. - Escuta o que eu vou dizer, vai ser só uma vez.

-Claro, você sempre foi muito ajuizado para dar conselhos.

Sirius fingiu não ouvir a indireta e começou.

-Sei que você já sofreu bastante nessa vida Aluado, mas eu passei por algumas coisas que não desejo a ninguém. - Os olhos dele tremeram levemente, mas ele ocultou as imagens aterrorizantes que lhe vinham à mente. - Coisas que podiam ter deixado qualquer um louco, mas eu estou aqui e não vou me fechar pro mundo, porque se fizer isso é a mesma coisa que se eu estivesse morto, então não adiantará nada terem me tirado daquele maldito véu porque eu simplesmente não estarei vivendo. É isso que você faz, não vive, não deixa que ninguém se aproxime de você. Eu não sei quanto a você Remo, mas eu não vou desperdiçar o sacrifício dos que se preocuparam comigo, eu vou viver, é isso que eu vou fazer.

O silêncio permaneceu depois daquelas palavras firmes de Sirius e ele não fez mais nada a não ser levantar-se e sair calmamente da cozinha, subindo em seguida as escadas e deixando que Remo ficasse sozinho com seus pensamentos.

Remo respirou pesadamente e sem mais pensar levantou-se de súbito e caminhou até a porta. Aquilo realmente era o certo a se fazer? Todos pareciam pensar que sim, então porque apenas ele diria que não? Puxou a maçaneta com força e nem ao menos se importou com os gritos da senhora Black que recomeçaram assim que ele bateu a porta com estrondo.

Saiu para a luz da noite, banhada pelo luar de uma lua minguante que não lhe apresentava perigo, era difícil não ter medo quando seu bicho papão sempre lhe admirava do alto do céu estrelado. O que para muitos poderia ser uma coisa linda da natureza, para ele era a coisa mais aterrorizante de sua vida.

Caminhou pela rua deserta, ela não estava mais ali. Ótimo, era tudo que ele queria, então poderia voltar para dentro da sede da Ordem e dormir sossegado, sem problemas. Droga! A quem ele queria enganar? Remo Lupin faça alguma coisa!!! Ouvindo a voz irritantemente parecida com a de Sirius gritar em sua mente, ele aparatou.


-------------


Tonks havia chegado em casa, derrubado a estátua de uma bruxa antiga que havia no centro da mesa da sala, e um abajur que antes estava na cabeceira de sua cama.

-Não sei por que insisto em ter essas coisas em casa, só pra quebrar. - Resmungou arrancando com força a capa que vestia.

Porque diabos ela sentia aquilo? Seu coração parecia tão pequeno naquele momento... devia mandá-lo para o inferno. Bufou de indignação, mas como sempre acontecia em suas noites sozinha, ela acabava voltando a pensar nele.

O toque na campainha do lado de fora fez com que ela se assustasse e puxou a varinha instintivamente. No mesmo instante se achou uma completa idiota, se fosse um comensal com certeza não tocaria a campainha. Desceu para o andar de baixo rapidamente, mas ainda continuava agarrada a sua varinha, existiam coisas que eram maiores do que qualquer razão.

Ficou de frente para a porta e fitou o olho-mágico. Pânico. Era o que ela estava sentindo naquele exato momento. O que ele queria ali? Sua boca ficou seca e seu estômago começou a dar voltas. Já não bastava o tanto de fora que ele havia lhe dado? Talvez houvesse acontecido alguma coisa na Ordem, ele estava ali apenas para avisar. Sim, era isso, ele estava ali apenas para dar alguma notícia ruim. Mas mesmo isso não impediu que ela tentasse arrumar os cabelos rosa-chiclete e esfregasse o rosto com as mãos tentando parecer apresentável.

De uma só vez com seu jeito apressado e estabanado, Tonks abriu a porta fazendo Lupin sobressaltar-se do outro lado.

-Então... quais são as más notícias. - A auror falou fitando-o sem muita emoção.

Tonks não havia se preparado para o que veio a seguir. Remo nem sequer a encarou por mais que um segundo antes de avançar sobre ela e colar os lábios sofregamente. Sentiu as mãos trêmulas e ao mesmo tempo firmes dele se fixarem em sua nuca, e a pressionarem contra seu corpo. Merlim o que estava acontecendo?

Poderia ser um erro, e era o erro mais prazeroso que ele já tinha cometido em toda a sua vida, disso ele teve certeza. Assim que tomou a decisão de ir atrás dela ele sabia que não deveria conversar, já haviam conversado demais e se dissessem uma só palavra ele tinha medo de perder a coragem, por isso assim que a viu abrir a porta deliciosamente linda e descabelada, literalmente a agarrou. Como um lobo faminto que precisava urgentemente saciar sua fome.

Totalmente sem ação estava ali, Tonks. Seus lábios eram sugados com vontade pelo homem a sua frente que deslizava as mãos perigosamente por suas costas, trazendo uma sensação gostosa que se apoderava de seu corpo e preenchia sua alma. Ah Merlim! Como ela havia esperado por aquilo. Logo ela já sentia suas mãos ganhando vida e pôde levá-las eufóricas até os cabelos castanhos dele, depois até seu rosto sofrido e acariciá-los com vontade.

Ah ele não podia mais esperar! Com um instinto que ele não mais sabia possuir, saiu empurrando a auror para dentro da casa e fechou a porta com um chute para trás, Tonks o ajudou com uma das mãos livres e lançou um feitiço qualquer na porta da casa. Coisa que nem havia passado pela cabeça dele, pois sua mente mergulhava em um mundo de lábios cor de cereja e respirações arfantes, mãos ágeis e roupas que atrapalhavam por demais.

-Remo...

Ele pôde ouvir ela pronunciar seu nome em meio aos beijos urgentes que ambos trocavam andando pela casa sem rumo, com o único intuito de achar um lugar adequado para se amarem.

-Eu preciso... preciso de você... - Remo ouviu sua voz sair incrivelmente rouca e mergulhou no pescoço dela.

Louca vontade, paixão reprimida, tentação, amor, desejo, urgência... ah droga! Não havia outra palavra... tesão... Tonks sentia as mãos dele apertavam seu corpo com vontade, com fome e necessidade. As mordidas e lambidas distribuídas por ele em seu pescoço a estavam deixando sem consciência de mais nada.

Somente quando caíram deitados no sofá da sala é que pareceram ter uma leve consciência do que estavam fazendo e encararam-se ofegantes, trêmulos e suados.

Os olhos amarelados dele reluziam e ela achava que não havia coisa mais bonita no mundo que a expressão completamente abobalhada que ele tinha no rosto.

Se Remo achava que Tonks estava descabelada antes, agora ela estava completamente descabelada e vermelha, e ainda assim irresistivelmente linda.

-Agora é a hora... - Ela parou para engolir em seco. - que você diz... que está tudo errado?

Encararam-se ainda por mais algum tempo depois daquelas palavras e Remo – que continuava deitado por cima dela no sofá – deslizou as mãos pelo rosto da jovem.

-Não... agora é a hora que eu digo que... que... que amo você.

Ah aquilo era demais para ela! Tinha certeza que poderia morrer naquele exato momento.

-Quem é você? E o que fez com Remo?

Ele riu, mas continuou a passear as mãos pelo corpo dela e Tonks sentia queimar em cada parte que ele tocava.

-Foi você que fez. - Disse antes de beijá-la novamente.

Sim, ela poderia morrer naquele exato momento. Seja lá o que tivesse acontecido ela deveria agradecer aos céus, ou melhor, ela poderia jurar que tinha que agradecer a um certo Black.

-Mostre pra mim...

Tonks ouviu Remo pedir, ela sabia o que ele queria que ela mostrasse e ficou envergonhada por alguns instantes. Ela não gostava de usar o tom natural de seus cabelos, mas sabia que ele queria vê-la como verdadeiramente ela era, já haviam conversado uma vez sobre aquilo.

-Ah Remo... - As mãos dele pressionaram seus quadris e ela não teve mais fala.

-Quero fazer amor com você...

Aquelas palavras fizeram sua espinha literalmente queimar e seus olhos faiscaram. Merlim! Quando ele tomava uma atitude era realmente para valer. Ela ia falar, mas ele a silenciou com um dedo.

-Quero você de verdade, apenas nessa noite... nas outras você pode usar o cabelo do jeito que quiser...

Essa noite e outras?! Teriam outras!!! No mesmo instante a mulher de cabelos rosa-chiclete transformou seus cabelos em um castanho claro, curto e liso. Remo sorriu, um lindo sorriso que talvez a fizesse esquecer o rosto de sofrimento constante dele.

-Você é linda. - Concluiu antes de se afogar em um mundo de lábios macios e suspiros apaixonados.

A boca dele descia por seu pescoço, caminhava por seu colo... Ah ele sabia o que estava fazendo... sim, ele sabia! Em um minuto sua blusa havia desaparecido e ela teve o ligeiro vislumbre da varinha dele, pelo visto Remo não havia tido paciência o suficiente para desfazer cada botão, era mais fácil se livrar da peça de roupa incomoda com um feitiço, mas isso pouco importava. Um gemido traiçoeiro escapou de sua boca assim que sentiu os lábios dele em seu seio.

No início era apenas uma carícia, beijos e lambidas, mas logo depois eram mordidas leves, mas excitantes que faziam ambos ofegarem e gemerem qualquer coisa sem sentido. Remo sentiu as mãos dela em seu peito puxando sua blusa e ele ajudou, separou-se com relutância e livrou-se do pedaço de pano.

Tonks visualizou o peito forte do homem a sua frente, as cicatrizes em forma de arranhões ou talvez mordidas estavam presentes, lembranças de uma maldição que marcava a sua vida, mas ela ia fazê-lo esquecer. Viu que Remo pareceu nervoso com o olhar dela, mas o puxou pela mão, para que voltasse a deitar no sofá, para que voltasse a unir seu corpo ao dela, deixando claro que aquilo não importava.

O contato do peito nu dele com o dela, fez ambos estremecerem e os lábios uniram-se novamente. Um beijo de cúmplices e amantes.

Tonks fez um carinho demorado nas costas maltratadas dele e Remo gemeu baixo ao receber o contato das mãos dela em seu íntimo, por dentro da calça. Beijavam-se apaixonadamente e ela nem mesmo soube como as roupas de baixo não estavam mais em seus corpos. Talvez Remo houvesse usado magia novamente, mas o fato era que ambos estavam completamente entregues no sofá da casa dela, em uma nuvem de amor, paixão, urgência e necessidade.

-Remo... - Tonks gemeu ao senti-lo pressionar em seu íntimo.

Os lábios continuavam muito próximos um do outro, mas ambos não conseguiam se beijar. A forte corrente elétrica que os atingia, fazia apenas com que gemessem palavras desconexas e se unissem um ao outro.

-Ninpha... minha Ninpha. - Ele sussurrou.

Tonks gemeu com o uso do apelido, ninguém nunca havia a chamado assim e de forma tão carinhosa, então ela gostou de ouvir seu primeiro nome nos lábios inebriados dele. O rosto dele contorceu-se e ela - mesmo que não querendo – teve que fechar os olhos ao sentir o membro dele a preencher por completo. Acariciou com mais força as costas dele, puxando, arranhando, querendo, desejando...

Faziam uma dança sensual e excitante bem ali, deitados no sofá da sala, suando e dançando no ritmo imposto pelo desejo e pelo amor. Ritmo calmo, concentrado nas sensações. Ritmo acelerado, concentrado no desejo. Ritmo alucinado, concentrado na urgência. Ritmo insano, beirando a loucura, trazendo em seguida a sensação de plenitude e preenchimento completo. Para cada um dos dois apaixonados que desabafavam arfantes, suados, ofegantes e realizados no sofá da sala, aquela seria apenas a primeira noite de amor.


----------


Sirius havia ficado na escada vendo sorridente o amigo passar pela porta da sala, tinha certeza que enfim ele havia tomado uma atitude. Desceu ainda rindo as escadas e deu a última golada no copo que continha o vinho que estava bebendo minutos antes.

-Boa-Noite senhor Black.

Assustou-se com a garota que havia chegado na cozinha, ele nem ao menos havia percebido.

-Ainda acordada Irys? É Irys não?

-Ah sim, meu nome é Irys sim. Eu vim apenas pegar um copo de água, estava com sede. - A garota encheu um copo e se dirigiu a saída da cozinha.

-Todos já foram dormir? - Sirius perguntou.

-Ah sim, pelo menos foi o que disseram, mas Gina não está no quarto e muito menos Hermione. - Irys sorriu marota, recebendo uma piscadela de Sirius.

-É bom você saber com quem comentar essas coisas. - Sirius brincou.

-Sim eu sei, pode deixar. - Ela sorriu de volta. - Acho que o senhor também não deveria dormir, afinal, eu vi um olhar estranho da enfermeira do Saint Mungus...

Sirius olhou abobalhado para aquela garota estranha, ela parecia não ter inibição para falar o que queria.

-Na verdade ela inclusive disse que estaria no bar do Beco Diagonal essa noite. - Dizendo as últimas palavras Irys subiu a escadas deixando um Sirius Black de boca aberta para trás.

A garota andou calmamente carregando o copo de água, é claro que ela não perderia a oportunidade de dar a deixa sobre a enfermeira, a mulher loira e de lindo olhos verdes do Saint Mungus havia praticamente implorado para que a menina lhe desse uma força, mas aquilo não foi um grande esforço, Irys ficou até feliz em colaborar. Agora as coisas estavam nas mãos do senhor Black, que ela já havia ouvido falar que não deixava essas coisas por menos. A garota riu, mas uma mão rápida lhe puxou para dentro de uma sala escura e ela derrubou o copo no chão.

Seus pensamentos sumiram ao encontrarem na penumbra os olhos incrivelmente negros de Said Maburary.

-Boa-noite. - Ele falou sorrindo.

Ah, nossa!!! Ele sabia sorrir, quando queria é claro. Um momento ainda se passou em que ela sentia os batimentos acelerados de seu coração e podia sentir o dele que estava colado ao seu corpo.

-Erh... boa-noite Said. - Irys olhou com certo receio a mão perigosa dele ir até sua nuca e trazer para mais perto seu rosto.

-Não gostei desse boa-noite, eu com certeza esperava mais... - O moreno sussurrou em seu ouvido.

-Hã... - Foi a única coisa que ela conseguiu dizer.

Said beijou-lhe o lóbulo da orelha, deslizou os lábios para a maçã do rosto e depois beijou os olhos da garota. Seus lábios deslizaram para o nariz, depois o canto perto dos lábios dela.

Irys sentia cada canto de seu corpo sendo beijado e fechou os olhos esperando que ele fizesse.

-O que... nós temos afinal?

Ele parou de beijá-la e fitou.

Irys apenas ergueu os ombros.

-Podemos ficar juntos? - Ele perguntou agradecendo pela escuridão da sala naquele momento.

-Hum... como assim? - Irys devolveu a pergunta.

Ah droga! Ela não pretendia facilitar, então ele tinha que falar com todas as letras.

-O que acha de sermos namorados? - Pergunta mais antiga... resmungou internamente.

-Namorados... igual aos outros?

-É, igual aos outros. - Ele se controlava para não ser grosso, sabia que ela fazia para irritá-lo.

-Sua prima Evelis pode não gostar.

-Primeiro ela está em Askaban. Segundo, você está com ciúme? - Said sorriu.

-Estou. - Ela respondeu sinceramente.

A sinceridade poderia ser uma virtude, mas em algumas vezes era chato. Ele nem mesmo podia irritá-la, ou tirar brincadeiras, pois ela cortava tudo respondendo o que sentia, sem esconder nada. A única resposta que ele pôde dar então foi um beijo.

Depois de alguns minutos que poderiam ser longos dias ensolarados, ambos soltaram-se sem fôlego.

-E seus pais? - Irys quis saber, era melhor mudar o rumo daquela "conversa".

-Ah... eles estão bem, logo sairão do hospital, o caso deles foi mais grave do que o do senhor Black porque passaram mais tempo no véu. - O moreno respondeu ainda passando as mãos pela costa dela.

-Hum... mas vocês vão voltar para o Egito? - A morena perguntou enfim o que lhe afligia.

-Ah... - Said sorriu presunçoso. - Eles me disseram que comprarão uma casa em Londres.

Irys sorriu sapeca.

-Isso é bom... Docinho... - Ela sorriu mais ainda ao ver a careta dele. - Meu Docinho!

Ele poderia negar, ele poderia fazer a cara que quisesse, ele poderia até reclamar, mas em seu íntimo o uso daquele apelido "ridículo" fazia seu coração dar saltos de entusiasmo. Então beijou-a novamente, beijou-a porque além da vontade que sentia, ela o fazia ficar sem palavras e isso não era bom, não para alguém que sempre tivera as respostas na ponta da língua.

O gosto dele, o cheiro dele, o sentimento dele que ela conseguia sentir... tudo a deixava encantada e mesmo que não pudesse afirmar que Said era o homem de sua vida, ela poderia afirmar que gostaria de ser amaldiçoada muito mais vezes por ele e quem sabe um dia de um jeito bem mais adequado. Irys sabia que ainda tinha muito o que aprender, mas ela tinha tempo, tempo suficiente para inclusive consertar certas coisas que não se mudam facilmente, ela ainda domaria aquele egípcio.


------------


-Aonde estamos indo? - Gina fazia a mesma pergunta há algum tempo e Harry não respondia, aquilo estava começando a irritá-la, ele estava estranho. - Quer parar e me responder?

Gina parou de andar e empacou no corredor escuro.

-Vamos Gi.

-Não até você me dizer aonde está me levando.

-Tenha paciência... daqui a pouco chegaremos. - O moreno falou pegando na mão dela novamente e a conduzindo, sem falar mais nenhuma palavra.

Gina bufou irritada, detestava não saber das coisas. Estavam andando fazia algum tempo por uma passagem secreta que Sirius havia ensinado a Harry. Andaram mais um pouco e pararam em frente a uma parede, parecia algo sem saída, não havia porta.

Harry agitou a varinha conforme Sirius havia lhe ensinado e uma porta dourada se formou na parede antes de pedra. O moreno abriu a porta e permitiu que Gina passasse primeiro.

A ruiva olhou com admiração o cômodo requintado, parecia algo saído de uma época muito distante, onde havia uma cama de dossel no centro com lençóis vermelhos, do outro lado uma lareira - que a ruiva viu Harry acender com um aceno – e um tapete felpudo no meio.

Harry pegou em sua mão carinhosamente e a beijou, fitou-a com intensidade e colocou uma mecha do seu cabelo rubro para trás da orelha.

-Vamos sentar? - Ele puxou-a para a cama.

-Não, vamos ficar no tapete, próximo a lareira. - Gina falou puxando o moreno de volta.

Harry assentiu e assim que sentou-se no tapete Gina sentou entre suas pernas e ele passou os braços em torno do corpo dela a abraçando. Ambos ficaram durante algum tempo fitando as labaredas de fogo que crepitavam na lareira acesa.

-Tem algo a me dizer? - A ruiva hesitou antes de falar as palavras.

-Eu... eu... realmente não consigo esconder nada de você não é? - Harry acariciava o braço dela nervosamente.

-Não. - Gina respondeu simplesmente.


“É dificil para mim dizer as coisas
Que eu quero dizer ás vezes
Não há ninguém aqui
exceto você e eu
E aquela velha luz
quebrada da rua”


-Precisamos nos separar Gi... ele virá atrás de mim e não quero que você esteja no meio. - Harry falou por fim.

-Sei, compreendo...

Por um minuto Harry sentiu seu monstro particular se remexer nervosamente, em seu íntimo ele queria que ela dissesse que não, que deveriam continuar juntos.

-Compreendo, mas não concordo... - A ruiva concluiu sua frase, continuando a olhar o fogo.

-É preciso... não quero que nada de ruim te aconteça.


“Tranque as portas
Nós deixaremos o mundo lá fora
Tudo o que eu tenho
para dar para você
São essas cinco palavras e eu”


-Não sou de porcelana Harry.

-Como você acha que eu vou ficar se acontecer algo a você? - O moreno exasperou-se.

-Como você acha que eu vou ficar se acontecer algo a você? Sabendo que eu poderia ter ajudado, mas fiquei de braços cruzados me escondendo? - Gina sentiu o abraço dele a apertar, aquilo não era um bom sinal, ele devia estar querendo apenas se despedir.- Não faça isso Harry... não faça isso comigo... conosco...

-Eu... eu...

-Você não precisa fazer isso... pode me deixar agora, mas eles já sabem que sou alguém na sua vida... isso não mudará nada... apenas o fato de que estaremos separados e confesso que podemos ser mais fracos longe um do outro.

Gina deveria estar sentindo raiva dele naquele momento. Depois de terem demorado tanto tempo para ficarem juntos Harry inventava aquela justificativa idiota para que se separassem. Mas a ruiva preferia tentar esperar para ver se ele mudava de idéia, ou melhor, agir para que ele mudasse de idéia.

Ela desfez o abraço dele em seu corpo e virou-se de frente para ele, os olhos verdes não tinham brilho algum e seu rosto continha apenas tristeza. Gina passou as mãos pelo rosto dele, querendo por tudo tirar aquela idéia insana da mente de seu amor. Viu quando Harry fechou os olhos e suspirou.

-Eu te amo. - Gina disse enquanto colava os lábios aos dele.

Harry sentia seu coração doer naquele momento, como iria se separar de Gina? Aquela ruiva teimosa havia tomado conta de sua vida e parecia algo tão impregnado nele que não havia como dizer onde ele ou ela começavam, havia apenas os dois. Constatou com uma dor no peito as mãos dela lhe acariciarem os cabelos, Gina avançava para cima dele e Harry aos poucos sentiu seu corpo encontrar o tapete macio da sala.


“Obrigado por você me amar
Por ser meus olhos
Quando eu não podia ver
Por abrir meus lábios
Quando eu não podia respirar
Obrigado por você me amar”


Gina pediu internamente que ele cedesse, que as mãos dele avançassem sobre ela como sempre faziam, mas ele não fez. Então ela própria abrigou as mãos dentro da blusa dele e contrastou o frio de suas mãos com o calor do peito dele. Sentiu Harry estremecer em suas mãos e voltou a beijá-lo.

-Você não entende Harry... não existe Gina Weasley sem você...

O moreno respirou resignado e retribuiu o beijo da ruiva, aquilo com certeza era um golpe baixo. Levou as mãos até os cabelos sedosos e sugou com vontade o doce mel da boca dela. Sua língua já explorava ansiosamente a boca de Gina e ambos arfavam agarrados sobre o tapete.

-Não existe Harry Potter sem você...

Harry ainda sussurrou antes de rolar no tapete e ficar por cima dela, tirou alguns fios rubros que caíram sobre a face corada de sua ruiva e a beijou novamente. Como era deliciosamente embriagante estar com ela, sentir seu aroma floral e esquecer do mundo lá fora, por mais perigoso que ele pudesse ser.


“Obrigado por você me amar
Eu nunca soube que
tinha um sonho
Até aquele sonho ser você”


Os beijos e carícias trocadas pelos dois transmitiam que ambos precisavam com urgência um do outro. Separação era algo distante naquele momento e o fogo da lareira era a principal testemunha do amor e da paixão acessa e vibrante entre os dois.

Harry desabotoou sofregamente os botões da blusa de Gina e qualquer pensamento que pudesse se referir a deixá-la não mais povoava sua mente. Estava novamente naqueles momentos insanos que envolviam carícias e beijos ardentes, e única e exclusivamente Gina. Parou para fitar-lhe os olhos novamente.


“Quando olho dentro de seus olhos
O céu fica num azul diferente
Eu juro, estou sem disfarces
Se eu tentasse, você faria de conta
Que acreditou em minhas mentiras”


Gina sentiu os lábios carinhosos e torturantes dele deslizarem por seus seios e irem de encontro a sua barriga, brincaram perigosamente com seu umbigo e a ruiva chegou a puxar os cabelos dele quando em certo momento, ele estava beijando sua virilha.

-Harry... - Ela murmurou enquanto ele retirava cuidadosamente suas peças de roupas.

Ah como ela queria que sua vida se resumisse a ele! Ele mordiscando sua perna agora nua, ele passando a língua tortuosamente pela parte interna de suas coxas, fazendo um gemido atrevido sair de seus lábios. A ruiva poderia jurar que o mundo girava, girava em um colorido de olhos verdes e cabelos negros. Os gemidos já não eram mais contidos e ela sentiu Harry começar a subir os beijos, rodeando seu ventre, sua barriga e chegar a seus seios novamente.


“Você me ergue quando eu caio
Você marca presença antes
de eu ser posto de lado
Se eu estivesse me afogando
você abriria o mar
E arriscaria sua própria vida
para me resgatar
Sim,sim,sim,sim,sim”


Ah sim, ele morreria para salvá-la, faria isso quantas vezes fosse necessário e ele não mais fugiria, não agora, não depois, NUNCA!

Harry voltou a fitar-lhe as feições e um sorriso sedutor se formou nos lábios dele. Gina sabia que o menino-que-sobreviveu nada mais era do que alguém que se mostrava valente e corajoso na frente dos outros, mas precisava acima de tudo como qualquer homem de carinho e amor, coisa que lhe foi negada durante muito tempo na vida.

-Meu amor... - Ela sussurrou enquanto sentia cada pedaço dele entrando em si.

O contato dos olhos estava difícil de se manter e Harry afogou a cabeça no emaranhado de cabelos ruivos, respirando com força o aroma que exalava do corpo dela e se movimentando devagar.

-Gi...


“Tranque as portas
Vamos deixar o mundo lá fora
E tudo o que eu tenho para dar para você
São essas cinco palavras e eu”


Gina arfava com Harry segurando firme em seus quadris, ditando o ritmo e a forma. Ela poderia ter começado, mas ele era muito melhor para continuar e a ruiva simplesmente deixava que o mundo se transformasse, que a partir do ponto em que eles se uniam tudo explodisse e virasse um emaranhado de pernas, braços, mãos, lábios... amor.


“Quando eu não podia voar
Oh, você me deu asas
Você abriu meus lábios
Quando eu não podia respirar”


Tudo estava terrivelmente embaçado, o suor deles se misturava e Harry ergueu um pouco o tronco para visualizar o corpo desnudo de Gina, sua Gina. Linda como uma deusa, delicada como uma flor, mas também forte, corajosa e decidida como um verdadeira Grifinória.

O corpo dele remexendo-se sensualmente sobre o seu, a visão privilegiada que aquela posição lhe trazia do tórax dele comprimindo-se, indo para frente e para trás, trazendo o prazer inevitável para os dois, fazia com que Gina não soubesse sequer o que estava sussurrando para ele.

As sensações aumentavam, o ritmo acelerava e o coração possivelmente já não suportava os próprios batimentos. Harry a abraçou apertado, antes de sentir os espasmos sucessivos por seu corpo, ainda gemendo sem controle ele a beijou.

Depois da onda devastadora que passou por seu corpo Gina recebeu o beijo que selava o amor dos dois. Os lábios trêmulos e inchados massageavam um ao outro, ansiosos por sentir o único gosto que poderia saciar a sede que sentiam.


“Obrigado por você me amar
Oh, por me amar.”


Passaram ainda algum tempo beijando-se, acariciando o rosto um do outro, como se o mundo lá fora realmente não existisse.

-Eu te amo. - Harry sussurrou.

O moreno notou a expressão feliz e plena da ruiva se transformar em preocupação e a fitou curioso.

-Não vai me deixar não é? - Gina perguntou o que ainda lhe afligia.

Harry deu um sorriso sincero, que Gina julgou como encantador e ao mesmo tempo sedutor.

-Não lembra do que dissemos antes?

-O que? - Ah, foram tantas coisas ditas...

-Não existe Harry Potter sem Gina Weasley. - O moreno ainda viu o sorriso radiante do amor de sua vida e mergulhou novamente nos lábios dela.

Aquela noite não teria fim, assim como muitas outras que poderiam acontecer. Nenhum dos dois tinha certeza de nada, de como seriam as próximas batalhas, se ganhariam, se o mundo bruxo viveria em paz algum dia. A única certeza latente no coração de ambos era que o seja lá o que estivesse por vir seria enfrentado pelos dois, juntos e irremediavelmente unidos para SEMPRE!


FIM!



-------------------


NB Pri: O que dizer? Primeiro que eu nem poderia imaginar quando comecei a ler essa fic há algum tempo atrás, antes mesmo dela mudar de nome, que eu iria me envolver de tal forma na história. Eu não adivinharia que mais que sugerir o nome da fic eu estaria também entrando em contanto com uma grande amiga e irmã, que é o que a Paty é pra mim. E no final eu estou aqui betando a fic em seu último capítulo.
Esse capítulo pode ser considerado perfeito. A batalha maravilhosa e a saída genial para desvendar o segredo do véu. Luna brilhante como sempre, hihihi. O abraço do Sirius com o Harry me deixou com lágrimas nos olhos... Irys e Said... Assim que eu comecei a ler a fic (lembrem-se que eu não conhecia a Paty ainda) fiquei com medo dele se envolver com a Gina, mas no final confiei no bom-senso de uma certa loira de olhos verdes e tudo deu certo. As NCs!!!!!!!!!! Lindas e maravilhosas. As três. Paty você está de parabéns pela maravilhosa fic. Te amo. Bjks da Pri


NB Pam: Nossa, ultimo capitulo! Dá um aperto no peito! Quando comecei a ler The Secret já conhecia a Paty, e foi um enorme presente começar a betar a fic junto com a Pri. Acompanhar o desenvolvimento, dar pitacos e betar a fic foi uma diversão e privilégio. Esse ultimo capitulo, mostra para todos vcs, oq eu fui acompanhando durante esse tempo, o cuidado que a Paty tem em escrever. Tudo nesse cap foi perfeito. Da luta no Ministério, ao efeito “Priore Incantate” do portal. O reencontro do Harry com o padrinho foi mais que emocionante. Irys e Said juntos! Era tudo que eles precisavam...um ao outro! Luna com revelações surpreendentes (e querendo pudim!)! Momento Ron e Mione...quem disse que o legume insensível não é quente! Remo e Tonks...tudo de bom e mais um pouco! Sério, quando Remo disse que “Quero fazer amor com você”, me subiu um arrepio na espinha que nossa! Harry e Gina...ESTUPENDO! Lindo, fofo, de bom gosto, me emocionei! Comecei a ler o cap com o coração acelerado...e terminei com o coração aos pulos! Parabéns por chegar ao final com tanto estilo Mana! Fic perfeita! Obrigada por me deixar fazer parte! Amo-te. Beijos. Pam

N/A: (enxuga as lágrimas dos olhos) Gente eu vou fazer minha despedida final depois das respostas dos comentários:

Priscila Bananinha - Obrigada pelo grande apoio nos seus comentários, beijos.

Pamela Black - Ah mana, será que ainda tenho que falar alguma coisa sobre vc? rsssssss... sempre me ajudando, sempre puxando minha orelha hauhauahua... e mais que tudo sempre do meu lado!!! Eu te amo e isso não é novidade, obrigada por tudo amore!

Jhonatas Tiago Potter - Ah vc não gostou da Evelis??? hauahuaahu... mas ela teve um fim merecido não? rssssss... que reuminho lindo sobre os personagens vc fez no seu comentário OBRIGADA!!! Obrigada por suas enquetes e comentários na comunidade, obrigada por seus comentários animadores e sempre tão estimulantes!!! (pulando) OBRIGADA POR TUDO!!! Vc com certeza é um dos leitores que qualquer autora gostaria de ter... E EU TENHO!!! hauahuahauah... (abraça) Ah desulpe pelo melodrama, mas eu estou tão sensível com o fim dessa fic rsssssss... Ah e vc me perguntou sobre a minha fic: Mentindo para o coração! (cara envergonhada) Era essa fic aqui que mudou de nome hauahuahau... vc não lembra? (pensando em lançar uma azaração) Eu fiz até uma votação para mudança de título (olhar ofendido) hauhauhauah... vou pensar se te perdoo rssssss... beijos e MUITO OBRIGADA POR TUDO!!!

Sônia Sag - Mana!!! (abraça) Ai que bom que vc gostou de vc na minha fic rssssss... eu acho que vc é bem daquele jeito que eu escrevi hauahuahu... não sei pq!!! rssssssssss... sei que essa é a sua preferida das minhas fics, mas um dia ela teria que acabar não? ahauhauah... ai é a minha primeira fic sabia? Por isso peço até desculpas se ela deixar a desejar rsssss... beijos mana e obrigada!

Dani Will - Obrigada pelo lindo comentário e pelos elogios, fico muito feliz!!! Espero que vc tenha gostado do Sirius (olhos brilhando) mas não goste tanto assim viu? Pq ele tem dona rsssssss... beijos e obrigada!!!

Lis_Strange - Gêmola querida e amada rsssssss... (to tão sentimental) hauahuahau... vc duelou viu? E com a Gina rssssssss... espero que esteja feliz, apesar dos pesares hauahuahau... Beijos na bunda mana e apareça mais no msn!!!

Nicole Evans - Prima!!!!!! Aquela que eu achei na net hauahauahau... obrigada por vc gostar das minhas fics e acompanhá-las sempre!!! (abraça) Viu que o capítulo ficou com o tamanho de uns 3 né? hauauahau... bem que vc avisou no seu comentário, acho que tenho que ouvir mai a família kkkkkkkkkkk... beijos mana e obrigada.

Yumi Morticia voldemort - Obrigada pelos comentários nas minhas fics, li todos e adorei, fico feliz que vc tenha gosta: OBRIGADA!!! Beijos.



N/A Final: (respira longamente) Ai gente o que eu digo? (enxuga as lágrimas) Para quem não sabe e está lendo minhas fics a pouco tempo, essa a é minha primeira fic rsssssss... confesso que dá uma saudade e um aperto por saber que é a última vez que posto aqui, mas não pensem que vcs se verão longe de mim (balança o dedo) Ainda tenho duas fics e mesmo assim já tenho uma em mente e já estou escrevendo o primeiro capítulo, é verdade, eu não me aguento hauahuahau... meus dedos parecem não ter controle algum rsssssss...
Desde que entrei no mundo das fanfics eu percebi que era algo mágico e envolvente, que nos traz pessoas de várias partes do país e nos faz conhecer muita gente maravilhosa e foi isso que aconteceu comigo. Amizades que viraram parte da minha vida realmente e inclusive me fizeram ir de encontro a essas pessoas maravilhosas rsssssss... Pri e Pam um especial obrigada vcs são realmente minhas irmãs. Gente eu apenas agradeço por tudo, todo o apoio que recebi de TODOS!!! Cada mínimo comentário que fizeram era uma chama que acendiam para eu continuar escrevendo, um beijo enorme bem estalado em cada um de vocês que tornaram meus dias mais felizes e aguardem minha próxima fic rssssssss... BEIJOS NA BUNDA!!!!

Se quiserem saber mais detalhes sobre as fics em primeira mão:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=25567175

www.lumusmaximum.com

Só mais uma coisa, a música do Harry e da Gina no final é: Bon Jovi - Thank You For Loving Me - Música maravilhosa rsssssss...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (2)

  • YasmimPessoa

    Adoreeei , sua fic ! eu tentava parar de ler para fazer outras coisas na net , mas eu não conseguia , estava me sentindo uma viciada [rsrs] , ainda mais com minha mãe proibindo de ir no pc ,quando ia dormir ficava só pensando , quando estava sem ir no pc também ficava só pensando,definitivamente amo Harry & Gina , e ainda mais com cenas hot [rs,rs] Parabéns pela fic ! entendo seu drama para o povo mandar comentários , mas não postei nos capítulos anteriores porque não sabia que para comentar tinha que se cadastrar! , mas agora estou dando minha declaração.Beijo !~ Uma fã. 

    2013-01-27
  • Jéssica Lane Malfoy

    amei sua fic, pena que não tem continuação. Só quera saber como seria a primeira vez do casal Said e Irys, mas você estar de parabens

    2012-03-18
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.