ATLÂNTIDA



A sala estava banhada apenas pela luz da lua que entrava sorrateiramente pelas frestas das janelas e da porta recém-aberta, mesmo com a aparência velha e abandonada, o local ainda exibia um ar de austeridade e riqueza. As poltronas cobertas de poeira e gastas pelo tempo eram apenas um detalhe nada relevante.

Draco olhava em volta tentando esconder uma estranha sensação que lhe comprimia a boca do estômago. Procurava focar o pensamento em seus objetivos, mas estava ficando bem difícil estando ali. Logo, a cadeira a sua frente girava em sua direção e ele ficou de frente para a pessoa que o esperava.

- Mas que visita mais agradável.

A sensação de compressão no seu estômago passou rapidamente para de esmagamento pelo simples fato de ouvir aquela voz.

- Milorde. - respondeu curvando-se.

- Trazes notícias boas, suponho.

- Infelizmente não conseguimos o pegar na floresta como o senhor já sabe... – o rapaz não conseguiu evitar a repentina mudez ao sentir o olhar gélido de Voldemort em si - Ele... ele está nesse momento na casa dos Weasley.

- Vejo que a idéia de trazer o seu sobrinho para cá não deu o resultado esperado Maburary. - disse Voldemort virando-se para um homem moreno que estava do outro lado da sala.

- Mestre, eu não podia saber que ele nos trairia e ...

- Cale-se! Você tinha que saber, tinha ser esperto o suficiente para domar um fedelho como aquele! – O Lorde das Trevas havia se levantado e olhava com fúria para todos os presentes - Você disse que ele nos ajudaria porque tem interesse no véu.

- E tem... ele tem, os pais dele caíram no véu, ele quer buscá-los. - Falou a mulher que estava ao lado do homem moreno.

- Tem interesse até demais, é exatamente esse o problema seus idiotas! Deram asas demais para ele.

- Milorde eu fui até o lugar que os Weasley chamam de casa, quando cheguei, eles estavam reunidos no quarto, a Weasley caçula me pegou, por um momento pensei que havia sido descoberto, mas eles são burros demais para pensar que um simples pássaro pode não ser tão simples assim. - O homem branco e corpulento que estava falando soltou uma risada grotesca. - O Potter não estava lá, mas mesmo assim eles estão tentando descobrir a última charada, as outras três já conseguiram.

Voldemort sentou-se em uma cadeira e falou com a voz calma e equilibrada.

- Não tem problema, eles resolverão tudo por nós. - Concluiu com o olhar distante, mas o pensamento fixo em como punir os três idiotas a sua frente.



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- Harry!!! - Exclamou Gina andando rápido em direção ao garoto e o abraçando em seguida. - Algum problema? - Perguntou ao ver seu semblante carregado.

Harry queria muito beijar Gina ali mesmo, mas sua coragem não chegava a tanto, por isso resolveu limitar-se a responder a pergunta.

- O de sempre, meus tios. - Disse o moreno.

- Sente-se querido e nos conte o que aconteceu. - Falou Molly.

- Eles tinham um jantar de negócios, resolveram que eu deveria ficar fora para não atrapalhar... - Harry parou e respirou, parecia tentar conter a raiva que existia dentro dele. - ...então eu decidi que não precisava mais voltar pra lá também, espero que a senhora não se importe senhora Weasley. - Concluiu o garoto.

- Claro que não, querido! Espero que Dumbledore concorde, tenho que falar com ele. - Falou a matriarca da família saindo e deixando os cinco na sala.

- Harry que bom que você está aqui. - Disse Hermione abraçando o amigo.

- E aí, cara? Boas férias? - Perguntou Rony rindo da cara do amigo e levando um tapa no ombro de Hermione fazendo os outros rirem.

- Descobriram alguma coisa? – Perguntou ansioso.

- Nada ainda. - Falou Gina.

- Harry, eu estive pensando, acho que devemos contar tudo a Dumbledore. - Disse Hermione.

- Não, se contarmos nunca conseguiremos abrir o véu, ele não iria permitir. - Falou Said, se manifestando pela primeira vez.

Harry detestava ter que admitir, mas o egípcio idiota estava certo.

- É melhor discutirmos sobre isso depois. - Disse a ruiva ao ver a senhora Weasley entrando na sala com um sorriso largo.

- Ele concordou querido! Você vai passar o restante das férias aqui. Quer comer alguma coisa? - Perguntou ela sorrindo bondosamente.

- Não, obrigado senhora Weasley. - Respondeu o moreno.

- Então... vamos subir para conversar? - Propôs Rony.

- Já vão se trancar novamente dentro do quarto? Espero que não estejam aprontando nada! - Molly lançou um olhar intrigado aos cinco e voltou para a cozinha.

- Vamos. - Chamou Rony subindo as escadas.

Os cinco andaram até o quarto do ruivo, podiam sentir a vibração no ar e a expectativa no rosto de cada um.

- E então, O que faremos? Perguntou Rony.

- Contaremos a Dumbledore. - Respondeu Hermione.

- Iremos pegar o primeiro diamante. - Responderam Harry, Gina e Said ao mesmo tempo que Mione.

Hermione soltou um muxoxo e se jogou na cama ao seu lado.

- Ele poderia nos ajudar. - Protestou a garota, olhando para Rony que parecia não querer tomar parte na discussão.

- Ah, qual é? Ele vai simplesmente acabar com os pergaminhos para que Voldemort não use, assim nós não vamos conseguir entrar no véu e pegar quem queremos. - Disse Said.

- Isso é um tanto egoísta sabia? - Hermione falou sentado-se e cruzando os braços.

- Não é egoísta. - Falou Harry.

- É egoísta sim, estamos arriscando que Voldemort entre naquele bendito véu e faça sabe Merlim o quê! Convenhamos, não pode ser nada bom. Para podermos conseguir coisas que são apenas de nosso interesse estamos arriscando toda a comunidade bruxa! - Hermione havia se levantado e falava irritada para os outros.

- Mione... nós... nós apenas vamos entrar lá para recuperar pessoas importantes... Voldemort não conseguiria entrar, apenas nós temos conhecimento do conteúdo existente nos pergaminhos. - Disse Gina com a mão no ombro da amiga.

- Gina tem razão, Voldemort não conseguirá entrar se não tiver os pergaminhos. - Falou Said.

Hermione sentou-se na cama pouco convencida, mas demonstrou não ter mais argumentos.

- Acho que podemos partir em busca do primeiro diamante, temos apenas um problema. - Disse Harry.

- Qual? - Perguntou Said.

- Bem... nós sabemos onde fica Atlântida devido ao mapa que Said e Gina copiaram, mas como chegaremos até lá? - Harry olhou desapontado para o grupo, mais Hermione levantou-se com o seu conhecido olhar de vitória.

- Venho pensando nisso há algum tempo, não falei porque não sabia se conseguiria, então não queria dar certeza de nada. Vamos usar uma chave de portal. - Concluiu ela sorridente.

- Mas... Mione, isso é magia muito avançada, não podemos usa magia fora de Hogwarts e... - Harry tentou falar, mas foi interrompido.

- Nós não Harry, apenas você e Gina, eu, Rony e Said já temos 17 anos. Você e Gina são os mais novos. E quanto a ser magia avançada, como eu disse antes, já venho estudando isso tem um tempinho e posso dizer que vai dar certo. - Hermione corou um pouco com os olhares de admiração dos amigos.

- Mione eu não duvido da sua capacidade de forma alguma, mas você sabe que se a chave de portal não for feita corretamente podemos ser transportados para um outro lugar, ou até mesmo deixarmos parte de nossos corpos? - Perguntou Gina receosa.

- Sim, eu sei, é o mesmo sentido da aparatação. Vai dar certo. - Respondeu Hermione confiante.

- Então partiremos quando? - Perguntou Said no que todos olharam para Hermione.

- Preciso do mapa para ter a localização certa de Atlântida. - Informou Mione.

- Claro, está aqui. - Said abaixou-se, puxou seu malão que estava debaixo da cama, abriu-o, pegou o mapa e entregou a Hermione.

- Ok, vou fazer o mais rápido possível.

- Vocês não acham estranho demais esse mapa cair dos céus nas nossas mãos? – Perguntou Harry lembrando-se do mapa.

- Não sei, pode ser alguém querendo nos ajudar. - Falou Rony que estava sentado ao lado de Hermione na beira da cama.

- Ou não. - Falou Gina causando um certo desconforto em todos.

A porta do quarto se abriu e a senhora Weasley entrou com os olhos estreitados.

- Harry, vou colocar uma cama para você aqui com os meninos, acho que você não vai querer dormir sozinho no quarto dos gêmeos, não é mesmo?

-Claro, prefiro dormir aqui mesmo. - Concordou o moreno.


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Fazia algum tempo que estava deitado na cama conjurada pela senhora Weasley. Harry olhava para o teto com o pensamento fixo no que iriam fazer. Será que aquilo era mesmo o certo? Não deveriam contar a Dumbledore, conforme Hermione havia sugerido? Existiam várias dúvidas em sua cabeça, mas um pensamento sobressaltou-se naquele momento: Gina estava dormindo no quarto ao lado. Ele sorriu. Como podia mudar seus pensamentos de forma tão abrupta? Em um momento estava pensando na loucura que poderiam estar fazendo indo atrás dos diamantes, e em outro estava pensando na loucura que poderia estar fazendo junto com a ruiva. De repente o quarto pareceu esquentar de uma forma quase insuportável e ele livrou-se do lençol que o cobria.

Poderia ir ao quarto dela? Não, não poderia. Se alguém lhe pegasse com certeza estaria morto. Era incrível a necessidade que ele tinha de beijá-la, pensava que no momento em que pisasse na casa dos Weasley poderia provar os lábios de Gina novamente, mas até aquele momento conseguira mal abraçar a ruiva, quem dirá beijá-la. Remexeu-se desconfortável na cama e teve certeza de que aquela seria uma noite longa.


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Colocou com mais força do que pretendia o copo de água na mesa. Olhou para os lados para ver se não havia acordado ninguém e encostou-se no balcão da pia. Porque ele não havia a procurado? Será que estava chateado com algo? Podia ouvir uma voz na sua mente: Calma Ginevra, ele acabou de chegar. Balançou a cabeça afirmativamente querendo convencer-se daquilo, ele havia acabado de chegar, amanhã poderiam se falar, se bem que ela queria muito mais do que apenas falar. Corou com seus pensamentos, e decidiu que era hora de voltar para o quarto. Ouviu o barulho de alguns passos, alguém estava descendo as escadas, pôde sentir seu coração bater fora do compasso pela simples possibilidade de ser ele. Virou-se para ver a pessoa que chegava.

- Sem sono? - Perguntou ele sem demonstrar expressão alguma.

- Não... vim apenas beber água. - Respondeu desfazendo o sorriso que estava em seu rosto, por um momento pensou que poderia ser “ele”.

- Ah, sim. Eu também. - Falou Said pegando um copo de água.

- Boa noite então. - Disse Gina subindo as escadas.

- Boa noite. - Respondeu ele analisando as feições da ruiva.


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Gina olhava cansada para a discussão, estavam praticamente o dia todo debatendo como iriam pegar os diamantes, e a situação parecia cada vez mais enrolada. Hermione havia conseguido fazer a chave de portal, mas o problema era sair da Toca sem que todos percebessem, isso com certeza seria muito difícil, pois sua mãe estava cada vez mais desconfiada desse interesse deles em “estudar” nas férias, uma desculpa totalmente sem cabimento que Rony havia inventado para eles poderem ficar trancados no quarto.

Olhou para o moreno ao seu lado e viu que ele parecia estar pensando a mesma coisa que ela. Viu quando ele lançou um sorriso encantador para ela e pôde sentir que seu corpo se arrepiava.

Harry viu quando a ruiva olhou para ele e por um momento quis agarrá-la ali mesmo. “Foco Harry” – pensou na tentativa de se controlar - mas o pouco juízo que ainda lhe restava evaporou-se no instante em que sentiu a perna da ruiva roçar a sua.

- Harry e Gina!!!

Rapidamente os dois voltaram a atenção para a conversa.

- Droga, onde vocês estavam? - Perguntou Rony.

- Aqui, né? - Respondeu Harry.

- Não parecia. - Falou Hermione voltando sua atenção para o mapa e a pequena lata de refrigerante trouxa em cima da mesa. - Como eu ia dizendo, consegui fazer a chave de portal, mas ainda temos o problema sobre como sair daqui sem que ninguém perceba.

- Vamos fugir. - Falou Harry.

- Você deve tá brincado. - Disse Hermione olhando incrédula para o moreno.

- Mione, acho que a única opção é essa. - Dessa vez era Rony que falava.

- Mas... nós podemos sair a noite e voltar antes que amanheça, ninguém vai perceber. - Falou a morena de maneira pouco convincente.

- Acho que não daria certo... - Falou Rony.

- Podemos fazer assim... - Gina levantou-se e ficou ao lado a amiga. - ... dizemos que vamos passar uns dias na casa dos pais da Mione, e quando chegarmos lá pedimos a eles para passear em algum lugar trouxa e tudo mais, aí podemos sair.

- Hum... não sei Gina, e se não conseguirmos voltarmos no mesmo dia e se... - Said tentou falar mais foi interrompido.

- Acho que o pessoal da Ordem não vai nos deixar andando por aí sozinhos, iriam querer nos seguir por todo o lado. - Falou Rony também se levantando.

- Então, a melhor alternativa é sairmos de noite para procurarmos os diamantes, não é uma excelente saída, mas acho que é a forma que chamaria menos atenção.

- Acho melhor assim. - Concordou Hermione suspirando aliviada.

- Então vamos amanhã à noite, temos que nos recolher cedo para ganharmos tempo. - Falou Harry.

- Não tão cedo assim, isso faria com que a mamãe desconfiasse. - Disse Gina.

- É verdade, então vamos aos poucos, subindo a partir das 20:00 horas. - Decidiu Harry.

- Tá legal. - Falou Rony e os outros apenas concordaram com um aceno de cabeça.



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Gina abriu a porta do quarto e olhou o corredor vazio, depois daquela longa discussão foi ótimo tomar um banho e agora ela iria descer para o jantar. Passou pelo quarto dos garotos e parou... será que ele estava sozinho lá dentro? Balançou a cabeça tentando afastar o impulso de abrir aquela porta e continuou seu caminho, quase alcançava a escada quando sentiu alguém puxar seu braço. Não poderia saber onde estava, pois o escuro predominava no local apertado, sentia apenas seu “raptor” lhe abraçando por trás.

- Harry? - Perguntou já sabendo a resposta.

- Esperava outra pessoa? - Perguntou ele roçando os lábios na orelha da ruiva.

- Não seja bobo... - Assim que seus olhos se acostumaram com a pouca luz do local, Gina olhou ao redor e logo percebeu onde estavam. - Mas precisava me arrastar para dentro do armário de vassouras?

- Precisava, se eu não fizesse isso logo, tenho certeza de que ficaria louco. - Harry apertou mais o corpo da ruiva de encontro ao seu.

- Harry... isso é perigoso. - Respondeu Gina com a voz falhando ao sentir o contato dos lábios dele no seu pescoço.

Harry levou uma das mãos até o cabelo da ruiva, soltou o rabo-de-cavalo e aspirou profundamente o perfume dela.

- Eu sei... mas ninguém nos deixa a sós aqui - resmungou.

Com algum esforço Gina virou-se de frente para o moreno. Sentiu logo depois Harry puxá-la de encontro ao seu corpo e beijar-lhes os lábios. Como havia esperado por aquilo.

Harry sentia a ruiva derreter-se em seus braços, a sensação de beijá-la e explorar sua boca era de fato a mais emocionante e perfeita sensação que ele já sentira. Começou a subir a mão e com ela levar a blusa de tecido fino que Gina estava usando, tocando assim na pele quente e macia da ruiva.

- Harry... isso definitivamente... não é uma... boa idéia. - Gina falou entre os lábios presos.

- Eu sei... o pior é que eu sei. - Harry respondeu continuando seu caminho por entre os seios dela.

Harry sabia, sabia que aquilo era uma completa loucura, mas o difícil era fazer uma certa parte de seu corpo entender aquilo. Ele chegou a pensar se era realmente uma parte, ou se era todo o corpo que o fazia querer Gina, mas não houve tempo para raciocinar sobre aquilo, ou sobre qualquer outra questão, pois sentiu as mãos da ruiva atacarem uma área na qual não tinha o mínimo controle quando estava perto dela.

- Gina... isso também... não é uma boa idéia. - Falou sentindo a boca secar.

- Tem certeza? - Ela perguntou desgrudando os lábios dos dele e o encarando com um sorriso malicioso.

- É melhor... - Parou ao sentir as mãos dela estimulando a área. - não mexer... com o que está quieto. - Fechou os olhos ao sentir ela continuar.

- Acho que você tem que rever seus conceitos de “algo que está quieto” - Gina sorriu ao ver o olhar intrigado do moreno. - Eu não consideraria isso como quieto. - Concluiu dando um pequeno aperto na área.

Harry limitou-se a soltar um leve gemido com as carícias da namorada. Logo depois passou as mãos pelo corpo dela e recomeçou o caminho por dentro da blusa da ruiva.

Gina sentia que aquele lugar nunca fora tão perfeito, mal conseguiam se mexer ali dentro, mas estava tudo ótimo, a começar pela mão de Harry subindo por sua barriga e indo de encontro ao seu seio. Sentia o corpo dele queimar junto ao seu e a parte que apalpava pulsava em suas mãos. Resolveu então fazer algo mais ousado, desabotoou com pressa os botões da blusa dele, olhando-o fixamente, deslizou as mãos para dentro da blusa, arranhando, do peito até chegar na barriga. Com as duas mãos abaixou um pouco mais a calça do moreno e logo em seguida a cueca.

- GINAAAAAAAAA!

Ambos se soltaram ofegantes ao ouvir o chamado da senhora Weasley. Olharam-se assustados. Gina podia ver a blusa do moreno toda amassada com os botões abertos, olhou para baixo e viu a calça dele aberta.

Harry podia ver a ruiva a sua frente com a blusa levantada, os cabelos bagunçados, o rosto dela parecia queimar e a respiração estava ofegante.

Gina arrumou os cabelos rapidamente, abaixou a blusa e antes de sair do armário lançou um sorriso para o moreno.

Harry esperou um tempo depois da ruiva ter saído e depois de se certificar de que não havia ninguém do lado de fora, saiu, mas não teve dúvidas de que naquele momento não iria jantar.


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- Harry querido, sente-se. - Falou Molly assim que viu o rapaz descer as escadas.

Harry sentiu seu rosto queimar ao olhar para a senhora.

- Porque demorou tanto? - Perguntou a mulher.

- Eu... eu estava tomando banho. - Respondeu sentado-se ao lado de Gina.

- Onde está o papai? - Perguntou Gina tentando desviar a conversa.

- Ah querida, ainda está no trabalho. - Molly respondeu triste.

- Não se preocupe senhora Weasley ele vai chegar logo. - Disse Hermione.

Harry colocou comida em seu prato, olhou pela mesa e viu Rony, Hermione e Said sentados de um lado, a senhora Weasley na cabeceira, enquanto ele e Gina estavam sentados do outro lado. Essa, com certeza, foi por pouco, ele não sabia o que teria acontecido se a senhora Weasley não houvesse chamado, quer dizer, ele sabia sim.

Gina sorria do jeito do moreno, Harry com certeza perdia o controle em alguns momentos, mas logo depois voltava a ser o velho menino de sempre e isso incluía a timidez. Mas ela gostava, gostava de saber que havia um Harry que apenas ela conhecia.


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- Gina você pisou na minha capa. - Murmurou Hermione.

- Desculpe. - Respondeu a ruiva.

As duas garotas caminhavam pelo corredor da casa escuro, estavam indo até o quarto dos garotos para usarem a chave de portal.

- Vocês demoraram. - Reclamou Rony.

- Tente andar no escuro no meio desse corredor, irmãozinho. - Retrucou Gina.

- Tudo bem vamos logo com isso que temos pouco tempo. - Falou Harry.

Os cinco caminharam até a pequena lata de refrigerante.

- 1, 2, 3 e já. - No mesmo instante que Hermione falou todos tocaram na pequena lata.

Depois de sentir a antiga sensação de ser puxando pelo umbigo e cair no chão, Harry levantou-se e viu que não foi o único que caiu, aparentemente todos estavam na mesma situação.

- Lumus. - Falou ele.

- Lumus. - Disseram outras vozes acompanhando o moreno.

- Tem certeza que é esse o lugar? - Perguntou Said.

- Esse é o lugar mais próximo, teremos que entrar na água para chegarmos ao local exato. - Respondeu Hermione.

Gina olhava para o lugar, não era muito diferente de uma praia, aparentemente comum, sem nada muito extraordinário, ela achava que era justamente por isso que estava achando tudo aquilo muito estranho. Podia ouvir o som das ondas batendo em umas pedras altas que se encontravam mais à frente. A única coisa que poderia notar de diferente no lugar era que estava frio demais e que tudo parecia estar congelando.

- Então vamos logo acabar com isso. - Disse Harry tomando a frente. - Me passe o mapa Mione. - O moreno estendeu a mão para a amiga.

Harry analisou o mapa durante algum tempo, podia sentir os olhos dos outros sobre e ele.

- Usaremos o feitiço cabeça-de-bolha? - Questionou ele.

- Acho que esse servirá, mas temos que usar um que nos permita ficar aquecidos, porque se vocês não esqueceram essas águas são como gelo. - Falou Hermione.

- Tudo bem, mas como faremos? Eu e o Harry não podemos fazer magia. - Disse Gina.

- Mais uma novidade para vocês. - Dessa vez era Rony quem estava falando. - Ouvi o papai dizer para a mamãe que o Ministério não está tendo controle em relação a isso, nunca teve na realidade, porque eles podem saber se usaram magia em algum lugar, mas não quem usou especificamente. Portanto se existe eu, a Mione e o Said podendo usar magia perto de vocês, eles não vão poder saber quem de nós usou, só vão saber que houve uso de magia. - Rony riu da cara surpresa do amigo. - No seu caso Harry, foi puro azar, você era o único bruxo da sua casa, por isso o Ministério deduzia que qualquer magia vinda de lá era sua. Lembra do caso do Dobby? Ele fez a magia, mas você foi acusado... - Rony pretendia continuar, mas foi interrompido.

- Tudo bem maninho nós já entendemos. - Falou Gina sorrindo por poder usar magia.

- É Rony, não temos muito tempo para explicações, em casa conversamos melhor sobre isso. - Encerrou Hermione.

Os cinco não falaram mais, apenas direcionaram a varinha para si mesmos e aplicaram o feitiço. Ninguém parecia disposto a conversar muito naquele momento, aquilo definitivamente estava estranho. Talvez fosse apenas impressão, talvez não acontecesse nada e eles apenas pegassem o diamante e saíssem dali normalmente.

Harry entrou na frente sendo seguido pelos outros, mergulharam nas águas gélidas do lugar, mas não sentiam nada devido ao feitiço térmico que cada um aplicou conforme Hermione havia recomendado.

Harry nadava à frente com o mapa nas mãos e vez ou outra olhava para trás, para ver se todos o acompanhavam, seguiam em direção ao fundo e a escuridão chegava de forma gradativa. É claro que a luz das varinhas ajudava bastante, senão estariam na mais completa escuridão. Chegou um momento em que o mapa parecia confuso e ele fez um gesto chamando os outros, Hermione analisou, e gesticulou para que seguissem à esquerda.

Gina pensava que nunca veriam nada de diferente, além de plantas esquisitas e alguns cardumes de peixes coloridos que passavam vez ou outra perto deles. Ela não dissera nada, mas não gostava muito de água, sentia-se sufocada por estar ali, mesmo com um feitiço possibilitando que o ar lhe chegasse aos pulmões, aquilo não era muito confortável. Logo, seus pensamentos de que não veriam nada diferente mudou, algo esquisito e com várias pernas cruzou o caminho dos amigos. Gina olhou para o irmão e viu seu rosto com ar fantasmagórico devido à água, exibir um pânico instantâneo e a compreensão lhe invadiu.

Hermione foi até Rony e fez um sinal negativo com as mãos, ele com certeza havia pensado que aquilo fosse uma aranha. O medo de Rony pelo animal o fazia não pensar às vezes. Como uma aranha poderia estar na água? A pequena Lula passou sem dar bola pelos cinco e continuou seu caminho.

Said fez um sinal para que continuassem e não pôde conter um sorriso ao ver o medo do ruivo. Ele tinha medo de Lulas? Realmente não havia entendido muito aquilo, mas havia outras coisas com que se preocupar naquele momento, como por exemplo, se manter vivo e alerta.

Harry parou onde o mapa indicava e aguardou que os outros chegassem. Assim que os avistou deu de ombros, afinal o mapa indicava aquele local, mas ali parecia não existir nada.

Hermione olhou durante algum tempo para o local, não precisou de muito para saber que havia um simples feitiço ilusório, para que nenhum trouxa visse o que realmente era. Desfez o feitiço e viu um ar de compreensão se formar no rosto dos amigos, assim que apareceram diversos pilares de pedra, indicando que ali deveria ter sido a entrada da antiga cidade.
Gina seguiu os outros para dentro da velha cidade, haviam algumas pedras sobrepostas em outras, formando várias cavernas disformes, dando a entender que, algum dia, foram casas. Umas pareciam bem simples, outras possuíam arcos dourados e um estilo mais arrojado. Deveriam ter sido bonitas, num passado distante.


Harry, via que toda a cidade parecia ter sido construída ao redor de uma espécie de praça, bem no centro havia um pedestal, foi até o local e viu uma placa com letras reluzentes, pôs-se a ler.


“Parabéns pela esperteza, se chegardes até aqui, tendes mérito. Restam três desafios. Sabes até onde vais?”.


Aquilo com certeza era animador! Pensou o moreno ironicamente. Olhou para dentro do pedestal e viu uma pequena bola dourada. Durante algum tempo ficou pensando se aquilo não explodiria ou faria qualquer coisa anormal. Concluiu que se já haviam desvendado charadas do mapa, feito chave de portal e nadado até ali, não poderia haver nada mais para testá-los. Ou teria? Levou as mãos até a esfera, mas sentiu alguém segurar em seu braço.

Gina chegou perto do moreno bem a tempo de impedi-lo, como ele iria tocar naquela bola, assim daquele jeito?

Hermione chegou perto dos amigos e passou um longo tempo olhando para o objeto. Viu quando Said se aproximou e desferiu vários feitiços em direção ao globo que não sofreu nenhuma alteração.

Harry sorriu para a ruiva que soltou sua mão. Novamente levou as mãos até a pequena bola dourada e a pegou. Nada aconteceu, conforme ele havia pensado. Todos sorriram animados com o sucesso. Porém logo o moreno percebeu que aquilo não era o diamante, estava oco, um diamante não era oco. Bateu com a ponta da varinha no objeto que se abriu em quatro partes. Dentro não havia nada, estava vazio. Olhou intrigado para os outros quatro.

Gina não podia acreditar, não havia nada ali! Como poderia não ter nada? Sentiu-se desanimada.

Hermione olhou ao redor como que procurando por algum diamante perdido no meio daquelas ruínas. Alguma coisa estava errada, aquele era o local onde o diamante deveria estar, a julgar pelo que estava escrito na placa. Indicou a superfície com a cabeça para os amigos, não havia mais o que fazer naquele monte de pedras destruídas.

Harry seguiu o caminho para a superfície conforme Hermione havia sugerido, tinham que discutir o que havia acontecido, não poderia acabar assim, eles tinham que achar aquele diamante. Será que chegaram na frente deles? Alguém havia achado o diamante? Mas como, se apenas eles tinham os mapas?

Se Gina havia pensado antes que o caminho de ida para a cidade perdida havia sido longo, agora na volta, podia jurar que haviam aplicado um “engorgio” nele, pois suas pernas já não agüentavam mais o esforço para voltar a superfície.

Assim que sentiu o corpo emergindo da água Harry desfez o feitiço cabeça-de-bolha e se jogou no chão de areia com os olhos fechados, respirando assim o ar puro e fresco daquele lugar. Mas assim que abriu os olhos, sentiu como se o ar estivesse lhe faltando nos pulmões, tentou voltar no mesmo instante para avisar os outros, mas não tinha volta. Viu quando várias pessoas chegaram perto dele e prenderam-no.

Gina saiu da água e viu que algo estava errado, havia várias pessoas na praia. E Harry, onde ele estava? Puxou a varinha imediatamente, mas sentiu duas mãos lhe prendendo por trás, levando-a para a praia e amarrando seus braços e pernas. Olhou para o lado e viu Hermione, Rony e Said na mesma situação. O que estava acontecendo ali?

Harry olhava para a situação em que se encontravam e aquilo não era nada bom. Estavam os cinco sentados e amarrados no chão da praia, enquanto várias mulheres os olhavam, todas estavam vestidas com o mesmo tipo de roupa, com colares parecidos e eram morenas.

- Quem são vocês? O que vieram fazer na nossa ilha?

Harry ouviu uma mulher forte, alta e com olhar severo irromper na frente das outras. Olhou para os amigos e todos demonstravam não saber o que responder.

- NÃO VÃO ME RESPONDER? - Dessa vez a mulher estava gritando e apontou a varinha para os cinco jovens.

- Nós... nós estávamos... atrás de Atlântida, viemos apenas conhecer - Hermione tentou falar alguma coisa.

Harry pensou que aquela não foi uma boa desculpa.

- Conhecer um lugar que ninguém sabe que existe, e a noite? - A mulher perguntou com a voz elevada pela raiva.

- Levem-nos daqui, amanhã decidirei o que fazer com os intrusos.

Harry viu quando umas dez mulheres se encaminharam até eles e os levaram em direção a uma floresta que sequer tinham reparado que existia ao chegarem ali, no começo de sua aventura em direção à Atlântida. Jogaram Gina e Hermione em uma jaula e ele, Rony e Said em outra.

- Sei lá o que vieram fazer aqui, mas não foi uma boa idéia. - Falou uma das mulheres rindo maldosamente.

- Droga! O que vamos fazer? Elas tomaram nossas varinhas. - Disse Rony.

- O que será que elas são? Uma espécie de tribo? - Questionou Hermione.

- Tribo não, o nome que nos caberia corretamente seria: “Seguidoras da Luz”. - Os cinco amigos se viraram em direção a uma parte escura da floresta. Surgiu diante de seus olhos um vulto disforme.

- Quem é você? - Perguntou Harry.

- Acho que a pergunta melhor seria: “Quem são vocês?” - Questionou a garota saindo do meio da escuridão e deixando-se ver, iluminada apenas pela luz da lua.

Ela era morena assim como as outras, seus cabelos eram negros como a noite, lisos e longos, estavam presos metade de cada lado e caíam sobre seu busto; seus olhos eram levemente puxados, tinham a cor cinza e transpareciam astúcia. Além disso podia-se ver um característico sinal em forma de uma gota de água do lado esquerdo de seu rosto e no direito havia uma pequena lua pintada. A garota estava vestida como as outras, uma saia cor de terra até o joelho, com uma fenda em cada perna e uma pequena blusa que cobria os seios, com diversos fios de pano cortados, como se tivessem sido rasgados. Nos seus pés haviam duas botas feitas manualmente, provavelmente com coro de algum animal.

- Tudo bem. – Falou a menina – Já vi que vocês não querem saber de conversar. Então não posso fazer nada, mas queria dizer que a situação de vocês pode ficar bem ruim. Como quiserem... - Falou ela sorrindo, com um ar misterioso.

- E o que você iria fazer? Vai dizer que quer nos ajudar? - Perguntou Said.

- Sim e não, depende. - Respondeu ela continuando a sorrir.

- Que resposta mais clara. - Falou Said de forma sarcástica.

- Acho que esse não é o momento certo para ironias, docinho. - Disse ela andando ao redor das jaulas e chutando algumas pedras que estavam espalhadas pelo chão.

- Docinho é a sua... - Said não concluiu, pois a voz de Harry cortou o que ele iria dizer, definitivamente não havia gostado daquela garota.

- Você pretende nos ajudar? - Perguntou Harry.

- Já disse que depende. - Tornou a responder.

- Depende de quê? - Perguntou Gina.

- Depende do que vocês vieram fazer aqui. - Respondeu ela e continuou como se estivesse em uma sala de estar conhecendo novos amigos. - Vamos primeiro as apresentações. Meu nome é Irys.

Gina olhou um pouco confusa para os outros e como ninguém se manifestava ela decidiu falar.

- Eu sou Gina, essa é a Hermione, aquele é o Harry, o ruivo é o Rony e o outro... - Gina sorriu ao lembrar do apelido que ela colocara no garoto. – é ... é o Said.

- Legal, então podem me dizer o que vieram fazer aqui?

- Você acha mesmo que nós vamos te contar? - Questionou Said.

- Pensei que já havíamos passado dessa fase. - Irys sorriu, irritando mais ainda o moreno.

Harry olhava para a situação, por mais aborrecido que estivesse, encontravam-se na mão daquela garota.

- Irys. - Gina chamou. - Como nós poderíamos confiar em você?

- Infelizmente, não há garantia, apenas a minha palavra. - A garota encolheu os ombros.

- Grande coisa. - Murmurou Said fazendo a garota soltar uma risada, e o moreno ficar roxo de raiva.

- Ele é cômico... desculpem. - Falou ela levantando as mãos.

- Tudo bem, nós já contamos o que viemos fazer aqui. - Disse Hermione.

- Ah qual é? Essa história não engana nem uma criança! Como vocês descobriram sobre Atlântida?

- Bem... nós... - Hermione não sabia o que falar.

- Vieram atrás daquela pedra não é? - A garota levantou a sobrancelha e aguardou por uma resposta.

Harry só pôde pensar que essa tal pedra que a garota estava falando era o diamante.

- Como você sabe? - Perguntou Harry.

- Não sei, apenas acho e você acabou de confirmar, foi a coisa mais emocionante que já aconteceu aqui.

- Como vocês conseguiram pegá-la? - Perguntou Harry.

- Isso é uma longa história, acho que não estamos em um momento muito apropriado, depois posso explicar. - Respondeu Irys.

- Onde está?

-Não tão bem guardada quanto, eu acharia que, deveria estar. Ajudo vocês a fugirem com essa pedra.

- E o que você quer? - Perguntou Said.

Irys sorriu para o moreno e encostou a mão na jaula.

- Sair daqui.


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A noite estava escura e a lua se escondia freqüentemente atrás de algumas nuvens. De onde estavam podia ver duas mulheres sentadas em uma cadeira e uma terceira de pé. Conversavam animadamente.

- Conversa animada. - Disse Irys surgindo por trás da mulher que estava em pé.

- O que faz acordada até uma hora dessas, fedelha? - Perguntou uma das mulheres que estavam sentadas.

-Fedelha eu? Engraçado, você me chamava de coisas melhores quando minha mãe era a Danut. - Irys sentou-se do lado das duas.

- Vai dormir! - Uma das mulheres falou irritada.

- Vou, quando vocês me deixarem montar guarda também.

- Vai sonhando, você sabe da sua situação aqui. - A mulher que estava de pé falou.

- Tudo bem então. - Irys levantou-se e embrenhou-se na floresta. - Idiotas. - Falou assim que se distanciou das mulheres.

- Conseguiu? - Perguntou Gina assim que viu a garota.

- Claro! - Respondeu ela entregando as varinhas dos cinco. - Imbecis, sabem rir e brigar, mas não tem um pingo de cérebro. - Falou ela ao lembrar do momento que sentou ao lado das mulheres e pegou as varinhas dos cinco que estavam nos bancos, elas nem sequer haviam percebido, mas eles não podiam se demorar, porque assim que elas soubessem a bomba estouraria. - Por aqui.

Harry seguia Irys juntamente com os outros. Não haviam tido outra escolha, senão aceitar as condições impostas por ela. Ainda não sabiam o que iriam fazer depois, mas pelo menos estavam vivos, isso já era um bom sinal. Pensava o que a Sra Weasley faria se soubesse no que estavam metidos, sentiu suas entranhas se apertarem. O que estavam fazendo? Ele estava arriscando a vida dos amigos!

- Parem. Eu vou lá, tentar pegar “a pedra” como peguei as varinhas, fiquem de olho, temos pouco tempo. - Disse ela, continuando o caminho sozinha.

Havia apenas duas mulheres de sentinela, uma cochilava escorada na parede, enquanto a outra fazia a mesma coisa sentada em um banco. Irys avançou devagar e entrou na barraca que elas deviam estar vigiando, olhou em volta do pequeno ambiente, e como já sabia, o diamante estava suspenso no centro. Caminhou até se aproximar dele. Cerrou os olhos e falou a tão conhecida prece.

- Divina, Filha da Luz, sou irmã do teu clã e digna de tua confiança. - Ao terminar a frase a pedra caiu em suas mãos, sorriu, um sorriso triste, e saiu da barraca.

Começou seu caminho de volta, rápida e sorrateira para que as duas companheiras não acordassem. Olhou para trás e viu quando uma das mulheres que estava cochilando encostada na parede deslizou e caiu, fazendo um barulho. Droga! Aquela era a hora em que deveria correr.

Harry, Gina, Rony, Hermione e Said olhavam a cena escondidos na floresta, Irys estava conseguindo sair sem que nada acontecesse, mas logo viram as coisas começarem a dar errado. A melhor solução para aquele momento era correr.

- CORRAM!!! - Ainda ouviram Irys gritar, como se fosse preciso.

Os seis corriam em disparada, ouviram um grito, em um tipo de língua esquisita. Ninguém teve coragem de olhar para trás, mas podiam ouvir os vários barulhos de passos atrás e sem contar com alguns feitiços que eles sentiam passarem a centímetros de seus corpos.

- A DIREITA! - Irys gritou novamente.

Gina sentia o ar lhe faltar nos pulmões e sua perna reclamar, porém ela não tinha como parar. Viu quando Harry olhou para trás e exibiu um olhar não muito encorajador.

Harry viu várias mulheres correndo atrás deles, elas não pareciam muito amigáveis. Logo viu Irys passar na frente deles correndo e a seguiu. Mas adiante, estava uma espécie de jangada com motor, flutuando, pouco afastada de onde quebravam as pequenas ondas.

- Venham! - Gritou ela.

- Você não acha que a gente vai fugir nisso, acha? - Disse Said.

- Claro que não, você deve ter uma idéia melhor, docinho. - Falou ela sorrindo e respirando com dificuldade.

Ninguém respondeu. Jogaram-se de qualquer jeito na jangada, a ocasião não era propícia para discutir o assunto.

- VEGET! - Said gritou apontando a varinha para uma árvore, no mesmo instante a árvore se mexeu e foi em direção às mulheres.

- Vamos, mas que droga! - Irys batia na jangada que permanecia imóvel.

- O que foi? - Perguntou Gina.

- Ela é enfeitiçada, mas não quer pegar, acho que tá velha demais. - Disse a garota continuando a bater com a varinha na jangada.

- Vamos pegar a chave de portal. - Falou Hermione.

- Não dá, não sabemos onde está. - Disse Rony.

- Aresto momentum! - Falou Harry apontando a varinha para uma das mulheres que havia passado pela árvore e estava correndo até eles, no mesmo instante a mulher passou a andar como em câmera lenta.

Said que estava na outra extremidade da jangada, disparava todos os feitiços que conseguia em direção às mulheres.

- Alarte Ascendare! - Disse Said apontando a varinha para outra mulher que estava vindo, logo a mulher foi lançada para cima e caiu violentamente no chão.

Hermione virou-se para o outro lado da jangada, queria ver se conseguia fazê-la funcionar para que saíssem logo dali. No entanto, ela sentiu algo atingir suas costas e foi arremessada direto para a água gélida.

Mione experimentou uma dor enorme, sentiu seu corpo rodar e cair, a queda foi rápida, mas assim que sua cabeça mergulhou na água gélida, teve a sensação de que havia se chocado contra concreto. O líquido em volta de seu corpo era tão frio que dava a mesma sensação de ácido corroendo a pele, seu corpo tremia e um indício de pânico invadiu sua mente.

De cabeça para baixo na escuridão, ela ficou durante algum tempo desorientada, sem ter a mínima noção para que lado virar, não sabia onde ficava a superfície. – Calma Hermione... – Precisava emergir. Virou-se, colocou a cabeça para fora, tentando respirar, a água encobria todo o seu corpo como um torniquete de gelo que esmagava seus pulmões. Viu Harry, Gina, Rony, Said e Irys disparando feitiços contra as mulheres que conseguiam se livrar da árvore. Tentou gritar, mas sua voz saiu engasgada. Eles não a estavam vendo. Não tinham percebido que tinha sido atingida por um feitiço. Mal conseguia puxar ar suficiente para soltar um gemido, e todo aquele barulho a sua volta não estava ajudando.

Hermione sentia como se todo o ar houvesse sido sugado. Ela lutou com todas as forças para chegar na extremidade e tentou puxar seu corpo para fora, mas parecia haver uma parede feita de gelo em torno de si, não conseguia se movimentar. Ela tentava chutar “o gelo” debaixo da água, procurando um ponto de apoio. Nada. Tentou agarrar-se na jangada, mas esta, já estava longe o suficiente, a correnteza havia a arrastado.

A garota sentiu que seus músculos estavam começando a não responder, devido ao frio intenso. Procurou mexer as pernas com mais força, tentando nadar um pouco para conseguir alcançar o quebra-mar. Seu corpo parecia feito de chumbo e seus pulmões pareciam ter se contraído de tal forma, que parecia um milagre que ainda respirasse. Suas roupas estavam ficando cada vez mais pesadas, puxando-a para baixo. Tentou tirar a blusa, mas sentiu que o tecido parecia ter grudado em seu corpo. O medo a invadiu. Hermione havia lido que a morte por afogamento era a pior que se podia imaginar. Merlim! Porque ela não havia morrido com o feitiço? Por mais que tentasse sair dali, seus músculos se recusavam a cooperar com sua mente e o esforço para manter a cabeça fora da água parecia sobre-humano. Suas roupas encharcadas a puxavam para baixo e seus dedos dormentes arranhavam algo que se assemelhava a gelo.

Tinha a impressão de que seus gritos só podiam ser ouvidos em sua mente, ela já não tinha mais voz. Então finalmente, submergiu. Estar consciente da proximidade da própria morte era algo terrível. Porém, ela estava ali, afundando lentamente.

Podia sentir seus pulmões gritarem por oxigênio, sabia que não poderia respirar. Segurou a respiração, ainda tentando subir a superfície. Respire! Sua mente gritava, mas ela não podia, trincou os dentes para manter os lábios cerrados. Respire! Novamente sua mente ordenou, tentou em vão nadar para cima. Respire! Outra ordem, e se viu naquele momento em uma luta mortal entre o instinto e a razão, mas chegou um momento em que a necessidade de respirar ultrapassou sua capacidade de manter a boca fechada. Hermione inalou.

Sentiu no mesmo instante a água salgada invadir seus pulmões, entrou como óleo fervendo, queimando-a dolorosamente, e ela sentiu como se estivesse sendo abrasada de dentro para fora. A água é cruel, pode ser a vida e a morte e não mata instantaneamente. Pensava enquanto agonizava. Mione não sabia há quanto tempo estava ali, sentiu apenas que estava deslizando em direção às profundezas escuras e que sua consciência estava se esvaindo.


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Depois de algum tempo lançando e desviando-se de feitiços, Rony olhou para trás e notou a falta da namorada.

- Mione... Onde está a Mione? - Perguntou, mas ouviu em resposta apenas vários nomes de feitiços sendo arremessados.

Olhou desesperado e não a viu. Percebeu uma varinha no canto da jangada, era dela. Lançou o olhar em direção a água clara e viu através dela, um manto escuro, lançou um feitiço térmico e de cabeça-de-bolha em si e pulou na água. Logo viu, a uma certa distância, um corpo deslizando para a profundez daquelas águas gélidas. Nadou o mais rápido e desesperadamente possível e agarrou o braço da garota, sentiu o desespero tomar conta de si ao ver o rosto pálido. Nadou para a superfície, arrastando-se com a garota para perto da jangada.

- Harry!!! HARRY!!! - Gritou.

Harry se virou em direção ao amigo e olhou assustado para os dois. Ajudou-os a subir na jangada.

- ELAS ESTÃO MAIS PERTO. - Harry ouviu Said gritar, não sabia o que fazer, se ajudava os amigos, ou se lançava feitiços contra as mulheres.

Gina olhou assustada para Rony e Hermione, mas não podia sair de sua posição.

- Irys faça alguma coisa com essa jangada. - Disse Harry tomando a posição da garota.

Irys foi para o fundo e tentou se concentrar.

- Rápido! - Said gritou.

Rony olhava desesperado para o rosto de Hermione, nada ali importava para ele, só o que o interessava era Hermione. Nos seus braços, imóvel, estava o seu amor, com o rosto pálido, congelado, os lábios roxos... tinha que fazer alguma coisa.

- Enervate! - Falou apontando a varinha para o peito dela. - Ener... vate. - Falou mais alto sentindo algumas lágrimas rolarem por seu rosto. - ENERVATE! – Gritou. Dessa vez encostando a varinha em seu tronco. - ENERVATEEEEEEEEEEE... - Gritou ainda mais alto. - DROGA MIONE VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO, NÃO PODE!!! - Gritou beijando-lhe o rosto. - Desculpe por não estar perto de você.... ENERVATE! - Rony voltou a gritar e viu quando a namorada soltou uma golfada de água pela boca e nariz.

Imediatamente o ruivo sorriu aliviado e colocou-a de lado para que pudesse expelir todo o líquido.

De repente, a jangada pareceu ganhar vida, deu impulso para frente e saiu em disparada. As mulheres já estavam ficando pequenas ao longe, mas todos estavam espantados demais para sorrir naquele momento.

- Mione. - Rony virou e deu um abraçou apertado na namorada.

- Ro... - A voz de Hermione estava rouca e ela ainda tinha um ar fantasmagórico.

- Eu te amo. - Falou ele sem se importar com os presentes e Hermione retribuiu com um sorriso torto. O ruivo podia sentir seu coração ainda apertado, mas estava feliz, ela estava ali, ao seu lado e viva.

Rony secou a namorada com a varinha e conjurou um cobertor para aquecê-la.

- Como isso aconteceu? - Harry perguntou.

- Acho que algum feitiço a atingiu e ela acabou caindo na água. - Falou Gina. - Você está bem Mione?

Mione apenas confirmou com a cabeça.

- Gina, seu braço. - Falou Harry vendo um corte no braço da ruiva.

- Ah, isso não foi nada... - Respondeu ela.

- Spiskey. - Disse o moreno apontando a varinha para o braço da ruiva.

- Obrigada. - Falou ela se acomodando nos braços dele.

- Então vocês são namorados? - Perguntou Irys olhando para os dois casais.

- É. - Respondeu Gina, estava preocupada demais para pensar naquilo. - Como voltaremos agora que perdemos a chave de portal?

- Bem, eu posso fazer outra... vai demorar só algum tempo. - Hermione parecia estar se recuperando rapidamente.

- Tem certeza que consegue? - Perguntou Harry.

- Sim... consigo. - Confirmou Mione, com a voz ainda rouca.

- Temos que parar a jangada em um lugar seguro. - Falou Said.

- Um lugar seguro significa um lugar bem afastado, né? - Disse Irys levantando a sobrancelha.

- Que ótimo. - Resmungou Said.

Navegaram – se é que poderiam chamar aquilo de navegar – durante algum tempo, até que conseguiram parar em um lugar, que segundo Irys seria, seguro.

Hermione passou algum tempo se concentrando para fazer a chave de portal, já estava na quinta tentativa e todos olhavam desanimados para a pedra que não demonstrava sinal algum de mudança.

- Já... acho que já. - Concluiu ela.

- Tem certeza? Isso é arriscado. - Falou Said.

- É nossa única alternativa. - Disse Gin, Que explicou à Irys o que fazer.

Todos olharam preocupados para a pedra.

- 1...2...3 e já. - Contou a ruiva fechando os olhos e tocando na pedra juntamente com os outros.


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Oi meu povo tudo bem com vcs? Espero que sim rssssssssss... até que enfim saiu um capítulo novo e espero que vocês gostem de um capítulo mas de aventura.

Falando do capítulo, pra quem quer ver uma foto da parte em que o Harry e a Gina estão no armário, entrem nessa comunidade do orkut:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=20736199

Essa comunidade não é de nenhuma das minhas fics, elas não tem comunidade buaaaaaaaaaaa... hauhauahau... o nome da comunidade é: "Eu deliro com uma boa Nc", lá vcs podem ver opção de fic de boa qualidade Nc, blz?

Bem, depois dessa propaganda básica vamos aos agradecimentos:

Miaka-ELA - Viu a Irys para o seu Said??? hauahuahau... não fique triste vamos ver o que acontece rsssssss...

MarciaM - Que bom que gostou do capítulo mana, beijos e esteja sempre aqui rssssss...

Sally Owens - Oi mana, é uma honra pra mim saber que vc gostou do capítulo...beijos na bunda amore.

Priscila - OI AMIGA!!! Que bom que gostou do lance do Rony e da Mione, espero que tenha gostado desse capítulo... beijos na bunda e obrigada por me deixar ser sua assessora para assuntos de NC hauahauhauahauh...

Ara Potter - Senhorita Ara onde está vc? Nunca mais veio aqui rsssssssssss... brincadeira, passe aqui sempre mana, beijos!!!

Evelis - Viu o amore do Said mana? Provavelmente não, vc tá sumida, mas saiba que seu lugar tá aqui no meu coração rsssssssssss... beijos na bunda gemola.

Géia - MINHA BETA!!! rssssssssss... subiu de cargo amiga hauhauahauh... obrigada por me ajudar!!! BEIJO ENORME!!!

larislopes - Que bom que v c gostou, continue sempr vindo aqui!!!

andressa domingues - Obrigada por comentar, beijos.

luiz_paulo - MEU IRMÃO LINDO DO MEU CORAÇÃO hauhauahau... sempre me ajudando, beijo na sua bundinha hauahuahau... TE AMO!!!

TheBlueMemory - eu tb não sei pq mas adoro o Said hauahuahua... mas fazer o que se o pessoal não gosta muito rssssssss... viu a Irys? Acho que vai combinar um pouco com ele rssssssssss... ops to falando demais.

Doug Potter - Vc demorou mesmo pra vir ler o capítulo, mas estpa perdoado pq eu tb demorei rsssssssss... beijos.

Evoluxa Black - Que bom que vc tá aqui tb mana, espero que goste da fic rsssssssssss...

Nicole Evans - Oi mana, tenho estado muito ocupada, me perdoe por não aparecer no forum, acho que já nem mas estou no projeto do site pelo tempo que desapareci, mas não tem problema, sei que vcs estão trabalhando muito rssssssss... beijos pra vc e que bom que gostou da cena quente rssssss...

Pamela Marul - MANA LINDA!!! TE AMO AMORE rsssssssssss... olha não fique com ciúmes da Géia pq amo as duas hauhauahauh... vc é minha Beta tb rsssssssss... (se achando) até que enfim leu minha outra fic, beijos no coração!!!

Gina W.Potter - Que bom que vc está lendo minha fic, fico muito feliz, beijos e não se preocupe com o Harry e a Gina, só um pouquinho hauhauahau...

Remaria - Fico feliz que vc tenha gostado rssssssss... beijos!!!



Nota da Beta: Nossa! Eu achei isso muito chique, rs. Obrigada por essa honra, Paty. Adorei betar para você, querida amiga. E o suspense faz parte, né? O capítulo ficou maravilhoso! Viu o que eu escrevi? Não esqueça de apagar meus comentários em vermelho gritante, hein? Foi mais forte que eu. Vivenciei o tormento da Mione, deu um dó! Coitadinha! Desculpe por algum erro, em alguns momentos eu estava batendo a cabeça na tela, de tanto sono, hehe. Espero que fiques satisfeita com o “serviço”, rs. Assim, sempre serei a primeira a saber o que acontece em The Secret of Veil. Até o próximo e que Merlin me ajude a agüentar a curiosidade. Um grande abraço e beijunda, Géia.

Nota da Autora: Bem gente é isso, beijos pra vcs e continuem lendo viu? E não esqueçam que os votos e os comentários são importantes para uma autora hauhauah ... (chantagem básica). Ah, só mais um coisinha, essa parte do afogamento da Mione foi baseada em um livro do Dan Brom que eu li, muito legal.

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