Em meio ao fogo
Desde a briga com Cho, Harry andava observando o comportamento de Hermione. A garota havia passado o resto do dia agindo de maneira estranha, havia se tornado uma Hermione mais ousada, rebelde e sensual.
Hermione desfilava pelo Castelo de Hogwarts atraindo olhares e deixando Harry morto de ciúmes. Ele não deixara a namorada sozinha nem por um minuto e estava sempre a abraçando de maneira possessiva.
No sábado que seguiu o dia da briga, Hermione mudara novamente seu humor e sua personalidade, não acreditando na historia da briga e martirizando-se por ter faltado a detenção. Ela ficou horrorizada ao ver as mudanças em seu guarda-roupa, mas acabou, por insistência de Gina, usando aquelas roupas que a ruiva jurava serem lindas.
No final da discussão com a amiga, Hermione acabou por usar aquelas roupas, mas ainda assim jurava voltar seu guarda-roupa ao normal (decisão que agradou Harry, já que o garoto descobrira um fortíssimo ciúme da namorada).
- Professora, me desculpe, juro que não sei o que deu em mim – desculpava-se Hermione.
Na manha do sábado havia descoberto (pelos comentários eufóricos de Rony) o “bolo” que dera a professora Sulliver e foi, na mesma hora, desculpar-se pelo erro – O Rony que me disse que...
- Srta. Granger, acalme-se, acredite, já tive que enfrentar ladras de namorados também – a professora sorriu e piscou – Ainda que não tivesse surrado nenhuma... Bem, a questão é que ainda assim terei que te suspender temporariamente da monitoria e te dar uma detenção.
- Entendo – Hermione ofegou, cansada pela corrida até a sala da professora – E quanto tempo eu terei de suspensão?
- Um mês, assim dará conta da detenção com mais facilidade e sem apertos!
- E qual será a detenção?
- A Srta. terá que me ajudar a preparar algumas aulas, fazer algumas pesquisas para mim, entre outras coisas.
Hermione suspirou aliviada. Aquela seria uma tarefa absolutamente fácil e, até mesmo, um bom passatempo no tempo livre que teria sem a monitoria.
- E quando eu começo? – perguntou, estranhando a bondade e compreensão da professora, mas agradecendo a mérlin por essa reação.
- Imagino que queira aproveitar o sábado em hogsmead e com seu namorado – disse bem-humorada, fazendo Hermione corar intensamente, mas mesmo assim consentir – Então amanha a noite traga todos os livros de magia antiga que tiver acesso, começaremos preparando a aula de DCAT teórica de vocês.
- Certo, estarei aqui. Obrigada.
- Ótimo, te espero as nove – Hermione suspirou aliviada e Alison sorriu carinhosamente, como uma mãe para uma filha – Agora vá aproveitar seu sábado!
A garota assentiu e saio à procura de Harry.
- Foi só isso que ela disse? Depois da surra que você deu na Cho, ela só disse isso? Rony perguntou incrédulo.
- Também achei estranho, mas melhor isso a ser expulsa, não?
Hermione achara Harry e Rony conversando com Luna e Alyne. Aparentemente Rony e Luna já haviam se acertado, já que os dois estavam de mãos dadas.
- Ultima chamada para Hogsmead – gritou uma voz em meio ao mar de alunos que embarcavam para o vilarejo.
- O Filch já esta dando cria – Hermione disse bem humorada, seguindo para as carruagens.
- Como você vai sem a autorização dos seus... Sabe, sem nenhuma autorização? – perguntou Harry hesitante.
O garoto sentia medo de sem querer acabar cutucando a ferida da namorada, principalmente quando sabia que a mesma já estava quase totalmente recuperada daqueles terríveis últimos acontecimentos.
- Depois de completar os 17 anos não se precisa mais de autorização - esclareceu, num ar tranqüilo, porem quieto, entrando na carruagem seguida de Harry, Rony, Luna e Alyne.
Os cinco logo estavam andando pelas ruas de Hogsmead. Rony e Luna foram os primeiros a se separarem do grupo, logo depois Alyne foi atrás de Lauden, deixando Harry e Hermione sozinhos.
- E então, o que faremos agora que fomos abandonados? – perguntou Hermione, divertida.
- Poderíamos ir ao três vassouras – disse o moreno, antes de postar suas mãos na cintura da namorada e puxa-la para um beijo intenso.
A garota por um momento deixou-se levar, mas afastou o namorado ao ouvir burburinhos percorrerem a rua.
- Harry, você sabe o que poder falar – ela disse preocupada.
- Você se importa? – o garoto levantou as sobrancelhas.
- Claro que não, mas eu pensei que você se importasse, afinal, você sabe que eles muito provavelmente vão exagerar - ela apontou com a cabeça para alguns fotógrafos que andavam por ali.
Aparentemente só algumas pessoas residentes dali haviam visto os dois, já que nenhum mar de flashes veio em sua direção.
- Estranho, o que fazem aqui? Hogsmead nunca foi o alvo desses ai – comentou Harry.
- Harry, agora que todos sabem e acreditam que Voldemort voltou é extremamente normal que essa área esteja cheia de fotógrafos, por ser perto de Hogwarts e por você vir sempre aqui – Hermione disse como se fosse obvio – Alias, me impressiona saber que Voldemort ainda não deu uma “passadinha” por aqui.
- Não acho que ele viria aqui, ele pode atacar muitos outros lugares que causariam efeitos muito maiores sobre a população bruxa – discordou.
- Ainda assim, acho que o efeito que ele quer causar é para te atingir e isso seria mais fácil se ele mostrasse proximidade com você.
- Bem... A única coisa que poderia causar algum efeito sobre mim era ele te seqüestrar, mas se eu não tenho nada a ver com o interesse dele por você, então a proximidade não vai mudar em nada, até porque nós sabemos que mais cedo ou mais tarde eu terei que enfrenta-lo.
- E eu vou estar lá do seu lado – disse firme.
- Sinceramente, prefiro que não esteja - Harry admitiu, um tom triste em sua voz.
- Mas eu vou – afirmou – Eu não estou preocupada com aquele mestiço idiota, estou preocupada com você, não pode se expor desse jeito.
- Hum... Nesse caso, o que você acha de nos escondermos lá no porão da dedos-de-mel? Harry perguntou com um sorriso maroto no rosto.
Hermione abriu a boca para dizer alguma coisa, mas Harry foi mais rápido.
A puxou para um canto escuro, abriu a jaqueta e do seu interior tirou a capa da invisibilidade.
- Melhor prevenir do que remediar – disse sorrindo.
A morena devolveu um sorriso feliz e entrou para debaixo da capa, junto ao namorado.
- Harry... Harry, eu acho que nós devíamos ir – Hermione gaguejou, enquanto Harry lhe aplicava beijinhos carinhosos no pescoço.
- Por que? Eu prefiro ficar aqui – disse entre beijos.
Hermione riu sem reservas, era incrível como Harry perdia a timidez quando estavam sozinhos.
- Porque já deve estar na hora de voltarmos ao castelo – justificou.
- Nós podemos voltar depois, sairemos pela passagem da bruxa de um olho só.
- Mas eles vão questionar nossa ausência – disse afastando-o – Vamos!
Por fim, o garoto se levantou e, novamente sob a capa da invisibilidade, voltou ao centro do vilarejo a procura de Rony, Luna e Alyne.
- Parece que eles ainda não chegaram! – observou Harry.
- É... – comentou vagamente, observando a rua.
- Quer um sorvete? – perguntou Harry, observando um carrinho de sorvete passar; estava sentindo-se incomodado com aquele silencio.
- Quero sim – a morena respondeu, dando-lhe um selinho – Enquanto compra vou dar uma olhada na banca!
Depois de outro selinho os dois se separaram, cada um para um canto da pracinha.
- Extra, extra, desastres naturais atacam o mundo trouxa – gritava um jovem, balançando no ar um pergaminho velho, parecida com uma edição do profeta diário, mas sem nenhuma das animações ou feitiços.
Hermione tirou algumas moedas do bolso e as entregou ao rapaz, recebendo o jornal em seguida.
- Eu também quero um – disse uma voz fria surgindo atrás de Hermione.
- Malfoy? – perguntou impressionada.
- Não, o coelhinho da páscoa, prazer – disse dando mais atenção ao jornal.
O loiro pegou um exemplar e virou-se para sair, mas Hermione impediu. Seu cérebro trabalhava rápido, tentando achar o que dizer. Ela sabia que Draco andava sumido e era poucas visto no castelo quando não estava em aula, e não pretendia desperdiçar essa chance de descobrir o que, de fato, havia no braço do garoto.
- O que foi Granger? Seus amiginhos vão sentir sua falta – disse em um tom sinistro, apontando sua para o centro da pracinha, onde Harry segurava dois sorvetes e conversava com Rony e Luna.
- Eu... – ela desistiu de falar qualquer coisa e levantou a manga da blusa do loiro, apalpando sua pela pálida, sem nenhuma marca aparente.
- Ficou louca sangue-ruim? – perguntou grosseiro, desvencilhando-se bruscamente da mão da morena.
- Cala sua boca! – retrucou irritada, colocando o jornal dentro da bolsa e indo de encontro aos amigos.
- Comprou o jornal? – perguntou Harry carinhoso, abraçando-a por trás.
- Até mais que isso!
Rony, Harry e Luna trocaram olhares confusos.
- Como assim? – perguntou Luna sonsamente.
- Vamos voltar para o castelo, lá eu explico tudo – Hermione disse evasiva.
- E a Alyne?
- Ela vai embora com o Lauden, agora vamos logo – disse com urgência.
Eles consentiram e voltaram às carruagens, partindo em seguida de volta ao castelo.
- E então ele disse que vocês iam sentir falta de mim – disse Hermione, completando o relato detalhado sobre o episodio com Malfoy.
- Mas ele não é um comensal, você mesmo disse que não havia nada no braço dele – acusou Gina.
- E realmente não tinha – a morena admitiu derrotada.
- Então... Sabe, eu sei que nós somos os primeiros no quesito passar por situações absurdas, mas não chegaria a esse ponto – comentou Rony divertido.
- Ainda assim, acho que se Malfoy fosse um comensal, seria o menor dos nossos problemas.
- Como assim? – Harry indagou confuso.
- Vocês não acham estranho o que vem acontecendo ultimamente, digo... Primeiro Bellatriz vai atrás de mim e me seqüestra, depois Voldemort quer justo eu, uma nascida trouxa e namorada do Harry, para ajudá-lo e depois tem a historia do período de tempo do qual eu não me lembro e da marca do meu braço – explicou – Convenhamos que isso não é o que chamamos de “normal”.
- Nesse sentido ela tem razão – apoiou Luna – Desde a morte dos seus pais, têm acontecido coisas sem nenhuma explicação, Hermione.
- Também pensei nisso – ela admitiu – Mas o que meus pais teriam a ver com tudo isso?
Aquela pergunta ninguém sabia responder, mas cada um deles tinha um palpite diferente, palpite este que todos guardaram para si, achando melhor não envolverem Hermione ainda mais naquilo, já sabiam que a amiga investigaria todos aqueles fatos minuciosamente, até chegar a uma explicação lógica.
Um suspiro cansado cortou o silencio importuno.
- Vou subir – declarou Hermione.
Ela se levantou, deu um selinho em Harry, um aceno para os amigos, e subiu para o quarto, onde poderia pensar e clarear as idéias.
Seu corpo estava abatido, suas pálpebras pesadas estavam fechadas enquanto uma luz tentava entrar lânguida em seus olhos.
Ao finalmente abrir os olhos fatigados, sua visão foi de um infinito de calor, num misto de cores e tons entre o amarelo, o laranja e o vermelho. A alguma distância vozes eram ouvidas dizendo coisas em outra língua, gritos eram exclamados de maneira sintonizada e comemorativa, como em um ritual.
Virou sua cabeça para os lados e de um deles pode ver um borrão negro em meio aquele mar de chamas avermelhadas. Era um homem, um homem que, sentado em uma grande cadeira de madeira rústica, a encarava com um olhar frio, porem triunfante.
Ele trajava uma longa bata negra, enquanto sua cabeça era coberta por um capuz que impedia a luz de revelar seu rosto. Seus braços possuíam estranhas tatuagens cobrindo sua pele pálida.
O homem levou as mãos à cabeça e retirou o capuz, revelando um rosto magro, o negro dos olhos iluminado pelo brilho das chamas parecia ser um representação perfeita do escuro da noite contrastante com a luz do fogo.
- Eu venci – disse em um tom provocativo – Eu cheguei a pensar que você iria me superar, mas eu venci.
Hermione não sabia o que se passava, não sabia nem ao menos como seu corpo estava em volto de chamas, pendurado por suas mãos, que estavam amarradas acima da cabeça, mas ainda assim sentiu os lábios se moverem e ouviu uma linda voz, que não era a sua, sair pela própria boca.
- Venceu hoje Todesengel, mas você sabe que a minha morte em prol da sua vida, ainda mais sob tal magia, apenas adiara a minha vitória! – disse com a voz fraca, mas determinada.
- Não será você que irá vencer, será uma herdeira que não saberá usar a lenda a seu favor, não como o meu herdeiro, que a matará na hora certa.
Hermione o ouviu dizer e sentiu uma gostosa gargalhada deixar sua garganta.
- Não se faça do tonto, você sabe que mais cedo ou mais tarde nascerá a criança que terá a capacidade para me vingar e assim, terminar essa maldição de uma vez por todas.
- E despertar Lílium? – perguntou em deboche, rindo cinicamente – Não seja tola, se você não conseguiu acha que alguém mais conseguirá? Griffindor é o único que talvez tivesse tal capacidade e nem ele conseguiu. Ela poderá até realizar os outros dois feitos, mas nunca despertará Lílium!
- Não sei por que tanta confiança – sentiu novamente seus lábios se moverem involuntariamente – Você sabe muito bem que ao me matar esta destinando uma criança com capacidades incríveis a nascer, bem como fez quando matou a esposa de Griffindor.
- Não me acuse do que não sabe – esbravejou.
- Acontece que eu sei!
- CALE-SE
- Ah Todesengel, você considera esse feitiço como um quebra-cabeça, mas será preciso apenas uma mente brilhante unido pelo amor a uma coragem infinita para desvendar a lenda e, por fim, acabar com as trevas que você hoje coloca sobre o mundo – disse como se sentisse dó pelo homem que a assistia morrer.
- Quem é você para falar em amor? Também esta louca para dominar e matar!
Hermione ainda sem entender o que acontecia, deixou uma gargalhada debochada escapar de sua garganta.
- A diferença é que quero dominar um mundo melhor e que quero matar em função da humanidade!
- Que historia mais ridícula! Sabe que para realizar o que pretende precisará usar muita magia negra.
- Não me importo, irei tranqüila, sabendo que deixei a minha marca eterna. Ao contrario de você, que esta condenado a ver sua família extinguir-se do mapa, seu brasão virar cinzas.
- CALE-SE!
- Será o seu fim. – disse pausadamente.
- MORRA!
O homem estendeu as mãos ao fogo, murmurando alguma coisa que ninguém presente pode ouvir. O pedaço de madeira onde Hermione se via amarrada começou a afundar em meio as chamas.
- AVERNUS RESURGO!
Sentiu suas mãos gesticularem e o fogo a envolver por completo. O calor possuiu seu corpo de tal maneira que pensou sentir sua alma queimando. Tudo o que antes se dividia entre amarelos, laranja e vermelho agora escurecia e, lentamente, tomava a forma do teto do quarto feminino de Monitores-Chefe.
Hermione acordou assustada em seu quarto; ofegando, tentava colocar os pensamentos em ordem.
Quente!
Sim, o lugar estava, de fato, quente! Talvez devesse descer a sala comunal e ficar por lá até esfriar a cabeça. Foi isso que fez.
- Harry? O que faz aqui há essa hora? – perguntou ao ver o garoto deitado no sofá.
- Não consegui dormir! E você, o que faz aqui?
- Hum... Tive um pesadelo – ele dirigiu seu olhar a Hermione, parecendo mais interessando – Mais um do tipo: feitiços estranhos, todesengel etc.
- Parece que estes sonhos estão ficando mais comuns em você do que em mim.
Ela sentou-se ao lado dele e se pos a pensar. Era fato que a cada sonho as coisas ficavam mais claras e agora ela podia jurar que já tinha visto o rosto magro do homem chamado de Todesengel antes, talvez até mesmo em um livro.
Finalmente decidiu discutir aquilo com o namorado.
- Eu acho que sei quem é Todesengel...
Agora sim poderia se dizer que Harry estava, realmente, interessado no que escutava.
- Como?
- Acho que sei quem era o homem chamado de Todesengel!
- Quem? Como sabe?
- Eu ainda não sei direitinho quem é, mas vi o rosto dele e é um rosto muito familiar, que eu tenho certeza já ter visto antes.
- Em um livro?
- Talvez, mas acho que é de outro lugar...
- Aqui por Hogwarts?
- Provavelmente sim... Não sei, talvez tenha sido em um quadro ou coisa assim.
Harry abriu um sorriso feliz, adorava ver Hermione botando a cabeça pra funcionar. Era incrível como ela conseguia ficar linda pensativa.
- Ótimo, então já sabemos por onde começar a procurar!
Ela o encarou não acreditando no que dizia.
- Então você não acha que eu estou ficando louca?
- Ontem, quando você brigou com a Cho, eu diria que sim – disse divertido – Mas é claro que eu acredito em você.
- Ah Harry! Isso é tão bom – disse pulando no pescoço do namorado.
Ele a apertou ainda mais, sentia o cheiro maravilhoso do cabelo dela, o toque de suas peles o entorpecia.
Harry acabou deixando-se levar por aquele abraço gostoso, tanto que, ao sentir ela pressiona-lo contra o próprio corpo, acabou se “animando” demais. Não demorou a se afastar, tentando evitar que ela percebesse seu estado.
- Harry, você esta bem?
- Hã? Ah! - o garoto limpou a garganta tentando, em vão, não ficar vermelho – Estou ótimo.
- Ótimo, então vamos aproveitar a insônia e ver se achamos o dito cujo em algum livro?
- Quer ir à biblioteca há essa hora?
- Claro que não, é que tem um monte de livros que peguei naquele cofre no meu quarto.
- Quer que eu suba no seu quarto?
- Claro – disse pegando a mão dele – Vamos!
Enquanto era arrastado para o quarto de Hermione, Harry imaginava se conseguiria se controlar lá dentro, sozinho, com ela... Na verdade, ele tinha que se controlar, a não ser que ela também quisesse, mas não podia apostar nisso.
Incrível, não?, perguntava a si mesmo, Eu achava que amor era o que sentia pela Cho e agora quase enlouqueço quando a Mione esta por perto, não consigo evitar querer estar com ela constantemente.
Novamente o medo e a insegurança se apossaram do rapaz. Ele provavelmente, alias, sem duvida alguma, não poderia mais viver sem tê-la ao seu lado, e mesmo quando as coisas pareciam um mar de rosas, era apenas porque eram os momentos em que se esquecia de Voldemort, que esquecia que o bruxo estava atrás dela.
Todas as vezes que pensava nisso a idéia de terminar com ela lhe parecia atraente, mas a memória das palavras e da determinação de Hermione em começar aquele relacionamento diferente o acalmava. Apesar de tudo, ele não se esquecia do fato de Voldemort ter matado os pais da garota, agora, mais do que nunca, tinha um motivo para reagir e lutar contra o bruxo, lutar para vencer.
Bem, isso não importava agora, já se encontrava sozinho com a namorada, trancados no quarto dela de madrugada, tinha que admitir que tinha outras preocupações.
- Bom, eu acho que sei por onde podemos começar – disse indo a uma das varias pequenas pilhas de livros que se encontravam por ali, todos organizados, exceto por alguns em cima de sua escrivaninha.
- Não lembro de tanta arrumação da ultima vez que estive aqui...
- É, eu tive que separar alguns livros pra detenção com a professora Sulliver, daí aproveitei pra organizar tudo.
- São esses? – perguntou Harry, sentando-se na cama dela e apontando para os livros sobre a escrivaninha.
- É.
Hermione sentou-se ao lado de Harry e calou-se, examinando as próprias mãos e parecendo pensativa.
Só então, com o rosto dela iluminado pelas velas do quarto, Harry pode notar a tristeza no rosto da jovem e os olhos marejados dela.
- O que foi? – indagou um Harry preocupado.
- Não foi nada – Hermione enxugou os olhos.
- Ah não, eu sei quando “não é nada”, sei que agora é tudo – ela desviou o olhar – Pode me dizer qual é o problema... Acho que como seu namorado, tenho o direito de saber.
Era incrível como tinha orgulho de se intitular “namorado de Hermione Granger”, sentia-se um idiota por isso.
- É que desde que meus pais morreram eu me sinto insegura, sinto medo de não conseguir seguir minha vida fora daqui – ela abriu os braços – Sinto medo de não conseguir ser uma auror, medo de não conseguir arranjar um lugar para morar e tocar a minha vida sozinha.
- Ei, você não vai mais estar sozinha, eu não vou mais desgrudar de você.
Ela sorriu, desprezando as lagrimas que agora percorriam seu rosto.
- Brigada, às vezes eu tenho medo de não conseguir ter uma vida como todo mundo, me formar, trabalhar, arranjar um lugar para morar, casar, ter filhos... Eu também quero tudo isso, como qualquer outra mulher, mas sinto que não conseguirei sem meus pais.
Harry, carinhosamente, tocou o rosto de Hermione, úmido pelas lagrimas.
- Eu não posso prometer que você vai ter uma vida normal já que nem eu tenho... Mas garanto que vai conseguir tudo isso, alias, nós vamos... Eu quero sair daqui com você Mione, eu quero me casar com você, eu quero ter filhos com você, um verdadeiro time de quadribol – ela sorriu timidamente, dando um tapinha no ombro dele e murmurando um “Harry!”, repreendendo-o – Eu quero tudo isso ao sua lado, porque com você eu sei que é para sempre!
O moreno achou desnecessário mais palavras, apenas a beijou, mostrando o quão verdadeiras eram suas palavra e seus sentimentos.
Em meio ao beijo, que se intensificava, com as línguas brincando e os lábios sem se desgrudarem, Harry lentamente deitou Hermione de atravessado na cama, ficando por cima dela.
Sua “animação” tinha voltado, mas agora não se importava em deixá-la perceber isso, descolou seus lábios dos dela e a encontrou sorrindo.
- Harry... – chamou em um sussurrou, ela se julgava incapaz de produzir mais que aquilo.
Ainda com o rosto próximo a ela, pressionando seu corpo contra o dela, ele respondeu:
- Diz...
- Quero te pedir uma coisa, mas você só deve fazer só se quiser.
Os dois agora se encontravam embriagados no perfume em do outro, sem pensar, sem raciocinar, apenas amando.
- Fala!
Ela corou furiosamente diante do sorriso malicioso do rapaz, se aproximou novamente e, depois de depositar um demorado selinho nos lábios de Harry, sem deixá-lo aprofundar, sussurrou seu pedido de maneira provocante no ouvido dele.
De imediato seu sorriso se alargou de orelha a orelha, sem perder o toque de malicia e desmanchar seu olhar maroto.
Hermione o encarava, esperando uma resposta.
Harry a beijou, respondendo a pergunta.
Nenhuma palavra foi dita depois disso.
Os dois passaram a noite trocando carinhos, se amando pela primeira vez, demonstrando de uma maneira que não deixaria mais duvidas, que se amavam intensamente e que tudo o que precisavam era estar juntos.
Ao final da noite aquele quarto já não se encontrava tão arrumado quanto antes, considerando as roupas de Harry e Hermione espalhadas pelo chão...
N/A -> Nay, obrigado moça! Adoro-te muito!
N/a -> Pessoa que leram, obrigado moços e moças... Olha, como eu sou uma alma caridosa, eu deixo vocês comentarem e votarem exageradamente.!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!