À Espera de Um Sinal



Genteim, sorry!!!!!!! Postei errado!!! Esse capítulo vem primeiro, depois o "Novamente À Sós". Eu fiz confusão, me perdoem!!!!!!!


I


Tom ergueu os olhos. Por que ainda pensavam que ele já não era mais tão perigoso? Demonstrara algum sinal de fraqueza assim tão grande? O que estava acontecendo? Por que tudo estava assim, fora de controle?

Ele não sabia mais quanto tempo estava longe de Basilisk Hall, e também não sabia onde estava exatamente. Só sabia que não saber das coisas seria pior se agora ainda se preocupasse mais com a própria pele. Agora isso não era importante. Nada mais era tão importante do que sair vivo disso, pelo menos tempo suficiente para ver seu filho…

Um sorrisinho impertinente se estampou no canto de sua boca …Essa idéia era uma chama fraca que tornara a se acender dentro dele depois de tanto tempo…

- Não devia fazer isso, sabia? - informou, calmamente.

Antes que o outro pudesse entender o que estava acontecendo, meio que fascinado e sem ação, os olhos vazios que se encheram de medo no instante seguinte, o Lord das Trevas já havia passado as mãos pálidas ao redor de sua cabeça. Os olhos frios e escuros que fixavam-se nele tinham fome de morte, de silêncio…

Foi apenas poucos segundos de desespero, porque depois já era tarde para qualquer coisa, assim que a elétrica luz verde iluminou o cômodo escuro por um instante muito breve, o barulho surdo de madeira batendo no chão, depois o baque de um corpo pesado que desabava.

A vidraça estilhaçada deixava entrar um vento gélido, que fazia as cortinas velhas e rasgadas se movimentassem. O velho sorriso assassino ainda estava nos lábios dele quando seus pés o guiaram até próximo à uma cama antiga e empoeirada de madeira. Cinco dedos longos cataram uma varinha caída ao pé dela, no chão. Os cacos de vidro foram espalhados novamente quando ele atravessou o quarto novamente, passando pelas paredes velhas e de papel gasto e rasgado, para olhar pela janela.

De lá podia-se ver um cemitério há alguma distância.

“Espero que esteja gostando do inferno, pai

Desaparatou logo em seguida. Seu principal esconderijo era, portanto, inútil, já que haviam mais seis homens mortos no andar de baixo…

…Logo, a Casa dos Riddle não era mais segura.


II


Gina estava n’A Toca fazia algum tempo. Durante todos os dias em que vivia sem Tom por perto, tentava não se preocupar, ou demonstrar isso para os outros.

Ela contara à mãe como ela e Tom tornaram-se amantes, um dia em que as duas estavam sozinhas em casa. Molly apenas fez uma cara feia quando Gina sentiu um arrepio involuntário ao se lembrar da sua primeira noite e derrubou metade do pó de café na mesa. Então desabou em reclamações, dizendo que isso era repugnante, que ela era apenas uma criança inocente, ainda, quando ele tinha idade para ser avô dela. Gina deixou claro que já sabia de tudo aquilo, inclusive que Tom estivera se aproveitando dela por um longo tempo, mas disse que também não se importava, porque agora tinha certeza que era diferente. Contou também que não sentia a mesma coisa por Harry quando era casada com este.

Desejava que o tempo passasse rápido, mas isso não acontecia. A única coisa que estava acontecendo é que agora por todos os lados dizia-se que Draco Malfoy era o novo líder da Ordem das Trevas, que de alguma forma conseguira dar cabo de Voldemort e que os Comensais da Morte não tinham mais rumo.

Isso enfurecia-a. Sempre que abria o jornal, via uma grande notícia “COMENSAIS DA MORTE DESENFREADOS”, ou algo parecido. Agora eles davam de estar em todos os lugares, a loja do gêmeos fora saqueada três vezes apenas no último mês e ninguém, nem bruxo nem trouxa, estava seguro. Draco estava permitindo aos Comensais fazerem tudo o que Tom não permitia, talvez tentando ganhar a confiança deles. Contudo o número de Comensais da Morte que o Ministério da Magia estava conseguindo apanhar ultimamente dobrou de número, o que, na opinião de Gina, se continuasse assim, não restaria muitos e finalmente tudo iria por água abaixo. Embora soubesse que já era tempo, não podia deixar de criticar Draco como um péssimo administrador.

Mais agora vândalos do que qualquer outra coisa, os Comensais da Morte se concentravam em destruir as coisas. Se algum deles tinha algum acerto de contas com alguém, juntava-se um grupo imenso para ir tirar satisfações também, tornando tudo muitíssimo desonesto. Se alguém lhes desrespeitavam, agiam como se fossem donos do mundo e os machucavam até a morte.

Claro que quando Tom estava no comando, tudo isso já estava acontecendo, porém em números bem menores, tirando que estivera ainda diminuindo muito nos últimos tempos, pelo que ela pudera reparar.

Quando a garota viu no começo da semana uma notícia em que o Ministério dizia ter pego treze Comensais num vandalismo em um bar, Gina atirou o jornal sobre a mesa, afundou o rosto nos braços e começou a chorar de raiva.

Ainda assim, estava conseguindo se divertir um pouco, com as bobeiras que os irmãos falavam, e estava tendo até algum tempinho para dar umas voltas de vassoura pela propriedade, coisa que não experimentava há muito tempo.

Era uma tarde anormalmente quente de primavera, como no resto da semana, as mariposas começavam a aparecer para rodear a lanterna da cozinha. O sol estava se pondo, produzindo uma claridade totalmente avermelhada sobre a mesa onde tomavam café da tarde. Fred, Jorge, Gui e a Sra. Weasley estavam conversando animadamente.

Levou a xícara aos lábios, entreouvindo a conversa.

- Quando eu estava esperando Gui, ficava com uma vontade horrorosa de comer delícias gasosas - dizia Molly, com um sorriso torto. - Agora, quando eu estava grávida dos gêmeos - e lançou um olhar divertido aos filhos -, juro por Deus, uma vez tive vontade de comer pólvora!

Houve uma onda de risadas, mas ninguém ria mais do que Fred e Jorge.

- É que na época já estávamos trabalhando nos artigos para as “Gemialidades Weasley” - disse Jorge, entre risos, para os irmãos.

- Bem, ontem eu estava com uma vontade desgraçada de comer sapos de chocolate - disse Gina, pousando a xícara na mesa. - Se esses desejos não vierem menos pesados, vou terminar acima do peso.

- É, Gina, uma tragédia… E o pai da criança não vai gostar nadinha, não é? - perguntou Fred em voz baixa, com ironia.

- Talvez - respondeu Gina secamente. A mãe olhou zangada para o filho, como se dizendo para não tocar nesse assunto.

Fez-se um pequeno silêncio, antes que Gui virasse o conteúdo de sua xícara e se levantasse.

- Bem, pessoal, vou indo encontrar papai. Aquele cretino do Draco Malfoy está nos dando mais trabalho do que… nós imaginávamos - completou rapidamente, mas Gina teve a nítida impressão de que Gui hesitara e olhara de esguelha para ela; preferiu, porém, fingir que não via. - Não me esperem para o almoço amanhã. - E desaparatou.

Agora restavam apenas quatro pessoas na casa.

O silêncio prevaleceu por algum tempo. Gina pousou sua xícara na mesa e cruzou os braços.

- Algum problema, minha filha? - perguntou Molly, virando os olhos para ela.

Ela suspirou.

- Claro que há - disse baixinho. - Quatro meses e nenhuma notícia… - Gina olhou pela janela, por onde se podia ver as sombras produzidas pelo entardecer distante, um pedaço do céu negro livre das nuvens avermelhadas pontilhava de estrelas.

“Eu sei que… que ele está bem. Eu saberia se tivesse acontecido algo”, disse, sem olhar para a mãe nem para os irmãos. “Mas isso não me impede de me preocupar.”

Então ela olhou para a mãe. Molly a olhava com um olhar curioso.

- Eu sei, Gina, querida… Eu sei… Agora sabe como me sinto em relação ao seu pai, não é? - disse, fazendo-a sorrir.

Gina ia responder, mas houve um baque na porta da sala. Todos viraram os olhos. Ela levantou-se.

- Gina, não vá - avisou a mãe, mas ela não deu ouvidos.

Atravessou a cozinha com cautela e chegou à sala. Parou na frente da porta. Encarou a maçaneta.

Olhou para trás e viu Fred, Jorge e a mãe empunhando as varinhas. Eles concordarem com a cabeça.

Gina esticou a mão para a maçante a e abriu a porta. Imediatamente não viu nada na escuridão que estava, mas quase que na mesma hora algo veio ao encontro dela e agarrou a frente de sus vestes para não cair.

- O que…?! - espantou-se, mas viu um par de olhos grafites e segurou-se para não se deixar desabar com o peso.

- …Eles não vão te pegar, Gina… Eu consegui despistá-los… acho…

E então o outro soltou-a e escorregou para o chão, deixando apenas uma mancha de sangue na fronte de suas vestes.


III


- Oh, meu Deus… - espantou-se ela sem voz, vendo as mãos encharcadas de sangue, horrorizada. Então abaixou-se e tocou-o com cautela. Nada aconteceu. Ele não se mexeu.

Gina então começou a pensar direito e tentou levantá-lo, mas ele parecia muito pesado para ela. Olhou para os outros, que pareciam imobilizados.

- Qual é o problema de vocês? - guinchou irritada. - Ele está do nosso lado!

Mas os males que ele causara ainda parecia estar muito nítidos na memória deles, e ninguém se moveu para ajudá-la.

Ela virou-se, os dentes cerrados, e então pensou direito. Meteu a mão no bolso e tirou a varinha.

- Mobilicorpus - disse.

Mas ela não conseguia executar o feitiço direito; ou não conseguia pegar nele ou estava muito nervosa. O que fez foi conseguir enfeitiçá-lo o suficiente para fazê-lo levitar alguns palmos do chão.

Mesmo que não estivesse completo, o feitiço possibilitou-a de conseguir arrastá-lo sem fazer muita força. Gina meteu a varinha entre os dentes e agarrou os ombros de suas vestes, puxando-o pela escada. No primeiro andar, a porta de seu quarto se abriu magicamente e ela entrou, agarrada ao corpo inerte de Tom.

- Por favor… - choramingou Gina, quando conseguiu levantá-lo para cima da cama. - Por favor, fique bem… Não me deixe agora…

Ela reparou pela primeira vez no que acontecia: um corte enorme rasgara suas vestes e sua pele, e, pela aparência, não parecia ter sido causado por um feitiço. Gina tocou cautelosamente a ferida com as pontas dos dedos trêmulos e houve uma ligeira enrijecida nos músculos do corpo dele.

Gina puxou sua blusa preta para cima com cuidado. Não se admirava que estivesse sangrando tanto: o corte tinha quase um palmo de comprimento. Ela tentou se manter firme; tinha a certeza de que ela era a única que poderia fazer isso.

Dez minutos depois tinha certeza de que estava tudo bem. Conseguira limpar e fechar o corte com magia e agora, um pouco de rancor pelos familiares aparecia. Tivera de fazer tudo sozinha… quando ele uma vez se arriscara para salvar sua vida.

Instantes depois ela descia as escadas. Trazia segura na mão uma peça de roupa preta que pingava um líquido escarlate escuro à cada degrau. Quando chegou na sala, Fred, Jorge e sua mãe olharam para ela.

- Pelo amor de Deus, Gina - disse Molly, perplexa.

- “Pelo amor de Deus” o quê? - vociferou a garota, os dentes cerrados. - Ele é o pai do seu neto; acha que eu o iria deixar ali na porta, sangrando até a morte?

- Você-Sabe-Quem, na nossa casa! - continuou a mãe, como se não a ouvisse, mas Gina não dava mais ouvidos. Adiantou-se e atirou a roupa no fogo da lareira, tendo consciência de que todos a acompanhavam com o olhar.

- O que raios você pensa que está fazendo? - sibilou Molly, quando Gina tirou a antiga máscara do bolso e ia colocando.

- Vou precisar sair - disse ela, consultando se estava com todas as peças de roupa pretas.

- Você o quê? - indagou a outra, como se mal acreditasse no que estava ouvido.

- Preciso sair - repetiu ela, calmamente, virando-se para a mãe. - Preciso ir à B.Hall agora…

- Você não pode… nos deixar sozinhos com ele - falou Molly em voz baixa, temerosa, apontando com o polegar para o andar de cima.

- Não se preocupe, ele não vai acordar assim tão cedo - disse um tanto displicente.

Deu um último olhar e, pressentindo de que eles estavam prestes a impedi-la, desaparatou.

Um clarão e, no instante seguinte, estava no castelo escuro, que por tantos anos fora sua casa… Agora era casa do inimigo.

Mal dera três passos, um par de mãos a agarrou e a puxou para a sombra de uma enorme gárgula, uma varinha apontava diretamente para sua têmpora.

- À quem está a sua lealdade? - perguntou uma voz masculina meio nervosa ao seu ouvido.

- À quem está a sua? - retrucou Gina, calma e displicente.

- G.W.? - disse o outro. Sua voz pareceu se descontrair e ela sentiu a pressão no pulso cessar.

- Taurus - falou ela, virando-se para fitar o amigo. - Quantos dos nossos ainda são fiéis ao Lord das Trevas?

Ele olhava-a parecendo extremamente feliz em vê-la.

- Bastantes. Pensei que estivesse morta - emendou rapidamente, sem tomar fôlego.

- G.W. não vai sair de jogo assim tão rápido - disse ela desdenhosa, com um sorrisinho. - Mas o que está acontecendo por aqui?

Ele olhou para os dois lados, antes de falar pelo canto da boca.

- Vamos andando que eu te conto.

Os dois entraram pelo arco da Ala Oeste e viraram para a escada. Taurus Goldenfire começou sua narrativa, à toda hora olhando para os lados.

- Depois que você sumiu, Draco começou a comandar todos aqueles que ele manipulara… Parece que pensa que pode tomar o lugar do Lord das Trevas. Os que foram tolos o bastante para não renunciar ao mestre foram mortos.

Gina engoliu em seco.

- Alguns dos nossos? - Quando ele dizia “dos nossos”, ela queria dizer “do grupo cinco”.

- Não - disse secamente, olhando de esguelha para ela. - Acho que somos espertos o bastante. Narcissa parece ter realmente mudado de lado, mas Lúcio ainda acha que é só uma questão de tempo até milorde aparecer de novo e acabar com Draco. Ele reconhece que o poder do Lord das Trevas ainda é bem maior do que o do Dragão Negro - terminou com uma careta. - Mas o que importa é que ele está do nosso lado, e Narcissa logo vai cair em si, quando ele voltar.

“Mas, continuando, no dia seguinte cercaram o mestre na sala de planejamentos. Eram uns quarenta contra ele; Bella, que estava lá, não pode fazer nada, mas ela jura que o viu piscar antes que desaparatasse.” Ele parou um pouco, para passar por um bando de bruxos carrancudos que acabara de virar o corredor. Quando já estavam longe o suficiente, ele continuou. “Três dias depois houve rumores de que um grupo de enviados do Dragão Negro o tinha pegado no sul, mas não sei se é verdade. Sete dos traidores, semana passada, não voltaram de uma busca mandada por Draco. Desde então não temos nenhum sinal dele. E você?”

Gina suspirou e ergueu a mão para a luz dos archotes. Ainda estava suja de sangue.

- Te consola saber que isto é dele? - perguntou, irônica, com a voz cansada. Taurus arregalou os olhos para a mão dele.

- Não mesmo - respondeu perplexo.

- Aqui - disse Gina, parando em frente à porta número quinze do segundo andar. - Lugribluby.

A porta se destrancou. Ela olhou para os dois lados antes de agarrar a maçaneta e empurrar a porta. Taurus a seguiu.

Depois que a porta se fechou, o quarto ficou no completo breu. Ela apontou a varinha na direção da lareira e murmurou “Incêndio”.

Com a claridade repentina da lareira, Gina apontava para cada um dos candelabros de velas e os acendia. Enquanto fazia isso, notou a ausência de alguma coisa.

- Onde anda Nagini? - perguntou ela em voz baixa, olhando para os cantos no chão.

Taurus não respondeu de imediato.

- Ele vai ficar furioso quando descobrir que mataram o bichinho dele - disse numa voz penosa.

Gina encarou-o.

- Eles o quê?! - exclamou ela sem ar.

- É… - disse ele, triste. - É uma pena. Era um animal fascinante.

- Pobre Nagini… - murmurou Gina e sentou-se na cama, incrédula. - Eu estava começando a gostar dela…

Passou-se um tempo de silêncio, até que Taurus resolveu quebrá-lo, com urgência na voz:

- Mas Gina, onde ele está? O que aconteceu?

Gina levantou-se, lembrando do que viera fazer.

- Bem, eu estava até agora à pouco sem saber de nada - dizia, enquanto tirava o sobretudo e abria o guarda-roupa -, então ele apareceu na… no lugar onde eu estava, com um ferimento horrível. Ele disse, parece que tinha dito que conseguira despistá-los, ou alguma coisa assim…; mas está desacordado, eu não sei o que aconteceu - terminou, depois de ter vestido sobre a roupa uma blusa (que lhe ficava larga), outro sobretudo e uma capa. Pegou uma calça, dobrou em várias partes e colocou num dos bolsos da roupa. Então pegou seu próprio sobretudo e vestiu por cima de todas as peças de roupa.

- O que você está fazendo? - perguntou Taurus, curioso.

- Pegando roupas - respondeu prontamente, virando-se. - Não posso me demorar, Taurus.

Ele olhou-a longamente, enquanto ela ia a té a porta e a abria. Deu um estalo com os dedos e as luzes se apagaram. Gina saiu e Taurus seguiu-a.

- É realmente reconfortante vê-la, G.W. - disse ele, num tom caloroso. - Espero que meu mestre esteja bem.

- Ele estará - garantiu Gina, sorrindo. - Eu estarei cuidando dele.

- Boa sorte, Gina.

- Boa sorte, Taurus.

Cinco minutos depois, Gina se encontrava sentada no chão de seu quarto, encostada à cama, olhando seu amado fixamente, acariciando seus cabelos negros com carinho. Mirou seus olhos fechados e sentiu um arrepio involuntário, uma idéia horrível de que ele não iria acordar lhe aflorando à mente.

- Você vai ficar bem. Eu prometo - sussurrou calorosamente.

Entrelaçou seus dedos com os da mão dele e encostou a cabeça no endredon. Alguns minutos depois, adormecia do jeito em que estava.

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