Seria o fim?
Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.
Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!
Cap. 18 – Seria o fim?
Ela caminhava pelos corredores frios. Há muito tempo o calor havia deixado aquele lugar. Novembro ainda não havia chegado mas a falta de vida naquele lugar havia afastado todos os indícios de energia que haviam existido antes ali.
Cada porta que passava trazia para ela alguma lembrança dos anos que havia estado lá. Trazia de volta centenas de alunos correndo, conversando, lançando azarações debaixo do nariz de Filch. Ela poderia sorrir de várias dela. Somente poderia, porque o sorriso já não existia mais em seu rosto. Por mais que se esforçasse não conseguia mais enxergar a vida a sua frente. Desde aquele dia, desde aquela batalha, desde que o levaram.
Ele teve escolha, podia ter fugido, lutado, mas insistiu em ajudar. Tinha sido um ato nobre, talvez a auror não tivesse sobrevivido aos graves ferimentos se ele não estivesse ali, isso custou os preciosos instantes que poderia ter fugido, mas salvou a vida de Tonks. A atitude o ajudou a continuar vivo enquanto aguardava julgamento, mas Hermione sabia que ele não resistiria muito tempo.
Ela rumava para sua última esperança. Seria considerava desvairada por todos, mas faria assim mesmo, qualquer coisa que, mesmo que minimamente, o ajudasse ela faria. Todos diziam que devia desistir, mas ela não desistiria, nunca desistiria dele. Não agora. Esse erro ela cometeu somente uma vez, e era muito bem justificado por sua falta de coerência, afinal tinha apenas doze anos de idade. Agora era diferente, era uma mulher adulta. Jamais deixaria seu amor de lado. Que custasse sua sanidade, que fosse chamada de louca por onde fosse. Ela o traria de volta para si.
Parou em frente à gárgula de pedra. Ela nunca havia reparado no quanto ela era feia, mas isso não a importava agora. Murmurou a senha que Minerva a havia informado. Talvez apenas porque estava cansada de ver sua aluna favorita sofrer. Que tivesse sido por piedade então. Para Hermione não havia importância, afinal nesses meses que esteve angustiada somente era isso que via no olhar dos outros. Pena.
A gárgula ganhou vida e saltou para o lado. A subida foi lenta. Como Hermione gostaria que aquilo tudo acabasse logo, ela não agüentava mais. Quando seus pés pousaram no piso de pedra do chão do escritório circular da Diretora, ela passou os olhos pelas paredes buscando o que procurava e quando o encontrou ele mesmo já a fitava.
- Precisamos de você... – chorou o que estava segurando até esse momento – Eu tentei... mas eles não... – Por favor...
As lágrimas desciam pelo seu rosto e sua voz quase não era ouvida. Os outros retratos assistiam tudo atentamente, até um fungado podia ser ouvido vindo de uma das pessoas na moldura que acompanhava o pranto da garota.
- Sei que não o deixaria sozinho... precisamos de você...
A figura do antigo diretor de Hogwarts olhava compadecido para a garota a sua frente encolhida em seu pesar. Os olhos dela não continham mais o brilho da juventude que o corpo trazia. Ela não parecia mais a sorridente aluna da Grifinória que andava nesse mesmo castelo nos anos anteriores.
- Ele não está sozinho Hermione. Ele tem a única pessoa que deseja do seu lado, lutando por ele.
- Mas eu não estou conseguindo... as minhas forças já foram embora... eu testemunhei a favor dele... Os aurores simplesmente ignoraram qualquer afirmação... e até ele mesmo me mandou desistir... Por favor professor Dumbledore... por favor...
O bruxo ainda passou um tempo analisando a jovem bruxa a sua frente. Por um longo tempo ele contemplou os olhos dela chorarem. Estavam vermelhos e inchados, o brilho que neles estavam era o de lágrimas constantes. O professor parecia querer a certeza que ela o amava através daquele choro, ou apenas sabia que ela precisava derramar tudo aquilo.
- Volte para o lado dele senhorita Granger. Ele a quer lá. Você precisa estar lá. Eu somente posso ajudar se assim for, preciso que reafirme o quanto o ama e o quanto confia nele. E preciso também que o lembre que ele sempre será o filho que tomei para mim. Quando a hora se aproximar, a justiça vai alcançá-los, mas precisam manter a esperança de um futuro.
Hermione não disse uma palavra quando saiu do escritório. Não precisava. Já havia aprendido que para Severo Snape e Alvo Dumbledore ela só precisava manter a confiança necessária. Eles insistiam em falar por parábolas ou em simplesmente ficarem em silêncio, ela tinha que saber ler nas entrelinhas.
Quando voltou a antiga sala da professora McGonagall seu destino já estava certo, tinha mais uma luta para travar até conseguir estar ao seu lado. Não havia ninguém no Mundo Mágico que a impedisse de fazer isso hoje. Já esperara tempo demais, faria o que fosse preciso mas estaria ao lado dele.
Quando as chamas verdes irromperam na antiga Casa dos Blacks algumas expressões de surpresa a recepcionaram. Hermione contemplou os rostos na mesa e parou seus olhos em Lupin.
- Onde ela está? – Perguntou diretamente.
- Acabou de receber alta de Saint Mungus, está no antigo quarto da senhora Black no andar de cima. Molly está com ela.
Ela saiu da cozinha sem cumprimentar os demais. Rony e Gina deram um olhar significativo um para o outro. Estavam preocupados com Hermione, mas ela os havia afastado de sua vida nos últimos seis meses. Não só eles, ela havia afastado qualquer pessoa do Mundo Mágico. Foi uma surpresa ela aparecer ali exceto para Lupin, ele havia previsto que ela viria. Segundo ele, ela aguardava a saída da auror do hospital tanto quanto aguardava o dia do julgamento final de Snape.
A porta do quarto estava entreaberta quando ela se aproximou e Hermione pode ouvir a senhora Weasley sorrindo e conversando com Tonks que insistia em dizer que se sentia bem, que ela não se preocupasse. Quando Hermione entrou no aposento, se viu abraçada pela corpulenta senhora e automaticamente passou a ser o alvo das preocupações da bruxa.
- Estou bem senhora Weasley, muito bem... Só preciso conversar com a Tonks um pouco. A senhora poderia nos deixar sozinhas um instante?
- Só se me prometer que vai se alimentar antes de sair, está tão magrinha... Caso contrario ficarei aqui. – E Molly cruzou os braços em tom desafiador na direção de Hermione.
A garota assentiu com a cabeça – Claro que sim, sua sopa está com um cheiro delicioso, assim que terminarmos de conversar peço para o Monstro chamá-la. Obrigada senhora Weasley.
A bruxa saiu do aposento carregando a bandeja que estava vazia. Hermione sentou na cama e segurou a mão da bruxa apoiada nos travesseiros.
– Você está bem?
- Tirando o fato dessa ser a primeira pergunta que todos me fazem, estou. Você é que não parece nem um pouco bem Hermione.
- Não estou mesmo... e acredite, você é a única pessoa para quem estou contando isso. As outras me fazem essa pergunta de cinco em cinco minutos e eu apenas respondo automaticamente “estou”.
- Mesmo assim elas sabem que não está, Hermione. Não adianta fingir, está estampado no seu rosto.
- Você vai estar lá amanhã?
- Nem que o Remo se transforma atemporalmente e expulse todos de lá para eu poder chegar lá, eu vou Hermione. O Remo já me disse que tudo foi rejeitado, nem mesmo o fato dele ter me salvado, nem de você ter testemunhado tudo que viveu, nem a Minerva confirmando a conversa com o Dumbledore, não aceitaram nada.
- Vai nos ajudar? – Os olhos esperançosos na direção da auror demonstravam o quanto ela havia esperado por aquele dia.
- Eu gostaria de ter saído de lá muito antes Hermione, gostaria de ter testemunhado também.
- Eu sei Tonks, mas eles a ignorariam, foi assim comigo, não seria diferente com você. Parece que todos querem vê-los pelas costas mesmo. – A amargura estampada na voz.
- Ele tem alguma chance?
- Não, não tem nenhuma. Mas estou esperando o milagre chegar. Eu sei que ele vai vir, só não consigo imaginar sua forma.
A auror sorriu – Eu acho que consigo.
Hermione a olhou surpresa, Tonks manteve o sorriso no rosto e puxou a amiga para mais um abraço, longo, sem demora. Lupin entrou no quarto nesse instante e parou na entrada contemplando aquela amizade que havia crescido tanto nesses últimos meses.
O tribunal estava lotado de bruxos e bruxas de todas nacionalidades, raças, idades. Do lado de fora, uma multidão aguardava o resultado do julgamento do ultimo dos Comensais da Morte que haviam sido capturados na noite da batalha final: Severo Snape. Antes dele já haviam passado naquele mesmo tribunal, Avery, Nott, Goyle, Lestrange e muitos outros. Mas esse julgamento era o mais aguardado de todos. Muitos bruxos aproveitaram a deixa para organizarem bolões de apostas no veredicto final. Ninguém sabia ao certo o quanto tempo duraria aquela sessão, uma das anteriores havia durado quatro dias, ninguém se arriscava a dizer o quanto essa demoraria.
Quando Hermione chegou ao saguão do Ministério da Magia foi cercada por uma multidão de repórteres, sempre era assim quando aparecia publicamente desde seu depoimento onde havia declarado ter mantido um romance com o réu. A declaração povoou manchetes dos jornais mais importantes em todas as comunidades bruxas do mundo durante várias semanas. Não conseguia escapar do tumulto por estar sozinha, Lupin estava acompanhando uma Tonks debilitada e Minerva havia chegado ao local mais cedo para contribuir de alguma forma com a organização.
Um jato de luz prateada lançado no meio do tumulto a fez respirar um pouco e ser imediatamente liberada, sentiu uma mão macia envolver a sua e a surpresa fez suas pernas tremerem quando seus olhos encontraram um par de verdes vivos lhe encarando. Harry sorriu para ela abraçando-a, quando a largou apontou a varinha pros repórteres que ameaçavam cercá-los novamente.
- Quem vai ser o primeiro a querer saber o efeito do feitiço que lancei em Voldemort?
Uns murmúrios distintos foram ouvidos e eles seguiram pelo caminho aberto em direção ao elevador que os levaria para baixo.
- Onde esteve esse tempo todo Harry? Onde estava?
- Esse tempo todo? Do que diabos está falando Hermione? Você foi quem sumiu do mundo mágico, não eu.
- Não esteve aqui em nenhuma das outras sessões, porque isso agora?
- Ora, porque, não acha que além da Tonks falta mais uma testemunha para depor? Eu, Hermione. Quem você acha que todos esses fanáticos por noticia querem ouvir?
- Mas você vai testemunhar a favor do Severo?
Harry pôs um dedo na frente dos lábios dela e chegou próximo do seu ouvido para sussurrar – Você não pode deixar todo mundo saber, Hermione!
Afastou-se dela piscando um dos olhos, com a expressão travessa no rosto.
- Ordem! – A voz de Rufus Scrimgeour ecoou pelas paredes de pedra da gigantesca sala.
Hermione estava sentada entre Tonks e Gina, num dos bancos em frente ao local reservado para o réu. Quando o silencio foi enfim restabelecido, o Ministro voltou a falar.
- Tragam o réu.
As portas de madeira se abriram silenciosamente, Severo entrou sem nenhum algoz o acompanhando, estava envolto numa magia tão profunda que nunca sairia dali sem que ela fosse desfeita. Os cabelos da nuca de Hermione se arrepiaram quando sentiu a vibração dos feitiços de proteções cercarem toda a sala liberando o homem para se sentar na cadeira desocupada. Correntes materializaram-se e prenderam seus pulsos e pernas, como havia feitos nas outras vezes.
- Severo Snape, você está aqui perante o Conselho de Leis da Magia para ser julgado por seu envolvimento com os Comensais da Morte e pelo assassinato do antigo diretor da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts, Alvo Dumbledore.
Snape ergueu os olhos fixando-os no Ministro com a expressão enfadonha, depois girou-os por toda extensão da platéia, procurando o olhar que esperava estar pregado nos seus, encontrou-o. Os olhos negros brilharam quando encontraram os castanhos cor de mel cravados nele. Hermione fez sua mente viajar a todos momentos felizes que tiveram juntos, havia sido assim em todos as sessões. Essa era a forma de amenizar a dor de vê-lo ali, sendo tratado como um animal, por causa das escolhas erradas que havia feito na vida.
Tonks foi a primeira a depor. Contou em detalhes como havia sido atacada pelo Comensal Lobisomem e Lupin o havia liquidado e como somente estava viva hoje pela coragem de Severo em optar por não fugir e ajudá-la com os ferimentos, como havia feito meses antes com os ferimentos de um aluno de Hogwarts.
Harry entrou em seguida, era a última chance de Severo. O depoimento dele foi cheio de idas e vindas pelos anos de Hogwarts até o dia da morte de Dumbledore na Torre de Astronomia. Harry reafirmou que Severo lançou a Maldição da Morte, e usou todos os argumentos que Hermione desprendeu durante os longos anos de Escola em defendê-lo. Confirmou o depoimento de Minerva sobre o retrato do Diretor e declarou ao final de todo depoimento, que sua opinião sobre Severo era que ele era inocente.
Toda a corte ficou surpresa com a afirmação, Severo despregou os olhos de Hermione e fitou o bruxo por um longo momento antes de voltar sua atenção a ela. Os diversos bruxos da Corte de Leis da Magia assinaram seus pergaminhos e magicamente os lançaram à urna à frente do Ministro. Após um silêncio incomodamente necessário, em que o Ministro realizou o feitiço para contar a votação, sua voz voltou a ecoar pela câmara.
- A Corte aqui reunida, decidiu que diante de todas evidências e depoimentos, o réu Severo Prince Snape, está condenado pelo assassinato de Alvo Dumbledore, crime pelo qual deve permanecer durante o resto da vida cativo na prisão de Azkaban, com a devida vigilância e sem direito a visitas.
Os olhos de Hermione jorraram lágrimas e o brilho dos de Severo se extinguiu. Alguns bruxos aplaudiram o veredicto, Tonks apertou a mão de Hermione para lhe passar força, mas não conseguiu conter lágrimas de tristeza pela amiga. Quando o som do martelinho do Ministro ecoou uma única vez pela câmara e a magia de segurança ao redor começava novamente a ser direcionada para Snape, um cântico mágico preencheu a sala.
Os archotes se apagaram e uma luz dourada surgiu no teto fazendo todos os olhares serem ofuscados pela luz brilhante que refulgiu sobre a sala, o cântico tornou-se mais e mais forte e a luz enfraqueceu, dando visão ao magnífico pássaro que batia suas asas voando em círculos sobre as cabeças dos presentes. Todos ficaram maravilhados por aquela visão, Fawkes sobrevoou sobre eles baixando lentamente até pousar no ombro direito de Severo.
Hermione não soube explicar como aconteceu, mas a presença de Fawkes causou temor em alguns dos bruxos presentes e apressadamente o Ministro da Magia foi cercado por vários deles, murmúrios ecoavam pela câmara, todos comentando o comportamento incomum da Corte dos Bruxos. Rufus Scrimgeour voltou a sentar-se na cadeira central de juiz e imediatamente o silencio preencheu a sala, o cântico da Fênix continuava ainda, baixinho agora, parecendo ecoar somente juntinho do ouvido de cada um presente ali.
- A Corte decidiu que a chegada da Fênix que era de propriedade de Alvo Dumbledore é uma prova concreta de lealdade para com o réu presente, sendo assim essa mesma Corte decidi que Severo Prince Snape está absolvido de qualquer acusação contra ele. O caso está encerrado.
Hermione precisou ser empurrada por Tonks para a direção de Severo, paralisada pelo choque da afirmação que ainda tentava assimilar. Deu dois passos titubeantes na direção dele e percebeu que não conseguiria caminhar, pela segunda vez aquela noite sentiu uma mão macia segurá-la, dessa vez pelos ombros, ele a conduziu até onde Severo estava. Harry estendeu a mão para Snape apertá-la, assim que ele o fez, Fawkes pulou do seu ombro para o de Harry e os dois saíram do tribunal.
Severo aproximou-se lentamente para ela. Estendeu sua mão magra e tocou seu rosto, Hermione fechou os olhos enquanto ele deslizava seus dedos lentamente por seus olhos, seu nariz, descendo até o contorno de seus lábios. Demorando-se em cada parte, para fotografar em seu tato aquele rosto. Trouxe um cacho do cabelo dela até seu rosto e acariciou sua própria face com aquela mecha, aspirou o cheiro que emanava dela até lentamente puxá-la para próximo de si.
Ela segurou o rosto dele entre as mãos, beijou a ponta de seu nariz, sua testa, seus olhos e cada uma de suas bochechas. A familiaridade daquela pele fria arrepiou seu corpo e tomou os lábios dele nos seus antes de dizer qualquer palavra. O falatório ao redor deles se extinguiu enquanto trocaram um beijo profundo, demorado. Quando ele interrompeu o carinho recostou sua testa de encontro a dela e se olharam nos olhos, como vinham fazendo em todos os julgamentos pelos quais passaram.
As vozes se encontraram pronunciando as únicas palavras que aquelas duas almas mais desejaram durante todo esse tempo: Amo você.
5 anos depois.
Gritinhos de alegria vinham da sala enquanto Hermione e Gina conversavam baixinho na varanda da casa do casal Potter. Elas sorriram quando ambas recitaram o que estava para acontecer.
- A batalha final! – Disseram em uníssimo, entrando na sala e sentando-se ao redor do grupo de crianças sentadas ao redor do jovem de cabelos arrepiados deitado displicentemente no tapete persa.
- Titio Harry! Conta! Conta! – O menorzinho deles puxava a manga das veste de Harry.
- Essa é a história do feriado de Natal, e ainda estamos na páscoa Viggo!
- Mas tio, eu ainda não decorei a sua parte só a do papai! Preciso decorar tudo até quando for para Hogwarts!
Hermione sorriu e puxou o garotinho para si – Deixe seu tio em paz, a mamãe conta para você mais tarde quando formos dormir. – Pousou um beijo leve sobre a testa do menino e sentou-o em seu colo.
Gina teve o maior trabalhão para acomodar toda aquela pequena galera na cama, nove no total. Sempre era assim nos feriados, um casal era “eleito” para cuidar da tropinha enquanto os outros tinham uma merecida folga das travessuras. Hermione ajudou dessa vez e Gina agradeceu aos deuses tê-la por perto, cada ano que eles cresciam se tornava ainda pior, ela realmente não sabia como sua mãe agüentava todos eles.
Gina, Harry e Hermione bebiam um chá na sala.
- Estamos caminhando para cinco anos. – Harry comentou mais para si que para as mulheres.
- E quanto tempo mais essa paz vai durar? É para sempre Harry? – Gina olhava-o.
- Porque isso Gin? – Harry evitou olhar para as duas mulheres.
- Você não acha que nós também acreditamos naquele conto-de-fadas que conta para as crianças não é?
Harry pareceu refletir sobre a pergunta por um longo momento, quando finalmente encarou as bruxas do seu lado Hermione o silenciou com um olhar.
- Não, não queremos mesmo saber não é Gina?
A ruiva olhou de um para o outro tentando protestar mas sabia que era em vão. A tensão foi quebrada pelo “pop” de alguém aparatando do lado de fora da casa, alguns segundos depois a porta era aberta e deixava passar a figura carrancuda de Severo Snape.
- Bando de cabeças-ocas! Cada ano que passa, eles ficam piores. Maldita hora que me deixei levar pelos encantos do sexo oposto! Maldição!
- Boa noite pra você também Severo – Hermione levantou-se para abraçá-lo e puxá-lo pela mão até o sofá, estendo-lhe uma xícara – beba um chá revigorante, estamos de folga essa noite esqueceu? Todos os outros já foram ocupar seu tempo com coisas “mais interessantes” que um bando de cabeças-ocas.
- Era isso que estava falando! Esses seus sorrisinhos insuportáveis e esse seu jeito de me tratar, vão acabar me matando!
- Ora Snape! Vai ser uma morte maravilhosa então – Harry sorriu com a carranca dele e Hermione depositou um beijo na testa do professor, afastando as mechas de cabelo que insistiam em cair-lhe nos olhos. Severo suspirou e recostou-se mais no encosto da cadeira. Hermione calçou as sandálias e apanhou a bolsa na mesa de centro. Despediu-se dos amigos e seguiu com Severo para a tranqüilidade do chalé que haviam escolhido como morada oficial.
Um banho quente juntos seria ótimo para relaxar. Quando eles estavam totalmente entregues a sensação gostosa de paz, Hermione fitou o antebraço esquerdo dele, onde uma fina linha tênue ainda era, apagada, mas visível, formando o desenho que povoava ainda os pesadelos de muitas pessoas na comunidade bruxa.
Uma pedra de gelo ocupou um lugar vazio de seu estomago e ela sentiu a necessidade de abraçá-lo. Ficou em seus braços até a necessidade de sair da água falar mais alto, mas voltou assim que estava no santuário da cama deles. A incerteza estava presente todos os dias naquele lar, mas era melhor afastá-la. Era muito melhor afastá-la.
No almoço de Domingo a tropinha finalmente daria descanso a Harry e Gina, somente Lilly parecia extremamente chateada em se despedir dos amigos após uma semana repleta de emoção, e boquiaberta de como o irmão dormia tão tranqüilo diante de tamanha tristeza.
Rony havia passado antes de todos para apanhar os filhos, a mãe deles era trouxa e tinha pânico “daquelas pessoas esquisitas”.
Severo e Hermione dividiam a mesa com Draco e Alinne. Os dois homens discutindo as habilidades dos filhos. As mulheres achando os maridos mais infantis que as crianças.
Tonks veio sozinha, Remo tinha uma árdua tarefa com o bando de cabeças-ocas que Severo tinha se referido uma semana antes. Apanhou suas garotinhas e também foi para casa mais cedo, talvez para também preparar um bom banho reconfortante para ele.
A animação durou uma boa parte da tarde, Severo e Draco ainda prolongaram a comemoração com a família. Alinne e Hermione assistiam a calorosa discussão sobre as habilidades mágicas dos garotos, que num canto brincavam com as peças de xadrez que fugiam deles.
Hermione sentia um leve aperto no coração em não puder prever até quando aquela paz ia durar. Mas a imagem do homem que amava e de seu filho sorrindo com umas simples pecinhas vivas nas mãos já a deixavam feliz, somente por ao menos, nesses últimos, cinco anos a felicidade ter sido constante e intensa. Havia mesmo valido a pena.
N/A: Finalmente o final galera, eu espero que tenha valido a pena acompanhar essa história porque eu a fiz com total carinho e atenção. Foi a minha primeira fic e estará sempre guardada no meu coração por ter me aberto a esse mundo de aventura que é o universo das fan fics. Obrigada a todos que chegaram até aqui e me deixaram comentários com palavras de força e elogios. Obrigada a Bia que me apoiou e foi meu braço direito nessa imensa aventura. Valeu mesmo galera! Até a próxima! E Comentem!
N/B: pode chorar? Acho que pode né? Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiii que liiindooooo... MiGranger, minha querida... obrigado você por ter nos presenteado com uma fic tão linda como essa! Obrigado por ter me permitido betar e meter o bedelho na sua fic! Obrigado por não desistir, obrigado por me aturar de noite falando de fic. Te amo muito viu! Nos vemos na próxima fic!
Regine Manzato.
anúncio
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!