Descobertas
- E então? Acham que são páreo pra gente? - aproximou-se Tiago dos garotos, empunhando uma vassoura, acompanhado por Sirius, Lupin, Carlinhos, Gui, Tonks e o sr. Weasley.
- O senhor só pode estar de brincadeira, né? - provocou Harry. - O nosso time é penta campeão em Hogwarts!
- Sei... Vão ficar só falando, ou estão com medo de jogar com os galácticos aqui? - todos deram gargalhadas.
- Tá, vamos jogar! - foi chamar o time, e percebeu um desfalque; Katie estava viajando, e faltava um artilheiro.
- Oba! Vou jogar, então! - começou a comemorar Liam.
- Nem pensar! Eu não vou ficar cuidando de você lá em cima, não! - cortou o irmão.
- Ei, cara a Gina joga muito bem. - falou Fred, apontando com a cabeça pra onde a irmã estava sentada, conversando com Ellen.
- Ei, Gina! - Harry gritou onde estava. - Você quer jogar quadribol com a gente?
Ela queria muito jogar, apesar de ser com o chato do Potter; o problema é que, diferente dos irmãos, não tinha trazido sua vassoura, e Harry percebeu.
- Você pode jogar com a minha Firebolt, não tem problema. - Ela sorriu, aceitando, e ele sentiu uma fisgada no estômago. "Anotação mental: não olhar muito pra ela! Se eu não soubesse que Veelas são louras, desconfiaria que há uma descendência nessa garota..." - pensou, levando o time para a colina.
- Eu tenho um porém, caro filho... - Tiago deu um sorrisinho. - Condições iguais para os apanhadores. Você não vai jogar com a vassoura nova, senão vai ficar muito fácil.
- Sem problema! - aproximou-se de Gina. - Me dê a Firebolt; você vai jogar com essa. - entregou-lhe a vassoura nova.
Gina não tinha fala. Já estava muito feliz por voar numa Firebolt, já que sua vassoura era uma Cleansweep 6, e agora ia voar numa última geração, retinindo de nova. "Eu não posso fazer isso! É o presente dele! E se eu estragar a vassoura?"
- Harry... - ele quase quebrou o pescoço pra olhar pra ela; era a primeira vez que o chamava assim. - Eu não posso aceitar. E se eu -
- É um crime deixar esta vassoura fora desse jogo clássico. - cortou a fala da ruiva. - Não se preocupe, eu confio em você. E temos adultos no jogo, caso aconteça alguma coisa. Relaxe e vamos jogar.
Não que ela precisasse de muita persuasão para voar na Firebolt Ultra, mas ficou impressionada com o comportamento dele. Não havia como negar: ele daria um grande capitão de quadribol. Tentou não olhar para os amigos, que assistiam o que acontecia estupefatos, e seguiu para a colina, junto dos outros.
Gina impulsionou a vassoura para cima e sorriu. Teve a mesma sensação que Harry, e não conseguia parar de sorrir. Ele também sorria, vendo o borrão ainda mais vermelho passar de um lado para o outro do campo improvisado. Tiago e Sirius conjuraram os aros e Lupin uma arquibancada, para que, quem quisesse, fosse assistir.
No time dos "galácticos", as "estrelas" eram: Sirius e Carlinhos como batedores, Sr. Weasley, Gui e Tonks de artilheiros, Lupin era o goleiro e Tiago, obviamente, o apanhador. O time de Harry era o mesmo de Hogwarts: Fred e Jorge de batedores, Rony no gol, Angelina, Alícia e Gina na artilharia, e ele de apanhador. Percy foi apitar o jogo (regras eram com ele mesmo!).
Começou o jogo. Até que os estelares não estavam tão enferrujados, mas não eram páreo para as artilheiras da Grifinória, especialmente para Gina, com a ajuda da vassoura. Eles descobriram que Lupin era um péssimo goleiro, que tinha ido jogar só pra completar o time. Mesmo perdendo, o time dos "adultos" estava se divertindo horrores, e começaram a contagiar os garotos, que até então estavam jogando a sério.
Gina fez três gols seguidos, e ria muito da cara que Tonks fazia cada vez que a diferença aumentava. Algumas mechas soltaram do rabo-de-cavalo, e o rosto estava corado do vento. Harry mantinha-se sempre perto dela, esquecido de procurar o pomo.
- Belo gol, Foguinho! - provocou, passando rápido ao lado dela.
- Foguinho é o teu passado, Potter! - gritou de volta, virando-se para pegar a goles de novo.
Harry riu e continuou observando o jogo por cima. Tiago se aproximou dele e ficaram um tempo lá, apenas olhando. Sirius tinha um olhar matador voltado para Lupin, que se acabava de rir do enésimo gol que tinha deixado passar; Tonks tentava enfeitiçar as vassouras de Gina e de Angelina, mas não estava conseguindo acertar os alvos. Carlinhos mandava balaços a torto e a direito nos gêmeos, que rebatiam diretamente em Gui.
Na arquibancada, todos morriam de rir, menos a sra. Weasley, que via suas crias e seu marido se digladiando a 20 metros de altura. "Não sei como todos jogam tão bem quadribol, francamente!" - resmungou, olhando para o desempenho sofrível do marido no jogo, que também estava morrendo de rir das palhaçadas dos filhos. Nesse ínterim, as três garotas faziam gols seguidos, mas nenhum foi tão comemorado quanto o gol que Gui finalmente conseguiu fazer, quando o balaço passou direto por ele e bateu em Rony, dando-lhe finalmente a oportunidade de marcar. O placar estava num espantoso 120 a 10 para os garotos.
- Está na hora de entrar no jogo! - falou Tiago, inclinando a vassoura para baixo. Harry achou que o pai estava blefando, mas percebeu que ele realmente havia visto o pomo. Forçou a vassoura e foi atrás dele.
"Droga! Se estivesse prestando atenção, teria achado o pomo antes..." - recriminou-se, emparelhando no pai. Ouviu as comemorações do time, sinalizando mais gols das garotas. O pomo voava veloz, rumo às árvores, e os dois Potter o seguiam, concentrados. Ouviram mais gritos, e então um grito só, mais alto, que Harry reconheceu como da Gina. Olhou para trás rapidamente, e Tiago se aproveitou disso e agarrou o pomo.
O placar foi de 170 a 160 para os garotos. Harry estava chateado por ter deixado de pegar o pomo, apesar de terem ganhado a partida, mas teve que admitir que o pai ainda era um excelente jogador.
- Você se desconcentrou, Harry! - Tiago deu-lhe tapinhas nas costas, quando desceram, e o filho não retrucou. - Mas o time de vocês é realmente excelente! Apesar do apanhador... - provocou.
- Pai! Nós - tentou falar, mas foi interrompido pelo time, que ainda ria muito.
- Nós só deixamos que vocês fizessem os gols para que o nosso Pontas aqui pegasse o pomo! - falou Sirius, por cima da balbúrdia. - Somos os campeões morais do jogo!
- Ah, Sirius, tenha dó! Vocês jogam muito mal! - retrucou Jorge. - Ganha quem tem mais pontos, certo? E é inegável que somos superiores a vocês!
- Foi tudo uma tática, meu caro! Para enganar o apanhador de vocês... - debochou Sirius.
- Ei! Que conversa é essa, hein? Eu não peguei o pomo porque escutei um grito, e achei que Gina tivesse caído da vassoura! - "Falei demais!" - pensou, quando se deu conta que todos olhavam dele para ela. - Era a minha vassoura nova que estava em jogo, não era? - tentou consertar.
- Será que dá para os atletas pararem de discussão e virem comer? - cortou Lily, arrastando Harry e o marido em cada braço.
* * * * * * * * *
Harry estava estranho desde a sua festa. Lily estava preocupada, mas meio que sabia o que estava acontecendo. O difícil ia ser conseguir a ajuda de Tiago. Depois de duas semanas sorumbático, Harry viu a porta do seu quarto abrindo e Tiago sendo empurrado para dentro.
- Oi, Harry. - disse Tiago, e Harry percebeu-lhe o nervosismo, pois o pai estava passando as mãos freneticamente nos cabelos.
- Oi, pai. - respondeu, sem emoção.
- Você... - parou um instante, meio que procurando as palavras. - Você quer conversar?
- Sobre o quê? - tentou não esticar o assunto.
- Sobre o que você sente pela Gina. - falou de um fôlego só.
- Mas eu não sinto nada por ela! - negou veemente.
- Harry... - exclamou, duvidando. - Você pode negar até pra você, mas eu sou seu pai e sei o que está acontecendo, porque eu já passei exatamente por isso.
Harry continuou em silêncio. Desde o aniversário tentava entender o que estava acontecendo com ele. Não podia negar que ela era linda, mas sempre fora tão chata com ele que nunca havia nem alimentado alguma esperança em relação a ela. Agora, só pensava nela e no beijo que ela havia lhe dado. Ou lembrava-se do cheiro dela e ficava horas lembrando da maciez da sua pele. Sempre que olhava para a vassoura nova, voltava a ter lembranças torturantes.
- Meu filho, eu e sua mãe brigávamos muito. - continuou. - Quer dizer, sua mãe era quem brigava comigo. Ela sempre estava gritando, não suportava ficar perto de mim, até admitir que tanta raiva só podia ser amor. - sorriu nostálgico.
- Pai, a Gina me odeia. - falou, com a voz fraca. - E eu não faço a mínima ideia por quê.
- Sua mãe também dizia isso, sabe? Uma vez eu perguntei a ela porque, e ela disse que me odiava porque eu era um prepotente, machista, exibicionista e imbecil, que posava de dono da escola, mas não passava de um idiota. - falou com uma voz esganiçada, que lembrava de longe a voz da mãe quando ralhava com eles.
- E então?
- Então que, em parte, ela estava certa. Eu era um exibicionista, mesmo, mas não era esse imbecil que ela achava. O problema maior é que ela era certinha demais, e eu sempre fui um Maroto. Mas ela não conseguiu resistir ao meu charme. - riu.
- É, o senhor era um exibicionista, não é? - riu.
- Tenha modos, meu rapaz. - brincou. - E a sua Foguinho, você não tem nem ideia porque ela diz que não gosta de você?
- Ela não é minha Foguinho. - ainda tentou negar, mas o pai não caiu nessa. - Acho que ela vai ser monitora, esse ano. É a queridinha dos professores e a profª. McGonagall só não é mais apaixonada por ela porque a Mione existe! - admitiu, triste.
- Olhe, talvez eu não seja a pessoa mais indicada pra te dar conselhos com ela, porque a sua mãe eu matei no cansaço; eu dizia e tentava mostrar pra todo mundo que era louco por ela. Mas eu te conheço, e sei que não vai fazer isso. - emendou, quando viu a cara do filho. - Não vou negar que tive ajuda dos amigos, e que Lily não ter seis brucutus ciumentos como irmãos foi vantagem pra mim...
- Pai, o senhor não está ajudando em nada! - disse, afundando na cama de novo. Tiago riu com gosto.
- Antes que eu me esqueça, Sr. Potter, - começou Tiago. - quem é Cho Chang?
- Ah, pai, não acredito que até o senhor ouviu essa história ridícula! Essa garota é louca, inventou pra escola inteira que estamos namorando, e me põe em um monte de roubadas!
- Algum motivo você deve ter dado a ela... - provocou. - Vocês ficaram?
- Não, o mais próximo que ficamos foi uma vez que eu quase a derrubei da vassoura, numa partida de quadribol. Ela é demente!
- Interessante... - falou baixinho.
- Eu sei que o senhor teve estar adorando ouvir as minhas desventuras, mas dá pra me ajudar? Eu acho que gosto mesmo dela, e não faço a mínima ideia de como conquistá-la... - admitiu.
- Harry, eu acho que sei de uma maneira, mas você vai ter que ter sangue frio para levar esse plano adiante. - e começou a contar-lhe.
- Sei não... - duvidou, depois que o pai lhe disse o tal plano.
- Vai dar certo! Confie em mim. - levantou-se. - Agora é melhor eu descer e tranquilizar a sua mãe.
- Eu sei que não adianta pedir pra não contar pra mamãe, mas, pelo menos, não fale na frente do Liam! Se ele souber, vai ficar me zoando em Hogwarts.
- Tá. - riu da preocupação do filho. - E pra Ellen, posso dizer?
- Pai!
* * * * * * * * *
Lucius Malfoy estava sendo inspecionado no saguão de entrada de Azkaban. Havia recebido naquela manhã um telegrama dizendo-lhe que fosse à prisão bruxa, pois seu primo estava morrendo, e mais ninguém da família havia aceitado visitá-lo. Ele odiava essas formalidades, e nem era assim tão próximo do primo, mas sabia que deveria ir. Nem que fosse pelos velhos tempos.
Seguiu o guarda até uma ala que não tinha dementadores. Lembrou-se da noite que havia passado em Azkaban, quando fora expulso da escola, há quase vinte anos, acusado de ser um comensal. Seu pai o tirou de lá no dia seguinte, alegando que ele estava sob a Maldição Imperius, e que, por isso, seguia Voldemort. Ainda sentia calafrios ao lembrar-se daquela que foi a pior noite da sua vida, seguida de perto da noite em que seu mestre, que ele então seguia em segredo, desapareceu.
O guarda abriu a cela e Malfoy viu, deitado no catre imundo, o primo moribundo. Bartolomeu Crouch Jr. abriu os olhos desfocados e virou-se para o primo, que ainda estava em pé, ao lado da porta. Esperou que o guarda os deixasse e falou:
- Lucius, estou morrendo. - a voz não era mais que um sussurro. Malfoy segurou-se para não dizer um "é óbvio" e o incentivou a falar. - Eu tinha que dizer a alguém... O Mestre, ele está muito fraco, mas ainda está vivo... - arquejava.
- Você está falando de -
- Exatamente. Não me interrompa. Harry Potter -
- Harry Potter? - não se segurou, mas o viu dar um muxoxo de impaciência. - Desculpe, continue.
- Harry Potter é o escolhido. Da profecia. O mestre tentou matá-lo. Procure a profecia. E procure o Mestre. Ele está vivo, eu sinto.
- Que profecia, Bartô? Do que você está falando?
- Harry Potter. Foi ele. Ele é o culpado. - delirava febrilmente. - Dumbledore. Escondeu. Sybilla. - Continuou murmurando palavras desconexas, até que teve um acesso de tosse e parou, de súbito, morto.
Malfoy voltou para casa digerindo o que o primo havia dito. "É bem verdade que Bartô era um dos mais fiéis comensais, e talvez soubesse de coisas que os outros não soubessem... Mas se sabia que o Lord das Trevas estava vivo, porque não tentara passar essa informação mais cedo? E Harry Potter nessa história? Filho do detestável Potter com a sangue-ruim imunda... Ah, mas eu vou descobrir o que aconteceu!"
* * * * * * * * *
Sei que esse tá curtinho, e desculpa a demora =| Prometo que vou ser mais rápida nos próximos, tá? Obrigada pelos comments e votos e até o #3! Bjos. =D
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