Feliz Natal, Potter!
A despeito das preocupações da casa, era quase Natal, e o clima se instaurara na casa, especialmente porque era o aniversário da Ellen, e todos, meio que em acordo tácito, resolveram apenas se divertir nos dias em que estivessem no Largo.
A ruivinha foi coberta de paparicos e presentes; as garotas que dividiam o quarto com ela a acordaram com estardalhaço. Pintaram-lhe o rosto e os cabelos, de brincadeira, e a casa toda estava contagiada pelas gargalhadas delas.
Depois do almoço de comemoração, foi hora de apagar as velas; quase toda a Ordem estava presente à festa improvisada. Para muitos, era a sua festa de Natal em comum, já que a maioria a passaria oficialmente com os seus, no dia seguinte.
Lupin estava preocupado. Desde a reunião do dia anterior, Tonks estava muda, o que já era uma preocupação por si só. Seus olhos e cabelos estavam opacos e negros, boca quase do mesmo branco azulado da pele. Ela apenas passou pela sala, desejou um murcho parabéns a Ellen, e pouco depois escapuliu para o seu quarto.
Lily se aproximou da mesa carregando o enorme bolo de chocolate, com as dez velinhas quase fumegando por cima. “Faça um pedido, filha!” – a mãe lembrou. O problema era que, por mais que soprasse, nenhuma chama se apagava. A pequena já estava se irritando, quando percebeu o que estava acontecendo.
- Harry! Para com isso! – ralhou com o irmão, que ela tinha percebido, pelo mal contido sorriso, era quem as estava enfeitiçando.
- Gostou do meu presente? – ele se aproximou dela, levantando-a nos braços, carinhoso.
- Adorei! – ela riu, dando-lhe um beijo estalado no rosto.
Gina observava o carinho dos irmãos com uma pontinha de inveja; ele sorria despreocupadamente para a pequena, enquanto a rodava nos braços. Não conseguiu segurar o sorriso, quando viu Liam perto dos dois, com ciúmes, por ter sido deixado de fora da brincadeira.
- O que ele te deu, Ellen?
- Um jogo trouxa! – ela respondeu ao irmão, com os olhos brilhando.
- Qual foi dessa vez, Harry Potter? – Lily perguntou ao filho, num tom divertido. Sabia que a filha adorava desafios, e era particularmente fascinada por jogos de tabuleiro trouxas.
- Monopoly, mãe...
Rapidamente a curiosidade dos presentes foi atiçada. O Sr. Weasley espichou-se todo quando ouviu que havia um jogo trouxa na casa, e os que eram puro-sangue nunca tinham sequer visto um.
O jogo foi montado, mas só podiam jogar seis pessoas (cinco além da aniversariante). Resolveram deixar os Weasley jogar, já que olhavam embasbacados para as peças e cartas.
- O que essa casinha faz? – perguntou Rony, segurando a miniatura vermelha do que representa o hotel.
- Esse vai ser “o jogo”! – Mione sussurrou, segurando a gargalhada se aproximando de onde Harry estava sentado, junto de Luna, para assistir ao “embate”.
O Sr. Weasley era, sem dúvida, o mais empolgado; os outros jogadores eram Ellen, Gina, Neville, Ron e Liam. Os dois irmãos, que já conheciam a dinâmica dos jogos de tabuleiro foram explicando o jogo. Seguraram a risada ao constatarem que os quatro não tinham entendido nada, mas resolveram começar, assim mesmo.
- Olha, olha! Eu quero comprar essa coisa aqui, com esse besouro engraçado! – falou o Sr. Weasley, quando caiu na “Companhia de Táxi Aéreo”. Os Potter trocaram um olhar cheio de significados e caíram na gargalhada.
- Artur, isso que você acha que é um besouro é um helicóptero! – Lily, que também estava assistindo o jogo, começou a explicar.
- Entendi! O nome do besouro é helicóptero! Desculpa, crianças, esse eu não conhecia... – falou para os “adversários”.
- Não, Artur; helicóptero é um meio de transporte que voa... Como um avião. – e apontou para a carta da Companhia Aérea.
- Esses trouxas são loucos! Onde já se viu, voar numa coisa estranha dessas! Ainda que fosse um carro voador... – argumentou, olhos brilhando.
- Artur!.. – chamou-lhe a atenção a Sra. Weasley. – Nada de suas ideias mirabolantes com artefatos trouxas, certo? – retrucou firmemente.
- Ai, droga, olha onde o Rony caiu! – Liam gemeu. O ruivo tinha caído em Oxford, que era justamente onde o hotel era mais caro, e o pequeno tinha a outra ação.
- Tá doido, Liam? Você acha que eu vou comprar isso? É verde, cara! Deve ser onde todos os Sonserinos moram!
Mione revirou os olhos e se levantou para tentar explicar para o namorado que ele devia comprar a ação. Liam fechou a cara, chateado porque estava para perder uma boa oportunidade de ganhar o jogo, já que Ellen já estava visivelmente em vantagem em relação aos demais.
* * * * * * * * *
- Gina, eu não acredito!
- Hã? – a ruiva balbuciou, sem entender o que estava acontecendo. Virou-se na cama, e viu Hermione sorrindo, segurando um embrulho.
- Eu não acredito que você achou a edição especial do Compêndio de Runas Antigas! – falou, eufórica, balançando o livro com a mão direita.
Gina não conteve o sorriso; aquela era Hermione, mesmo... Numa loucura daquelas por causa de um livro de Runas Antigas...
- Feliz natal, Mione! – abraçou a amiga e levantou-se para ver seus presentes.
Ganhara o usual suéter dos pais; Mione lhe dera um perfume, Ron um par de luvas para Quadribol, Liam e Ellen um porta retratos com uma foto dela com eles dois (que foi tirada no aniversário da ruiva). Se olhasse atentamente, podia ver, ao fundo, Harry aparecendo, mas sempre que ele percebia que estava sendo observado, fugia da foto.
Ela não pôde deixar de sorrir. Ficou um tempo olhando a foto, e quando pegou os embrulhos para guardar, viu uma caixinha com um pergaminho ao lado. Abriu a carta.
Desculpa por eu sempre agir como um idiota.
Feliz Natal.
H
Ela abriu o pacote e tinha uma caixinha de música, com uma bailarina rodando graciosamente em cima de um espelho. Tinha aparência de ser bem antiga, e a ruiva achou linda.
Gina estava descendo as escadas quando viu a algazarra que os garotos estavam fazendo; Harry descobrira umas cartas que Liam tinha recebido de uma garota, e agora lia em alto e bom som, enquanto o irmão tentava se aproximar e tomar-lhe a carta, sendo impedido por Ron, que ria.
- Porque vocês não procuram alguém do tamanho de vocês, hein? – a ruiva ralhou, mantendo a muito custo a expressão séria, e puxou a carta das mãos de Harry. Ao invés de devolver para Liam, começou a ler a carta e não se segurou: - Liam, que garota assanhada! Esses elogios ao seu “corpo” – pigarreou, rindo. – denotam conhecimento de causa, não?
O garoto ficou mais vermelho ainda, enquanto o resto do corredor explodia em gargalhadas. A ruiva entregou a carta ao irmão, que agora a lia fazendo uma sofrível imitação da garota. Gina se virou para passar pelo corredor, e se deparou com Harry a observando, provavelmente esperando que ela mencionasse o presente, que era uma clara tentativa de bandeira branca entre eles.
Os que estavam no corredor não perceberam que, ao passar pelo garoto, a ruiva se aproximou dele o suficiente para dizer “Feliz Natal, Potter!” e deu um beijo rápido no seu rosto, seguindo o seu caminho e o deixando com um sorriso brincando no canto da boca.
* * * * * * * * *
A semana passou bem mais rápido que todos esperavam, e os garotos iam pegar o Expresso de volta à escola. A realidade e tudo o mais que o mundo lá fora representa estava voltando com força total.
Nesse ínterim, Lupin e Tonks acabaram “assumindo” que estavam juntos, mas nada os preparara para as expressões de todos, que foram quase unânimes nos seus “finalmente!” ou “eu pensei que vocês nunca fossem ver que eram loucos um pelo outro!”.
Em contraste a esse casal, Gina se manteve sempre distante de Harry, apesar do “beijo” de Natal. Outros que se mantinham estremecidos eram Luna e Neville. Parecia que a garota havia varrido da mente que o conhecia, claramente decepcionada por ele ser tão cabeça-dura. Ele, por outro lado, mal conseguia esconder que estava incomodado com essa frieza dela, apesar de ter sido ele quem começara tudo.
Depois das usuais recomendações, acrescidas das de manterem-se juntos, despediram-se e a rotina para ambos os lados estava voltando. Rony, Hermione e Gina juntaram-se aos monitores que tinham vindo passar as festas em casa e estavam fazendo a ronda nas cabines. Os Potter, Luna e Neville dividiram uma, enquanto Lupin acompanhava os outros.
Já estavam quase chegando, quando Mione e Rony entram na cabine.
- Onde está Gina? – Harry não se segurou e perguntou.
- Estava bem atrás da gente... – Ron coçou a cabeça, confuso.
Harry se levantou, meio que pressentindo algo, e não se surpreendeu ao ver que seus instintos não o enganaram; no corredor, bem próximo da porta da cabine onde estavam, Draco segurava o braço de Gina.
- Eu já disse que nada do que você queira dizer me interessa! – a ruiva sibilou. – Tire suas mãos de mim!
- Você a ouviu, Malfoy! – Harry falou entredentes, varinha em punho, apontando para o rosto do loiro.
- Calma, Potter! Que eu saiba, você só é dono de um Weasley! – provocou, antes de soltar Gina. – Ou você pensa que só porque é o “Escolhido” as pessoas devem te louvar? – alfinetou.
Harry e Gina trocaram olhares intrigados rapidamente, então o garoto voltou-se para o outro: “Tá endoidando, Malfoy?”
- Não adianta, Potter... Todo mundo já sabe... Mas me poupe de ficar fazendo tipo de quem não gosta da fama! Não combina com você, sabe? – rebateu, ferino. – E pra você não dizer que nunca te dei nada, pode ficar com a minha, tá? – pegou uma revista e jogou quase no rosto de Harry.
- Eu não acredito... – Harry gemeu, ao abrir a revista na cabine e ver a capa da “Tribuna Bruxa”: “A verdade por trás da lenda – Harry Potter é ‘O-Menino-Que-Sobreviveu’!”
* * * * * * * * *
Capítulo momô e sem sal e curto de novo... Sorry!
Sei que não estou honrando muito minhas promessas, mas semana que vem (se eu conseguir sobreviver), fico de férias... Aí posso voltar para a minha rotina semi-suicida de escrever quase diariamente...
Capítulo novo agora, só depois do carnaval...
Bjos a todos, e se tiver alguém de Recife, nos veremos no show do Cordel, tá? =D
p.s. não me matem ainda; tem muita coisa ainda pra rolar nessa fic...
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