Não tenho nada com isso!

Depois de algum tempo, os outros alunos começaram a voltar do vilarejo e ficaram sabendo que os marotos estavam feridos, pois uma enxurrada de garotas apareceu na porta da enfermaria, além do time de Quadribol da Grifinória (jogadores e candidatos) para saber se o James estava melhor.

Amélia Bones voltou revoltada com o que aconteceu com os culpados do incidente. Eles declararam que sim, haviam acertado o Potter, jogado a varinha dele pra longe, mas que não sabiam nada sobre o que houve com ele dentro do vestiário. Que eles apenas haviam jogado ele lá dentro e fechado a porta. Não tinham nada haver com o que o feriu gravemente. Como a maioria deles nem frequenta o NIEN de poção e nem nada, os diretores das casas tiveram que acreditar nisso. Eles pegaram algumas detenções, perderam alguns pontos, mas nada demais.

Lavínia ficou lívida de raiva, como assim os amigos dela estavam ali dentro quase morrendo e os culpados não foram expulsos?

Foi então que Lily disse:

_Talvez seja mesmo verdade Vi! O que é que tenha sido, é uma poção muito complexa. Eu nunca tinha nem ouvido falar. São poucas as pessoas que levam jeito pra poções, nossa sala é bem vazia. Você sabe muito bem disso.

_Lily, você tem razão, mas qualquer um pode pagar alguém pra fazer isso. Eu mesmo sabendo fazer pago o S...Nesse momento ela parou de falar, olhou nos olhos da ruiva e saiu andando de pressa. A ruiva a seguiu e elas rodaram até encontrar Snape que estava sentado próximo ao lago.

Lavínia e Lily chegaram até o sonserino e se postaram de maneira que ele não conseguisse escapar de conversar com elas tão facilmente.

_Ola Severus. Disse a morena.

Ele estava lendo, levantou os olhos ao ouvir a voz de Lavínia, e cumprimentou ambas com um aceno de cabeça.

_Precisamos conversar com você. Disse a ruiva. Gostaríamos de saber se você conhece uma poção que possa causar o tipo de ferimento que a Vi teve nas mãos?

_Não faço ideia. Disse Severus calmamente.

Lavínia estava olhando fixamente para o amigo e disse:

_Sev, você é provavelmente a única pessoa que conseguiria mentir pra mim nessa escola, eu sei que você não gosta dos Marotos, mas vender uma poção dessa periculosidade pra alguns idiotas é um risco muito grande. O James e o Sirius se feriram bastante, o Potter está entre a vida e a morte, tenho certeza que você não quer que ele se vá, sendo que você está em dívida com ele.

_EU NÃO DEVO NADA AO POTTER! Disse o Sonserino cuspindo as palavras.

_ É mesmo? Perguntou a morena calmamente. Não é bem isso que eu ouvi, ele salvou a sua vida!

_Salvou é? Salvou foi seu namoradinho e todos eles de serem expulsos. Respondeu ele com ódio.

Lily não sabia do que a amiga estava falando, mas parecia ter feito algum efeito no outro visto que ele parecia em um conflito interno enquanto respondia.

_Sev, eu preciso saber! Não posso acreditar que você fez isso pra ajudar o Taylor.

_Eu não fiz nada. Disse o Sonserino. Não fui eu que fiz a poção, eu sabia que estava rolando alguma coisa e soube que o Taylor iria armar pro Potter, não sabia o que.  Hoje pela manhã vi o Potter a caminho do campo de Quadribol e depois vi o time da Corvinal indo atrás, os segui e os ouvi conversando.

As duas prestavam muita atenção, praticamente nem respiravam enquanto ele continuava:

_O time da corvinal não mencionou nada sobre nenhuma poção, só que precisavam tirar o Potter do caminho, desestabiliza-lo por todos os lados para atrapalhar o time da Grifinória. O Taylor já estava atrapalhando emocionalmente (o que eu só entendi quando o vi com a Lily) e eles iam tentar atrapalhar fisicamente também. Agora se foram eles que fizeram a poção ou se compraram de alguém eu não sei, mas não foi de mim. Isso eu te garanto!

Lily ficou arrasada quando ele terminou de falar, sentou-se na grama ao lado dele e ficou olhando para o Lago, lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto, enquanto os outros ainda conversavam:

_Obrigada, Sev. Eu agradeço a sinceridade, eu não consigo ainda comprovar que o Taylor foi o responsável pela poção, mas só de saber que não foi você, fico em paz.

O Sonserino olhou para a Lily que ainda olhava para o lago e perguntou receoso:

_Você está bem?

A ruiva retribuiu o olhar e disse respondeu:

_Como posso estar bem? Meu encontro foi apenas parte de um plano pra desestabilizar o Potter! Taylor não queria sair comigo, ele queria feri-lo.

_É claro que ele queria sair com você! Respondeu Snape. Taylor se aproveitou da situação pra aparecer pros amigos e ainda atingir o Potter. Evans, quem nessa escola não quer sair com você? Após dizer isso, um leve rubor apareceu em seu rosto.

A ruiva conseguiu sorrir depois da frase do amigo, eles não se falavam há muito tempo, mas se conheciam desde antes de Hogwarts. Ele havia mudado, se tornado frio e até um pouco cruel. Não se falavam desde que ele a havia ofendido no 5º ano. Ela não sabia que ele e Lavínia tinham mantido contato.

Lavínia os observava e viu que Snape havia mentido pra ela no outro dia, ele ainda gostava de Lily, e ela procurava nele o amigo de infância que ele foi um dia, o garoto gentil que lhe contara que era uma bruxa, mas ele não estava mais ali.

Passado algum tempo, elas subiram em silêncio até que a Lily disse:

_Você percebeu que todas as pessoas acham que as coisas relacionadas a mim afetam o Potter?

A morena sorriu e disse:

_Minha querida, é só você que não percebe isso! Pelo que você e a Amélia me disseram o Taylor ficou provocando o James o tempo todo na entrevista.

_Verdade. Respondeu a ruiva. _ Eu percebi mesmo que houve uma tensão.

Quando chegaram a enfermaria, havia uma infinidade de pessoas ali, na verdade estavam todos na porta da enfermaria, visto que não foi permitido a ninguém ficar do lado de dentro. Lavínia e Lily alcançaram o lugar onde Remus estava e perguntaram por notícias. Antes que o maroto as atualizasse a porta se abriu e professor Dumbledore saiu pela porta e avisou a todos:

_Este é um lugar de silêncio e repouso, vou pedir que todos que voltem para os respectivos salões comunais. Os garotos estão feridos e precisam descansar para se restabelecer, podem colocar seus cartões e presentes aqui nestas mesas – disse ele indicando duas mesinhas que estavam próximas a parede - que eu entregarei a ambos.

Apesar das caras amarradas de algumas garotas todos obedeceram e começaram a se retirar, antes que também se retirassem, Dumbledore chamou Remus e Lavínia, Lily aproveitou a deixa para ficar também.

_Vocês também se feriram. Disse o diretor. _ Como estão as marcas agora, depois de algumas horas.

_Voltaram a doer um pouco, estão ardendo, pinicando. Disse Lupin.

_As minhas não estão ardendo, mas a pele esta sensível, se eu movimento bruscamente, arde. Disse a morena olhando para as mãos. _Professor, como eles estão?

_Infelizmente não posso lhe dar notícias tão boas. O Sr. Black está reagindo bem ao tratamento, mas estamos cogitando a ideia de mandar o Sr. Potter para o St. Mungus. Os ferimentos dele foram mais graves e apesar do atendimento rápido, ele respirou muito desta substância. Os curandeiros de lá chegarão daqui a pouco para examina-lo.

Os olhos da morena e da ruiva se encheram de lágrimas e o diretor deixou que entrassem para vê-los.

James e Sirius estavam deitados lado a lado, era visível que Sirius estava em melhor estado. Potter estava com o corpo coberto de emplastros e quase irreconhecível.  Enquanto o diretor colocou as mesas ao lado das camas e foi receber os curandeiros, Remus e Lavínia recebiam mais uma camada da poção em seus ferimentos.

Lily se postou entre as duas camas e ficou olhando para o Potter, até que chegou perto e acarinhou seus cabelos. Então ela se abaixou e falou algo em um tom que só ele poderia escutar:

_Não nos deixe! Preciso conversar com você, ok?

Lavínia e Remus ficaram apenas observando de longe a ruiva e não ouviram o que ela disse, assim que terminaram de fazer os curativos, a morena se aproximou de Black.

Sirius acordou, viu seu amigo na cama ao lado, parecendo muito ferido e começou a tentar falar e tentar se levantar. Lavínia o segurou e disse:

_Calma, não faça esforço. Ele vai ficar bem. Por favor Sirius, assim você vai se ferir mais.

Ele parou de tentar se levantar quando viu que as mãos dela estavam enfaixadas e mesmo assim ela o impedia. Sua garganta parecia  em brasas e com muito custo pediu água. Assim que conseguiu, disse:

_Como ele está? Isso vai deixar marcas? Quanto tempo para se recuperar?

_Olha Black, não vou mentir, o James está bastante ferido, talvez ele vá para o St. Mungus, não sei quanto tempo para que ele se recupere. Mas acho que não ficarão marcas, calma você vai estar bonito de novo rapidinho. Disse a morena sorrindo.

Ele sorriu levemente e disse ironicamente:

_Que alívio! Imagina se eu ficasse comum? Agora falando sério, o Remus e você também se feriram? Estão bem?

_Sim, apenas alguns ferimentos leves.

Neste momento o diretor voltou com dois curandeiros, um senhor de uns 40 anos e uma jovem muito bonita que parecia não ter mais que 23 anos.

_Ângela! Disse Lavínia. _Quanto tempo!

Antes que Ângela pudesse responder o diretor disse:

_Estes são os curandeiros do St. Mungus, o Sr. Watson e a srta. Carter.

O Sr, Watson se dirigiu ao Potter e Ângela se dirigiu aos outros, deu um abraço em Lavínia e olhou seus ferimentos e de Remus rapidamente, visto que já estavam estabilizados. Então chegou até Sirius que disse, assim que a jovem começou a avaliar seu estado:

_Não ganho um abraço também? Disse ele jogando os cabelos pra trás e com um sorriso.

_Acho que o Black já está ótimo! Disse Lavínia empurrando a cabeça dele levemente pro lado.

Ângela sorriu e continuou seu trabalho assim como o Sr. Watson, que parecia preocupado conversava baixinho com Dumbledore.  No fim, o Sr. Watson não levou Potter para o St. Mungus. Parece que o hospital estava com um problema sério de infecção e estavam lotados, mas Ângela ficaria em Hogwarts para cuidar de James e atualizaria o seu coordenador do caso.

Assim que o Sr. Watson e Dumbledore saíram, eles receberam o jantar e ficaram conversando até a enfermeira manda-los para seus quartos, deixando apenas Potter, Black e Ângela na enfermaria.

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