Pode Acreditar
Capítulo 7 – Pode Acreditar
Quase um mês depois, o trio estava novamente na aula de DCAT, que há alguns minutos terminara.
-Hermione. Posso falar com você?
-Certamente, professora.
-Querida, está tudo bem como você?
-Claro que sim...
-Hermione. Faz uma semana que estamos tentando esta azaração e você ainda não conseguiu fazê-la.
-Mas quase toda turma também não conseguiu – ela murmurou abaixando os olhos envergonhada. Nunca sentira tanta dificuldade de lançar um feitiço.
-Eu sei disso. Mas você nunca sentiu dificuldade para uma azaração.
-E-eu não sei bem o que há, eu estou treinando isso, mas eu não consigo! – suspirou frustrada.
-Por que não pede ajuda? – Hermione levantou os olhos.
-Vou pedir – se forçou a dizer. Ela odiava depender de alguém...
-Não esquece que essa azaração será cobrada em seu NIEM de DCAT.
Hermione assentiu e retirou-se apressada da sala de aula. Estava sentindo-se mal, como não conseguia fazer uma azaração?
Antes de passar pelo retrato da mulher gorda Hermione murmurou um “Harry”. E deu a senha para conseguir entrar no salão comunal, ele estava praticamente vazio quando ela chegou.
E os olhos verdes já estavam olhando-a quando esta apareceu naquele lugar. Harry não estava sozinho, sentado ao lado de Gina.
Também lá, no salão, encontravam-se Rony e Lilá que estavam afastados do ‘casal’, como Hermione intitulou enquanto entrava, estavam mais para o canto, conversando com Partavi.
Os outros grifinórios observaram Harry se levantar e ir ao encontro da amiga. Viram o que lhes pareceu ser uma conversa, já que Harry ficou a frente de Hermione e impediu que os outros pudessem assim, ver o que esta falava ou se ela falava... Viram também, depois de alguns segundos ambos saírem do salão comunal.
**
-Tudo bem, Hermione eu te ajudo. Não precisa ficar assim ok? Pensei que fosse algo sério - ela o encarou reprovadora. – Entendeu o que quis dizer...
-E quando-
-Mas você também tem que me ajudar – Harry murmurou, olhando de lado para um grupo de quintanista que davam risadinhas e acenavam enquanto o encaravam. Ele retribuiu o sorriso, elas coraram e Hermione revirou os olhos.
-Qualquer coisa – respondeu observando as meninas que demoravam “tempo mais que suficiente para dar uma volta do salão principal” para saírem da vista de Harry.
-Assim todo fica mais fácil – Harry sorriu e, por alguma razão, Hermione não gostou daquele sorriso. – Vem comigo.
Harry tomou uma de suas mãos e descia as escadas com rapidez. Quando pararam, Hermione estava ofegante.
-O que? Por que me trouxe aqui?
Harry não disse nada, apenas empurrou a amiga para uma porta do corredor. Mais tarde, recuperada do susto, ela pôde perceber que o rapaz lhe levara para a sala precisa.
-Espero que você não me mate – ele disse sorrindo descontraído.
Hermione estreitou os olhos. – E por que, exatamente, faria isso?
-Bom – ele coçou a cabeça. – Eu contei uma pequena mentira.
-E daí? Você faz isso a cada duas horas – retrucou sarcasticamente.
-É que envolve... Bem, você.
-A mim?!
-Nada demais...
-O que foi que disse?
-O que? “Nada demais”.
-Não banque o engraçadinho – o fitou desconfiada. – Sobre o que mentiu?
-Ah. Isso – Harry disse aproximando o óculos do rosto. – Eu só disse pra Gina... Não, sério, é apenas por um tempo, Ok?
-Harry.
-Não tive idéia nenhuma naquele momento...
-Harry.
-Então a minha pedra esquentou. E eu sabia que você estava vindo.
-Harry James! – exclamou cruzando os braços. – O que você fez? O que você disse?
-Eu disse apenas que estava saindo com você – respondeu revirando os olhos. “Por que ela tinha que ser tão neurótica?”.
Hermione parecia ter levado uma bomba de bosta no rosto. –O que?!
-Pois é. Ainda não acredito que ela caiu – Harry balançou a cabeça, rindo-se.
-O que?!
Finalmente o moreno prestou mais atenção na fisionomia da amiga, deu um passo para trás. – Você ‘tá legal?
-O que te fez...? Mas como...? Eu não acredito que... – Hermione suspirou frustrada. Incredulidade estampada em seu rosto. – Eu vou te matar – afirmou.
-Relaxe. Quero dizer-
-Como você me pede para relaxar?! – sibilou de dentes cerrados, Harry deu mais um passo para trás. Ele conhecia aquela expressão, e não gostava nada, nada dela... Em uma das vezes, Rony havia sido bicado por dezenas de pássaros...
-Sério Mione. Isso não vai fazer bem a você.
-Tudo bem! – ela levantou o rosto com uma expressão mais leve, se atrevendo a sorrir. – Você só pode estar brincando – Harry balançou a cabeça negativamente. – Não? – franziu a testa. – Certo. Tudo bem. Tenho certeza que dá para concertar. Você disse apenas que estava “saindo” comigo, certo?
-É... – ela sorriu vencedora. – Ou quase – murmurou para si mesmo.
-Sair não significa, bem, não significar beijar ou estar namorando não é mesmo?! Melhor amigos saem. Assunto resolvido.
-E se eu, assim, falando hipoteticamente... Tivesse meio que aumentado essa parte do “sair”?
-Hipoteticamente? Estaria morto.
Harry deu de ombros. – Sinto muito Mione. Nessa você tem que me ajudar. Eu meio que falei que no dia de Hogsmead você me beijou.
Hermione se engasgou com a própria saliva. – E eu que sou a culpada por você não estar com Gina – soou incrédula. – Como você diz que eu te beijei?! Deveria ter sido pelo menos cavalheiro e dito que eu não tinha culpa, que eu só havia retribuído.
-Não se preocupe. Eu disse que foi “sem querer”.
-Tipo: Eu tropecei e cai na sua boca?! – replicou ironicamente. – Não, espera. Eu estava falando com o professor de feitiços, o pequeno... Então você tropeçou nele, e me prensou na parede, estava tão nervosa, que para não gritar, beijei você?
-Na verdade, - ele riu. - Eu disse que você se desequilibrou e eu tentei de segurar, mas como você está “pesadinha” eu cai e você, assim, caiu por cima de mim, no chão. E, acidentalmente, seu lábio tocou o meu.
-Pesadinha?! – ela ergueu a sobrancelha ultrajada.
-Brincadeira. Hermione, por favor... É besteira pensar nisso agora. Já está feito.
-Nada disso! É bom você reverter esse caso. E não tem mais aulas particulares com você! – disse se virando.
-E a quem vai pedir ajuda? Ao Dino ou ao Neville? – indagou revirando os olhos. – Ah. Também tem o Rony.
A garota estacou no chão. - Eles não sabem executar o feitiço – respondeu, como ele sabia que ela faria.
-Bingo, Hermione Granger – falou se aproximando. - Vamos lá Mione. Eu te ajudo e você me ajuda? O que acha?
Antes que Harry falasse mais alguma coisa, ela se retirou. Antes que ele conseguisse convencê-la, dissuada-la, ela se retirou.
Ele suspirou, talvez tivesse exagerado.
**
Hermione chegou mais que aturdida ao inicio do corredor do sétimo andar.
“Você é um louco Harry” pensou “Sinceramente, de onde você tira essas idéias?” Ela suspirou. Certo, tinha que admitir sua reação fora exagerada. Mas Harry Potter ainda a deixaria doida.
-Estava esperando por você.
Hermione ergueu os olhos para encontrar Gina vindo em sua direção. Ela quase não pôde acreditar em sua sorte. – Oi Gina – disse tentando dar um sorriso que expressava curiosidade.
-Acredito que o Harry tenha lhe dito.
-Sobre o que?
-Que nós conversamos.
-Ah, disse – falou coçando um dos olhos.
-Quero que saiba que fico feliz por... Er. Fico feliz por Harry estar feliz.
Hermione deu um pequeno sorriso – Eu também. E Gina, o-
-Eu posso perguntar...?
-Vá em frente.
-Você gosta dele? – Hermione abriu a boca contrariada e olhou reprovadora para a amiga.
-É claro que sim – como ela não poderia gostar de seu amigo?
-Não quero que Harry se machuque, Mione. Acho que o decepcionei...
Hermione ergueu a sobrancelha. – É. Você pediu “um tempo”. Mas, por Merlim, por que você fez isso?
-Eu só queria entender o que sentia por ele de verdade.
-E já descobriu? – cruzou os braços.
-Meio tarde, não é?
Hermione suspirou ponderando. – É – disse por fim. E estava feito.
Sorrindo sem-graça Gina falou. – Você está um tanto ansiosa.
-Foi o Harry – Hermione respondeu franzindo a testa.
-O que tem ele?
-Er...
Gina corou. – Quando ele me contou, eu achei tão irreal... – segredou olhando para baixo.
-Pois é – Hermione deu de ombros. “É irreal”.
-O que disse?
-Hã? Eu perguntei: “Por que”?
-É que eu achei que você fosse apaixonada pelo Rony – Hermione bem que tentou, mas não conseguiu prender o riso. – Acho que me enganei.
Hermione deu mais uma risada antes de suspirar, se contendo. – É. Enganou-se.
Gina beijou seu rosto. – Cuide dele, por favor.
-Eu sempre cuidei, Gina.
-Bom. Acho que você vai gostar de saber: Ele tem um carinho muito forte por você. Eu acho que... ele ama você - Hermione encarou Gina sem ação. A ruiva sorriu. – Cuide dele – disse numa piscadela e se afastou.
***
(Continua)
***
Desculpem a demora... E algum erro.
obrigado pelos comentários!
Beijão!
Comentários (1)
haha, eu ri demais com esse capítulo! Harry chamando Hermione de "pesadinha" foi um sarro... Essa parte aqui também: -Tipo: Eu tropecei e cai na sua boca?! AMEI.
2013-03-27