Noite de Ronda



Hermione desceu a escada bem mais disposta. E já estava saindo o mais rápido possível para a biblioteca. Hoje não iria a nenhuma aula... Precisava se organizar, fazer revisões e anotações. Num bocejo ela estacou no chão, não podia acreditar.

-Nossa. Isso deve ser um recorde – murmurou para si mesma. – [i]Isso[/i] que é amor a mim – continuou ironicamente e riu baixinho. Rony estava em pleno salão comunal vazio, aos beijos com Lilá Brown. – Parece que não vou precisar ajudar muito, não... Ron já encontrou alguém – deu mais uma risada e saiu, tentando não fazer barulho. Sem sucesso.

-Hermione? – Rony chamou.

-Oi – sorriu ainda mais enquanto via o amigo ganhar cor. – Parabéns! – deu uma piscadela, saindo de vez. E lá fora teve mais um acesso de risadas.

Sim, agora estava mais do que aliviada. Rony não era mais uma “responsabilidade” sua e Lilá que fizesse bom proveito.
*

Harry abriu os olhos determinado, pulou da cama e dirigiu-se imediatamente para o banheiro.
Desde que tudo amenizara não havia um só dia que lhe fizesse entristecer, ele agora simplesmente curtia, como seus antigos amigos de quarto diziam.
Depois que saiu do banho, o rapaz balançou com as mãos o cabelo molhado, e pôs o uniforme. Estava pronto. Pôs os óculos e pegou seu material escolar.
Desde que a guerra terminou sua postura, perante tudo e todos, havia mudado consideravelmente. Ele conseguia rir de tudo, extrair o que houvesse de felicidade em qualquer situação. E até aquele momento não havia se arrependido, na verdade, ele achava que nunca iria se arrepender.
Suas responsabilidades também mudaram bruscamente depois da guerra. O que, para ele, só facilitou mais sua vida. Se antes o estresse tomava conta de si, tentando decorar e executar feitiços e contra azarações, hoje em dia se divertia tirando pontos dos alunos que descumpriam as regras do colégio...
E assim, com o animo nas alturas, o rapaz moreno de olhos mais verdes que oliva, foi ao salão principal, arrancando suspiros por onde passava, em seu peito os distintivos de monitor-chefe e capitão de time de quadribol.

-Bom dia! – Gina exclamou lhe dando um beijinho.

-Bom dia – sorriu olhando, logo após, a sua volta.

-Nem Ron, nem Hermione apareceram.

Harry franziu a testa. Estranho. – Sabe onde eles estão, Gina?

-Hermione, acho, foi para a biblioteca. E o Ron ainda deve estar dormindo – a menina deu de ombros. Harry apenas sorriu passando a se alimentar.
*

“Já faz horas que as aulas terminaram e nem sinal dos meus amigos”. Harry sorriu marotamente, Hermione não era de fazer coisas assim. Mas sempre há tempo pra mudar... certo?
Estava quase no fim da ronda e nada de Hermione.
*

-Qual é, ele é um gato!

-Você só sabe dizer isso mesmo não é?

-Vai dizer que ele não é?

-Eu não disse isso.

-Então?

-Bom. Eu creio que só olharmos pelo lado de rico, simpático e popular...

-Ele não é ‘simpático’!

-Você é uma interesseira.

-O que?

-Se ele não fosse rico e popular duvido que olharia pra ele.

-Não me julgue.

-Estamos falando do Potter, se toca!

-Você que é preconceituosa. Só por ele ser um grifinório não pode admitir que ele é o maior ‘pedaço de mau caminho’.

A menina revirou os olhos. – E se eu for mesmo?

-Hum rum. Desculpem-me se atrapalho – falou de braços cruzados. – Deveriam estar em seus dormitórios.

As meninas entreolharam-se. – O que nos levaria obedecê-la? – perguntaram rindo-se.

-Hm – Hermione pôs a mão no queixo pensativa. – Que tal... menos cem pontos pra sonserina e uma semana polindo troféus, sem magia? – questionou com um sorriso manso.

Elas lhe lançaram olhares hilários e saíram pisando pra fazer barulho. Hermione achou que o objetivo dos olhares era mais pro ‘fatal’ ou ‘perverso’, tinha suas dúvidas. O que conseguiram lhe passar foi, no mais assustador, que estavam com cólica...
“Eu deveria sentir pena. Disse deveria? Não me sinto culpada por não sentir nada”.
Mais uma noite de ronda quase finalizada. A garota sentia seus olhos arderem. Sempre a mesma coisa, conversas que julgam secretas no meio do corredor, no meio da noite. Realmente estava cansada... E tinha que resolver tudo. Sono, tanto sono. Apenas mais uma leva de hora e poderia estar no reconfortante salão comunal...
***

-Juro solenemente não fazer nada de bom – disse tocando a varinha no pedaço de pergaminho.

Seus olhos percorreram rápidos o mapa, e ali encontrou Filch e sua gata esquelética, duas garotas que, se não estava enganado, eram da sonserina e dirigiam-se ao respectivo salão comunal. Mas uma busca e encontrou Rony, parado. Olhou melhor, o amigo estava em um corredor do quinto andar andando de um lado para o outro. “Deve estar esperando a Mione”. Procurou Hermione e reparou que esta não estava tão longe do local. Então estava certo.
Ele ergueu a sobrancelha, não havia mesmo pessoas fora da cama. Ele poderia ir dormir, ou ir “ao encontro” do casal... Sorrindo de orelha a orelha tocou novamente no pergaminho.

-Mal feito.

Rapidamente, então, Harry se dirigiu para o quinto andar, um sorriso travesso se fazendo presente em seu rosto. Ele ficara com a segunda opção.
*

-Hem hem – pigarreou logo atrás do monte vermelho que conseguiu identificar sendo de Rony.

Para sua surpresa, no entanto, não era Hermione quem Rony abraçava, que o ruivo beijava. A graça se perdeu do rosto de Harry quando percebeu isso. Ele cruzou os braços, impassível. – O que vocês estão fazendo fora da cama, à essa hora?

-Sou monitor – Rony disse tão vermelho quanto os próprios cabelos.

-É. E você estava, por acaso, monitorando a língua da Brown – retrucou friamente. – Encontrou algo errado?

-Harry! – Lilá murmurou sem-graça.

-Para o dormitório, - disse a olhando finalmente. – Agora. E menos 50 pontos para a grifinória.

-Porque você fez isso? – Rony indagou raivoso.

-Fique feliz por não ter te socado, imbecil – redargüiu. – O que você tem na cabeça?

-Eu vou dormir. É melhor você ir também – Rony o ignorou. Lhe deu as costas e Harry segurou firmemente seu braço.

-Me diz Ron! O que há com você? Eu pensei que você gostasse da Mione – Rony coçou a cabeça.

-O que está havendo aqui? – perguntou franzindo a testa. Harry soltou o amigo.

-Não é nada Hermione, estou tendo apenas uma conserva com Rony.

-Você não contou a ele? – Rony olhou a morena.

Ela o encarou confusa. – Contar o que? – Rony suspirou. Hermione fechou os olhos fazendo careta. – Não. Não contei. Me esqueci... – falou se desculpando. - Na verdade, agora é a primeira vez do dia que vejo Harry.

-Contar o que? – Harry indagou impaciente.

-Ontem, à noite, nós terminamos – Rony respondeu.

Harry piscou. - Você só pode estar brincando comigo.

-Não, Harry – Hermione murmurou o olhando séria.

-Bom, er – o que poderia dizer? “Sinto muito” não parecia ser o que os amigos queriam ouvir naquele momento. – Paciência – desistiu de medir as palavras. Disse encolhendo os ombros.

-Nós ainda somos amigos – Hermione disse sem conter um sorriso enquanto olhava Harry.

-Legal – ele deu um “soquinho” no ombro de Rony – Você poderia ter me avisado! Ao menos, eu não ficaria com essa “cara de taxo” de agora...
*

-Oi – Gina falou coçando os olhos. – queria falar com você.

-Você poderia ter falado amanhã – Harry deu um sorriso, lhe dando um abraço.

-Não. Tinha que ser agora – falou meio séria.

-Bom – Hermione falou olhando de um para o outro. – Boa noite.

-Boa noite, Mione – Harry falou lhe dando uma piscadela.

-Acho que também vou dormir, já está tarde... Boa noite Harry, Gina... Hermione.

Logo seus amigos haviam desaparecido de vista.

-O que foi, Giny?

Ela suspirou. – Harry, você sabe que eu te gosto muito não é?

-Sei.

-Bem. Quero que saiba que eu ainda gosto de você.

-E?

-Mas, ah, Harry... – ela segurou sua mão. – eu não sei. Desde que a guerra acabou, e a gente voltou... tsc, eu não sei...

-Você não está certa – Harry falou segurando seu queixo. – É isso? - Gina baixou os olhos. – Você pode me falar tudo, não se preocupe – acariciou seu rosto.

-Eu, eu acho... eu acho que, que quero um tempo. Sozinha – disse finalmente o olhando. Harry a encarou. – Mas, mas olha. Eu ainda gosto de você, muito! – completou nervosamente. – E-

Harry tocou com um dedo seus lábios. – Gina. Tudo bem – ele riu. – Você não precisa explicar. Eu sei que você gosta de mim, eu também gosto de você – disse ainda sorrindo. – Está tudo bem, Ok? – ele disse retirando seu dedo – Agora vá dormir, está bem? – ela o abraçou.

-Você é um amor.

-Eu sei disso – ela riu. – Durma bem, ruivinha – disse dando um beijinho na testa da garota.
***
(continua)
***

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