O Encontro à Meia-Noite
Era tarde quando uma luz se apagou na casa da Rua dos Alfeneiros, número quatro. Harry Potter acabara de fechar a porta de seu quarto e estava parado olhando pela janela o luar e a brisa que se encontrava lá fora.
Quando o som do relógio do Tio Válter, estilo dos antigos 'edifícios' que sustentavam dois grandes pêndulos prateados, badalou a meia-noite e Harry percebeu que seu 17° aniversário chegara.
Como uma onda forte que lhe chocou contra o corpo, ele lembrou de algumas palavras de Dumbledore. 'Ele morreu...estupidamente...a procura de um Horcrux falso.' - pensou Harry.
Harry sempre vira a ele como se fosse alguém como um pai, uma mão invisível que sempre estivera ali para lhe ajudar nos momentos difíceis, um porto seguro... Sirius também o havia deixado. Parte de seu coração fora lhe arrancado sem dó nem piedade. E a ferida, sangrando sofrimento e dor, nunca cicatrizaia. Tudo havia lhe escapulido de suas mãos. Só havia um sentimento que crescia e remexia em seu interior.
Vingança. Vingança pelos seus pais. Por Sirius. Por Dumbledore. E por todos a quem Voldemort fizera mal nesse mundo. E cabia a ele, mais do que ninguém, desafiá-lo, não mais como um garoto infantil que estudava em uma escola, protegido por uma pessoa querida, mas sim como um homem de cabeça erguida, disposto a arriscar a própria vida para acabar com todo aquele mal que o perseguira e o marcara. 'Um homem de Dumbledore' - pensava Harry.
Insistentemete, todos haviam tentado retirar Harry da casa dos Dursley. Todos sabiam o que aconteceria. Mas Harry não queria mais ser protegido. A partir de agora, ele precisava encarar a morte e a escuridão de frente. Ele não tinha mais medo.
Harry ouviu um som vindo da rua dos Alfeneiros logo abaixo.
'Eles estão vindo' - pensou Harry.
Tirando a varinha do bolso, olhou pela janela.
Sombras se moviam pela escuridão em torno da casa. As lâmpadas da rua esvairam-se e um ar gélido balançou as árvores repletas de folhas do verão.
Harry saiu de seu quarto, caminhando lentamente até a escada.
Descendo cautelosamente, caminhou em direção a porta. Pegou o molho de chaves e destrancou-a. Abrindo-a, olhou de relance para fora. Silêncio.
Saiu e fechou a porta.
Com passos demorados e o olhar prescrutador, caminhou até o meio da rua e olhou ao seu redor. O farfalhar do vento continuava intenso. Um ar frio atingiu Harry, deixando-o estremecido por alguns instantes. Harry fechou os olhos.
'Pense em algo feliz. Pense em Rony e Hermione. Pense em Gina.' E logo depois, lembrou-se dos rostos sorridentes de Sirius e Dumbledore (este sob o óculos de meia-lua) a contemplar-lhe.
Abrindo os olhos rapidamente, gritou contra a escuridão.
'Expecto Patronum!'. Um veado brilhante rompeu de sua varinha galopando em direção a duas criaturas negras que haviam surgido de trás das árvores da rua.
Harry se virou para o outro lado.
'Lumus!' - gritou, ao mesmo tempo em que sua varinha emitiu uma pequena luminosidade a sua frente.
Cinco dementadores o estavam cercando pelo outro lado.
O veado de Harry estava do outro lado, atacando os outros dois dementadores.
'Ok, suas criaturas asquerosas' - Harry falou.
Um dos dementadores pareceu absorver a alegria de Harry em instantes.
Harry concentou seu pensamento e tornou a apontar a varinha.
'Luminoscence!' - foi então que cinco raios de luz foram disparados e acertaram no centro de cada de dementador.
Os dementadores recuaram, mas começaram a rodeá-lo em círculos.
'Parece que o Príncipe Mestiço não ajudou tanto dessa vez. Esse feitiço não serve' - pensou Harry referindo-se ao recente feitiço aprendido através do velho livro de Snape.
O patrono de Harry corria de volta em sua direção. Harry olhou ao seu redor.
'Pense, Harry, pense'.
Uma mão gélida agarrou Harry por trás. Outro dos dementadores aproximava-se pela frente.
'O beijo do dementador' - pensou rapidamente Harry.
Porém, nada aconteceu.
Harru ouviu o galope de seu patrono correndo a toda velocidade, aproximando-se para tentar ajudá-lo. Mas algo havia acontecido. Harry sentiu-se soltar no chão. Correndo os olhos ao redor, não viu mais nada. O patrono conjurado começava a desmanchar no ar.
Foi então que subitamente ele percebeu o que havia acontecido. Desespero e aflito, correu olhando ao seu redor, procurando por alguma coisa. Sua varinha havia desaparecido. Os dementadores a haviam levado.
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