Cap. Único
Pra começar
Dizer que o amor chegou ao fim
Esqueça de me perguntar
Se ainda há amor em mim
Eu, Gina Weasley,com vinte e dois anos estou tentando voltar ao ‘normal’, quero dizer, eu estou tentando reviver...
Eu não gosto de mudanças, ainda mais aquelas que me fazem sofrer... Esse dia está sendo horrível.
‘Começando pela parte turbulenta...’
Estávamos namorando há cerca de três anos.
E eu achava que estava tudo maravilhosamente bom. Bem... parece que ele não compartilhava da mesma idéia. Como estava cega.
Não que me arrependa dos três anos que passei com ele, absolutamente!
Tenho pra mim que foram os melhores de minha vida, e que sempre serão. Mas acabou. E eu tenho que me conformar.
E eu não me arrependerei, não mudaria nada se tivesse que voltar ao tempo...
Ele não me pediu nada, mas lhe dei tudo, todo meu ser, entreguei meu coração, de bandeja, sim... e isso não tem volta.
-Oi! – com um beijinho no rosto me cumprimentou.
Não era assim, nós antes, não podíamos nos ver sem sair faísca! Era quente. Mas de uns tempos pra cá ele foi se distanciando, devagar sem que eu reparasse, e mais um pouco, sem que me desse conta, e mais um pouco, e acho que pode ser tarde demais...
Ele sempre do mesmo modo: carinhoso, encantador, fascinante. Do mesmo modo que estava mais ocupado, isto é, mais sem tempo para mim... Vivia trabalhando, desmarcando diversos encontros comigo para fazer pesquisas e etc.
-Olá...
-O que foi? Você está cansada? Está com algum problema?
Respirei fundo. Havia chegado a Hora... – Você que deve me dizer.
Ele por um segundo franziu a testa. – Gina... Do que está falando? Eu lhe avisei que iria fazer uma pesquisa pra ajudar a Mione... Você sabe.
-Eu sei – balancei a cabeça em concordância. Desviei o olhar me sentindo incomodada.
-O que há de mais? O que foi?
-Harry. Olha, eu amo você demais, de verdade. E por isso tenho que te perguntar. Você me ama?
-Claro que sim! – respondeu imediatamente.
-Vou reformular a pergunta: você me ama... como antes? – perguntei hesitante.
Ele pausou. Sim, ele estava pensando demais para responder aquela simples pergunta. – Bem, Gina... É relativo. Eu sei, quero dizer, nós estamos nesses tempos um pouco afastados e eu não sei muito bem o que houve... Mas-
Era tudo que eu não queria ouvir, por que ele simplesmente não disse um ‘é óbvio!’, só ‘mas Gina, amor...’ estava bom. Mas não, ele enrolou. E isso não é de seu feitio. Ele continuou:
“Eu gosto muito de você. E não quero realmente que isso me separe de você. Você é minha amiga... Minha super-companheira...”
Aqui ele disse ‘companheira’ soando como amiga... Como muitas e muitas outras vezes ele usou com Mione e acho que ainda usa, raramente, mas usa.
-Claro ‘Amiga’ e ‘super-companheira’.
-Você quer que seja sincero certo?
-Como sempre faz quando tem algo errado.
-Tudo bem – ele calou-se por um minuto, um angustiante minuto – Eu amo você demais, só que de uma forma diferente, eu gosto muito mesmo de você, Gina. Quero que saiba, eu fui realmente feliz nesses últimos três anos. Mas é que essa nossa distância não está fazendo bem. Eu não vou mentir, odeio seus ciúmes e birras pelo meu trabalho, pelas minhas amizades. Eu acho você uma mulher linda e com certeza haverá milhares, como há, de caras que poderão te dar o que você procura, maior ‘estabilidade’.
Ele estava se referindo a atenção.
Eu não queria ‘outros caras’, quero ele!
E aquilo foi o fim, tão tranqüilo, pacífico – a cara dele, ao seu modo. - Eu não sei como, mas me controlei. Ele me deu um abraço, e repetiu que me queria bem e queria me ver feliz, eu não consegui forçar ao menos um sorriso, então apenas abaixei meus olhos...
Acho que ele notou que eu não estava bem, então ele ficou alguns minutos quieto, talvez esperando, e ele sabia que eu iria, me recuperar.
E assim que ele saiu, aquela mascara caiu, me vi totalmente desnorteada, perdida, e eu estou chorando ainda... Como dói, como é seco e frio sem ele. Só não quero pensar em como será o dia que está chegando, agora, sem ele...
Eu não sabia que era tão ciumenta. Pensando bem, é, talvez eu fosse um pouco super-protetora, mas como não ser?! Ele era tão desligado em algumas coisas, não percebia aquelas mulheres a sua volta quase lhe devorando... Não que eu duvidasse dele, eu só não confiava nelas...
******
Eu estou cansada. Sou uma idiota!
Eu o vi com diversas garotas. Ouvi todas as confidências dele, o aconselhei.
Ajudei Gina a conquistá-lo. Eu sou realmente uma estúpida...
[flashback]
Como passei a sentir isso?
Não tenho idéia, Oh, Ok...
Foi quando, no meu aniversário de dezessete anos, - e eu estava um caco de tristeza, o motivo, eu não lembro. – Harry chegou com a rosa mais linda que já vi e um sorriso incerto sempre a vista, ele me parecia – É. Parecia mesmo - um pouco nervoso. Então chegou e me entregou a rosa, branca (já disse que era a mais linda que tinha visto?)...
–Mione, vamos! Agora você é maior de idade. Por que está assim, não quer me contar?
-Ah. Harry não é nada... – falei nada convincente, diga-se de passagem.
Ele suspirou. – Se não quer contar, tudo bem – do nada ele me deu um abraço apertado. – Feliz aniversário! – E me deu um beijo no rosto. Fiquei sem ação (e sem ar até...).
Naquele dia ele foi tão atencioso, sempre fora, no entanto tinha um ‘quê’ a mais, sabe?
É, eu entendo, você não sabe... Mas é difícil explicar.
Vou tentar mesmo assim: parecia que só havia nós dois aquele dia, inclusive Rony – misteriosamente – não se encontrava em lugar algum. Foi tão divertido, jubiloso, foi perfeito.
Contudo: tudo que é bom dura pouco. E o meu dia não saiu do padrão.
Semanas tentando me entender, querendo averiguar as minhas emoções.
E um dia, ele me deu a notícia , com uma alegria frustrante – para mim – e seus olhos tinham um ardor inexplicável, incoerente.
Pra te enganar
Escondo num sorriso a dor
Que sinto ao te ver passar
Na rua com seu novo amor
-Estou namorando a pessoa mais maravilhosa da face da terra!
Meu céu exultante foi ao chão. Caiu por terra, desapareceu.
E como melhor amiga, expressei uma falsa felicidade que nem Harry foi capaz de perceber. E ele continuou:
– Você é a primeira pessoa para quem conto. Por que confio em ti.
Nossa! Que ‘consolo’.
O que senti depois foi uma sensação que não desejo para ninguém. E todas a minhas suspeitas se confirmaram – O amava...
Foi como se estivessem enfiando facas no meu coração aleatoriamente.
Doeu a cada dia, quando ele contava tudo pra mim, como se fosse sua conselheira...
Nunca tive tanta vontade de azarar alguém como tive naqueles dias, queria esganá-la.
~~~~~~~~~~
Finalmente em casa, depois de meses dolorosos, enfim um descanso... Olhando a janela, nada mudou, está tudo pateticamente no mesmo lugar, pateticamente calmo e sozinho. Os mesmos carros, as mesmas pessoas, o quotidiano que tanto desejava.
Só um maluco ansiaria sair de Hogwarts para vir pra cá. Pode me chamar de doida...
Aqui, ao menos tenho o tempo para mim. Livre de cobranças, discordâncias e principalmente: livre de Harry Potter.
O quarto frio como o meu dia, neve por todo lado lá fora, e sem querer sonho acordada.
–Porque eu amo você! Não deu para perceber? – eu falaria.
Ele ficaria chocado e depois, dando um sorriso sem-graça, me abraçaria.
Me sentiria a mulher, jovem, não interessa agora, mais feliz de toda escola.
E finalmente ele poderia ser meu.
Mas, de repente, relembro que isso nunca vai acontecer e me bate aquilo que chamam de melancolia . E meu coração, não acreditando que é ilusão, ainda está acelerado.
E quando prendo o choro, minha garganta queima, é uma dor insuportável, parece que fico sem ar só por estar com minha boca fechada, jamais machucou tanto me calar.
Dá vontade de matar e morrer, dá vontade de gritar, mas ao mesmo tempo não tenho coragem. Eu desejo esmurrar, entretanto, o quê?
Não sou perfeita, em horas como esta que gostaria de ser, ou apenas, desvanecer, para que não descontasse em ninguém essa raiva que não sei bem de onde vem.
Olhando de verdade pra mim, não é mau querê-lo perto, aqui, juntinho.
Porque agora, olhando ele com *ela*, eu desejei que eu descobrisse no dia do meu aniversário o quanto o Harry é mais especial para mim.
Eu não acordei de súbito – me explicando - para o cara maravilhoso que ele é. E muito menos foi por vê-lo com outra, mas aquilo que sentia era ciúme, e quanto...
Não foi porque Harry encontrou, sei lá, sua ‘princesa’, que eu o enxerguei. Não, era só difícil vê-lo como homem quando, para mim, ele era um irmão querido e atencioso.
Quase pus tudo a perder, não posso tirar a felicidade que encontro nos seus olhos tão verdes e intensos. Não tenho o direito... Só queria agarrá-lo naquele lugar, vazio, e dizer tudo sem que ninguém pudesse impedir, mas seria tão mau com Harry e com sua namorada. Preciso de vento.
Bem, é errado estar com isso na cabeça. Eu tenho que parar, quer dizer, eu tento! Sério, mas é difícil. Principalmente dizer para meu coração: Se conforme garoto... Ele nunca vai ser seu. Ele nem olha pra mim como garota. O que eu sou é um ser amigo, invisível para o coração dele. Só sou... Eu só sou uma amiga, uma confidente, um ombro amigo. Se conforme...
Mas... Doía tanto. Machucava, ardia, queimava...
Como Harry podia ser indiferente a àquilo?
Porque o mundo não gira em torno dele, mas o meu sim...
Outra vez os sorrisos dele são direcionados para aquela que ele tanto ama, que não sou eu... Paciência. E sempre que vejo rosas brancas me dá um certo conforto.
***
[Fim do Flashback]
Desde o sétimo ano de Hogwarts... gostava dele. O amava.
O que tinha na cabeça? Como havia agüentado? Ela tinha vinte e três anos agora. O que era aquele sentimento? Que monstro era aquele que não a deixava em paz? Que coisa era?
Hermione Granger! Deveria sentir-se envergonhada...
Não, ela não deveria, era a única certeza que tinha: Não sentia vergonha. Talvez medo, tristeza. Mas nunca vergonha. Não por aquele sentimento tão puro e sincero, sagrado e incoerente. Não por amar.
[Flashback]
[Pensamentos]
Gina me agradecia constantemente por ter lhe ajudado, vive me contando a epopéia de todo seu namoro, que pelo tenho visto era a coisa mais apaixonante, linda e verdadeira que conheço... Gina era muito feliz, acho que foi a primeira vez que a vi tão excitada.
Ela me pediu para ajudá-la há três anos, disse que não conseguia mais mentir e que não havia conseguido esquecer Harry Potter, que precisava de minha ajuda, que eu lhe desse dicas...
É claro que na época fiquei muito feliz pela Gina (a quem estou tentando enganar? A mim mesma?), eu havia conseguido ajudá-la com sucesso, como é possível ver, ficar com Harry (eu não sei porquê não usei essa tática)... Depois fiquei feliz, contente, a seguir alegre, incomodada, com ciúme, esse era até agora meu último estágio... Quero dizer esse não é um estágio, antes eu conseguia ‘maquiar’ meus sentimentos, de mim mesma.
Na verdade eu fiquei feliz por demonstrar que era capaz de ajudá-la. Talvez eu seja masoquista...
Bem, acho que minha última dica foi ‘não seja ciumenta’.
[Fim dos pensamentos]
Em um apartamento trouxa, onde, estranhamente, não moravam trouxas e sim dois bruxos, um gato com pernas tortas e uma linda coruja, chegava em casa um dos proprietários.
Ela finalmente parou um pouco de pensar, colocando as sacolas no chão e tirando as luvas para conseguir segurar melhor a chave para abrir a porta. O ‘clic’ indicava que finalmente poderia entrar no seu recanto...
Deu um suspiro prazeroso ao entrar naquele apartamento, que era seu, que tinha sua cara. Estava tão quentinho, reconfortante, animador... diferente da rua, aquele lugar tão impessoal, frio, corriqueiro.
Colocou as luvas e a chave na mesa da sala, e foi à cozinha, não antes de observar o local, sem indicação de que tinha alguém lá, tudo organizado.
Teria que agradecer a Harry por ter deixado tudo organizado. Estava muito cansada para limpar a casa, mesmo que durasse poucos minutos com auxilio de magia. Também estava com o pensamento longe para se concentrar verdadeiramente em algo.
“Ótimo”, pensou dirigindo-se à cozinha, levando consigo as sacolas. Havia feito compras de alguns alimentos que estavam faltando na despensa, era a sua vez, obviamente...
Harry e Hermione moravam juntos desde os 18, seis meses depois de saírem de Hogwarts.
Ele não queria morar sozinho e como Rony já tinha sido contratado por um time de quadribol famoso do Canadá, e quase não parava em casa não puderam, juntos, comprar o apartamento que Harry definitivamente tinha se encantado.
Hermione se ofereceu para, no lugar de Rony, comprar o lugar com ele. Não é preciso dizer que o rapaz ficou muito feliz, a amiga, ao menos, estaria com ele. Já Hermione quis comprar o apartamento para se sentir com mais liberdade e também por não querer ficar tão sozinha, achou uma ótima idéia comprar aquele espaço, se encontrava num lugar privilegiado, era belamente decorado. Harry já havia lhe mostrado e, sinceramente, tinha sido arrebatada pelo ambiente. Era espaçoso, tinha um ar de seu lar mesmo. E poderia ficar junto de Harry... Seu melhor amigo. Esses foram os fatores mais importantes. Se ela não conseguia se afastar... Melhor pelo menos poder observá-lo.
Na geladeira havia um recado:
Mione,
Fiz aquela pesquisa, está tudo encima da sua cama.
Não me espere para jantar, estou indo para a casa
da Gina.
Beijos,
Harry
P.S.: Vê se descansa garota! E come direitinho, hein?!
Ela sorriu, só ele mesmo...
Aprontou um lanche rápido e logo se encontrava no seu quarto.
[Fim do Flashback]
Isso aconteceu há umas duas horas, desde então não sai do meu quarto. E ainda com pensamentos me rodeando.
Harry deixou, como tinha falado, meus documentos em cima da minha cama. Respirando fundo, balanço minha cabeça, nada de pensar nele agora. Estou ocupada, não posso me distrair, tenho que deixar isso pros sonhos, que são apenas... Sonhos.
Eu não sei, não me machuca tê-lo ao meu lado, o que realmente fere, é saber que está aqui do meu lado e não é ‘meu’, não me sente, não me ‘vê’. Apenas... Ele apenas me ouve.
Meus arrepios quando brincamos, ele não percebe, é tão desligado... Os meus toques ‘acidentais’, tão pouco nota.
Depois de tomar um delicioso banho quente. Estou penteando meu cabelo... Me preparando para dormir. De repente ele chega, um moreno, com olhos verdes, um pouco sério demais para o que eu estava acostumada, entra no meu quarto, sem pedir licença. Não que eu me importasse...
-O que foi Harry? – ele estava um pouco atordoado.
Harry se sentou na minha cama e eu, preocupada, me juntei a ele.
-O que foi Harry? – repeti.
-Está tudo bem, agora, está tudo bem – ele disse me olhando calmamente.
-O que aconteceu? Está me deixando preocupada contigo. Foi assaltado? Está doente? Alguém te machucou? – perguntei olhando nervosa para cada parte de seu corpo. – Harry! O que foi? – ficou quieto, sem nada dizer.
Harry balançou a cabeça sorrindo do meu desespero. Aquilo me irritou.
-O que foi? – seria a última vez, eu juro!
Ele suspirou – Você é insistente!
-É. Eu sou. Você acha errado se preocupar com um amigo? – indaguei olhando-o com a cabeça de lado, tentando chegar aos seus olhos.
-Não, Hermione – contrapôs gentilmente. – Me desculpe lhe deixar preocupada. É que eu só acho que não precisava lhe preocupar com isso.
-Harry...
-Eu sei. Sem segredos – ele me olhou de lado. Então se ajeitou na cama, para ficar de fronte a mim, as pernas como ‘borboleta’. – Eu não quero que fique chateada, eu sei que você nos ajudou e tudo... – ele pausou. Onde queria chegar? – Nós, Gina e eu, terminamos.
Terminou? Ele terminou?! Eles terminaram?
Céus! É... Acho que foi isso que eu ouvi.
-Hã... E como você está? – perguntei só por ‘desencarno de consciência’.
-Estou bem. Tudo foi muito tranqüilo.
-Que bom... – disse incerta. – E... A Gina?
-Ela vai ficar bem.
-Está tudo certo contigo? Mesmo? – perguntei passando distraidamente uma de minhas mãos sobre seus cabelos revoltos. Ele apenas sorriu.
-Mesmo – me deu uma piscadela, um beijinho na testa. – Desculpa por hã... Atrapalhar você, né? – ele coçou a cabeça. – Boa noite, Mione. – ele me deu outro beijo, dessa vez no rosto, se levantou.
-Boa noite – respondi olhando-o se retirar.
Estava achando, que talvez, ele não estivesse tão bem quando me disse... Mas se Harry não quis contar, insistir não adiantaria nada. Então... Paciência.
***
Se eu te encontrar
Não me pergunte como eu to
Não saberia te explicar...
Pra mim, ainda não terminou.
Estou aqui, sentada em minha casa.
Rony já veio me visitar, arranjou um tempo, e eu contei para ele a notícia .
Ele ficou meio chocado, um tanto quanto confuso. Mas logo deixou aquilo tudo, como se finalmente tivesse engolido e entendido, e me abraçou. E então eu chorei... Me sentindo fraca e vulnerável. Era como se minha força não quisesse voltar pra mim, minha altivez sumisse.
-Oh, maninha. Vai passar...
-Ai Rony... Esta doendo tanto.
-Isso vai passar... Eu vou falar com ele.
-Não! Eu não quero! – falei nervosa olhando-o. – não quero que ele sinta pena de mim. Eu te proíbo Rony, proíbo de falar sobre nós dois com ele.
-Calma, Gina. Isso não pode lhe fazer bem – falou tentando me acalmar. – Eu não vou me meter, ok? Está bem? – balancei minha cabeça positivamente e depois enterrei meu rosto no ombro do meu irmão.
***
Pra começar
Dizer que o amor chegou ao fim
Esqueça de me perguntar
Se ainda há amor em mim
Pra te enganar
Escondo num sorriso a dor
Que sinto ao te ver passar
Na rua com seu novo amor
Se eu te encontrar
Não me pergunte como eu to
Não saberia te explicar...
Pra mim, ainda não terminou.
Uns dois meses depois, tudo estava mais tranqüilo.
Gina conseguia finalmente olhar para Harry sem sentir magoa.
Alguém batia na porta.
-Já vai! – ela falou de dentro. Abriu a porta. – Hã. Oi Harry... Er, entra.
Tudo bem que ainda sentia o rosto queimar quando o olhava.
-Obrigada.
-Senta. O que te trás aqui?
-Queria falar com você primeiramente – Harry estava um pouco sério [i]demais[/i].
-Sou toda ouvidos.
E ele disse, calma e educadamente.
Disse que estava ‘gostando’ de uma mulher, e queria que Gina fosse a primeira a saber.
-Não entendo – “Por que está me contando isso?”
-Eu só queria que não houvesse um mal estar entre a gente, Gina.
-Oh. Não se preocupe – ela gesticulou, forçando tão bem um sorriso que nem Harry foi capaz de distingui. – E você já falou com ela?
-Ainda não...
Gina estava tentando fazer o melhor, tentando não transparecer seu ciúme, tentando achar que não era nada demais...
*****
Gina e Hermione conversam sempre que podiam e saiam bastante para conversar sobre tudo. Hoje estavam almoçando juntas, combinaram de encontrar outros amigos também.
-Hmmm. Mione?
-O que foi? – perguntou olhando o cardápio do restaurante. – Hmmm. Acho que esse assado deve ser delicioso, o que acha?
-Hã. Pode ser... – Gina falou mordendo a bochecha esquerda.
-O que você queria Gina? – perguntou olhando novamente para a amiga.
-Er... Posso te fazer uma pergunta?
-Além dessa, claro.
-Você e o Harry são muito amigos, não é?
-Sim Gina. É óbvio. E você sabe muito bem... – disse procurando o garçom pelo espaço para fazer o pedido.
-Eu sei... – ela pausou. – E vocês conversam sobre tudo... né? – Hermione franziu a testa. ‘Que tipo de pergunta era aquela?’
-É.
-Vocês... Er, vocês... já falaram, conservaram sobre mim, nesse último tempo?
Hermione encarou a amiga a frente, Gina estava com um olhar duvidoso.
-Do que, exatamente, você quer saber, Gina? Seja mais clara – falou tentando não demonstrar a exasperação na voz.
Ela respirou fundo, deixando o garfo na mesa. – ainda há chances entre a gente? – perguntou rápido. – Eu sei que tem essa mulher que ele está gostando. Mas... Er, você sabe...
Hermione paralisou por um instante.
-Harry, vamos lá.Tem algo mais te incomodando? – Hermione perguntou sentando-se ao seu lado, no sofá da sala.
Ele deu um sorriso. – Por que a pergunta?
-Você parece estar um pouco distante. É a Gina não é?
-Não de todo... – ele se levantou e deu as costas a ela - Quer dizer, Mione. Estou com medo de ter a magoado. Eu gosto muito dela pra isso, não me perdoaria. Acho... estou achando que nunca deveria ter me envolvido.
-Harry... – ela havia se levantado e estava atrás dele, tocando levemente seu ombro. Parou sem saber muito bem o que dizer. – Tenho certeza que vocês superarão tudo isso – ele se virou para a amiga - E tornaram a ser amigos ‘normais’, - ela deu um sorriso. – como, bom, como a gente – o sorriso perdendo o brilho real.
-Se ao menos se tornar um quarto de amizade que tenho com você me sentirei – “preocupado” – feliz... – ele abaixou a cabeça por um minuto, escondendo o que ela poderia desvendar se o olhasse nesse momento.
Hermione se sentiu culpada –Eu sinto muito... Se eu soubesse que estariam sofrendo agora, nunca teria ajudado a Gina...
-Shiii – ele encostou o dedo nos lábios dela. - A culpa não é sua – balançou a cabeça. – me deixei levar, Mione – Harry murmurou. Ela sentia o rosto arder, o dedo dele queimava. – a culpa não é sua – ela fechou os olhos.
Harry sentiu toda a sua lógica escorrer do seu corpo. Como Hermione estava deixando ele assim? Como ela podia ainda não ter visto que ele estava apaixonado por ela? Ele tentou se afastar, mas o que conseguiu foi se perder na respiração rasa dela.
Harry se aproximou mais, esperou que ela abrisse novamente os olhos e num impulso beijou aquela mulher a sua frente. Hermione ficou chocada... As mãos sem saber onde pôr, os olhos abertos, sentindo os lábios de Harry nos seus... era uma carícia desesperada, apaixonada.
Ela suspirou, ficando na ponta dos pés, coerência ao vento, ela segurou o rosto dele, com todo cuidado, como se ele fosse raro, precioso, como se não quisesse alterá-lo. Hermione mordiscou os lábios dele, ela precisava daquele contato, ela queria estar mais próxima. Harry, como adivinhando, a puxou mais perto. Ela então, enterrou as mãos no cabelo dele.
Pra terminar
Dizer que o amor chegou ao fim
Esqueça de me perguntar
Se ainda há amor em mim
-Bom – Hermione desviou o olhar e depois a encarou novamente. – Tenho que te contar uma coisa...
-Nossa, mais eu to morrendo de fome!
-Olá! – Harry, Rony estavam ali em frente à mesa delas.
-Oi! – Hermione sorriu.
-Como vai Harry? - Ele assentiu positivamente, com o sorriso que ela conhecia. – Não vai se sentar?
-Muito obrigado – Harry disse educadamente (brincando), Hermione riu.
-Você, apenas, não toma jeito! – ela deu um leve tapa no braço dele, enquanto Harry sentava-se próximo a amiga, melhor amiga (Gina pensou consigo). – O que houve? Gina e eu já pedimos a comida.
-Muitos contratempos... Você sabe como é... – ele deu um beijinho na testa de Hermione, que corou um pouco. Gina franziu a testa, mais apenas fingiu não ver nada.
-Ah! Harry... Não vai dar pra eu ir... – ela lamentou. – mas eu queria tanto... Vai com a Mione. Ela vai adorar, né Mione?
-Hã... Se você quiser Harry, eu posso te acompanhar. Sem problema algum – ela olhou pra Gina estranhamente.
-Então está resolvido! – Harry exclamou satisfeito. – Não vai se arrepender Mione! Juro que vou fazer você se divertir muito!
Gina apenas sorriu.
-Pois é... O meu treino terminou mais tarde. Sinto muito, meninas... O que vocês pediram?
Harry e Hermione se entreolharam e sorriram.
-O que foi que eu disse?
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Mais algum tempo depois*
Gina andava pelas ruas de Hogsmead, com algumas sacolas, estava pensando em ir ao ‘Três vassouras’. Olhando todo o lugar viu um casal, saindo de um bar. Eles riam, de mãos dadas, sussurrando quando queria falar algo. – poderia ser ela que ria... - Gina observou melhor. Mas... Ela conhecia aquele ‘casal’...
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De um bar de Hogsmead dois amigos saiam. Bom, era o que a maioria agora achava, depois de tantas especulações sem resultado algum.
Certo, eles não eram só amigos há algumas semanas, somente não tinham contado para ninguém ainda. Isso não era pecado algum.
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Ela realmente conhecia!
Ele estava falando algo no ouvido dela, ela sorria, estavam de mãos dadas... Gina parou, ele havia beijado seu pescoço.
O que era aquilo?
Ele tinha puxado a mulher para si, esta, enlaçou os braços no pescoço daquele homem. Aquilo já era tortura.
Gina não queria ver... Mas ela não conseguiu desviar o olhar, ela nem conseguiu se mexer... Mas, sim, eles estavam se beijando, e por sinal, pareciam imersos naquilo...
A ruiva fechou os olhos e respirou fundo, Calma. Quando abriu os olhos novamente, ainda estavam naquela cena, naquele enlaço, no próprio sentimento que estavam compartilhando. Ela virou para uma vitrine, logo a sua frente.
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Pra te enganar
Escondo num sorriso a dor
Que sinto ao te ver passar
Na rua com seu novo amor
Se eu te encontrar
Não me pergunte como eu to
Não saberia te explicar...
Pra mim, ainda não terminou.
-Gina! – Hermione chamou atrás da amiga.
Gina tentou fazer sua melhor cara de surpresa. – Mione? O que tá fazendo aqui? – deu um beijo em seu rosto.
-Eu. Eu to com o Harry – falou com um sorriso. – Estávamos naquela bar ali, até agora pouco. – “Quando depois saíram e passaram a se agarrar? É, eu vi...” – E você, o que faz aqui?
-Estava pensando em ir para o Três Vassouras, mas desisti...
-Mione olha o que... – Harry viu as duas. – Oi Gina! – deu um beijo no seu rosto.
-Oi... - ele pegou novamente a mão de Hermione. – E então? – tentou sorrir – o que vieram fazer aqui?
-Só passear. Não é todo dia que temos tempo livre...
-Entendo... Ainda com muito trabalho.
-Muito! – ele sorriu. Seus olhos brilhavam tanto! Céus, ele estava realmente muito bem, muito feliz, muito de todo o contrário meu.
-Bom, eu tenho que ir...
***
Alguns dias depois eles afirmaram o que Gina já sabia, estavam namorando.
Vamos dizer que ela achava que não havia sido uma ‘facada’ de todo, porque Harry já havia dito que estava gostando de uma mulher.
Estranho, nunca tinha percebido que Hermione sempre amou Harry. E, se não estivesse enganada, Harry também a amava, não sabia, mas amava.
Isso não era de certo um consolo, mas passaria, ela iria fazer passar.
-Ah! Querida... Só não chamei porque sei que você não gosta. E a Mione ama de paixão esses debates. Você sabe...
-Ah. Você foi com a Mione?
-Sim – ela deu um suspiro de alívio.
-Tudo bem, então – e lhe beijou.
Pra terminar
Dizer que o amor chegou ao fim
Esqueça de me perguntar
Se ainda há amor em mim
Fim
******
*Não parece coisa de fim de novela? (¬¬)
Bom, me dêem um desconto tá?
Eu nunca tinha feito uma fic de, vamos dizer, um triângulo.
Ainda mais com a Gina, que é um personagem difícil pra mim, pelo menos.
Espero que gostem... E comentem também.
E eu sei que tá muito estranho. Porque eu pus em três pontos de vista. Mas se não entenderem algo, é só perguntar, OK?^^
Beijão,
Yasmin
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