Capítulo XVI
Capítulo dezesseis
Ele sentiu uma cócega
nos lábios e entreabriu os olhos, pestanejando-os diversas vezes e conseguindo
identificar a silhueta firme de Hermione sobre si, os cílios castanhos
ornamentando belamente aqueles imensos olhos escuros e brilhantes; brilhantes de
alegria, ele podia perceber. Alegria de estar ali, do seu lado. De sentir seu
corpo junto de si, a calidez encostando demasiadamente de sua pele.
No instante
seguinte, ele puxou-a para perto de si e enlaçou seus dedos finos no pescoço
dela, mordiscando de leve sua orelha e depois deslizando os lábios por seu
pescoço até o rosto, encontrando a boca dela... uma sensação prazerosa
sustentou-se e ele introduziu sua língua entre os lábios dela, abrindo-os e
explorando a língua dela, em um movimento lânguido.
Desvencilhando-se
suavemente, abraçou-a, podendo sentir que os seios dela subiam e desciam,
arfando pelo prazer momentâneo que começara.
- Eu
a amo - sussurrou Harry, calmamente. -, mais
que tudo.
Ela sorriu para ele
e então inclinou-se novamente, beijando-o com mais calidez que o beijo
anterior. Estava sedenta de paixão. Sedenta dele! Todo aquele tempo segurando seu desejo que sentia por ele, e,
agora, podia finalmente tê-lo, amá-lo, tocá-lo.
Um volume no baixo
ventre comprimia sob ela e ela sabia que Harry já mantinha uma ereção, depois
daquela carícias. E continuou, deslizando os dedos pela camisa dele e
desabotoando-a calmamente, aproveitando para contemplar aquele peitoral bem
definido, com músculos bonitos de cor levemente morena, os mamilos inchados e
bem feitos, graças aos anos de quadribol que ele praticara no colegial;
pressionou os lábios em um mamilo, deixando-o rijo e, depois, alternou para o
outro, ao mesmo tempo que tinha os cabelos afagados com ternura.
Foi desabotoar o
restante da camisa, quando sobressaltou-o com a campainha soando retumbantemente
por toda a casa.
Harry praguejou
baixinho e então levantou-se, perscrutando-a nos olhos com uma decepção e
beijando-a novamente, deixando sua mão cair sobre o sexo dela e excitando-a,
acariciando a região do baixo ventre dela e sentindo um líquido salpicar de
leve. Abraçou-a contra si, deixando que ela sentisse o volume em suas calças.
- O que você
faz comigo...
- Vá... a-atender a
porta... - sussurrou Hermione, gemendo de leve.
- Claro - disse ele,
encarando-a novamente e afastando-se para abotoar a camisa. Harry começou por
um botão, mas não agüentou mais dois segundos e precipitou-se para ela
novamente, segurando com uma mão um seio dela e massageando-o, arrancando novos
gemidos dela.
- Pare com isso
antes que eu goze aqui mesmo - advertiu-lhe Hermione, forçando uma expressão
irritada em meio aos gemidos roucos. -, tudo bem. Você ganhou, eu
vou atender!
Ela fechou bem as
pernas, tentando esconder o líquido salpicado no tecido e encaminhou-se para a
sala, com Harry em sua escolta, fechando o restante da camisa; pelo vidro
ondulado da porta podia ver uma silhueta difusa e mal-feita de cabelos
extremamente ruivos e seu coração logo explodiu ante a expectativa de ser quem
ela pensava que era...
Girou a maçaneta e
quase caiu para trás quando encontrou aqueles olhos azuis encarando-a
gravemente.
- Hermione - começou
Rony. -, eu fiquei sabendo de uma coisa e... precisamos conversar.
- Acho que não
temos nada para conversar - retorquiu a garota, secamente.
- Acho que temos
sim...
- Não têm não -
Harry metera-se entre eles com selvageria, rosnando com uma voz roufenha que
Hermione desconhecia.
- Harry - murmurou
Rony, alteando a voz. -, desculpe-me, mas o assunto é entre eu e Hermione...
- Assunto meu - começou
ela. -, é assunto do Harry também.
Eles trocaram
olhares com um misto de nervosismo, ansiedade e exasperação em um momento
silencioso e, depois, Rony precipitou-se para dentro da casa, empurrando-os de
leve para o lado e quase jogando-se no sofá, como para assegurar-se que não
seria atirado no gramado por Harry, que ainda respirava pesadamente.
- Bem, então,
receio que terei que falar aqui mesmo - disse ele, inseguro. -, bem, Hermione.
Eu soube que está grávida.
O coração dela
explodiu.
- E soube, também,
que o filho é meu.
Ela não tinha mais
coração...
- Portanto, eu o
quero - finalizou, parecendo constrangido.
- C-como? - gaguejou
Hermione, incrédula.
- Eu quero o meu
filho - repetiu ele. -, quero a guarda dele.
A garota sentiu os
hormônios subindo-lhe a cabeça e adiantou-se para cima dele, sentindo que as mãos
batiam-lhe no rosto raivosamente, embora não conseguisse se controlar; segundos
depois, Harry veio por trás e segurou-a, afastando-a alguns centímetros de
Rony.
- Olha aqui - ela
berrou. -, antes de um simples esperma que você possa ter doado,
ou seja lá como quer chamar, o bebê não
é seu e nem chega perto a ser, está escutando? EU vou criar ele. EU vou cuidar
da educação dele e eu vou protegê-lo de pessoas que não prestam, assim como
você, para ele não acabar como eu estou agora, tendo que aturá-lo e suportá-lo
quando eu queria realmente que estivesse morto e. - Ela desvencilhou-se de Harry
e avançou para ele novamente, apontando o dedo bem próximo do rosto dele,
segurando-se para não voar sobre ele novamente. -, não se atreva a encostar um
dedo sequer no MEU filho.
- Mas eu tenho
direitos! - exclamou Rony, irritadamente. - Tanto quanto você.
- Cale a porra da
boca!
- TENHO MEUS
DIREITOS SOBRE MEU FILHO SIM!
- Seu filho? Seu
filho? Ah, pelo amor de Deus! Não brinca com a minha cara, seu medíocre
nojento - Sua voz era carregada de ódio e ela caminhou pela sala, parando perto
do cômodo e apoiando a cabeça em uma mão enquanto abria uma gaveta procurando
algo com a outra.
- Não adianta o que
fale, Hermione - disse Rony. -, mas eu quero meu filho.
- Pois então eu não
vou falar - completou ela, erguendo um objeto negro. -, vou mostrar!
No segundo seguinte,
um estrondo inundou a sala e uma bala voou a caminho de Rony, atingindo-o no
coração; Hermione empunhava uma armanos dedos trêmulos.
Rony tocou o sangue
salpicando na roupa e então deixou cair no sofá, os olhos vidrados, perdendo
vida. Sua respiração tornou-se cada vez mais pesada e sofrida, até que ele
finalmente parou-a e seu olhar vidrou-se em um só ponto.
Morrera...
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