Capítulo XIV



Capítulo catorze


 


Harry se
sobressaltou na poltrona e ergueu seus olhos verdes do livro em seus dedos,
desviando-os para a cozinha, onde o rosto de Hermione emergiu do vão da porta.
Eles se encararam por diversos segundos e Harry fez menção de levantar-se,
sorrindo para ela com cumplicidade, mas ela simplesmente abanou a cabeça e
precipitou-se para a entrada.


Harry ergueu-se e
então acompanhou-a, dando de cara com kirsten; a moça estava de pé na frente
da porta com um sorriso sem graça para Hermione e então, quando desviou os
olhos e encontrou-o, sorriu e encaminhou-se para ele, envolvendo-o com seus braços.


- Tanto tempo...
tanta saudade - ela murmurou ao seu ouvido e, então, afastando-se, ele pôde
sentir os lábios quentes dela comprimindo-se contra os seus e só aquela sensação
da língua introduzida em sua boca à força; o mais rápido que conseguiu, ele
movimentou os músculos do braço, segurando-a longe de si e jogando-a para o
outro lado, contra o sofá, perscrutando-a enojado.


- O que está
exatamente fazendo aqui? - disse ele, ruidosamente, cuspindo as palavras.


- Vim te ver - disse
ela, calmamente. -, vim ver Peter... eu... senti sua falta...


Seus olhos azuis
agora brilhavam em lágrimas densas que marejavam-nos; seu rosto mantinha dois
hematomas vermelhos em cada maçã, revelando o quão envergonhada ela estava;
mas nem aquilo fez com que Harry sentisse pena. Seus pulsos tremiam levemente,
quase voando sobre ela para envolver seu pescoço com os dedos e sufocá-la...
dor... era o que ele queria que ela sentisse.


- Peter - berrou
ele. -, você não está nem aí para ele... e no mais, ele está no colégio. Não
sei o que está fazendo aqui, Kirsten, por favor, vá embora. Agora.


- Mas - começou a
garota, a voz vacilando. -, por favor... deixe-me... não...


Mas ela foi segurada
no ar e no segundo seguinte, caíra na porta de entrada, as mãos frágeis
tremendo sobre o piso de mármore.


- Saia daqui -
vociferou Harry, irritado. - não sei o que passou pela sua mente que eu
realmente fosse reabrigá-la. Babaca.


E então, fechou a
porta com raiva ao passar, deixando-a ali. O que fizera-a pensar que ele iria
abrigá-la realmente? O que? Adam tivera razão, e, agora, ela perdera-o como
perdera a Harry...


Seus dedos
deslizaram pela porta enquanto as lágrimas rolavam incessantemente por seu
rosto, salpicando para a roupa. Do lado de dentro, pôde ouvir vozes...


"Eu
disse que ela voltaria...
"


"E
eu disse que te amo. Jamais te trocaria por ela, eu TE escolhi...
"

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