Interrogatório Frustrado
Harry estava sentado, olhava para Lúcio Malfoy que parecia meio chapado, ele sabia que a sua expressão era de surpresa e ele não sabia como todos os outros que estavam também naquela sala podiam estar, pelo menos, estar demonstrando estar tão calmos.
- Harry. –disse Dumbledore fazendo todos olharem para o garoto- Gostaria de fazer uma pergunta teste? Uma pergunta simples que não vá fazer diferença.
- Hã... Eu? –disse Harry surpreso. Dumbledore assentiu- Hã... Tudo bem... Senhor Malfoy... Bem... Você tem um filho? Qual o nome dele?
- Sim. –respondeu Lúcio como se fosse um robô- O nome dele é Draco Malfoy.
- Muito bom, Potter, começou bem. –disse Moody parecendo orgulhoso.
Harry gostou de ter escutado aquilo de um auror, mas se esqueceu do elogio logo que Dumbledore sentou, pigarreou e começou o interrogatório:
- Desde quando você é um comensal?
O senhor Malfoy fez um barulho estranho e pareceu tremer um pouco fazendo algumas caretas, como se quisesse resistir à poção, mas finalmente falou:
- Desde que Voldemort me procurou e disse que queria acabar com os Potter. Com o filho deles.
Harry deu um suspiro, estava começando a pensar que poderia se arrepender de estar naquele interrogatório.
- Continue... –disse Lupin.
- Eu me uni a ele porque ele me prometeu mais riqueza e também a morte dos Potter. –disse Lúcio.
Harry não pode deixar de se surpreender.
- E por que a morte dos Potter te interessava tanto? –perguntou Tonks.
Ao mesmo tempo que Harry tinha a curiosidade de saber aquilo tinha uma vontade enorme de tampar os ouvidos e não ouvir mais nada. Mas acabou ouvindo.
- Vingança. –disse Malfoy- Não passava de nada mais do que uma grande rivalidade adolescente.
- E como... –Harry se surpreendeu por ele mesmo estar falando- E como uma rivalidade adolescente poderia chegar a tanto.
Todos olharam para Harry quando ele falou aquilo, até Tonks que estava escrevendo olhou para Harry e deixou a pena cair em cima do pergaminho.
- Quando duas pessoas se conhecem e um clima de rivalidade entre elas é criado desde o inicio isso pode acontecer. –disse Malfoy.
Harry suspirou de novo, estava nervoso demais, e não podia acreditar que estava ouvindo respostas de um comensal da morte sendo dadas para ele. E que essas respostas tinham haver com ele.
- Qual o comensal de maior confiança de Voldemort? –perguntou Dumbledore.
Harry olhou para o pergaminho onde Tonks estava escrevendo, essa parecia ter dificuldade em escrever o nome “Voldemort”.
- Mi Lorde? Confiança? –ele deu uma gargalhada- Não... Ele não tem confiança em ninguém. Quero dizer, tem sim. Tem confiança naquele Basilisco dele... –ele riu com a própria piada.
Harry olhava tudo atentamente, os outros também faziam isso.
- Qual o plano do seu lorde? –perguntou Moody.
- Ele quer... –ele começou a se contorcer. Queria resistir- Ele quer... Ele quer...
Lúcio se contorceu tanto que conseguiu tirar uma das mãos amarradas com corda, com um movimento mais rápido do que os que os aurores ali presentes poderiam ter feito ele colocou a mão dentro da veste e tirou um vidro dali de dentro tirou a rolha que tampava o vidro com a boca e tomou o liquido esverdeado que tinha ali.
- Não, Lúcio... –disse Lupin se sentando depois que o comensal já havia feito tudo aquilo. Seu tom era arrastado e decepcionado.
- Adeus... –disse Malfoy antes de cair com a cabeça para o lado e parecer cessar a respiração.
- Ele se matou. –disse Dumbledore. Provavelmente para Harry.
Harry estava muito mais surpreso agora, se levantou devagar, andou em passos miúdos até o homem que estava sentado, amarrado e morto.
- Ele... Ele se matou... Só para não... Não falar a verdade? –disse Harry para Dumbledore que estava ao seu lado, com a mão em seu ombro.
- Detesto dizer que sim, Harry. –disse Dumbledore.
Harry sentiu então uma outra mão em seu outro ombro. Virou a cabeça para ver quem era viu Moody, este parecia ironicamente feliz.
- Foi uma grande prova para o seu primeiro interrogatório, Potter. –ele deu uma pausa- Mas se você quer realmente ser um auror terá que se acostumar.
Harry deu um suspiro profundo, só mais um entre todos os outros que havia dado naquele interrogatório. Estava assustado.
Quando ele notou que Tonks havia colocado a mão por trás das costas dele e o levava para fora da sala onde o interrogatório havia sido feito.
- Você será um grande auror Harry. –disse Tonks chegando perto dele- Você nem começou a sua carreira e já deu um show fazendo uma pergunta.
- Não entendo porque aquela pergunta que eu fiz mereça tanto elogio. –disse Harry para Tonks.
- Não foi a pergunta em si. –disse Tonks- Foi a coragem em faze-la. Muitos novatos que já são aurores não tem coragem nem mesmo de perguntar no seu décimo interrogatório...
Harry notou que Tonks estava o levando para a enfermaria. Não ligou, afinal era onde ele iria de qualquer maneira.
- Como vocês conseguem agir assim depois de verem um homem se suicidando. –disse Harry parando de repente e se virando para Tonks.
- Porque... Não é a primeira vez que vemos isso... –respondeu Tonks também parando- Você entenderá quando virar um.
Harry não disse mais nada. Somente recomeçou a andar, Tonks ao lado dele.
- Fico imaginando como o Malfoy irá agir ao saber disso. –disse Harry.
- Talvez ele nem se preocupe. –disse Tonks- Ele não deve ter tido uma relação tão profunda com o pai que vá se abalar com isso.
- Como você sabe? –perguntou Harry.
- Eu senti. –disse Tonks.
Harry entendeu. Também sentia que Draco nunca tivera uma relação de pai para filho com o pai, mas para Draco aquela relação deveria ser a normal.
- Harry... Eu estou preocupada... Com você, quero dizer... –dizia Tonks quando eles caminhavam- Eu sei que esse interrogatório foi rápido, mas o que foi dito lá... Creio que o tocou um pouco.
- Sim. Tocou. –disse Harry- Mas fique tranqüila, não seria capaz de deixar Hermione sozinha fazendo algum tipo de loucura.
- Santa Hermione. –disse Tonks com algumas risadas.
Quando então eles perceberam que já estavam na porta da enfermaria, Harry olhou lá dentro, Hermione parecia dormir ainda.
- Tenho que ir e ajudar Dumbledore a tirar o corpo e todo o resto. –disse Tonks- Fique bem.
- Vou ficar. –disse Harry com um sorriso forçado.
Tonks deu um beijo no rosto de Harry e um abraço no garoto, ele entrou na enfermaria, Hermione estava dormindo realmente, somente ele e ela estava lá.
- Puxa, Hermione, como eu amo você. –disse Harry passando a mão suavemente no rosto da garota.
- Fique tranqüilo que ela só não acordou ainda. –disse Madame Pomfrey chegando- Ela ficará bem.
Harry sorriu.
- Então acho que vou deixar ela dormir. –disse Harry. Ele deu um beijo na testa da garota- Ela acorda quando?
- Amanhã de manhã com certeza. –disse Madame Pomfrey- Se você vier no café da manhã eu posso deixar ela acordada.
- Eu virei. –confirmou Harry.
Ele saiu então da enfermaria, foi diretamente para o Salão Comunal da Grifinória. Já era tarde quando ele chegou, mas Rony e Gina ainda estavam acordados, com certeza esperando por ele. Eles perguntavam muitas coisas para ele, mas ele subia as escadas e ia até o dormitório sem responder nada. Estava cansado demais.
Tomou um banho rápido, escovou os dentes colocou uma roupa apropriada para dormir e se deitou. Estava tão cansado que não demorou muito para dormir.
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