Acidente ou puro acaso?
Capitulo 13
Algumas semanas depois do sucedido com Mione, a vida rotineira parecia ter voltado ao normal. Embora todos estivessem atentos ao que pudesse acontecer.
Gina encontrava-se aos fins de semana no quarto de Harry, para não levantar suspeitas dos colegas , quando queriam ficar a sós.
Durante a semana a relação dos dois era comparada á de Nevile e Luna. E ninguém levantava questões de maior acerca do assunto. Já ao sábado e domingo, tudo era diferente. Depois de tomarem o pequeno almoço, eles utilizavam o Manto da invisibilidade, para percorrerem o caminho até aos aposentos de Harry, sem que os restantes alunos e professores se dessem conta.
Porém Gina suspeitava , que Dumbledore estava a par de tudo, pelo modo divertido como os fitava, quando os encontrava juntos no corredor ou no pátio , aparentando uma grande amizade.
Naquela manhã, os planos não correram como era habitual. Já que Parvati, resolvera naquele momento, redimir-se das coisas horríveis que lhe tinha dito e feito. Alegando ciúmes e uma certa carência afectiva, na tentativa de justificar as mentiras , o escárinio viperino e a provocação deliberada, a que tinha submetido Gina e Harry em Paris.
Meio desconfiada , a jovem Weasley acedeu ás súplicas da colega e a absolveu sob forma dela a deixar em paz.
- Está atrasada...- Harry a recebeu com um sorriso compreensivo, algum tempo depois.
- Você sabe porquê...
- Sei...a comunicação mental faz maravilhas. Mas não entregue todos os créditos a Parvati. Há qualquer coisa nela que não me agrada.
- É...eu também sinto isso.- concordou pensativa.-...ultimamente sinto um desconforto carregado , quando estou próxima dela.
- Sim.... Mas agora vamos esquecer isso um pouco!- Harry a fitou com um olhar brilhante, enquanto lhe pegava delicadamente ao colo e a levava para a cama.
Gina olhou-o preocupada.
- Tenho medo Harry..- disse temerosa enquanto sentia o colchão fofo debaixo dela.- estes nossos encontros...tenho receio que alguém descubra.
- Daqui a alguns meses a escola termina. Só temos que continuar a ter cuidado.- Ele falou com ênfase.- E por mais que eu queira , eu não consigo tirar as mãos de cima de você...já basta o suplício da semana de aulas...estar perto sem lhe poder tocar...
- Estivemos alguns anos numa situação muito pior...
- Mas era diferente...eu desconhecia como era viajar pelo seu corpo, sentir seu cheiro, seu toque...- Harry acrescentou enquanto lhe tirava a camisola.
- Que poético!- ela cutucou repetindo o mesmo ritual que dele , despojando-o da camiseta e tocando-lhe o peito tonificado.
- Você me inspira...- ele falou rouco, ao sentir as mãos dela na sua pele , enquanto procurava os lábios dela duma forma intensa e os dois se entregavam de corpo e alma ao amor.
Alguns semanas depois ...
Numa sexta-feira á tarde depois das aulas, Gina seguia por um corredor ao pé da Biblioteca ao encontro de Luna, quando uma gargalhada medonha lhe bombardeou o cérebro, seguida duma frase mais ameaçadora: «A vingança será cruel!!!»
Aterrada , percebeu que os alunos que passavam por ela, se mantinham calmos e seguiam normalmente o mesmo passo e acatavam as conversas dos amigos , sem a menor reacção de medo.
Estremeceu assustada, enquanto vislumbrava a amiga do Corvinal , sentada á sua espera , numa das mesas junto á janela do cómodo reservado á leitura e ao estudo.
Peculiarmente estranha e na maioria das vezes divertida, Gina jamais podia adivinhar que iria encontrar Luna tão perturbada e pálida quanto ela.
Seus olhos salientes estavam mais abertos que o costume e suas mãos tremiam involuntariamente sobre as folhas de pergaminho que minutos atrás enchera de apontamentos.
- Você...você...também ouviu?- Luna perguntou temerosa.
- Sim...- Gina assentiu abalada.-...uma risada e palavras tenebrosas.
- Vamos procurar Harry e Neville?
- Sim...mais ninguém ouviu...e isso não é muito bom. Vamos...- Gina segurou o braço da colega , auxiliando a amiga a se levantar da cadeira.
Ambas caminharam apressadas, até chegar aos limites dos cómodos dos alunos que faziam fronteira com os aposentos dos professores.
Parvati seguia na direcção contrária das duas e as cumprimentou com um sorriso de orelha a orelha. Que no entender de Gina, lhe pareceu demasiado exagerado. Mas o seu estado excessivamente tenso, poderia lhe estar a toldar o julgamento da personalidade da colega.
- Se vão á procura de Nevile e de Harry...eles entraram á pouco na aula de Snape.- iformou efusiva.
- Obrigado.- Luna agradeceu com ar apatetado.
- De nada.- Parvati sorriu novamente, e com uma pose celestial, entrou no banheiro ali perto.
Luna e Gina apressaram novamente o andamento e entraram de rompante na sala de poções, com uma ansiedade desmedida. E se depararam estáticas com a penumbra do cómodo vazio, ao mesmo tempo que a porta se fechava violentamente atrás delas.
- LUNA!
- GINA!
As duas garotas gritaram na escuridão, ao mesmo tempo que uma explosão as sacudia de forma irascível e tudo caia sobre as suas cabeças.
Gina sentiu uma dor aguda e depois desfalecer e mergulhar numa sonolência colossal até cair num vazio infinito.
Quando voltou a dar conta de si, seu corpo doía de forma intensa e a sua cabeça latejava.
A voz suave e carinhosa de Harry sussurrava em seu ouvido.
- Gina...- ele ameigou-lhe uma face com ternura-...você me está ouvindo?
A jovem abriu os olhos lentamente, não conseguindo vislumbrar o rosto de Harry. Tudo estava negro, sem luz, cor e forma.
Um pânico interior tomou conta dela, enquanto Gina tentava articular um gemido alarmante e aflito e seus braços se debatiam para se levantar.
- Eu...eu...não consigo ver nada!
- Calma meu amor!- Harry a agarrou destroçado e a acomodou nos seus braços.
- Eu estou cega!!! A explosão...Luna...o que aconteceu?- Gina gritava desesperada.
- Luna está bem, até já voltou para os aposentos da sua Casa...e você também vai ficar óptima se fizer o que eu digo!- a voz da enfermeira se aproximando da cama na Ala hospitalar se fez ouvir.
- Mas meus olhos...porque não consigo ver?
- Os destroços a atingiram na cabeça...a pancada que levou foi muito forte, provocando-lhe uma contusão interna....- a enfermeira explicou.-...portanto inchou por dentro, sem outros agravantes maiores. Mas você não vai ficar assim para sempre...Pois quando o inchaço começar a reduzir, a sua visão voltará de forma perfeita.
- Está vendo querida? não precisa se preocupar.
- Mas a minha cabeça continua a doer muito...- ela falou agoniada.
- É natural!- a enfermeira concordou.- vou buscar um remédio mágico para aliviar sua dor.- acrescentou enquanto se afastava para preparar o bálsamo curativo.
Harry apertou as mãos de Gina entre as suas.
- Como você explica aquela gargalhada na minha cabeça e na de Luna? Me diga Harry?- perguntou tensa.
- Bellatrix...ela está utilizando os mesmos métodos intimidantes de Voldemort....- Harry explicou.-...Eu e Nevile também ouvimos.
- Você acha que ela está aqui?- perguntou sobressaltada se agarrando com força em Harry.
- Não! Dumbledore mandou fazer uma busca completa em todos os recantos da escola e não encontraram vestígio nenhum, nem estranhos ou quaisquer visitantes...além disso seu irmão e Mione também ouviram. E eles estão bem longe daqui.
- Eles também?
- Sim...
- E a explosão na sala de poções? Como justifica isso?
- Snape tinha estado a preparar umas poções com alunos do primeiro ano. Algum deles deve ter cometido algum erro que escapou a Snape. Uma vez que o professor foi chamado de urgência ao Ministério durante a aula. E não deu tempo de conferir. Depois a poção deve ter fermentado e explodiu por coincidência quando vocês entraram.
- Nós íamos á sua procura e de Nevile quando encontrámos Parvati. Ela nos disse que vos viu entrar na sala de Snape.
- É verdade...- ele concordou.-... isso foi uma hora antes da última aula. Snape queria nos pedir se o ensinávamos a fazer a Poção Rara com a qual salvamos Mione. Ele achou que seria interessante ensinar isso aos alunos do 7º ano, como medida preventiva.
- Entendo...
- Agora precisa descansar...a enfermeira vem já aí com a solução para a sua dor na cabeça...
- Por quanto tempo vou ter que ficar aqui?- perguntou agitada.
- Se descansar direito esta noite ...- a enfermeira se aproximou novamente com um copo com um liquido arroxeado.-...Harry poderá vir buscar você amanhã e tomar conta de você nos próximos dois dias já que é fim de semana.
Gina deu um sorriso.
- Que bom!
- Agora beba tudo e procure dormir...
A jovem seguiu as instruções. Harry ajudou-a a deitar-se e a beijou suavemente nos lábios quando a enfermeira voltou costas.
- Até amanhã meu amor!
- Até amanhã Harry!
(continua...)
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