Um futuro
- Thiago, troca as fraldas do Harry pra mim, por favor. Obrigada. – disse Lílian, no meio da madrugada, ao ouvir o choro do mais novo membro da família Potter: seu filho Harry.
- Tá bem... – disse Thiago, sonolento caindo da cama.
Acendeu o abajur perto do berço do filho, e o pegou nos braços. Ele podia notar um pequeno volume extra na parte traseira. Não precisou pensar duas vezes, pois o cheiro estava começando a se tornar insuportável. Trocou suas fraldas, alimentou-o, fez ele arrota e o colocou para dormir.
Quando foi ver a hora, faltava quinze minutos para as seis, então decidiu ficar acordado e fazer o café. Foi para a cozinha e começou a preparar a garrafa e o pó de café, quando ouviu uma coruja branca bicar o vidro da janela, com o Profeta Diário amarrado às pernas.
- Bom dia Edwiges! Quer uma “bisnaga”? – disse Thiago pegando o Profeta e oferecendo à coruja pequeninos pedaços de pão. – Sabe Edwiges, eu tenho planos pra você. Sabe, quando o Harry for para Hogwarts, você poderia...
- Bom dia querido. – disse Lílian abraçando o marido por trás. – Obrigada por fazer o café e me ajudar com o Harry.
- Pois é, ainda não me acostumei com essa idéia de pai. – sorriu Thiago.
Edwiges comeu rapidamente e alçou vôo. Thiago estava passando o café e Lílian folheava o Profeta Diário. A maioria das notícias era ruim, pois Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado arrumava mais seguidores com o passar do tempo.
- Então, o que faremos hoje? Vamos aproveitar que é domingo! – disse Thiago colocando duas xícaras de café na mesa junto com uma cestinha de pães e a manteiga.
- Não sei. O que tem em mente? – perguntou Lílian passando a manteiga no pão.
- Ah, sei lá. Passear por aí ou até mesmo ficar em casa sem fazer nada. – disse ele pegando uma parte qualquer do Profeta.
- Correção: cuidando do Harry. – disse ela de boca cheia.
- Lili, pega leve! – disse Thiago, fazendo a esposa rir, quase engasgando-se.
Depois de terem tomado café da manhã, cuidado do Harry foram dar uma volta no parquinho que ficava ali perto. Era época de outono, as folhas amareladas cobriam o chão, o céu estava “querendo nublar” e o vento era levemente frio. O dia perfeito para ficar em casa, mas não para este casal.
- Nossa, Harry está tão risonho hoje! – disse Thiago.
- Deve ser porque estamos passeando. Não é, “bebezudo”? – disse Lílian pegando nas bochechas do filho, que não parava quieto no carrinho.
Passado um tempo, sentaram-se num banco e ficaram ali “olhando” o tempo passar até que deu 11:30 e então foram para casa, mas antes passaram em um restaurante para comprar o almoço (“Domingo não é dia de cozinhar!” – dizia Lílian).
- Harry, fique quieto! – disse Lílian tentando dar comida na boca para Harry, mas este não fazia nada além de sorrir e brincar o tempo todo.
Thiago ficava comendo e rindo, fazendo o filho rir ainda mais e deixando Lílian mais desconfortável, o que fazia Harry e Thiago rirem mais ainda!
- Imagino quando esse daqui tiver uma namorada! Deus abençoe a menina. – disse Lílian.
- É isso! Querida, tive uma idéia! Nossa, eu sou demais. – disse ele para si mesmo.
- Ah, claro! Já deu uma olhada na sua “cópia-júnior”? Enfim, qual é a idéia? – perguntou ela lavando a louça.
- Vamos dar ao Harry uma paixão!
- O quê!? Você quer interferir no futuro do seu próprio filho! Thiago, eu sei que você não regula bem, mas isso já é demais! Isso pode ser até proibido no nosso mundo! – disse Lílian exaltada.
- Por que não tentamos? Melhor do que ele arranjar uma, desculpe a palavra, vagabunda qualquer que não nos deixe em paz! Não concorda?
- Thiago! – disse Lílian. – Bem, isso é verdade, mas...
- Seguinte, a gente anota o que queremos e então fazemos tudo!
- Está bem, mas se um dia o Harry se der mal por nossa culpa...
- Aí fazemos outro feitiço! – disse Thiago sem notar que Lílian ficou mais nervosa ainda.
À noite, os três foram à estufa que tinham no quintal e começaram a “preparar” o futuro de Harry.
- Tem que ser uma mulher inteligente. – disse Lílian arrancando uma pétala de rosa branca.
- Precisa ser bonita! – disse Thiago arrancando uma pétala de rosa vermelha e arrancando um olhar de Lílian. – O que foi?
- Tem que ser simpática e educada. – disse Lílian arrancando uma folha de hortelã.
- Com olhos cor de mel. – disse Thiago com uma pétala de orquídea. – O que mais você irá colocar?
- Hm, não sei. Ah, ela tem que fazer o Harry feliz e apóia-lo em todos os momentos! – disse ela com uma pétala de bouganville roxa.
- OK, agora vamos misturar tudo. – disse Thiago depositando sua parte numa pequena cesta.
Lílian fez o mesmo, então saíram dali junto com Harry e sentaram na grama com a cestinha no centro.
- Harry, querido, aqui! Isso. - Lílian pegou nas mãozinhas do filho e começou a mexer na mistura, mas sem ela tocar apenas Harry tocando.
No instante seguinte, a cada vez que Harry ia mexendo na mistura, as folhas e pétalas iam subindo lentamente pelo céu até desaparecerem. Harry não sabia do que se tratava, obviamente, mas mesmo assim ria alegremente.
- Muito bom! Agora é só esperar ele alcançar uma idade onde ele...
CLECK!
- Querido o que foi isso?? – perguntou Lílian, pegando Harry na mesma hora.
- Não sei, vou ver o que é. Deve ter sido o vento, mas fique atrás de mim. – disse Thiago seguindo para dentro de casa.
- O que está fazendo aqui?! – Lílian ouviu a voz do marido perguntando.
- Thiago? – disse ela indo para dentro.
- Lílian...
- THIAGO!! HARRY, NÃO!
Momentos depois, um gigante numa moto voadora veio buscar Harry no que restou da mansão Potter.
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