Susto
Harry ainda estava rindo de Tiago quando eles ouviram um grito.
- Lily! - disseram os dois e saíram correndo da sala.
Quando chegaram perto das escadas, de onde veio o grito, Tiago deu um gemido alto e correu para o corpo de Lily, estendido no chão.
- Lily, Lily! Fala comigo, por favor... - falou Tiago, num fio de voz.
Harry estava completamente atordoado. Era culpa dele que Lily tinha sido atacada. Mas pôde sentir algo atrás dele se mexendo. Não hesitou e virou-se, mandando um Estupora na direção do som.
Apenas o baque surdo do corpo caindo no chão foi resposta. Harry aproximou-se e viu Malfoy, o rosto desfigurado de ódio, mas totalmente inerte.
Tiago pôs Lily no colo e a levou para a ala hospitalar, dizendo-lhe que tudo ia ficar bem, independente de que ela estivesse inconsciente.
"Esse comportamento do Malfoy é muito estranho... Por mais que ele seja um preconceituoso idiota, ele não seria louco o suficiente para deixar a máscara cair na frente da escola toda. Não duvido que ele pudesse querer matar Lily, mas sei que pra ele, nome é tudo... E ele não mancharia o seu assim." - Harry andava por perto do corpo dele, esperando alguma reação.
Então Harry finalmente entendeu: Malfoy só podia estar sob a maldição Imperius. E isso significava que os "queridos" Malfoy e Bellatrix haviam chegado.
- Ah, mas você me paga, Malfoy! Quer brincar? Eu sei brincar também... Obliviate! - gritou Harry. Sabia que o feitiço era forte, e que Malfoy ia ficar inutilizado por um bom tempo.
Harry levou Malfoy para um corredor pouco usado e o deixou lá, torcendo para que ele se perdesse para sempre no castelo.
* * * * * * * * *
- Tem alguma Gina nesse quarto? - perguntou uma garota, abrindo a porta do quarto onde ela e Alice dormiam.
- Sou eu. O que houve? - Perguntou, sonolenta. Então notou a cama de Lily vazia.
- O seu amigo irritadinho está gritando por você lá embaixo. Por favor, desça. Todas queremos dormir... - e fechou a porta.
"Deve ser mais uma briga de casal..." - foi o último pensamento de Alice antes de cair no sono.
Gina pôs um robe por cima da camisola, calçou-se e desceu, apreensiva. Quando chegou ao salão comunal, viu Harry sentado desolado numa poltrona em frente à lareira, quase chorando.
- O que houve, Harry? - ela disse, de mansinho.
- Gina... foi tudo culpa minha... eu - e não conseguiu continuar. baixou a cabeça e começou a chorar.
- Calma, vai dar tudo certo. - ela tentou reconfortá-lo. Nunca o tinha visto nesse estado. Nem quando Sirius morrera. "Ai, que estranho pensar na morte de Sirius com ele por aqui..."
Ela se sentou no braço da poltrona e o puxou, abraçando-o. Harry agarrou-se a ela como se nunca mais fossem se ver, e a puxou para o seu colo. Ela ficou vermelha, mas ele não notou, só chorava.
Ficaram um bom tempo assim; ela no colo dele, passando as mãos carinhosamente por seus cabelos e costas, acalmando-o, até ele parar de chorar.
- Harry, o que aconteceu? - perguntou quando achou que ele já podia falar.
- Foi minha culpa. - disse, sem emoção na voz, os olhos perdidos, olhando para a lareira.
- O que houve com Lily? - ela insistiu.
- Ela foi atacada. Eu devia estar cuidando dela, mas falhei...
- Como assim, atacada? Aqui em Hogwarts?
E Harry contou-lhe tudo. Gina apenas o olhava, condescendentemente, até ele terminar.
- Harry, - disse, quando ele terminou. - não foi culpa sua. Você não tinha como estar com ela 24 horas por dia.
- Mas eu devia, Gina. Estamos aqui para isso.
- Não quero discutir isso, Harry. Não adianta nos culparmos. Devemos agora canalizar forças. Os comensais chegaram, e eles não vão poupar esforços para matarem seus pais. Já vimos que eles não pretendem pôr as mãos na massa, ao menos por enquanto.
- Você está certa. - concordou, relutantemente.
- Claro que eu estou certa. Eu estou sempre certa! - ela deu uma risadinha. Ele deu um meio sorriso em resposta. - Harry, vamos à ala hospitalar, ver como ela está?
- Tiago e Dumbledore estão lá. Me mandaram voltar pra cá, quando me viram tão agitado.
- Mas eles não precisam nos ver, Harry. - ela completou. - Vá buscar aquela sua Capa logo!
- Você é perfeita, sabia? - sussurrou pra ela. De repente ele percebeu que ela estava sentada no seu colo, com as mãos enlaçadas ao pescoço dele, de camisola, sorrindo e linda.
Gina também teve uma súbita consciência de onde estava, e como estava. E estavam próximos demais.
- Harry, vamos logo. - ela falou, cortando a aproximação dele.
- Vamos, Foguinho.
* * * * * * * * *
Quando chegaram à ala hospitalar, Tiago estava prostrado ao lado da cama de Lily. Dumbledore estava conversando num canto com Madame Pomfrey e o professor Slughorn, visivelmente arrancado da cama há pouco.
Lily continuava inconsciente, mas parecia um pouco melhor. Harry e Gina foram, aos poucos, se aproximando da conversa dos três.
- Isso é um absurdo, Alvo! Um aluno não pode ter atacado a Srta. Evans. - indignou-se Slughorn.
- Quisera eu que isso não houvesse ocorrido, mas é verdade.
- Quem é o aluno em questão? - continuou Slughorn.
- Eu prefiro manter isso em sigilo, por enquanto. Preciso confirmar algumas informações, Horace.
- Mas Alvo -
- Suponho que a Srta. Evans precise de descanso. Acredito que já abusamos do seu repouso, só em estarmos aqui. - cortou Dumbledore.
Madame Pomfrey afastou-se deles e foi dar mais uma dose da poção que Slughorn acabara de trazer para Lily.
- Meu jovem, eu já lhe disse que ela vai ficar bem. Por que você não volta para o seu dormitório? - perguntou a Tiago.
- Se a senhora não se incomodar, eu prefiro ficar aqui. Não vou conseguir dormir enquanto não ouvi-la brigando comigo de novo.
Madame Pomfrey escondeu o sorriso. Era uma romântica incurável. Olhou para o diretor, e ele assentiu, permitindo que Tiago ficasse na ala hospitalar.
- Agora vamos, meu caro. Já é tarde e amanhã tem aula. - disse Dumbledore, guiando Slughorn para a porta da ala hospitalar. - E é bom vocês irem também. - ele disse baixinho, para que só Harry e Gina ouvissem, quando passaram ao seu lado.
* * * * * * * * *
Putz, sei que estes dois últimos foram curtinhos, mas se eu tivesse juntado teria ficado enooorme.
Obrigada pelos comentários!!
Bjos. =D
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