COMO CONHECI ADAM KINNER



PRIMEIRO CAPÍTULO
COMO CONHECI ADAM KINNER
"De vez em quando passava o dedo no meu rosto,
tenho certeza de que não era necessário.
Mas eu estremecia ao toque dele"


Embora a escola seja muito grande famializei-me com todos os rostos de todas as casas. Não conheço todos, claro. Mas sem dúvidas o rosto de cada um chega a ser ser familiar para mim. Ele porém, eu nunca havia visto.

Por acaso, enquanto estava sozinho com meus pensamentos por detrás de Hogwarts, não muito longe das estufas, encontrei ele sentado, desenhando uma árvore muito verde que se via ao longe.

Olhei para ele, ele não me percebeu. Embora fosse alto, por muito pouco não chegava a ser mais alto do que eu. Tinha um belíssimo cabelo loiro e olhos muitíssimo azul. Era tão branco que me assustava. Sem dúvidas era bonito e seu rosto era sem dúvidas marcante. Como eu não o conhecia?

Percebi que ele era da Grifinória. Ao contrário do que muitos pensam, embora seja um sonserino, não desprezo a Grifinória. Claro, que a Sonserina é minha casa e por ela eu lutaria, mas nunca cheguei a ter todo esse nojo que os sonserinos normalmente tem pelas outras casas. O máximo que tenho é pena... Pena de serem inferiores.

Mas com ele, quem quer que fosse, não me sentia superior. Sentia-me atraído...

Ele finalmente pareceu ver-me. Olhou para os meus profundos olhos negros e seu rosto meigo e angelical contraíu-se num sorriso.

- Oi? - ele me comprimentou.

Eu recuei, não soube o que dizer. Não fui educado.

- O que faz aqui?, disse grosseiramente.

- Desenhando... Não nos conhecemos não é?

Simpatia, paciência e esperteza eram as minhas armas favoritas para persuadir as pessoas, com ele eu havia esquecido de ser simpático e seus lindos olhos distraia minha esperteza.

- Não... Chamo-me Tom, Tom Riddle.

- Prazer Tom Riddle. Sou Adam Kinner.

Silêncio.

- Você desenha muito bem.

- Obrigado...

Não soube mais o que dizer. Simplesmente sentei ao seu lado, mesmo sem ser convidado. Mas ele não se importou.

- Se importa que eu sente aqui?

- Não, não. Claro que não.

- Posso ver seus desenhos?

- Claro.

Ele me mostrou todo seu portifólio. Cerca de 20 ou 30 desenhos em uma pasta muitíssimo organizada. Lindas gravuras. O que mais me chamou atenção foi o último desenho.

- Sou eu?

- Sim, é você!

Adam havia me desenhado certa vez, aquele era, sem dúvidas, eu. Sentado na grama perto do campo de quadribrol. Sozinho, como sempre.

- Você gostou? - ele perguntou.

- Sim...

A frieza dos meus olhos se aqueceram quando vi aquele desenho. Quem quer que ele fosse, sem dúvidas devia ser uma pessoa muito boa e talvez muita ingênua para dizer o que em breve diria:

- Te desenhei por que achei sua tristeza bonita. Você tem uma certa... inocência.

Sem dúvidas eu não pensaria assim. Sem dúvidas eu duvidava da minha "inocência", mas deixei ele pensar assim, pois era ele, não eu, que estava sendo inocente dizendo aquilo. Mal sabia ele que por minha culpa a Câmera Secreta havia sido aberta a tempos atrás e um inocente fora expulso e uma estudante morta.

Ele continuou desenhando a árvore. Eu fingia olhar para o desenho mas me descontrolava e não parava de olhar para ele. Ele era hipnozante. Tom Marvolo Riddle, estaria apaixonado?

- Posso te desenhar?

Por alguma razão, apenas sorri e cedi.

- E a árvore?

- Ela não vai sair daí. Amanhã eu termino ela. Hoje quero te desenhar. Nunca desenhei alguém tão... de perto.

Olhando bem para mim, profissionalmente, ele desenhou meu rosto. De vez em quando passava o dedo no meu rosto, tenho certeza de que não era necessário. Mas eu estremecia ao toque dele.

- Você é muito bonito.

Eu arregalei os olhos. Recuei um pouco.

- O que você disse?

- Nada, só fiz um elogio. - ele pareceu ter se arrependido.

Eu voltei á pose e fingi que nada aconteceu. Senti falta dos dedos dele analizando minha textura. Infelizmente, ele terminou o desenho.

- Toma! - ele disse.

- Não... Fica com ele. Para lembrar de mim.

Ele sorriu. E eu também.

- Agente vai se ver de novo? - ele disse.

- Você já tem que ir?

- Tenho Aritmancia.

- Ah... - fiquei decepcionado com a notícia. - Você está em que ano?

- Sexto.

- Estou no sétimo.

- Legal. - ele sorriu de novo. - E aí, vamos nos ver de novo?

- Se você quiser...

- Tá certo - ele se levantou e juntou suas coisas já saindo. - Então.. Amanhã vou está aqui depois do almoço, para terminar a árvore.

Ele saiu e deixou-me sozinho. Eu também tinha aula, mas não me apressei. Fui devagar pensando nele. Adam...

Faltava apenas alguns meses para acabar Hogwarts e nada nunca havia me feito pensar em outra coisa além de abandonar o meu nome trouxa e me dedicar ás Artes das Trevas. Será que ele aceitaria me ajudar? Poderíamos ser uma dupla. Um casal! Fui distraído para minha aula de Transfiguração.

O Professor Dumbledore, professor de Transfiguração, descontou dois pontos pelo meu atraso. Eu não me importei. Eu era monitor-chefe e conseguiria facilmente descontar pontos dos alunos de outras salas.



Pela noite eu me dediquei á ler um dos meus livros secretos "ILLUMINATI", eram livros antigo s que contava a história de um grupo secreto de trouxas que conseguiram tornar-se magos das trevas poderosos devido á anos de estudos de livros bruxos antigos. Eles ensinavam magias que foram proibidas no mundo todo e todos os livros queimados. Por isso foram esquecidas. Mas como o futuro Lord das trevas, eu tinha que aprendê-las.

Li até meia-noite, quando preparei-me para dormir e deparei-me pensando em Adam, naquele momento culpei-me por te sido tão grosseiro com ele. Dormi pensando nisso e sonhando em dias de glórias em que eu me tornaria o maior bruxo de todos os tempos, e ele estaria do meu lado. Claro que ele estaria. E eu ensinaria todos os meus truques á ele. E ele poderia ser meu mais fiel companheiro. Para sempre. E sempre...

Fora um sonho tão desesperado que acordei pela madrugada sufocado pelo sonho. Foi então que senti um súbita vontade de voltar ao local onde estávamos pela manhã. Era tarde, mas e daí? Eu poderia dizer que ouvi vozes nos corredores, e como monitor-chefe fui verificar. Eu tinha uma desculpa infalível.

Não tive problemas em sair do castelo. Depois que Hagrid fora capturado anos anteriores, a vigilância das entradas e saídas do castelo havia voltada a sua tradicional maneira despreocupada. Ninguém sairia das propriedades da escola e se arriscaria na Floresta Probida, claro que não. E foi então que eu cheguei ao mesmo lugar onde encontrei Adam na manhã anterior. Por detrás de Hogwarts, perto das estufas. Um local onde nunca havia ningém e por acaso eu havia encontrada alguém lá, um alguém muito especial, naquela manhã.

Sentei no mesmo local onde estavamos sentados. A noite trazia um frio aconchegante. Quase pensei seriamente em dormir alí, esperando o dia que em breve viria. Seria muita tolice minha. A árvore na colina mal dava para ser vista devido á escuridão, mas a lua brilhante dizia sua perfeita localização.

Olhei para o céu e vi um lindo pássaro dourado voando, parecia uma fênix, mas não era. Era algum pássaro dourado que soltava um grito arrepiante, um tanto triste. Mas, sem dúvidas, era um pássaro raro de espantosa beleza. Cheguei a pensar que Adam ficaria muito feliz em desenhá-lo, foi então que percebi o quanto estava apaixonado. O quanto ele havia penetrado na minha cabeça. O pássaro voou em direção á direção da árvore e desapareceu de vista.

Eu, fiquei sentado apenas. Implorando para que Adam estivesse sentindo o mesmo. Apainhei minha varinha e escrevi no castelo "T & A". As letras estavam tão discretas no rodapé que sem dúvidas ninguém jamais veria. Nem ele, infelizmente. Nosso... Quão bobo estava sendo!

Voltei ao castelo ainda na esperança de topar com ele no caminho, um das coisas mais tolas que pensei na minha vida. As chances de isso acontecer eram tão mínimas que me senti muito idiota por ter pensando isso. E claro, não topei com ele no caminho.

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