o espelho




- Ginny!! Onde é que tens andado?? Temos que comprar as coisas para Hogwarts!

- Fui dar um passeio, para além de que não é assim tão tarde e isso é rápido!

- Ok… viste o Harry, ele também foi dar uma volta, disse que tinha de espairecer as ideias e ainda não voltou!

Ginny, não respondeu de imediato, esperou até Harry aparecer.

- Yap, ‘tá mesmo aí!

- Oi, desculpem a demora, as ideias eram muitas…

- Pois, mas agora é para despachar!

Assim eles compraram tudo o que tinham a comprar, e como Ginny observou, foi tão rápido que tiveram tempo de ir comer um gelado antes de se encontrarem em frente de Gringotts com o Sr. Weasley.

Chegaram à “Toca” quando passava meia hora das sete, e então só tiveram tempo de tomar um banho e deixar as coisas no quarto antes de jantar.

O jantar foi animadíssimo, Bill também apareceu, e trouxe a namorada… que era nada mais nada menos que Fleur Delacour.

Ginny, espantou-se ao ver que só sobre Harry é que ela não tinha efeito nenhum (ou quase quase, quase nenhum), de resto ‘tavam todos enfeitiçados pela beleza dela, em quem nutria menos efeito era o Sr. Weasley, depois vinha Ron, e depois os Gémeos, que estavam completamente apanhados (claro que Bill era um caso à parte).

Ela então entendeu: o pai já estava casado, já tava, então, apaixonado, o Ron, claro já estava apanhado pela Hermione… e os gémeos, esses, não tinham ninguém. Mas e então Harry? Ele não estava apaixonado! Se calhar estava… mas então tinha que estar fortemente apaixonado, pois Fleur não tinha nenhum efeito nele! O coração caiu-lhe aos pés, ela já não tinha hipóteses nenhumas com ele! Ele já tinha dona… nem lhe cruzou a mente a hipótese de ser ela a eleita…

O resto do jantar foi um horror, para ela! Nunca sorriu a partir daí. Harry notou essa mudança de humor e como eles estavam apenas separados por George (Harry estava também ao lado de Fleur) Ginny ouviu o amigo sussurrar:

- Não te queres sentar ao lado da Fleur, tens uma melhor perspectiva do perfil dela…, vale a pena!

- Brigado!!

Trocaram de lugares e mal Harry se sentou ao lado dela mudou a cara de sorridente para preocupado.

- Hei! O que é que se passa? Tás triste? Dói-te alguma coisa?

- Não, não… tou bem… mas estou cansada…

- É admissível que não me queiras contar, mas não me mintas! A sério. Tás bem?

- Tou, dentro dos possíveis.

- Ok, como não me queres contar eu não te incomodo mais, mas diverte-te, anima-te!

- Obrigado pelo apoio, Harry, mas acho que vou subir na mesma.

- Faz como quiseres, ‘té amanhã

-‘té amanhã…

Ginny saiu da mesa despediu-se de todos e rumou ao quarto. Abriu a porta e fechou-a muito suavemente. Encostou-se à porta respirou fundo e pensou «não vou chorar, já não tenho idade para chorar por rapazes», mas foi mais forte que ela. Atirou-se para a cama e rompeu em lágrimas! Esteve assim durante muito tempo, até que ouviu passos. Tentou aguentar-se mas ainda chorou mais. Fazendo com que o dono dos passos a ouvisse. Assim, Harry irrompeu no quarto e correu para abraçar Ginny. Ginny queria recusar o abraço, mas o coração falou mais alto. Harry abraçou-a fortemente, tentando acalmá-la, sem grande êxito.

- Calma! O que foi Ginny? Tu sabes que me podes contar tudo, não sabes? Eu juro que se pedires eu não conto a ninguém!

- Não… que… quero… ro… contar..ar…. – respondeu entre soluços.

-ok… não és obrigada a nada - ele murmurou, encaixando a cabeça por cima da dela, ficando assim por pelo menos 5 minutos. Começaram a ouvir o som das pessoas a levantarem-se da cadeira separaram-se e Harry disse:

- Acho melhor ires lavar a cara… Não queremos que alguém saiba que tivemos aqui. Tens a certeza que não me queres contar o que é?

- Tenho… volta e meia dá-me vontade de chorar…

- Mas desta vez tens motivo, eu sei! Mas se não queres não contes… só que devias ficar a saber que sabe bem abrir-se com outras pessoas! Talvez a Hermione, conta-lhe!

- Logo vejo se lhe conto. – a voz saiu-lhe fria

- Como queiras, agora tenho de ir para o quarto. Até amanhã. – ele despediu-se docemente e deu-lhe um beijo na testa, virou-se e dirigiu-se à porta.

- Harry!

- Sim?

- Desculpa, deves ‘tar a pensar que eu sou uma mariquinhas qualquer… - falou muito baixo, mas deu para ele perceber.

- Claro que não! Afinal toda a gente chora, um dia ou outro, toda a gente chora. – ele voltou ao pé da garota e beijou-lhe bochecha e com o polegar limpou-lhe as lágrimas que ainda saiam dos olhos dela – é bom chorar, um dia destes quando fores chorar, chama-me que eu ando a precisar de soltar umas lágrimas! – disse ele a brincar Ginny riu pela primeira vez desde que soube que ele ‘tava apaixonado.

- Claro!

- Agora vem aí alguém, eu tenho mesmo de sair, até amanhã, Boa Noite!, dorme com os anjos, sonhos cor-de-rosa, vai para o país dos sonhos, bons sonhos, e qualquer outra expressão que signifique uma boa noite de sono.

- Obrigada e igualmente! – ela respondeu, a rir.

Ele saiu do quarto e não muito depois Hermione entrou.

- Porque saís-te do jantar tão cedo? Ainda tivemos a sobremesa!

- Apeteceu-me, agora vou-me lavar, tou cansada e quero deitar-me.

- Tives-te a chorar? Tas com os olhos todos vermelhos!

- Sim, tive e depois?

- Vais-me contar porquê!

- Não.

- Vais, vais.

- Não

- Um dia vais contar-me…

«Dia de São Nunca à tarde» pensou Ginny enquanto saia do quarto para a casa de banho.

Porquê? Porquê ela? Porque é que ela tinha que se apaixonar logo pelo rapaz mais famoso do mundo bruxo, pelo melhor amigo do irmão mais velho! As hipóteses de ele estar apaixonado por ela eram nulas! Ela só queria morrer! Chorou outra vez, mas desta vez quase silenciosamente… Ia morrer, a vida dela já não tinha sentido! Amar Harry magoava demasiado… estava decidido, ia morrer ali, naquela noite, naquela hora…

Abriu a janela, era demasiado baixa, só iria partir alguma coisa… olhou à volta, o espelho! Partiu o espelho com um grande estardalhaço. Pegou no caco maior e mais afiado.

Encostou-o ao pescoço, suloçou uma e outra vez, precionou-o mais fazendo um corte.

Este corte não a matou, então ela ia fazer ainda mais força quando, num grande estardalhaço, o trio “maravilha” entrou de rompante.

Reacções? Hermione, deu um gritinho e ficou apavorada a olhar para a amiga.

Ron, petrificou. Só não se teve a certeza que ele tinha sido atacado com a ligadura total de corpo porque não caiu ao chão.

Harry, esse foi o único que, mesmo em estado de choque, teve consciência e correu para Ginny agarrando-a mesmo a tempo, pois ela tinha perdido os sentidos, Tinha o pescoço a sangrar e pelos vistos, apesar de não a matar, o corte foi suficiente para a pôr inconsciente.

Ginny ouviu ao longe a voz de Harry:

- Poção! Hermione! A poção para sarar feridas!! Por favor, Hermione, CORRE, PÁRA DE SER HISTÉRICA E CORRE, É A VIDA DELA QUE ESTÁ EM JOGO!

Sentiu-se ser poisada no chão e a ferida a ser-lhe limpa com a água quente.

- Está aqui a poção! – era a Hermione

- Ok… Ginny aguenta aí! - a voz de Harry foi a última coisa que ouviu antes de entrar em pleno desmaio.
***** três dias depois *****

- MRS. WEASLEY, MR. WEASLEY, RON, HERMIONE, PESSOAL! ELA ACORDOU!

Ainda não via na perfeição, mas conseguiu perceber um borrão preto e cor-de-pele. Puxou pela cabeça e percebeu que era Harry. Harry… aquele por quem ela se ia suicidar. Suicidar? Ela, supostamente, devia estar morta! Mas não estava… o que tinha corrido mal? Ou se calhar bem… agora é que ela se apercebeu da barbaridade que ia fazer “Ai, que estúpida! Tenho mesmo que começar a ouvir o que a mãe diz e não agir de cabeça quente”… Fez uma nota mental para agradecer à pessoa que impedira isso de acontecer.

- Ginny, ‘tás a ouvir? – perguntou Harry, mas agora já rodeado de outros borrões que supôs serem a sua família.

- Ah, hum… aham!

- Ginny! Querida estás bem???? Oh, meu amor, que medo! Cheguei a pensar o pior!! – Era a voz da sua mãe

- Credo, que exagero! – Ela sorriu, apesar da dor ainda era capaz de o fazer – Eu estou bem, graças a alguém que nem sequer sei o nome! - a visão começou a focar e em 5 segundos já via com claridade tudo e todos – Quem foi? Quem me impediu de fazer aquilo?

- Hum… Foi o Harry. Se não fosse ele tu provavelmente tinhas ficado inconsciente no chão até que eu e o teu irmão recuperássemos do choque!

Conversaram durante mais um bocado e depois foram todos à sua vida, e Hermione ficou por lá com ela, afinal dormia lá.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.