Um Verão diferente



Um jovem de aproximadamente 16 anos encontrava-se deitado ne costas na sua cama a estudar Poções, pois essa era a sua pior disciplina. Aquele rapaz, de cabelos negros desalinhados, e olhos verdes mostrava-se, pela primeira vez, contente durante as férias do Verão. Essa alegria devia-se ao facto de, após uma semana de estarem casa, ter recebido uma carta do director de Hogwarts, Albus Dumbledore, a avisá-lo que, no espaço de uma semana, alguns membros da Ordem o iriam buscar.
No entanto, aquele sentimento de alegria era batido por outro sentimento: tristeza, pois era óbvio que seria levado para o quartel-general da Ordem, local que lhe lembraria o seu falecido padrinho, Sirius Black. Já se passara algumas semanas desde esse acontecimento, e Harry revia mentalmente tudo como se tivesse sido no dia anterior. Mas não era só a morte de Sirius que entristecia Harry; o facto de quase ter perdido os seus amigos, principalmente Hermione Granger, sua melhor amiga, também o incomodavam, afinal a culpa tinha sido sua, se ele, Harry, não tivesse caído na estúpida armadilha de Voldemort, nada daquilo teria acontecido, e se os membros da Ordem não tivessem aparecido,... bem, era preferível nem pensar nisso.
- Harry. - chamou o tio Vernon do outro lado da porta. - Os teus, glup – engoliu em seco – amigos, já chegaram.
- Eu desço já. - respondeu Harry levantando-se da cama e guardando o livro dentro da mala. Perguntava-se quem teria o vindo buscar desta vez. Desceu a escada em silêncio, apercebendo-se que o primo estava escondido na cozinha a espreitar. Ninguém o podia censurar: cada vez que Dudley convivia com algum feiticeiro, nunca ficava igual.
- HARRY!!
Harry já conhecia aquele grito, mas na mesma quase que caí ao "levar" com a amiga, só tendo tipo de visionar uma massa de cabelo revolto castanho.
- Mione, qualquer dia estrangulas-o! - avisou-a Ron. Hermione soltou o amigo, que lhe disse 'Também estou contente por te ver! ‘.
Só agora Harry via o comité que o tinha vindo buscar. Hermione e Ron eram os mais próximos, seguidos por Sr. e Sra. Wesley, Fred, George, Giny, Lupin, Tonks, Moddy e Dumbledore. Este, quando Hermione o soltou, disse-lhe:
- Acabei de falar com os teus tios, e por isso estamos prontos para partir. Vamos?
Harry fez que sim com a cabeça. Nem podia acreditar que ia voltar a Grimmauld Place, apesar de saber que aquela suposta alegria representava apenas uma centésima da que sentiria se Sirius o aguardasse lá.
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- Venham, se faz favor. - disse Dumbledore dirigindo-se para a cozinha. Todos os que tinham ido buscar Harry, inclusive o próprio, o seguiram, sentando-se à volta da mesa. - Como todos os presentes sabem, Lord Voldemort está de volta, e, devido ao facto de já ser público, todos os que contribuíram para isso correm perigo. Foi então que eu encontrei a solução: o Harry, a Hermione, o Ron e a Ginny passarão este Verão afastados do mundo mágico.
- O quê? - perguntaram os quatro em uníssono.
- Exacto. Vocês irão para uma quinta que aluga quartos a famílias durante as férias. Uma quinta muggle.
- Mas, Professor - começou Hermione - se é para famílias, acha que não acharão estranho só irem quatro jovens?
- Mas é aí que entram o Lupin e a Tonks. - disse sorrindo, e, ao ver a cara dos quatro amigos explicou - O Lupin e a Tonks farão de um casal com uma filha, a Srta. Granger, que leva os sobrinhos. De parte de Lupin será o Harry, e de parte da Tonks, os irmãos Wesley.
- Não acharão estranho nós sermos ruivos, enquanto a Tonks é loira? - perguntou Ron.
- Exactamente por isso é que eu escolhi a Tonks, afinal ela é uma metamorga.
Tonks concentrou-se como Harry a vira fazer, e o seu cabelo loiro virou ruivo, também se vendo algumas sardas a aparecer.
- Já estamos parecidos? - perguntou.
- Como eu estava a dizer - continuou Dumbledore - vocês levarão apenas uma pequena mala com as coisas estritamente necessárias: roupa muggle, os livros para estudar, e pouco mais. Nada de varinhas, vassouras, caldeirões, corujas, mantos, ou objectos mágicos, entendido? Harry, tu irás levar estes magipensos, de forma a que a tua cicatriz não seja vista, para não poderes ser reconhecido. Os vossos nomes vão continuar iguais, excepto o de Lupin e Tonks e os apelidos: Lupin e Tonks serão Mitch e Daisy Watson, respectivamente. Hermione e Harry tambés serão Watson, enquanto os irmãos Wesley serão Stone. Agora, se não se importam vão lá a cima fazer as vossas malas, e não se preocupem que, no dia 1 de Setembro, encontramo-nos todos na plataforma Nove e Três quartos. E, Srta. Granger, pode levar o seu gato.
Os quatro amigos subiram e fizeram as suas malas, voltando a descer pouco depois. Ficaram surpreendidos ao encontrarem um carro totalmente muggle (excepto na parte de caberem muitas pessoas lá dentro e de o porta-bagagens ir com seis malas dentro e ainda ter muito espaço) à porta de entrada.
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A primeira semana correu lindamente, pois a quinta era linda e enorme, e, além disso, havia mais jovens das suas idades, com quem eles se deram lindamente, apesar de tanto Harry e Hermione terem de disfarçar algumas coisas, pois Ron e Ginny não sabiam muito sobre a vida dos muggles. Corria tudo lindamente, até que, numa manhã, quando Lupin e Tonks desceram para o pequeno-almoço, o primeiro apareceu com um ar adoentado. Harry sabia a razão: nessa mesma noite, e nas seis que se seguiriam, iria ser lua-cheia.
À hora de deitar, Lupin e Tonks foram para o quarto no qual dormiam (Tonks na cama e Lupin no sofá).
- Deita-te aí. – sugeriu Tonks.
- Então e tu? Eu pensava que tinha ficado decidido que tu é que dormias na cama.
- Mas tu estás mal, precisas de um sítio mais confortável do que aquele sofá. Durante esta semana dormirei eu lá.
Lupin olhou para a amiga e sorriu. Do fundo do coração estava-lhe grata, pois tinha sido ela a ir ter com Snape para este lhe preparar a poção que o controlava.
- Vá, agora deita-te, que eu tomo conta de ti.
Lupin obedeceu e deitou-se cheio de dores. Tonks ficou sentada à sua cabeceira até este adormecer, mas depois não teve coragem de o largar. Era a primeira vez que via Lupin em noite de lua-cheia, e agora percebia porque andava com aspecto adoentado, pois, mesmo a dormir, contorcia-se de dores.
Tonks, sem se aperceber, pôs-se a recordar o dia em que entrou para a Ordem. Tudo começou num dia perfeitamente normal de trabalho, logo após o fim do Torneio dos Três feiticeiros. Kingsley era a única pessoa presente no seu escritório, e, como vinha a ler o Profeta Diário, Tonks aproveitou para lhe perguntar algo que matutava desde que vira a noticia.
- Desculpa, mas achas que aquilo que o Potter disse é verdade? Que o “tu-sabes-quem” voltou?
- Tu acreditas?
Tonks não sabia o que responder. Para dizer a verdade, sim acreditava, mas tinha medo que isso a prejudicasse.
- Pelo teu silêncio, suponho que sim.
- É – acabou por assentir. – Sim acredito, e tenho pena que o Ministério não concorde, pois devem achar, certamente, que foi o Potter a matar o Diggory.
- Gostarias de ajudar a provar que ele voltou?
- Sim, mas como?
Foi aí que Kingsley contou a Tonks tudo sobre a Ordem.
Nessa mesma noite, Tonks foi apresentada aos membros e ficou surpreendida ao saber que um deles era um lobisomem.
Agora, ali, via que tudo o que diziam dos lobisomens era realmente mentira, pois, desde que eles se precavessem, não havia problema nenhum. Aos poucos, foi baixando a sua cabeça até ficar ao nível da de Lupin, que ainda se contorcia.
- Calma. – sussurrou-lhe, tendo de seguida unido os seus lábios aos dele.
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Lupin acordou a meio da noite, e ficou surpreendido por encontrar Tonks ao pé dele, mas ao mesmo tempo ficou contente. Não sabendo porquê, aproximou-se dela e beijou-a. Tonks mexeu-se, mas não acordou.

Nota da autora: Sei que neste capítulo Harry não foi participativo, mas tive de aproveitá-lo para explicar a relação de Lupin e Tonks. Espero que gostem, e não se preocupem que o segundo será mais activo.

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