Desavenças Familiares
Era uma tarde chuvosa na cidade de Londres, onde as ruas se encontravam desertas e só se ouvia o barulho dos pingos pesados caindo pelo asfalto. Um garoto olhava pela janela da rua Grimmauld Place, número 12, esperançoso que seu martírio não durasse mais tempo. Esse garoto tinha 11 anos e seu nome era Sirius Black, de cabelos meio embaraçados e negros como o breu, olhos escuros e um corpo franzino. Sirius acabara de brigar com sua família, numa discussão terrível e ele estava de saco cheio de ficar ali, esperando que sua família respeitasse a sua opinião. De repente uma voz corta o silencio de seu quarto...
—Sirius, a carta de Hogwarts chegou.— avisou seu irmão pela porta com a voz fria de sempre.
—Traz aqui.— pediu Sirius
Seu irmão entrou com um envelope nas mãos, Regulus era um garoto mais baixo e mais magro que Sirius, tinha o cabelo negro como o de seu irmão, porém era bem penteado, seus olhos eram castanhos mogno e sua boca era fina, como uma linha reta. Ele foi até a janela onde Sirius estava debruçado e lhe entregou a carta, um envelope razoavelmente grande e com letras verdes brilhantes escritas...”Sirius Black, Grimmauld Place número 12, quarto do segundo andar”. Ele abriu em silencio enquanto Regulus o espiava. Abriu e leu a carta que ele esperava.
“ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS
Diretor: Alvo Dumbledore
Prezado Sr Black,
Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1 de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.
Atenciosamente.
Alvo Dumbledore, Diretor.”
—Não vai agradecer não?— soltou Regulus fazendo uma cara de poucos amigos.
—Só por que você é o preferido da mamãe, eu tenho que te tratar bem, Regulus?
—Você tá num mau humor hoje hein Sirius, você é chato mas nem vai agradecer?
—Obrigado Regulus— agradeceu Sirius olhando para o seu irmão como se fosse a pessoa mais chata do mundo.
Regulus saiu do quarto batendo a porta, por que ele sabia que Sirius odiava quando ele fazia isso, mas ele pareceu não se importar.Sirius ficou mais contente com o chamado de Hogwarts, mas se decepcionou novamente quando lembrou que teria que falar com seu pai para comprar o material necessário.
Desceu as escadas o mais silenciosamente possível e ouviu seus pais comentarem o artigo que havia saído no jornal dos bruxos, o Profeta Diário que estava nas ruas há pouco tempo.
—Veja isso! Que absurdo! Esse Alvo Dumbledore é um incompetente, como ele pode assumir a escola que nosso filho vai estudar?— reclamava a Sra Black
—Isso não pode ficar assim. Eu vou reclamar com o Ministro.— disse o Sr Black.
—Isso, e fale também que...— foi interrompida pela chegada de Sirius na cozinha.
Era uma cozinha grande com uma mesa no centro, grande assim como toda a casa dos Black, uma das famílias mais nobres de Londres. Sirius chegou e a cozinha ficou em silencio por alguns minutos, até que ele resolveu que não podia mais adiar a conversa com seus pais.
—Preciso do material da escola— murmurou
—Depois de nos desrespeitar, você vem pedir dinheiro?— seu pai lançou-lhe um olhar de desafio.
—Desrespeitar, você diz?— Sirius lançou o mesmo olhar para encara-lo.
—Gritar com seus pais não é desrespeito?— Sr Black perguntou num tom de voz mais desafiador que antes.
—É...— assumiu Sirius abaixando a cabeça
-—Tudo bem. Eu vou te dar o dinheiro necessário para comprar o material da escola, mas você tem que prometer que nunca mais vai dizer aquelas coisas sobre Você-sabe-quem.
Sua opinião era a mais contrária possível de seus pais. Sirius achava que o ditador da época, Lord Voldemort, ou, Aquele-que-não-deve-ser-nomeado, era mal até a raiz do cabelo. De certo modo Sirius estava certo, mas seus pais achavam que o Lord, que era contra os humanos, era quem estava certo. Voldemort achava que todos os trouxas, aqueles que não são bruxos, deviam morrer. Sirius não tinha escolha, ou admitia que estava errado, ou ficava sem o material, então chacoalhou a cabeça para dizer que sim.
-—Ótimo! Amanha à tarde nós vamos até o Beco Diagonal.
O garoto subiu as escadas novamente, e foi para o quarto. Pegou a coruja de seu pai emprestada e escreveu um bilhete para Hogwarts, falando que iria, assim como pedia a carta anterior.
“Prezado Sr Dumbledore
Recebi a carta e afirmo que estarei na escola no dia 1 de setembro. Não vejo a hora de chegar o dia.
Sirius Black”
Prendeu a carta no pé da coruja, que levantou vôo e sumiu no horizonte rapidamente. Sirius debruçou na janela novamente e ficou pensando no dia em que sairia daquela casa.
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