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Havia uma movimentação ao seu redor, ele podia sentir. Não abriu os olhos, pois queria saber o que estava acontecendo, sua respiração pareceu diminuir um pouco e logo ele conseguia distinguir vozes no corredor, apesar de seu interesse ser nas conversas que estavam tendo no lugar onde ele estava.

_Quando ele acorda doutor? -Perguntou alguém que ele não demorou a identificar e se forçou para não sorrir com a atitude dela.

_Como já disse Srtª. -Falou quem parecia ser o medi-bruxo. Harry forçou a lembrar o porquê de ele estar aparentemente num hospital. _O Srº Potter usou muito poder mágico naquele lugar e teve um esgotamento, deverá acordar só depois de algumas semanas creio que umas três. -Um movimento a esquerda de Harry foi ouvido e a respiração impaciente de alguém bufando.

_Mione, dá pra você deixar esse médico quieto? -Perguntou a voz de Rony.

_Dá para vocês pararem de discutir aqui? -Perguntou Harry abrindo os olhos e se sentando na cama, o que quase causou o infarto do medi-Bruxo a sua frente. _Ai. -gemeu levando a mão a cabeça ao sentir uma pontada em sua cicatriz, logo depois ergueu todas as barreiras mentais que podia e a dor simplesmente desapareceu.

_Senhor Potter, deite-se agora. -Ordenou o doutor e como resposta ele recebeu um olhar gélido do rapaz. _O Senhor não devia ter acordado, deveria estar dormindo pelas próximas semanas.

_Você se mandar daqui? -Perguntou Harry num tom que não aceitava objeções, mesmo assim o medi-bruxo não saiu do lugar. _Mione, dá um jeito nisso? -Pediu o rapaz olhando para a amiga que estava a alguns passos a direita do médico.

_Doutor eu posso garantir que ele não vai fazer nenhum esforço. -Rony abafou uma risada ao ouvir Hermione falar naquele tom parecido com o da Srª Weasley.

_Mesmo assim eu tenho que fazer vários exames nele, pois pode haver várias seque....

_HARRY! -Gritou Hermione exasperada quando viu o medi-bruxo ser literalmente arremessado para fora do quarto por uma força invisível e a porta se fechar com um baque alto.

_Eu pedi educadamente. -Falou Harry dando de ombros, mas logo a seguir a porta reabre e por ela adentra Dumbledore, seguido de perto por olho tonto. Ele viu de relance o médico sendo reanimado por alguém com cabelos cacheados verde limão.

_Você está bem, Harry? -Perguntou Dumbledore num tom preocupado, sem ligar para o ar impaciente que apareceu no rapaz.

_Estou ótimo e estaria melhor se pudesse sair dessa cama. -Falou fazendo menção de se levantar, mas logo é empurrado de volta a cama por uma Hermione que o encarava severamente e um Rony preocupado. _Bom, já vi que não vou poder me levantar por algum tempo.

_Harry, é importante que me diga o que exatamente aconteceu no ataque. -Falou Dumbledore fazendo um aceno com a mão e uma poltrona confortável apareceu ao lado da cama do rapaz.

_Sua segurança miserável falhou, bruxos que moravam lá falharam e alguns morreram. Alguém passou a localização de onde eu estava. -Respondeu num tom impaciente. _Deve ter uns trinta comensais feridos seriamente ou mortos, alguns mutilados e outros com um estado mental bem precário.

_Harry, creio que esse não é momento para brincadeiras. -Falou o velho diretor com um estranho brilho nos olhos. _Quem mais te ajudou na cidade?

_Um tigre negro. -Falou Harry reforçando as barreiras mentais ao sentir que Dumbledore tentara invadir sua mente, até que ele ouviu as últimas palavras do rapaz, Moody que estava ao lado do diretor pareceu tremer levemente, seu olhar ainda continua ríspido, apesar de demonstrar certo receio, e seu olho mágico girava para todas as direções.

_Potter, não estamos aqui brincando. -Falou o ex-auror no seu habitual tom ríspido de voz.

_Se você quer mesmo saber, eu derrubei aqueles comensais, afinal eu os peguei de surpresa. -Falou o Rapaz num tom monótono.

_E como você conseguiu essa façanha? -Perguntou Moody em tom sarcástico como se não acreditasse que um rapaz de 16 anos pudesse com tantos comensais.

_Eu só precisei lançar dois “feitiços” para acabar com tudo. -Falou Harry, aquilo o estava enchendo ainda mais quando observou a incredulidade nos olhos do auror e uma curiosidade latente nos de Dumbledore. _A 4ª e a 10ª arte das trevas. -Um leve arrepio passou por todos Dumbledore parecia sério.

_Amanhã vocês três vão voltar para Hogwarts, a casa dos avós da Srtª Granger não é mais segura, mas mandarei um grupo da Ordem colocar feitiços de proteção lá. -A voz de Dumbledore era autoritária uma fina aura azul o circulou, mas parecia que Harry não estava ouvindo. _E nem pense em sair desse quarto até amanhã, é para o seu próprio bem e Ronald e Hermione ficarão aqui com você. -O diretor e Harry se encararam intensamente, uma aura cinzenta emanava de Harry, os olhos dele clarearam um pouco, mas o diretor não se importou, apenas deu as costas e foi em direção à porta. Quando já estava saindo de lá apenas falou. _Sei que não concorda comigo, mas realmente é para o seu bem. -Logo depois saiu do quarto, a porta fechou com um leve click logo depois e o rapaz pôde sentir um forte feitiço sendo lançado em direção à porta.

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Depois de alguns segundos que o diretor havia deixado o quarto, Harry voltou a se sentar e lançou um olhar gélido aos amigos que fizeram menção de fazê-lo deitar de novo. Olhou para o teto e respirou fundo, fechou os olhos por alguns segundos e os reabriu, seus olhos estavam de volta ao normal parecia que ele tinha se acalmado.

_O que faremos? -Perguntou Rony, quando viu que o amigo já estava um pouco calmo. _Quero dizer, todas as nossas coisas estão lá na casa dos Granger.

_Eles não conseguirão entrar naquela sala. -Falou Harry pensativo. _O feitiço que a lacra foi criação da Mione e só ela sabe o contra feitiço, nem mesmo o velho conseguira entrar lá. -Suspirou outra vez, olhou para Hermione que o observava preocupada. _A porta está lacrada e já deve ser final de tarde, não podemos aparatar por que não sabemos, eu poderia tentar nos tirar daqui, mas provavelmente teria de destruir a parede, pois não sei que feitiço o velho usou na porta. -Olhou para Hermione como se perguntasse se ela tinha alguma idéia, mas esta pareceu estar tão perdida quanto ele. _O que nos resta a fazer é simplesmente ficarmos aqui e quando eles nos levarem para Hogwarts, nós damos um jeito.

_É o jeito. -Falou Hermione se sentando num sofá à direita de Harry, o ruivo já estava todo esparramado em outro sofá que havia no quarto. Harry então se deitou de novo e caiu num sono profundo quase que imediatamente.

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_Mestre. -Falou um vampiro de olhos vermelhos brilhantes se ajoelhando perante Malivan. _Encontramos aquele que você procura.

_Tens certeza que ele é o Herdeiro das Sombras? -Perguntou Malivan com um tom satisfeito.

_Temos, senhor. -Falou um segundo vampiro se ajoelhando ao lado do primeiro, só que este tinha olhos azuis caninos. _Ele apareceu na forma de uma besta e depois voltou a sua forma humana, conseguiu vencer sessenta daqueles que se alto intitulam comensais da morte.

_Chamem Hereford e me tragam o herdeiro aqui. -Ordenou Malivan e logo em seguida os seus dois servos desapareceram no ar.

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Três figuras altas apareceram no quarto em que Harry estava, tanto ele quanto seus amigos estavam dormindo. Uma das figuras fez um gesto com as mãos e então o rapaz e seus amigos caíram em sono mais profundo ainda.

_Patético. -Disse o maior, que se encontrava de pé, seus cabelos curtos cor de areia e seus olhos castanhos claros demonstravam decepção. _Nosso mestre ainda fala que essa criança pode ser poderosa o suficiente para nos eliminar, mas mesmo assim é fácil capturá-lo e se quiséssemos já o teríamos matado.

_Se você acha isso, meu caro Hereford, retire o sono dos mortos de cima dele e o deixe acordar. -Falou um dos seres um pouco mais baixo que o outro e de olhos castanhos. _Aposto que ele não te mataria. -O ser grande sorriu em sinal de desdém. _O manteria vivo para implorar pela morte. -O sorriso dele sumiu.

_Deixem de conversa e vamos logo. -Falou o terceiro com olhos vermelhos e logo em seguida um vento gélido passa pelo quarto que não tinha janelas e todos que estavam nele desaparecem.

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_Mestre, eles já estão acomodados. -Falou o vampiro de olhos vermelhos.

_Eles? -Perguntou Malivan curioso.

_O herdeiro estava acompanhado, tivemos de trazer seus amigos. -Falou o vampiro.

_Os amigos deles são INTOCÁVEIS, ninguém faça nada contra eles. Agora retire o herdeiro do transe e o encaminhe para a sala do conselho. -Ordenou Malivan desaparecendo logo em seguida sem deixar rastros.

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_O mestre falou que já podemos acordá-lo, mas os outros são intocáveis. -Falou o vampiro de olhos vermelhos ao entrar em um suntuoso quarto.

_Assim seja. -Falou Hereford, mas parou por um instante. _O que será que esta criança fará contra nós se acordar em um lugar estranho?

_Só saberemos quando você retirá-lo do transe. -E assim Hereford fez.

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Harry estava em sono profundo, começou a sonhar com uma floresta grande e vasta, ao norte uma enorme carreira de montanhas cinzentas e algumas brancas pela neve que as cobria em parte, seus picos se escondiam por entre nuvens escuras, de repente tudo ficou escuro. Ele tinha consciência de que ainda estava dormindo, mas sentia algo diferente, sentiu um pequeno deslocamento de ar e tentou abrir os olhos para acordar, mas não pôde, estava preso, então se acalmou e esperou até sentir aos poucos sua consciência voltando e o sono desaparecer. A escuridão ainda reinava, mas ele percebeu que já estava acordado, não sentia nenhuma respiração ao redor, mas tinha duas pessoas naquele lugar e sentiu uma se abaixando perto dele e então abriu seus olhos rapidamente.

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Hereford se abaixou para despertar o tal herdeiro, mas quando estava para encostar as mãos nele, o herdeiro abriu os olhos que estavam num tom amarelado e felino, pulando rapidamente e agarrando-lhe o pescoço, o apertando.

Harry percebeu que não adiantava apertar o pescoço daquele cara com cabelos cor de areia, pois este nem ao menos respirava. Devia estar doendo, pois o cara fazia uma careta, logo percebeu uma movimentação a sua esquerda e já olhou naquela direção. O quarto estava escuro, mas conseguiu ver tudo com extrema clareza, percebendo uma figura de olhos vermelhos, pensou por alguns segundos ser Voldemort, mas não era, olhou em todas as direções e se viu em um grande quarto luxuoso, não vendo nem Rony e nem Hermione.

_Eles estão bem. -Falou o homem de olhos vermelhos. _Eu sou Lucas, esse que você está tentando inutilmente sufocar é Hereford.

_Sei que ele não respira e muito menos você. -Falou Harry, seu tom de voz estava gélido e o amarelo de seus olhos se intensificou fazendo os dois seres tremerem. _O que são vocês e onde estão os meus amigos?

_Somos vampiros do clã de Set, chefiado por Malivan, nosso mestre, e um dos maiores mestres da noite eterna. -Falou Lucas olhando de esguelha para o parceiro que parecia incomodado e segurou o braço direito de Harry como se o fosse quebrar.

_EU pensaria dez vezes antes de fazer isso. -Falou Harry olhando diretamente nos olhos castanhos do vampiro que ainda estava preso pelo pescoço, este tremeu ao ver a coloração amarela dos olhos da criança a sua frente. _E não sou criança. -Falou mais uma vez soltando o vampiro que o olhou surpreso.

_Quando se tem a minha idade, qualquer mortal pode ser chamado de criança. -Falou Hereford se afastando de Harry e massageando o pescoço levemente, mesmo sendo um vampiro aquilo tinha doído e mais um pouco seu pescoço quebraria.

_Sua idade pouco me importa. -Falou Harry que havia se acalmado, seus olhos voltaram para o verde de sempre, um pouco mais claros que o normal. Sentiu que os dois vampiros não o atacariam, se o quisesse já o teria feito enquanto dormia.

_Seus amigos estão bem. -Falou Lucas com um sorriso aparentemente inofensivo. _Nosso mestre quer falar com você e depois estará livre para ir embora com seus amigos.

_Certo. -Falou Harry, que ainda conseguia enxergar perfeitamente naquela escuridão, olhou para um canto e pesadas cortinas abriram, a luz da lua iluminou o quarto. _Não terei escolha já que estou em seus domínios. -Falou mais uma vez e, para a surpresa dos vampiros, sua roupa de hospital simplesmente se transformara em roupas negras como a noite, um sobretudo verde escuro cobriu-lhe as costas e com um aceno um tênis negro com detalhes prata apareceu. Harry os causou sem se importar com os vampiros. _Vamos. -Falou se levantando, um brilhos apareceu em seus olhos verdes e sua postura dava impressão de nobreza, os vampiros tremeram levemente com a presença do rapaz, a qual se intensificou como se ele quisesse que todos naquele lugar soubessem que ele estava lá.

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_Meus amigos, companheiros e irmãos. -Falou Malivan para um grupo de vampiros que estava em uma enorme sala circular, as paredes eram cobertas por tecidos negros e um lustre no teto pendia majestosamente, emanando uma luz azul pálida que dava uma luminosidade sombria ao redor e refletindo nos olhos de todos que estavam ali. _Dou as boas vindas aos representantes dos outros clãs que aqui estão e também ao Príncipe Kalian do clã Kali e a princesa Juno do Clã Fernandes, ao total temos representantes da metade dos clãs da Europa. Como sabem, uma guerra está para ser travada entre os humanos, especificamente entre os bruxos e que se estenderá para todos os lados como o fogo arisco.

_Uns tais Comensais entraram em contato com o meu clã. -Falou um vampiro de porte altivo e roupas um pouco antigas, mas nobres. _Eles querem uma aliança conosco e nos propuseram coisas interessantes.

_Esse comensais, meu caro Arthurius, estão entrando em contato com todos os clãs que se tem conhecimento. -Falou Malivan, todos os vampiros se entreolharam e confirmaram com um aceno. _O que nos leva diretamente a guerra entre bruxos, como eu disse ela se espalhará por todos os lados como fogo e também nos atingirá e nos levará a uma Guerra mais abertas entre nossos clãs, não haverá nada que possam fazer para impedir isso, também não vai haver lugar para se manter neutro, aqueles que se aliarem ao líder dos Comensais irão querer mais poder quererão dominar o reino da noite, e não creio que só vampiros estejam sendo recrutados ou como eles dizem convidados a se unir a eles, mas os Lycans também.

_Nunca trabalharíamos com Lycans. -Gritou Arthurius com fúria.

_Sou muito mais velho que você, Arthurius e tenho muito mais experiência do que quase todos aqui em guerras, por isso eu digo que já houve Reis, magos e até outros seres que controlaram muitos de nossa raça e com suas palavras e poder iludiram-nos e os fizeram trabalhar com Lycans, o mesmo aconteceu com eles. -O tom de voz de Malivan era de quem vivera mais do que o necessário e possível. _Alguns aqui se julgam poderosos, mas bruxos poderosos sabem muito bem como nos destruir e dependendo das nossas escolhas creio que nosso povo cairá numa escuridão sem fim e será extinto e esquecido.

_E qual é a sua sugestão para que possamos impedir isso? -Perguntou uma mulher de aparência jovem, não parecia ter mais de vinte e cinco anos, tinha cabelos negros como o céu da noite e olhos azuis nebulosos.

_Minha cara princesa Juno. -Falou Malivan com um tom mais “gentil” do que o normal. _Creio que não há como deter essa guerra iminente, por isso eu já digo agora que me aliarei a uma pessoa que terá poder o suficiente para acabar com a guerra.

_Todos nós sabemos sobre sua crença em um Herdeiro das Sombras. -Falou Kalian, seu tom frio impunha respeito e até intimidava alguns, mas Malivan e Juno não pareciam ligar para aquilo. _Mas todos nós somos céticos nesse ponto, as histórias que você contou aos seus servos e a alguns mestres e príncipes, me parecem muito fantasiosas, claro que os mais antigos viram algumas das criaturas que você relatou, mas não creio que um único mortal teria poder suficiente para uni-las em uma só nação como contas.

_Dois mestres poderosos caminham nesse momento pela terra e não são vampiros, mas sim humanos, o líder dos comensais, nem mesmo nós consideraríamos humano, o outro é um poderoso ser portador do dom da luz e atualmente é também conhecido como o Regente do Círculo. -Falou Malivan, muitos sabiam do que ele estava falando, a mais de quinze anos atrás aquele tal que se intitulava Mestre das Trevas fora perdi-lhes aliança e todos recusaram, e mesmo assim o vigiaram pelas sombras e viram com assombro o seu poder crescendo, o outro, o Regente do Círculo, era poderoso e nunca procurou se aliar a eles, provavelmente os achavam uma ameaça.

_E você quer dizer que em vez de se aliar ao tal Lord não sei das quantas, você se aliará com a rale do Círculo? -Perguntou um vampiro representante de outro clã, mas o mestre vampiro ignorou.

_Nunca faria isso. -Falou Malivan, seus olhos brilharam. _Um terceiro poder está começado a aparecer, ele será poderoso e creio que seja o Herdeiro das Sombras. Dois de meus servos o viram em ação e eles eram céticos em pensar que um humano pudesse ter tal poder, mas mudaram de idéia. A luz azul da sala pareceu perder um pouco da força e a sombra de Malivan cresceu. _Ele terá poder no futuro para engolir a nossa raça nas sombras do esquecimento, então prefiro me aliar a ele.

_E onde está esse prodígio? -Perguntou algum vampiro, mas Malivan não estava prestando atenção nele. _Pois se for assim prefiro matá-lo a esperar que ele tenha tal poder. -Aquelas palavras despertaram Malivan de seus devaneios.

_Se fizeres isso creio que nosso destino seja o esquecimento, pois o mestre dos comensais irá procurar e destruir todos aqueles que não se aliarem a ele. -Malivan olhou para o lustre.

_Qual é mesmo o nome desse tal Lorde? -Perguntou Juno, que apesar de já ter visto o mestre daqueles capachos chamados comensais não se lembrava, ou melhor, nunca soubera o nome dele.

As grandes portas que davam para o salão abriram com força, uma presença diferente entrou por ela, era uma presença imatura e mostrava claramente que tinha muito que crescer, mas mesmo assim era forte e para a surpresa de muitos um rapaz de 16 anos entrou pelas portas, olhos verdes brilhantes que pareciam não se importar com a luz fraca do local, cabelos desalinhados, as roupas eram estranhas e exalavam uma energia diferente.

_O nome dele é Tom Riddle, mas ele se alto denomina Lorde Voldemort, um ser megalomaníaco com mania de grandeza. -Falou o garoto sem se importar em estar cercado de vampiros que ele percebeu serem de grau elevado de poder.

_E quem és tu, misero mortal, para invadir uma re.... –Arthurius, que tinha se levantado para falar, ficou quieto ao ver o lampejo amarelado nos olhos do rapaz e sentiu um arrepio, que o fez gostar ainda menos do jovem.

_Harry Potter e até onde eu sei, eu fui “convidado” a comparecer a essa reunião, por livre e espontânea pressão mesmo. -O tom sarcástico de voz de Harry fez Juno abrir um sorriso diferente do que ela usava habitualmente, como se realmente houvesse gostado do rapaz.

_Este rapaz, é de quem eu falava. -Falou Malivan se aproximando de Harry. _Eu sou Malivan mês...

_tata eu sei que você é mestre de algum clã poderoso. -Falou Harry ignorando os olhares predatórios em sua direção, menos o de Juno e de Kalian que pareciam se divertir com a situação. _Que tal irmos dir... -Harry parou de falar e olhou para um ponto indistinto na escuridão das cortinas, depois olhou para Malivan e este parecia saber o que havia acontecido e exibia um sorriso satisfeito nos lábios, olhou pelo aposento e viram muitos dos que estavam ali ficarem pensativos e sérios, até mesmo Kalian. _Bom eu ia procurar vocês de qualquer jeito. -Diz o moreno quebrando o silêncio incômodo, o seu porte lembrou um nobre perante os outros. _Só não esperava encontrá-los tão cedo.

_Desculpe-me tê-lo trazido aqui de forma tão rude. -Falou Malivan num tom amigável, que para Harry era suspeito e familiar. O mestre vampiro o analisou e ele ficou desconfortável com isso, viu o vampiro parar seu olhar na mão direita do rapaz onde aquele anel exibia um brilho avermelhado.

_Deixa pra lá. -O tom de voz de Harry era neutro e ele analisava cada integrante daquela sala com interesse. _Vamos unir o útil e o agradável. -Falou mais uma vez exibindo um sorriso. _Vou ser bem direto então quero sua resposta. -Os olhos de Harry mudaram de cor de vez verdes ficaram amarelos felinos e selvagens.

_Desculpe te interromper, mas creio que sei o que você quer. -Falou Malivan olhando com atenção naqueles olhos selvagens. _E sim, eu aceito me aliar a você, afinal eu o procurei para isso.

_Só não sei por que justamente eu. -Falou o rapaz dando de ombros. _Mas não procuro um aliado, pois estes podem simplesmente me trair ou resolver sacrificar os outros aliados só por seus interesses. -Juno ao ouvir isso ficou mais interessada na conversa, os outros vampiros pareciam indignados por terem sido aparentemente esquecidos. _Procuro um amigo que possa me ajudar, não forçarei a você fazer nada que não queira, e amigos são melhores, não traem, são confiáveis e não sacrificam uns aos outros por seus propósitos, nem os força a fazer nada. -Harry estendeu a mão para Malivan, que a apertou com força. Concordara com que o jovem falara, o silêncio foi quebrado por um forte rumorejo de capa, segundos depois Harry soltara a mão do mestre vampiro e se agachou, um forte brilho prateado passou por onde estava a sua cabeça e em seguida a figura de Arthurius se impôs perante os outros.

_Prefiro matá-lo agora que és um “filhote” a esperá-lo ter poder suficiente para me dominar. -Falou Arthurius, não demorou muito e diversas aclamações de concordância foram ouvidas pela sala, os olhos felinos de Harry brilharam mais ainda e tudo ao seu redor sumiu, ficando apenas aquele vampiro que o atacara.

Uma aura negra circulou Harry, o que fez Kalian e Juno se curvarem para frente com um interesse maior ainda no rapaz, Malivan estava grudado de ponta cabeça no teto, observando tudo, alguns dos representantes e mestres de clãs que se levantaram em afirmação as palavras de Arthurius se calaram.

_Se queres ser meu inimigo que assim seja. -Falou Harry, seu tom de voz era grave, seus olhos amarelos perderam o brilho e um ar diferente invadiu a sala, um arrepio percorreu a quase todos, aquele garoto não era comum. _Primeira arte das trevas. -A sala tremeu e uma rajada de vento fez todas as cortinas e panos negros que escondiam as paredes se agitarem, algumas caíram dando lugar para a luz intensa da lua cheia. _Morte. -O ar ficou frio, Arturius não conseguia se movimentar, seus olhos estavam cravados em Harry, mas mesmo assim um sorriso debochado apareceu em seus lábios, afinal não poderia morrer já estava de certa forma morto. _Que o anjo da morte venha buscar o que é seu por direito. -Um rumorejo de asas, as portas logo atrás do rapaz se abriram com força, Malivan sumiu por alguns instantes e reapareceu nas portas, escondendo algo em baixo da capa que usava como se quisesse que alguém não visse aquilo. Arthurius passou a gargalhar alto, alguns outros vampiros também, então o som de uma lâmina dilacerando a carne foi ouvida. Arthurius olhou para o próprio peito e uma lâmina invisível começou a aparecer por causa do sangue que a cobria, tinha a lâmina curva e longa, provavelmente só um pedaço atravessara seu peito. Sentiu-se fisgado para o alto, um brilho vermelho desprendeu dele assim como um grito de surpresa, fúria e medo inigualável e, por fim, ele ficou quieto, sua pele parecia estar se tornando pedra e seus olhos pareceram se tornar vidro, então o sangue todo evaporou fazendo a lâmina desaparecer mais uma vez, outro rumorejo de asas, o vampiro cai no chão com um baque forte e mais sólido do que o normal. Arthurius caiu de costas, todos olharam para ele e viram seu rosto começar a rachar, provavelmente todo o seu corpo estava com rachaduras como as que apareciam em pedras e, do nada o corpo estourou em pedaços pequenos, alguns viraram cinzas outros não, o coração já não mais existia, pois fora partido em dois e virara um monte de pó, logo em seguida um leve som de sinos é ouvido e duas penas negras caem do teto levemente até o chão, mas quase ninguém prestou atenção nisso.

_Mortal como conseguiste isso? -Perguntou um dos vampiros que apoiara Arthurius.

_Vocês, vampiros, se acham imortais e poderosos. -Falou Harry num tom forte e frio, sua voz tinha ficado um pouco mais grave, os olhos amarelos mais claros e por alguma razão presas felinas cresceram no lugar de seus caninos.

_Nós somos poderosos e imortais. -Falou outro vampiro indignado e ofendido como a maioria ali.

_Se são imortais, onde estão os anciões primordiais? -Perguntou Harry sem nenhum pingo de emoção na voz. _Vocês só não envelhecem, não deixam sua alma viver, mas ainda caminham e se há uma coisa que a morte não tolera é serviço pela metade, por isso ela ronda vocês, ela os segue e na primeira oportunidade, ela arrancará seus corações e os arrastarão para o mundo dos mortos.

_BASTA. -Urrou um vampiro alto e loiro, seus olhos cinzentos demonstravam fúria e respeito. _Admito que sejas poderoso, mas não me aliarei a você, seu mortal insolente, e nem o meu mestre, e da próxima vez que nos encontrarmos, eu juro que só um de nos ficara em pé. -O vampiro olhou para Malivan que ainda se encontrava agachado, protegendo algo e logo depois falou. _E você será considerado nosso inimigo se resolver segui-lo, eu juro que aniquilarei o seu clã e lhe tomarei o que é mais importante. -Três jatos prateados foram em direção do vampiro que falava, este desviou rapidamente, mas os jatos pegaram de raspão em sua pele produzindo três corte como de garras.

_Saia. -Ordenou Malivan que olhava com fúria para o vampiro loiro, que tremeu. _E se tu e seu mestre quereis uma guerra, assim será. -O vampiro loiro desaparecera rapidamente e logo em seguida um pouco mais da metade dos vampiros que ali estavam, sumiram restando apenas dez dos cinqüenta que haviam inicialmente, entre aqueles que ficaram estavam Juno e Kalian.

_Acho que arranjei mais alguns inimigos. -Falou Harry mudando de tom, seus olhos voltaram a ficar verdes claros e um sorriso maroto aparecia em seus lábios. _Pare de segurá-la. -Pediu com um tom gentil direcionado a Malivan, que o olhou apreensivo e se levantando, apesar de ainda segurar com firmeza a garota que antes ele estava escondendo.

_Ela está sedenta. -Falou Malivan ao rapaz que observou melhor a garota não era muito alta, devia ter treze anos, cabelos longos até o meio das costas e de um negro intenso, olhos verdes bestiais e presas longas, estava trajada com um vestido simples de tecido aparentemente muito fino, ela se debatia fortemente tentando se livrar de Malivan e urrava com força, era claro que ela estava querendo atacar ao Harry. _Ela despertou seus poderes por completo hoje, nesses casos nós deixamos os jovens presos, pois senão eles matarão todo humano a sua frente para saciar a besta dentro de si.

_Ela deve ter sentido minha presença e hoje é lua cheia, ótimo momento para um despertar de uma primogênita. -Harry deu dois passos em direção de Malivan, a garota tentou alcançá-lo com os braços, suas unhas pareciam garras negras. _Vamos selar a nossa aliança. -Falou mais uma vez o rapaz, sorrindo de uma forma diferente. Venceu a distância entre ele e a garota rapidamente, fazendo Juno se levantar com pressa, mas tarde demais. Harry já estendera seu braço direito para a garota que o agarrou com força e cravou as presas no pulso do rapaz. Malivan foi pego de surpresa e por alguns segundos não teve reação, mas logo depois tentou tirar o braço do rapaz dos lábios da garota, mas antes de tocá-lo, uma barreira negra o repeliu arremessando-lhe para a esquerda, este apenas caiu de pé, mas estava estático, sua mão estava em carne viva com sinais de queimaduras, os olhos do rapaz estavam fechados até aquele momento quando ele os abriu, os olhos dele estavam mais uma vez amarelos felinos.

Harry sentiu um pouco de dor ao sentir as presas da garota dilacerarem o seu pulso ele não sabia ao certo o porquê fizera aquilo, era apenas algo que ele sabia que devia fazer, que estava em um canto sombrio de sua mente. Fechou os olhos, sentiu seu sangue saindo lentamente de suas veias, não estava fraco como esperava estar, provavelmente a magia latente nele o estava sustentando e compensando a falta do sangue, mas nem ela poderia fazer milagres.

_Chega. -Falou Harry num tom gentil, baixo e fraco. Uma forte ventania desprendeu dos dois, Juno e Kalian estavam maravilhados, os outros representantes que ficaram ali estavam entre surpresos e maravilhados com aquilo. Uma aura vermelha e negra circulava os dois, depois a garota desprendeu devagar suas presas do pulso de Harry, uma única gota de sangue um pouco maior que o normal caiu do pulso dele quando ela o soltou, e quando tocou o chão fez um barulho sólido como o de uma pedrinha. _Abra seus olhos. -Disse a garota e esta abriu lentamente os olhos, agora eles exibiam uma mistura diferente e até exótica de verde e amarelo, mas não expressavam mais aquele ar selvagem e predatório de antes, então tudo cessou, as auras e a ventania pareciam nunca ter existido e então mais uma vez a garota fechou os olhos e caiu, sem sentidos, mas antes dela tocar o chão, Harry a pega com cuidado.

Malivan se aproxima rapidamente dos dois e se curva ligeiramente para ver a garota que agora estava no colo de Harry, ele realmente estava surpreso, aquilo nunca acontecera antes ou já tinha acontecido, ele jurara que lera algo sobre isso, mas deixou de lado. Viu a face pálida do rapaz, mas este pareceu nem ligar, depois olhou mais uma vez para a garota, ela estava imóvel, mas ele pôde sentir vida nela.

_Qual o nome dela? -Perguntou Harry se levantando com a garota no colo.

_Heloise. -Falou Malivan ainda entretido em seus pensamentos, olhou para o chão e viu algo vermelho e brilhante, se abaixou e pegou. Era aparentemente um pingente duro de uma cor vermelho sangue em forma de gota, devia ter uns dois ou três centímetros.

_Como prova de nossa aliança, dei o meu sangue para sua filha, isso prova que não trairei vocês e que vocês não me trairão. -Começou a falar o rapaz, mas sua voz estava diferente, estava mais sombria e profunda, parecia até outra pessoa. _Meu sangue agora corre nas veias dele e não será mais diluído como acontece com os demais, pois como ela não me matou uma ligação foi feita, nossos sangues se uniram e eu digo que ela está destinada a algo grande. -Harry sorriu, sua voz voltou ao normal e ele disse num tom calmo. _De agora em diante ela será conhecida entre o seu povo como Hel, a princesa da noite. -Juno aparecera ao lado de Harry olhando interessada dela para a garota e visse e versa.

_Nome interessante, pequeno. -Falou Juno seu tom estava gentil e seus olhos brilharam levemente. _Mas por que Hel?

_Hel era a deusa nórdica do submundo, os nórdicos não tinham um lugar para os mortos, não possuíam céu nem inferno, o Reino de Hel era chamado de submundo por se encontrar abaixo do nosso plano ou do nosso mundo, lá era uma terra sombria, assim por dizer, onde outros seres viviam, pois os únicos mortos que tinham um lugar eram os bravos guerreiros que iam para o palácio de Odin. -Falou Harry com calma, Juno pareceu gostar daquele nome.

_Garoto. -Falou Kalian aparecendo à frente de Harry, em suas mãos estavam as duas penas negras enroladas num pano de veludo azul marinho. _O que farás com isto?

_Uma ficará comigo. -Diz Harry pegando uma pena negra, era grande e brilhava com a pouca luz. _A outra será o nosso símbolo, aqui nessa sala se encontram onze vampiros, oito representantes pelo que pude perceber de outros clãs e três lideres, Malivan e vocês dois.

_Me chamo Juno, princesa da noite, mestra do clã Fernandes. -Falou a mulher com um sorriso nos lábios que mostrava levemente suas presas.

_Kalian, príncipe das sombras, sacerdote de Kali, mestre do clã Kali. -Falou o vampiro que estava com as penas.

_Leve-a para seus aposentos. -Falou Harry para Malivan, se referindo a garota em seu colo. O mestre vampiro fez um aceno com a mão esquerda e logo uma outra vampira de cabelos vermelhos entrou no local e pegou Heloise do colo de Harry e a levou para fora.

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_Mestre. -Gritou um comensal ao abrir as portas dos aposentos do lorde negro, este estava sentado em uma enorme poltrona, seus olhos vermelhos demonstravam fúria e frustração, não recebera nenhuma noticia de seus comensais que estavam a procura do fedelho Potter. _Já recebemos relatórios de duas das três equipes de comensais que foram procurar o Potter.

_O que aconteceu com a terceira equipe? -Perguntou Riddle com um tom seco e direto, seus olhos fulminavam o misero vassalo.

_As duas destruíram as vilas que você mandou, mas sem encontrá-lo, nem ninguém conhecido dele. -O medo era sentido na voz do comensal enquanto sentia os olhos vermelhos e sanguinários de seu mestre sobre si. _A terceira equipe estava em número maior de homens, inclusive três tenentes, para o local em que seria mais provável que Potter estivesse.

_Não enrole, seu verme. -Falou Voldemort, seu sangue pulsava, já estava nervoso e sabia que algo estava errado, a conexão de sua mente com a do Potter estava fraca desde o evento no ministério.

_Mestre, encontramos Lian na base sul da Itália, o estado dele é lamentável. Ele não tem nenhum ferimento aparente, mas estava em choque. -O comensal parou de falar ao sentir o olhar assassino de seu mestre direcionado para ele. _Logo após encontrarmos ele, mandamos três comensais disfarçados para o local onde o Comandante estava, o relatório foi rápido, havia centenas de aurores italianos e ingleses no local, sem contar membros da tal Ordem que Dumbledore dirige. Dos sessenta comensais que foram para lá, pelo menos um terço morreu, o resto estão mutilados e suas mentes sofreram um grande dano, poucos conseguem dizer algo coerente e os que conseguem estão sendo interrogados.

_O que Lian disse? -Perguntou mais uma vez o Lorde.

_Ele disse exatamente essas palavras “As sombras nos engoliram e o mestre das bestas despejou sua fúria sobre nós”. -Ao terminar de falar o comensal se sente içado no ar por algo invisível e uma dor aguda em seu peito como se um enorme arpão o prendesse.

_Mandou os legilimentes verem na mente de Lian o que realmente aconteceu? -O tom do lorde era baixo sombrio e letal.

_Viram e segundo eles, na mente de Lian estava cravada a imagem de um imenso tigre negro muito maior que um tigre normal e com os olhos amarelos. -Voldemort cruzou os dedos ao ouvir isso, seus olhos vermelhos mergulharam numa imensidão de pensamentos. _Logo depois o tigre some e no lugar dele surge um ser de postura nobre, os olhos amarelos felinos, cabelos um pouco grandes e dezalinhados. -O comensal respira e percebe que seu mestre mal o está ouvindo, mas mesmo assim continua. _Nós conseguimos uma identificação dele, além da informação de que é um usuário das sombras. -Os pensamentos de Voldemort se dispersaram com aquelas poucas palavras, uma curiosidade malévola tomou conta de seu rosto e com uma voz mansa que fez o comensal tremer de medo perguntou.

_Quem era esse ser?

_Harry Potter. -Responde o comensal e logo depois ele sente todo o local esquentar rapidamente como uma caldeira, os olhos de seu mestre estavam sanguinários e furiosos, o calor era insuportável, então o aposento foi tomado por chamas negras de brilho azulado, o comensal não estava mais agüentando até que perdeu os sentidos e antes mesmo de tocar o chão fora totalmente consumido pelas chamas negras. Logo depois um urro de fúria ecoou pela fortaleza negra, todos os comensais que ali estavam tremeram diante daquilo.

_MALDITO SEJAS, HARRY POTTER, QUE SE METEU EM MEU CAMINHO! EU JURO QUE EU O MATAREI NEM QUE PARA ISSO EU TENHA QUE LEVAR METADE DO MUNDO JUNTO. Berrava Tom Riddle, a razão dele o abandonou e tudo que se via era uma fúria incessante. _ EU SOU LORDE VOLDEMORT, ESTOU ACIMA DE QUALQUER UM E POSSO FAZER ISSO! ME AGUARDE POTTER, POIS O QUE ESTÁ POR VIR FARÁ SUAS ESPERANÇAS DESAPARECEREM E SUA VONTADE SE EXTINGUIR ATÉ QUE SE TORNEM NADA, EU FAREI VOCÊ SOFRER.

Os comensais que ouviram aquelas palavras ecoando pelos corredores da fortaleza tremeram quase que descontroladamente, nunca tinham sentido tanta fúria vinda de seu mestre e com certeza metade deles sentiram pena do Potter ou de qualquer um que estivesse entre ele e Voldemort.

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Harry sentiu sua cicatriz arder com força, sentiu a fúria de Voldemort e pensou que o cara de cobra já descobrira o que tinha acontecido, no entanto não sentiu a dor insuportável que sentia no passado a cada acesso de fúria do lorde negro, pelo que ele presumiu que Voldemort realmente estava nervoso, ou melhor, furioso por sentir aquela ardência na cicatriz. Ignorou por um instante e olhou para a cama a sua frente, onde uma garota de cabelos negros dormia calmamente, a mesma que ele descobrira ser filha de Malivan, uma filha legítima e não alguém que fora mordida.

Mesmo com ela dormindo, pôde sentir a magia em volta dela, realmente quando ela bebera o seu sangue a magia latente dentro dela despertou e também tinha a questão do estranho dom dentro dela. Ele ouvira de Malivan e Juno que vampiros de grande linhagem ou muito “velhos” desenvolviam certa afinidade com o elemento fogo, o que ele achou uma ironia já que isso podia destruí-los, mas também soube que também poderiam criar mais afinidade com o elemento do ar que era geralmente atribuído as vampiras, o motivo ninguém lhe dissera, e por fim o elemento sombras ou trevas, o que ele achou meio óbvio, mas pelo que ele ficou sabendo esses dons não apareciam em alguém tão novo mesmo entre os vampiros, ainda mais numa garota de treze anos que acabou de despertar seus poderes. Fechou os olhou por um instante, suspirou ao sentir que a garota era diferente do normal, mesmo sendo uma vampira era algo que ele não sabia descrever, então lhe veio a lembrança do término da reunião que tivera com seus novos aliados em que Malivan o chamou para um canto depois que todos os outros Vampiros saíram.



“ _Harry, quero pedir-lhe um favor. -Começou a falar o mestre vampiro, o que fez o moreno olhar para ele com uma curiosidade até que infantil aos olhos do vampiro.”

“ _Farei o possível. -Falou o rapaz num tom diferente do que usara na reunião a poucos minutos.”

“ _É minha filha, sei que ela é diferente e sei que você sentiu isso. -Falou Malivan no que Harry afirmou com um aceno da cabeça, pensativo.”

“ _Há algo de diferente nela, enquanto ela “bebia” o meu sangue pude sentir um laço se formando entre nós e também senti magia vindo dela”

“ _Essa é a questão. -Falou Malivan, o seu tom parecia com o de um pai preocupado. _Aqueles que nascem vampiros como Hel tendem a despertar os seus poderes aos treze anos, que foram completados hoje, e tem um poder maior que o normal, mas ela já demonstrou ser diferente mesmo quando pequena.”

“_Diferente?”

“_Ela despertou o que vocês bruxos chamam de Dom antes de completar treze anos, mas só usou uma vez, depois nunca mais voltou a usar e demonstra não lembrar de nada. -Malivan estava pensativo. _É comum Anciões vampiros terem um dom com uma força acima do comum, sem contar os vampiros de primeira geração ou aqueles que já nasceram vampiros, só que esses últimos normalmente só desenvolvem esse dom ao chegar em um século e meio de vida, o maior prodígio entre nós foi um vampiro que alcançou esse dom em apenas cinqüenta anos.”

“_E qual seria o dom dela? -Perguntou Harry já sabendo a resposta.”

“_O mesmo que o seu. -Responde o mestre vampiro. _E juntamente com os dons do fogo e do Ar são os mais comuns entre nos.”

“_Já digo que não posso ensiná-la a controlar esse Dom, a não ser se ela me aceitar como mestre, mesmo assim nem mesmo eu sei direito como isso funciona. -Falou Harry olhando para as próprias mãos. _Mas por que eu senti magia vindo dela e também senti um laço diferente entre nós?”

“_Ela lhe mordeu em seu despertar e você sobreviveu, isso cria um laço entre vocês, nada muito forte, ela não será capaz de mandar em você nem o contrário como acontece com os nossos servos, mas ela sentirá certa afeição por você como se você fosse um irmão ou algo assim, talvez você sinta o mesmo e, enquanto a magia, creio que seu sangue mágico seja muito forte e despertou a magia latente na minha filha. -Malivan fez uma coisa que Harry estranhou e foi simplesmente suspirar. _Isso me traz alguns problemas já que terei de ensiná-la noções básicas de magia para que ela possa se defender com isso também.”

“_Se defender? -Perguntou Harry sem entender direito.”

“_Você pode achar estranho isso vindo de um vampiro, mas eu realmente amo minha filha e quero o bem dela, por isso me preocupo com ela. Tenho muitos inimigos, muitos deles você viu aqui e um você simplesmente destruiu, mas o restante tentará atrair Heloise para o seu lado e com essa guerra esses esforços aumentarão. Ela é forte, Harry, você sentiu isso, e pense bem ela ainda está amadurecendo, quando ela alcançar certa idade ela será mais poderosa e deverá me suceder como governante de meu clã, não direi como isso pode ser possível, mas será assim.”

“_Vamos fazer assim. -Falou Harry sorrindo, seus olhos verdes brilharam. _Sei que isso geralmente é algo que humano e até mesmo entre os bruxos é estranho, já que nós geralmente não seguimos a religião dominante trouxa, mas me aceite como padrinho de sua filha e deixe ela aos meus cuidados. A levarei num local onde aprenda a utilizar a magia e farei o possível para ensinar o que eu sei sobre o dom das sombras mesmo que eu saiba muito pouco.”

“_Eu ia pedir algo diferente. -Falou Malivan analisando a proposta do rapaz. _Eu ia propor que você ficasse aqui como guardião de minha filha”

“_Será melhor que ela veja o mundo antes e durante essa guerra para que ela aprenda certos valores e certas coisas que normalmente não se aprende no meio vampírico, não estou dizendo que vocês não ensinam tudo que sabem para sobreviver e governar, no seu caso, mas tem coisas que só se aprende vivendo-as. -O tom de Harry era profundo como de alguém velho falando, seus olhos verdes tinham uma sombra por trás como se ele realmente tivesse provado o que falara, o que era muito provável.”

“_Concordo. -Falou Malivan, pois sentia a sabedoria daquelas palavras e por que fora daquele jeito que ele aprendera a sobreviver, a mudança das coisas ao passar do tempo nenhum vampiro o ensinou, ele aprendeu sozinho, mas sua filha não teria de aprender sozinha.

“Eu gostaria de pedir um favor. -Falou Harry para o mestre vampiro, este fez um sinal com a cabeça para que o rapaz continua-se. _Você p.....”

Fim do Flashback


Harry saiu de seus pensamentos e lembranças após um movimento mais brusco da garota, olhou atentamente para ela e depois de alguns segundos a viu abrir os olhos e se sentar na cama, devia ser quase o amanhecer pensou o rapaz, a garota parecia ainda não ter percebido a presença dele.

_Bom dia dorminhoca. -Falou Harry em tom baixo, mas Heloise ouviu e se virou rapidamente para sua direção, seus olhos agora estavam castanhos claros e demonstravam cautela.

_Harry Potter. -Disse a garota em tom baixo, logo sua mente foi invadida de lembranças e memórias que não eram dela. _Você sofreu.

_Acontece. -Falou Harry não entrando no assunto. _Creio que você já sabe quem eu sou, deve saber até mais do que eu mesmo. -Falou o rapaz sorrindo e Hel ficou meio sem graça, estava calma até demais para quem acabara de acordar de um despertar com alguém em seu quarto. _Tenho uma proposta para você, é mais um convite para ser exato e você não precisa aceitar.

_Espere. -Falou a garota confusa. _O que está acontecendo e o porquê de você, um humano, estar aqui nessa casa?

_Essas perguntas serão respondidas com o tempo. -Harry ficou em pé e andou pelo quarto com Heloise o seguindo com os olhos. _Você gostaria de ver o mundo além dessa casa e do mundo dos vampiros?

_Sempre quis. -Falou a garota. Ela estava vidrada nas palavras do rapaz, que sorriu com a resposta.

_Você é especial, muito especial, diferente dos outros vampiros, mas não se julgue uma aberração como alguns outros clãs a chamam, sei como é ser diferente do resto, como é viver com os outros olhando para mim como se eu fosse uma aberração.

_Mas agora você está entre os seus iguais, entre os bruxos. -Falou Heloise com pressa, afinal o que o humano estava falando era totalmente diferente.

_Estou entre minha própria espécie, entre os bruxos. -Falou Harry com um tom sarcástico. _Os mesmo que me olham como se eu fosse uma aberração ou um louco, os mesmos que me julgam sem ao menos me conhecer, fora o megalomaníaco deformado que quer conquistar o mundo e me acha uma ameaça. -Os olhos de Harry perderam ligeiramente o brilho. _Eu sou diferente dos bruxos, em primeiro lugar por que eles acham assim e em segundo por que eu decidir ser, por que cansei de tentar ser igual aos outros, eu sei que não conseguiria.

_Você também... -Ela não terminou sua pergunta, pois Harry afirmara com um aceno.

_O que eu estou querendo chamá-la para aprender a lidar com o que te faz diferente dos outros vampiros, quero que você controle isso e que não aprenda sozinha. -Harry tirou algo de dentro do sobretudo, um pingente em forma de gota um pouco grande e de cor vermelho sangue com uma corrente dourada sustentando. _Isso é para você. -Diz se aproximando de Heloise e lhe entregando o valioso colar, ela encarava o pingente com fascínio. _Quando chegar à hora certa esse pingente te ajudara no que for preciso e, somente na hora, você saberá como. -Assim que a garota pegou o colar, ele se virou de costas e foi em direção à porta sem esperar a garota responder ou falar nada, mas parou a porta ao ouvir a voz dela.

_Para onde vamos e quando partimos?

_Partiremos em breve, por enquanto se despesa de seu pai, afinal apesar dele ser um grande mestre vampiro ainda sim é um pai. -Falou Harry saindo do quarto.


N/A: Em breve tera a previa do cap 6 e demorarei mais para postar um cap dessa fic (aff assim eu judio de vcs) pq eu vou me dedicar mais a DD que esta perto do fim......T+ pessoal e espero que vcs tenham gostado.

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Comentários (1)

  • rosana franco

    A Hel parece ser mesmo muito especial ela tem o mesmo poder que o Harry.Gostei da Juno e quero saber do susto que o diretor vai levar qd achar o quarto vazio.

    2011-03-25
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