Maldito passado, maldita vida.
“Os dois estavam lutando há algum tempo, nada poderia atrapalhar a concentração de ambos, nem mesmo Dumbledore que chegava neste momento e capturava todos os comensais da morte com um simples aceno de varinha.
- Vamos, você sabe fazer melhor que isso!- Falava Sirius rindo de Bellatrix, sua voz ecoando pela sala cavernosa.
O segundo jato de luz o atingiu bem no peito, estava acabado, pensou Bellatrix que dava um grito triunfante...”
***
- Ahhhh!-Sirius acordou extremamente assustado, seu peito subia e descia rapidamente, num átimo levantou-se, e uma dor forte no peito fez com que ele deitasse novamente. Sentindo o chão podre e frio ele começou a observar onde estava, parecia uma masmorra circular e fria, tudo o que via eram paredes sujas de sangue, sem absolutamente nenhuma janela, apenas uma escada que dava para uma porta de ferro.
Instantaneamente sua mente foi clareando, principalmente com a dor no peito, lembrou-se da cena que havia acontecido depois de ser atingido por um feitiço de Bellatrix, mas não sabia exatamente onde estava, sabia que o véu que estava as sua costas quando lutava era perigoso, mas esquecera-se de perguntar a Lupin o que continha atrás dele, era uma vergonha não saber, mas anos em Azkaban, quando ele poderia estar trabalhando no ministério e saber o que era aquilo, fizeram até entender sua ignorância.
Estava até com medo, perguntas do tipo: “será que eu morri?”, ou, “será que fui capturado por aquela...” -Mas a segunda opção estava mais apropriada e ele pensou em tentar fugir dali antes que viessem para torturá-lo e tentar capturar alguma informação sobre a ordem, ou, pior, para matá-lo.
- Droga...-Sirius falou entre dentes quando viu que haviam lhe tirado a varinha. – O jeito é apelar pra outra coisa.
***
Bellatrix estava sentada em sua poltrona vermelho-sangue em frente à lareira, fazia até um pouco de frio, mas ela não o sentiria mesmo que estivesse sem a lareira, aquilo era apenas uma forma de entreter-se, juntamente com o copo de wisk de fogo, o qual segurava firmemente na sua mão direita, enquanto pensamentos teimosos e dolorosos invadiam-na, sem que ela pudesse ao menos protestar, se soubesse que eles viriam novamente tinha ido torturar algum trouxa, uma boa forma para esquecer o seu fantástico, ou diria, drástico passado.
***
“- Bellatrix!. -Já fazia algum tempo que a senhora Black chamava a jovem, que estava entretida com um álbum de fotografias do seu último, momento no baile de formatura em Hogwarts, escola onde passou sua infância e adolescência na casa da Sonserina, a melhor, como diria ela.
Bellatrix já sabia o que a esperava e ao ouvir os chamados da mãe pela terceira vez, achou melhor descer, se bem que não queria, já sabia o que a esperava...
-Porque demorou tanto, menina?Seu pai está esperando na sala de visitas com seu futuro marido...-A senhora Black mal terminara de falar e Bellatrix a interrompera.
-Já lhe falei que não quero casar! E ponto final.-A garota respondeu com rebeldia gritando a plenos pulmões.
-Sua tola, você não poderá ir contra a vontade de seu pai, se contradizer sofrerá as conseqüências.-A mãe respondia com rispidez, mas na hora em que Bellatrix ia novamente rebater, alguém a interrompeu.
-Posso saber o que está acontecendo aqui?-O senhor Black chegara e o clima de tensão não poderia ser outro, senão o medo, o Senhor Black era muito arrogante e não queria saber de ninguém a não ser do seu puro sangue e de sua família valorizada.-Bellatrix Black, estou com seu noivo em minha sala e você se atreve a demorar quando lhe chamo, e principalmente gritar feito uma louca pela casa?Que impressão acha que os Lestrange terão de nós?Tive que dizer que sua mãe estava brigando com o elfo-doméstico.-A voz fria do Senhor Black soou baixa e perigosa.
-Pai, eu não quero casar, eu nem sequer conheço este homem, e acho que não estou preparada, além de...
-Acho melhor, Bellatrix Black, você fazer o que eu lhe mando, os Lestrange são sangue-puro como nós e têm como sustentar você...
-Eu não vou casar e pronto!-A garota gritou indignada, não que gostasse de alguém, apesar de ter romances sem importância, ela diria que gostar um pouco, foi só quando estava no terceiro ano e namorara seu primo Black, um ano mais velho, mas aquilo logo acabou em briga por serem de casas diferentes e inimigas, e eles nunca mais se falaram, até que tantos anos e ela o esqueceu.
-Como você ousa me desafiar?-Black encheu a mão e deu um tapa com força na face da filha que encheu os olhos de lágrimas. –Você sempre dificultando o que lhe digo, porque não procura ser como sua irmã, que logo se casou com Lúcio Malfoy?Ela nunca me decepcionou...Agora vamos conhecer seu noivo, e se você não se portar bem à frente dele, já sabe, sala de torturas.-Bellatrix sentiu um frio no estômago quando o pai pronunciou a sala e ela achou melhor fazer o que ele mandava, já visitara a sala de torturas e não achou nem um pouco agradável.
Sendo carregada pelo pai forçadamente pelo corredor ela tentou segurar a vontade que sentia de chorar, e quando pararam em frente à sala de visitas, ele soltou-a e abriu a porta como se nada tivesse acontecido, Bellatrix vendo o olhar maldoso do pai achou melhor encenar que estava tudo bem.
Rodolfo estava sentado majestosamente em um sofá amarelo, bebendo algo, levantou-se e sorriu para Bellatrix, ao ouvir o Senhor Black dizer algo do tipo: “Aqui está sua noiva e futura esposa”, um sorriso que não chegava aos olhos que eram frios e tinham um tom de maldade.
Rodolfo puxou delicadamente sua mão direita e colocou um anel dourado e grosso cravejado de pedras de diamante na mão de Bellatrix, beijando-a logo em seguida.
-Bellatrix Black, como sabe eu sou Rodolfo Lestrange e você será minha futura esposa, já marquei o casamento que será daqui a duas semanas.-A garota apenas deu um falso sorriso e depois de algumas conversas do tipo festas e ornamentação ela pôde se retirar para seu quarto, onde chorou seu início de juventude perdida e de encontrar um grande amor.
Chegara o grande dia, para os outros, porque para Bellatrix Black, futura Lestrange, o pior dia de sua vida estava só começando...
A cerimônia ia ser realizada em uma propriedade dos Lestrange, mais precisamente no Brasil, o lugar era magnífico, estava decorado com flores e artefatos mágicos muito bonitos, enfeitados por uma bruxa da família Lestrange que era especializada nesses assuntos, tinha um altar na frente do local, que era bastante espaçoso. Era uma pena que um lugar tão lindo fosse ocupado por bruxos tão maléficos.
O ministério da magia ou qualquer pessoa que tinha algum vínculo com eles, não compareceram, pois este era o auge de Voldemort e qualquer suspeita poderia arruinar a todos.Lá estavam apenas comensais da morte, admiradores do Lorde das Trevas e logicamente o próprio Lorde das Trevas, eles não poderia deixar de vir homenagear o seu melhor comensal.Aos poucos bruxos iam aparatando, vestidos impecavelmente.
No momento em que não faltavam mais ninguém de importância, Rodolfo e Bellatrix entraram desfilando até chegar ao altar, todos os colegas bateram palmas ao vê-los, Bellatrix estava impecável, seu vestido branco tinha um decote, e era feito com fios de ouro e pedras de diamante, ela usava uma coroa, também de diamantes, e seus cabelos estavam em um coque que descia alguns cachinhos encoberto pelo véu que ia até a cintura. Já Rodolfo, usava um belo smoking preto com cinza e também não ficava para trás.
Bellatrix, em meio à rápida cerimônia, sorria de um jeito a dar crença que estava bastante feliz e depois da troca de alianças em que todos novamente bateram palmas, Rodolfo deu-lhe um breve selinho que a fez sentir um nojo muito grande. Ela sentia como se estivesse fora de seu corpo, apenas olhando aquele teatro bem feito, onde haviam contratado a melhor atriz da história. Por fora ela era todo sorriso, mas por dentro não estava mais conseguindo suportar sua própria hipocrisia, ela queria gritar e correr daqueles idiotas que a cumprimentavam como se ela estivesse ganho um prêmio, até sua própria família pensava assim, e a pessoa que ela acharia que tentaria entendê-la, sua irmã, se tornara totalmente fria como o seu marido, Lúcio Malfoy.
-Bellatrix Lestrange, estou sentindo em você um ódio e rancor muito grande, não sei se isto é por causa do seu casamento, mas quero que saiba que seu marido é de grande utilidade para mim, espero que logo você veja o prêmio que ganhou, e se quiser descontar este ódio em algo, me procure, terei prazer em ter você trabalhando para mim.-Voldemort falou baixo com sua voz fria e aguda dando um pouco de arrepios, Bellatrix não sabia porque, mas um pouco de simpatia ela sentia por aquela “cobra”.
-Ficarei honrada Milorde.-Voldemort abriu um grande sorriso e saiu.
Após as comemorações, Bellatrix e Rodolfo foram para sua nova mansão, situada em um lugar muito afastado e escondido, não tiveram lua-de-mel, porque no dia seguinte Rodolfo tinha trabalho com Voldemort e Bellatrix não fez questão por isso, afinal acabara de sair do banheiro de camisola e estava encolhida na cama com nojo do marido.
Rodolfo apareceu, logo após ele deitou na cama e puxou Bellatrix, mas quando ia beijá-la ela desviou.
-Por favor, Rodolfo, agora estou cansada, quero dormir.-Ela falou calmamente sem disfarçar o nojo.
-Evidentemente que não, eu lhe comprei como minha esposa e fará o que eu mando quando eu bem quiser.-Sua voz saiu fria como sempre e ele estreitou os olhos.
-Não vai me dar ordens, sou sua esposa, não sua escrava, e eu não quero nada com você...Eu tenho nojo de você, só casei por obrigação para honrar a família, agora saia de perto de mim, pois acho que vou vomitar!- Bellatrix falou rispidamente, mas percebeu que fora longe demais era tudo o que Rodolfo queria, ela não percebeu o quanto se arrependeria amargamente.
É mesmo?- Ele sorriu, mas seus olhos expressavam uma fúria inimaginável, parecia que ele não gostava nem um pouco de ser contrariado.
Nesse momento Rodolfo pegou Bellatrix pelo pescoço e jogou-a rapidamente na cama, ela tentava reagir, mas ele era muito mais forte que ela, quando Bellatrix tentava bater em Rodolfo, ele rebatia com um murro em seu rosto, depois a beijava e chamava a nomes horrorosos, várias vezes a puxou pelos cabelos forçando-a a ficar deitada na cama quando ela erguia-se nos cotovelos e levantava-se um pouco, Rodolfo estava divertindo-se bastante parecia mais um maníaco. Ele arrancou peça por peça de seu corpo sem nenhum cuidado machucando-a, as lágrimas de Bellatrix escorriam sem parar e ela suplicava por perdão e pedia que ele parasse, mas isso só aumentava seu sorriso, sua agressividade e seus bofetes. Por fim ele arrancou-lhe à parte de baixo e arreganhou suas pernas dolorosamente, logo Bellatrix sentiria uma dor inimaginável, ela chorava com a boca saindo sangue e dores horrendas, enquanto ele queria mais, quando ela não estava mais agüentando, Rodolfo por fim cansou-se e puxou-a para seus braços, descuidado, Bellatrix tremia e sentia fortes dores, em suas pernas e o sangue escorria lentamente, Rodolfo dava beijinhos carinhosos no rosto espancado dela, como se nada tivesse acontecido.
-Está vendo as conseqüências de me odiar?Será assim sempre, foi você quem quis, e é claro se você não se debater, posso ser mais carinhoso...-Rodolfo falava baixinho em seu ouvido e deu um sorrisinho ao ver que agora ela soluçava baixinho. –Foi bom pra você?...Acho que sim, porque para mim foi maravilhoso...”
***
De repente uma lágrima solitária e teimosa escorreu pela face de Bellatrix e notando isto, ela apertou com força a taça de wisk de fogo vazia, tanto que quebrou e ela nem sequer sentiu, na sua cabeça estavam apenas aquelas malditas lembranças que não a abandonavam, que deixavam seu coração apertado, por mais que ela não quisesse admitir, foi por causa delas que se juntara ao Lorde das Trevas, porque quando praticava o mal, esquecia-as, quase não agüentava em Azkaban quando Voldemort desapareceu, sua única chance foi porque não era afetada pelos dementadores e porque pensava o tempo todo em ver Voldemort para fazer os únicos trabalhos que ocupava sua mente teimosa; torturar, matar...
-Ahhhhhhhhhhhhh!!-Um grito vindo da sala de torturas tirou sua concentração e Bellatrix não sabia se dizia um “Até que enfim”, por um instante ter esquecido as lembranças, ou, “Droga”, por ter que explicar algumas baboseiras ao prisioneiro.
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