Pesadelo Acordado



"Rastejando na minha pele essas feridas não vão sarar
Estou sentindo muito medo, confundindo o que era real..."
(Crawling - Linkin Park)



Todas as noites a mesma coisa.

Como num trash filme de terror trouxa, as cenas mais perturbadoras da vida de Harry atormentavam todos os pensamentos dele. Pior que isso, só o sentimento de culpa e inutilidade que o consumia.

Uma onda de ódio fazia o seu corpo estremecer. Era estranho, mas ao mesmo tempo era melhor do que a tristeza que o invadia. Odiava Snape, odiava Draco e odiava aquela guerra idiota, que ele, sinceramente, não compreendia os reais motivos.

É véspera de seu 17º aniversário e Harry sente na pele como é árduo o peso da maioridade. Muito a contragosto passou os últimos dias na casa dos Dursley. Para ele, isso é um dever que ele teve de cumprir em honra à memória de Dumbledore.

O seu único consolo era que os Dursley o ignoravam permanentemente. Não lhe era necessário justificar o seu silêncio e a sua compenetração.

A madrugada chegava ao seu final e Harry ainda estava acordado. Um calor insuportável o impede de dormir, e mesmo se ele fosse capaz de dormir uma semana inteira sem intervalos, esse tempo não seria suficiente pra sanar o cansaço de seu corpo e mente.

Passos lentos o guiam até a janela. Harry observa a perturbadora calmaria da rua dos Alfeneiros.

Um sorriso sombrio se instala em seu rosto ao pensar na drástica decisão que estava prestes a tomar.

E envolto nestes pensamentos, viu os primeiros raios de sol da manhã de 31 de Julho iluminarem a paisagem.

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