O Gato
-CAPITULO UM-
O gato
Uma linha brilhante e azul cortava o horizonte escondido atrás das grandes montanhas que rodeavam a cidade. A névoa ainda não tinha se dissipado totalmente.Era uma típica manhã de inverno em Witgth Castle.
A manhã estava extremamente silenciosa, os pássaros não cantavam, e apenas o grito cortante do vento escutado na Rua de Werpshire.
A rua estava exatamente como uma rua respeitável de uma cidade pequena deveria estar nas primeiras horas do dia. Os imponentes e majestosos casarões coloniais erguiam-se por entre as árvores despojadas de folhas.
Mal sabiam os habitantes daquela pequena cidade que havia um gato passeando por suas ruas.
Com um único movimento, o gato parou, bem em frente à uma grande casa com um belo número sete pregado ao muro. Ficou ali, encarando a janela, com os dois olhos vidrados nela, quando, de repente, uma voz alta veio de dentro da casa:
_Já são seis e dezoito Richard, você vai perder o ônibus!!-gritou uma voz feminina.
_Calma mãe, sempre dá tempo! O ônibus só chega quando eu já estou pronto!-disse um menino.
_Ah ta, sei, larga de ser bobo menino, corre porque se não você vai perder o ônibus!!!
O garoto abriu a janela, o gato olhou pra ele, e, como se percebesse, instantaneamente o menino olhou para ele. O gato o encarou, aquilo não era normalmente o que um gato faria era? Perguntou-se o menino.
O gato continuou ali, imóvel, encarando o menino. Este tinha olhos cinza penetrantes, era bem alto para sua idade, tinha cerca de 1,85cm, físico invejável, cabelos negros e pele branca. A mesma voz feminina que falou da ultima vez cortou agora novamente o silêncio, acabando com o contato visual:
_Richard, já trocou de roupa?- disse a mulher
O menino virou-se para responder:
_Já estou trocando mãe!!!- olhou novamente para o lado de fora da janela à procura do gato, mas ele havia sumido. O garoto olhou novamente para todos os lados, aflito, mas não o encontrou em lugar nenhum.Talvez só o tenha imaginado, pensou o garoto. Por um minuto ele ficou parado lá, olhando ainda para o local onde o gato estava. Ele tinha certeza de que vira...
_Richard!!! O café está na mesa!!!- gritou a mulher.
O garoto virou-se e começou a trocar-se rapidamente. Seu quarto era grande, como a imponente mansão senhorial onde ele situava-se. Havia uma cama no centro encostada na parede, em cima de uma escrivaninha, um computador e vários livros estavam espalhados, muitos dos quais, com páginas marcadas ou então até abertos.
Um lustre luxuoso pendia do teto iluminando todo o aposento, também havia, a um canto, um grande e luxuoso piano encostado na parede com varia partituras jogadas por cima.
Após trocar sua roupa, o menino saiu do quarto, chegou a um corredor vazio, iluminado por pequenas luzes presas ao teto, a parede era impecavelmente branca, e haviam fotos espalhadas por todo o seu comprimento.
Chegou à uma porta, abriu-a, entrou em um aposento extremamente bem iluminado, haviam janelas grandes por toda a sua extensão, viradas para a entrada da casa onde um grande muro e um portão negro estavam situados.
Sentou-se à mesa, nela estavam servidas as mais variadas frutas, bolos, queijos e pães. Ele serviu-se apenas de torradas com chedar e tomou uma pequena xícara de leite com achocolatado.
Sua mãe já estava sentada à mesa, juntamente com sua irmã, que era quatro anos mais nova. A mãe era de estatura média, tinha os cabelos castanhos e os olhos extremamente azuis, já a irmã, também era um pouquinho alta para sua idade, tinha os cabelos negros iguais aos de Richard e os olhos azuis iguais aos da mãe.
_O ônibus esta atrasado- disse distraidamente a mãe olhando pela janela bebericando sua xícara de café- Já estão todos lá fora.
_Mas eu não- falou Richard com tranqüilidade - Já disse, o ônibus só chega quando eu tiver acabado
Ambos continuaram tranqüilamente a tomar o café da manhã, a mãe dava umas espiadas constantes pela janela da cozinha para ver se o ônibus já tinha chegado.
_Acabei- disse Richard cortando o silencio que assolava a cozinha.
Juntou seu material, pegou a mochila, se despediu de sua mãe e de sua irmã, e quando estava se dirigindo para a porta, a velha e conhecida buzina do ônibus soou alto por entra as árvores de Wigth Castle.
Ele já estava acostumado com aquela rotina, Richard tinha treze anos e estava na sétima série, como Wigth Castle não tinha uma boa escola, todos os dia ele pegava um ônibus para a cidade mais próxima: Great Cannons. Aquele ônibus servia especialmente para levar e trazer estudantes da escola.
Richard saiu da soleira da porta e começou a andar pelos jardins, o ônibus parava todos os dias na praça que ficava em frente à sua casa. Chegou no portão e escutou uma voz cumprimentá-lo do outro lado.
_Oi Richard!!! Bom dia!!!- disse uma menina que estava próxima. Ela era muito bonita, tinha cerca de 1,65, cabelos castanhos e lisos, pele branca e olhos também castanhos e profundos.
_Oi Amélia!!! Bom dia também!!!- Respondeu Richard- Como vai?
_Vou muito bem...- disse a garota, mas seu jeito dizia à Richard que ela não tinha muita convicção no que estava dizendo.
_Bom, então vamos?-disse ele dando espaço para ela entrar no ônibus.
_Ah, claro
Ambos sentaram no mesmo banco, logo na segunda fileira, colocaram as mochilas debaixo do banco e Amélia começou a falar:
_Richard, você entendeu aquele negócio sobre o trinômio quadrado perfeito? Porque eu não estou conseguindo...- mas Richard não estava escutando, sua atenção estava em cima do muro de sua casa, onde aquele mesmo gato olhava fixamente para o garoto...
_Richard!!! Richard!!!- gritou Amélia tentando chamar a atenção do menino
.
_Uhm, o que? Ah, me desculpe- disse Richard voltando a si- Amélia, me diga uma coisa, você viu aquele...
Mas o gato não estava mais lá, será que ele estava ficando louco, mas o bicho parecia tão real...
_Aquele o quê, Richard? Eu não estou vendo nada- disse a menina olhando preocupada pela janela.
_Nada não, esquece, eu só achei que tinha visto uma coisa...
_Você está me assustando deste jeito Richard- disse ela com uma cara de espanto virada para o garoto.
Soou-se outra buzina pela cidade e o ônibus começou a andar novamente, o menino varreu totalmente o gato de sua cabeça. Assim que o ônibus virou a primeira esquina,o som de passos ecoou pela rua tranqüila.Os lampiões da rua se apagaram magicamente, um por um, e a sombra de um homem com grande barba e cabelo prateado apareceu entre a névoa matinal.
Parou em frente ao muro do número sete, onde agora o gato voltara a sentar, mas desta vez encarava o homem estranho de barbas longas.
_Bom dia Profa. McGonnagal- exclamou o homem, com uma voz roufenha e tranqüila, olhando para o gato.
_Bom dia Alvo- disse uma mulher que agora estava sentada exatamente no mesmo lugar que o gato estava um segundo atrás...
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