De volta á Hogwarts
Tiago Potter saiu do expresso de Hogwarts, correndo. Estava em seu sétimo e último ano de Hogwarts. Essa era a sétima vez em que ele chegava em Hogwarts na noite do dia dois de setembro. Ele se atrasara de novo para pegar o trem no dia primeiro e teve que mandar, pela sétima vez, uma coruja para Hogwarts, avisando que perdera o trem.
Ele corria, quase sem fôlego, na direção do castelo. Mal ousava pensar na bronca que ele iria levar de Dumbledore. Mas ele já estava acostumado com isso. Não era nem a sétima, nem a quadragésima oitava vez que iria levar uma bronca dele. Ele e Sirius estavam empatados no livro de recordes da escola. Ambos tinham conseguido ir cento e quinze vezes para o escritório do diretor.
Provavelmente, o professor Dumbledore já havia desistido de tentar colocar juízo na cabeça deles, talvez nem levasse detenções, mas era bom não contar com a sorte...
Ele agora atravessava o portão da propriedade de Hogwarts, correndo o mais rápido que podia. Estava morrendo de vontade para reencotrar Sirius, Remo e Tiago. Não conseguira se comunicar com eles o verão inteiro, uma vez que ele tinha engolido a sua pequena corujinha enquanto dormia. Teve que ir para o St. Mungus, pois estava com ela entalada na garganta e o curandeiro recomendou um laxante poderosíssimo, ou seja, Tiago passara as férias inteiras trancado no banheiro.
Com certeza, Sirius havia arranjado mais alguma coisa maluca e perigosa para eles fazerem durante a primeira noite em Hogwarts. Faltavam alguns dias para a transformação de Remo em lobisomem. Mal podia esperar para zoar os garotos do primeiro ano com Pedro. E Snape deveria estar esperando ansiosamente uma azaração...
E havia também Lílian. Aquela Lílian. Nunca ousara confessar nem mesmo com Sirius o que sentia por ela. Todas aquelas noites no salão comunal da Grifinória, doido por um beijo da garota... Tiago sentia que ela só estava lhe dando um gelo e, por isso, tinha mais vontade de ficar com ela ainda.
- Este ano promete - murmurou Tiago, para si mesmo, entrando no castelo.
O jantar já havia começado e ele encontrou-se com Sirius, Remo e Pedro no topo da escadaria de mármore. Remo usava seu novíssimo distintivo de monitor-chefe.
- Tiago! - exclamou Sirius, ao vê-lo - Pensei que tivesse morrido!
- Só uma diarréia desgraçada, por causa do laxante, nada mais - contou ele, rindo.
- Vamos, está na hora do jantar - falou Remo, abraçando Tiago - Faltam seis dias para eu me transformar...
Tiago sorriu ainda mais.
- Sabe, os alunos do primeiro ano estão cada vez mais chatos, Tiago... - comentou Pedro, também sorrindo.
Os quatro se dirigiram para o salão principal e se sentaram na mesa da Grifinória. Tiago deixou um olhar escapar na direção de Lílian e percebeu que a garota havia notado.
- Ainda atrás dessa garota? - perguntou Sirius, rindo - Ela te dá um gelo dos diachos...
- Sirius! - exclamou Tiago, corando - Não inventa essas coisas, o pessoal pode acreditar!
- Tá bom, tá bom - concordou Sirius - Quanto é a sua mesada mesmo?
- Dois galeões - informou Tiago.
- Ótimo, pode pagar um galeão adiantado - disse Sirius.
- Pagar o que? - perguntou Tiago, surpreso - Eu já te paguei aquelas bombas de bosta há quatro meses...
- Eu posso gritar para todo mundo o seu segredinho - cochichou Sirius, rindo.
Tiago tirou um galeão de suas vestes depressinha.
- Salafrário! - murmurou ele, passando o galeão, enquanto Remo e Pedro morriam de dar risada.
- O Sirius sempre teve esse sexto sentido - contou Remo - Da última vez, o galeão que ele ganhou veio do Rabicho...
Remo e Sirius riram.
- É um ótimo negócio, sabe? - comentou Sirius - Vinte galeões só no ano passado.
- E quem foram as vinte pessoas? - perguntou Tiago.
- Dez - corrigiu Sirius - Eu é que fiz um descontinho para vocês. Para o restante é dois. Dá para juntar um bom dinheiro. Gastei em vários artigos da Zonko's.
- Não que você precise de dinheiro, hein, Sirius? - comentou Pedro - Sua família é para lá de rica.
Sirius pareceu magoado.
- Você sabe o quanto eu os odeio, Pedro - disse Sirius.
- Ah, certo - falou Pedro, triste -, me desculpe.
Dumbledore se levantou na mesa dos professores e bateu a colher em sua taça três vezes. Todos do salão ficaram quietos.
- Atenção - pediu Dumbledore - Agora que todos conseguimos chegar em Hogwarts - e deu um olhar na direção de Tiago - Eu posso dar o aviso de que teremos um grande baile no dia das bruxas.
Todo o salão mergulhou em cochichos.
- Um baile? - falou Remo, parecendo triste - E agora? Eu não sei dançar!
- E pior eu - suspirou Pedro - Nenhuma garota vai querer sair comigo.
- Isso é o de menor importância - disse Tiago - Sirius, você vai com quem?
- Não sei, cara - disse Sirius, passando os olhos pelo salão. Várias garotas o olhavam, discretamente. Com certeza elas iriam querer ir com Sirius ao baile - Vai convidar a Lílian?
Tiago corou. Para sua sorte, Dumbledore bateu na taça mais três vezes e todos se calaram.
- Calma, calma - sorriu ele - Tenho certeza que todos os alunos estão excitados para ir, mas ainda tenho que avisá-los. Teremos visitantes da Irlanda para o baile.
Todos fizeram cara feia.
- Eles são excelentes pessoas e virão aqui por causa de um pedido meu - contou Dumbledore - A causa de meu pedido é de caráter pessoal. Os visitantes também terão dezessete anos e participarão do baile. O baile será apenas para os alunos dos sexto e sétimo anos. Os demais comemorarão a data nos salões comunais.
Tiago quase caiu para trás. Ele se mataria se visse Lílian o traindo com um irlandês. Já Sirius, estava mais preocupado em saber o motivo de Dumbledore.
- O que será a causa para eles virem aqui, hein? - perguntou ele.
Pedro deu de ombros.
- Eu sei - falou Remo - Eles estão aqui para pesquisar lobisomens, ou seja, eu.
Todos olharam o garoto.
- Dumbledore é louco? - perguntou Tiago, de boca aberta - Alguém pode acabar descobrindo!
Sirius e Pedro confirmaram com a cabeça.
- Eu sei - disse Remo - Dumbledore disse que os trouxe aqui porque na Irlanda há um grande número de lobisomens e poucos sabem se defender deles. Os alunos de lá virão até aqui para aprender como lidar com eles e depois repassarão todo o ensinamento para os irlandeses.
- Mas e se descobrirem? - perguntou Sirius - Você estará frito!
- Ele disse que lançará um feitiço em cada um, para que não possam falar isso á ninguém - contou Remo - Eu acho que meu segredo estará á salvo.
Os três continuavam discordando, mas não falaram nada. Eles comeram rapidamente e depois subiram para o salão comunal, discutindo as chances de Grifinória de ganhar a taça de Quadribol novamente. Logo, Sirius mudou o assunto para as primeiras confusões que iriam fazer no ano.
- A primeira coisa que iremos fazer é jogar aquele quadro do Galérius, o loucão na cabeça do zelador - contou Sirius - Trocaram o zelador, sabia? Agora é um tal de Filch. Eu não fui muito com a cara dele...
- Deu para perceber - riu Tiago.
- Está na hora dele conhecer os marotos - brincou Remo.
Os quatro chegaram no quadro da Mulher Gorda.
- Cavalete Estranho! - exclamou Pedro.
O quadro girou deixando uma abertura para o salão comunal da Grifinória. Remo e Pedro sentaram-se em um canto do salão comunal e começaram a fazer o dever de Feitiços. Tiago se sentou perto da lareira com Sirius.
Tiago percebeu que Sirius não tirava os olhos de uma garota do salão, que ele reconhecera como Amélia Galagher. Ela tinha cabelos loiros, lisos e compridos, olhos azuis e a pele um pouco bronzeada.
- Vai ter que me devolver o galeão - sorriu Tiago, apontando para a garota com a cabeça.
Sirius sorriu e lhe devolveu o galeão.
- Se você contar eu conto, viu? - disse ele.
Tiago riu e subiu as escadas para o dormitório. Nem trocou a roupa e se jogou na cama, pensando em Lílian. Sentia um aperto no peito, ao saber que a garota não estava nem aí para ele.
- Ela pode estar gostando de mim e me dando só um gelo - sussurrou Tiago, para si mesmo - Ah, não. Acho que ela não gosta de mim... é, me odeia mesmo...
E adormeceu, pensando nela...
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