Meu Plano

[Flash-Back]
Num suspirou cansado, ela se jogou na cama.
"Deus, obrigado por estar em casa..." ela pensou assim que o carro de seu pai estacionou na garagem.
Ela amava Hogwarts, sem dúvida, mas algumas vezes era tão frustrante estar naquele lugar, chegava a ser irritante.E com tudo que aconteceu naquele pseudo-paraíso, naquele mundo novo... Ela, muitas vezes, setiasse na obrigação de esquecer, de tudo.

Hermione fechou os olhos, tentando orientar-se. A partir desse dia, começaria uma nova página em sua história. Ela não sabia se estava realmente preparada, no entanto.
Sentiu o corpo tremer ao pensar no futuro. "Que futuro?"
Não sabia, tinha medo de pensar, de questionar. Só queria nesse momento, deitar e dormir até o outro dia, quem sabe até uma nova era.

-Mione, querida? Eu posso entrar?

A jovem abriu os olhos abruptamente. - Sim, papai.

O sr. sorriu ao encontrar a filha na cama. - Você está cansada não é?

-Só um pouco - sorriu levemente.

-Durma - ele disse. - E quando estiver mais disposta arrume suas malas.

-Minha mala! Esqueci no carro!

O Sr. sorriu novamente. - Não se preocupe. Eu trouxe para você, aqui está ela - deixou a um canto do quarto. - Agora descance - falou se aproximando e lhe dando um beijo na testa.

-Tudo bem...

Antes, no entanto, que Hermione pudesse se render ao sono, todo o ano letivo lhe veio à cabeça. Antes de tudo, Harry lhe veio a cabeça. Seu melhor amigo.
Ela não conseguia deixar de pensar nele. Harry já se tornara parte insubstituível de si, ele não poderia mais ser arrancado do mundo da moça assim, tão repentinamente. Ele [b]nunca[/b] mais poderia sair.
Desde que terminara com Rony, no início do ano, sentia em Harry o único que a compreendia. Ele sempre fora o único, pensou ela. Como nunca se deu conta?
Aqueles últimos seis meses de convivência foram os mais irreverentes e prazerosos que já tivera. Ela não tinha que se preocupar com mortes, não precisava se preocupar com alguém lhe perseguindo, com alguém perseguindo a Harry...

Tudo que ela sempre fiz foi vê-lo feliz. E por esse motivo, Hermione tentava deixá-lo liberto, mesmo sendo completamente complicado vê-lo ferido por alguém...
Primeiro Cho. E Hermione nunca deixou de negar para si mesma que aquela decepção que sentira não era apenas por Gina, mas sim, uma gota de ciúme mal contido. E então veio Gina, e a moça sentia tamanha felicidade por ver Harry contente, como raramente o via. Mas a guerra deveria vir e Harry não quis expor a ruivinha a perigos e de modo simples o relacionamento terminou. E mesmo com o fim da guerra, não houve a reconciliação, simplesmente porque ambos haviam mudado demais. Mas, por incrível que pareça, quando a guerra acabou, Harry estava sereno, leve, emanando alegria. E isso, mais do que tudo, era tão bom pra ela...
Harry era mais que um bom amigo, ela sentiu fechando os olhos antes de adormecer.
[Fim do Flash-Back]

Hermione relia a carta pela terceira vez. Os olhos já meio turvos, perdidos em pensamentos. Divagações. Estava em seu quarto e ainda não havia desfeito complemente sua mala por ter encontrado em suas coisas esse envelope com a caligrafia de Harry.
Num suspiro a jovem guardou finalmente a carta, no bolso de sua calça, prometendo que assim que terminasse de organizar seu quarto voltaria a lê-la.

A imagem de Harry surgiu veloz aos seus olhos. Do menino-que-sobreviveu. O rapaz que derrotara sozinho o Lord Escuro. Doce moreno alto de cabelos negros revoltados e brilhantes olhos cor de esmeralda, enfim, seu melhor amigo, Harry Potter.
Ela sentiu os lábios tremerem, quanto tempo ficariam longo?
***

O quarto já estava completamente arrumado e agora Hermione se dedicava completamente ao amigo.
Suspirando, a jovem passou novamente a ler a carta.

Meu plano era deixar você pensar o que quiser
Meu plano era deixar você pensar
Meu plano era deixar você falar o que quiser
Meu plano era deixar você falar
Coisas sem sentido

Hermione mordeu o lábio inferior, fazia de tudo para que Harry se sentisse bem. E por isso tentava ajudá-lo indiretamente. Mas, sinceramente, não esperava por uma saída estratégica da parte dele.
*
Sem motivo, sem querer
Andei fazendo planos pra você
Engano seu, achar que fosse brincadeira
Engano seu
Aconteceu de ser assim dessa maneira, e o plano é meu
Mesmo sem motivo
Sem sentido, sem saber
Andei fazendo planos pra você
Pra você eu faço tudo e um pouco mais
Pra você ficar comigo e ninguém mais
Largo os compromissos
Deixo tudo ao largo
Você tenta em vão me convencer
Que é melhor não fazer planos pra você

Eu queria não estar tão envolvida na vida dele. Todavia, meu desejo de fazer o moreno viver se tornou realidade quando eu me aproximava dele e conseguia lhe fazer sorrir, sentir que Harry se divertia ao meu lado.
A verdade é que era tão ou mais prazeroso fê-lo brincar, gargalhar, do que estar com qualquer outra pessoa. Nesse momento, percebe que algo estava errado. E o problema era comigo.
Não percebia que elaborava idéia, “perdia tempo” pensando no que Harry gostaria, se Harry gostaria, se o deixaria contente. Eu não ligava de modo geral, quantas vezes deixei de fazer uma ronda para ficar ao seu lado? Quantas vezes fiz Rony ir em meu lugar a uma reunião? Quanto, em seis meses, esqueci de terminar exercícios escolares por estar preocupada demais na presença e estado de ânimo dele?
Quando Harry compreendeu o meu comportamento diante dele... Quase quis me matar. Dissera que não deveria perder meu tempo me preocupando com suas besteiras, que ele estava bem. Que tudo iria passar, disse que era apenas uma fase ruim. Que não queria que eu ficasse subjugando meu tempo com ele. Já era tarde demais para suas palavras, eu me tornei dependente disso, dependente dele, de sua felicidade... E, por mais que fosse preocupante, eu continuava ignorando.

Meu plano era deixar você fugir quando quiser
Meu plano era esperar você voltar
Engano seu, acha que o plano é passageiro
Engano meu

Mesmo com tudo planejado, eu queria deixá-lo livre, esse sempre fora o plano original. E assim, quando Harry se machucasse, eu estaria lá, sempre. Para curar todas as feridas, mágoas, tudo que pudesse lhe definhar.
Como com um pássaro ferido, deixando-o preso a mim quando estivesse machucado – para então curá-lo - e depois libertando-o para que pudesse viver – e sentir.
De alguma forma, o estar preso a mim sempre me deixou mais aliviada... E era cada vez mais duro soltá-lo, meu coração contraia, minha respiração acelerava, como num ataque de pânico... Esses sintomas só passavam, quando novamente, meu belo pássaro, estava em meus braços. Mas eu não tinha um pássaro...
*
Acho que o destino, antes de nos conhecer
Fez um plano pra juntar eu e você
Pra você eu faço tudo e um pouco mais
Pra você ficar comigo e ninguém mais
Largo os compromissos
Deixo tudo ao largo
Você tenta em vão me convencer
Que é melhor não fazer planos pra você


Ela o faria. O deixaria quieto, "encontrando-se" como o mesmo afirmara. Ela sabia que Harry voltaria, e Hermione só podia deixar correr. Mas ele voltaria. Sim, este era seu intuito.

(Continua)
****
Oi!
Bom, eu sei que tá horrível! Mas, por favor, comentem... Pois assim eu posso saber se faço ou não mais um cap...
Beijo!
Hmm. Desculpem algum erro, eu fiz agora e não revisei.
Yasmin

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