Conto XII – A Primeira das Evi
Notas iniciais: “Cá estou eu outra vez para introduzir mais um conto a vocês. O conto será narrado em terceira pessoa pelo Almofadinhas e, dando continuidade ao “Mistério da Bagagem Desaparecida”, mostrará a aparição de uma evidência e de um depoimento que podem mudar por completo todo o rumo das investigações... Confiram!”.
Remo Lupin
Triiiimmm! Enfim a sineta havia tocado naquela manhã entediante do primeiro dia de aula dos marotos. A dupla de poções com o professor Slughorn com certeza teria sido muito bem vinda se os grifinorianos não tivessem tido de dividir as aulas com os sonserinos. E isso deixava o ambiente tão tenso e insuportável que os alunos se encaravam e lançavam olhares maldosos uns aos outros, rezando para que a poção da outra casa desse errado.
- Sabe... Não sei por que eles inventaram de nos por com os sonserinos! Nós nunca nos daremos bem! – reclamou Tiago Potter, quando ele e os outros três marotos chegaram ao salão comunal da Grifinória.
- Não adianta reclamar disso... Sempre será assim! Eles insistem na idéia de que sonserinos e grifinorianos ainda serão amigos – Lupin dizia, fazendo uma careta.
- Mas não é isso que me preocupa – falou Sirius pela primeira vez desde que os marotos tinham saído das masmorras – Estou preocupado com a nossa bagagem. Nenhum sinal dela, não é? Quero saber se vou passar o resto do ano com essa roupa!
- Eu também estava pensando nisso e decidi ir lá no corujal. Vou mandar uma coruja para minha mãe, avisando o ocorrido e pedindo algumas vestes novas... eu estou imundo! – Lupin falou, olhando para si mesmo e depois para os outros três – Alguém vai fazer o mesmo?
- Eu vou! – disseram os três marotos em coro, e nisso o quarteto saiu pelos corredores da escola em direção ao corujal.
Os quatro garotos chegaram ao corujal e, ao contrário do que esperavam, ele estava cheio de estudantes. Aparentemente, metade da escola tivera a mesma idéia que Lupin e, dessa forma, a paciência era a ferramenta fundamental para poder enviar uma carta, afinal, barulho de gente, de passos e de corujas piando não era algo concentrador para ninguém.
- Qual delas vamos escolher? – gritou Pettigrew para os outros marotos, sua voz tentando se sobrepor a todos os outros ruídos do local – Acho que uma coruja-das-torres seria mais rápida que uma coruja-das-igrejas.
- Não – Tiago gritou para os amigos – Vamos mandar as cartas por uma coruja-das-igrejas, ela não é tão rápida, mas é boa quando as entregas são longas e para vários destinos diferentes.
Lupin aproximou-se de uma coruja-das-igrejas acinzentada e começou a emitir piados para ela, segundo ele, essa era a melhor forma de acalmar uma coruja em meio a um tumulto. E deu certo... a coruja saiu de seu poleiro e voou direto para o seu braço, dessa forma, Pedro ficou encarregado de escrever as cartas, já que Tiago distraía a coruja, fazendo movimentos lentos com as mãos, e Sirius dava-lhe comida.
Eis a carta escrita por Pettigrew:
“Estou sem roupa, mamãe. Preciso, imediatamente, me vestir. Me mande amanhã pela manhã quatro vestes comuns, um pijama, sapatos, meias e cuecas, por favor. Não agüento mais o meu cheiro”.
A reação dos marotos à carta não poderia ter sido outra:
- Pedro! Nossas mães vão achar que estamos andando pelados por Hogwarts! Arrume isso já – exclamou Lupin, em meio a assovios para acalmar a coruja-das-igrejas.
Depois de muito consertar e refazer, as cartas ficaram prontas e a coruja, bem alimentada e feliz, voou livremente pelo céu azul e sem nuvens que encobria Hogwarts.
Foi na volta para o salão comunal da Grifinória que um fato importante aconteceu. Os marotos caminhavam por um longo corredor, até então silencioso, até que dobraram uma esquina e viram, no final da ala, um amontoado de alunos. Aproximaram-se com cautela e viram, para o seu desgosto, que era um grupo de sonserinos, tentaram voltar sem ser percebidos, mas já era tarde demais...
- Então, os grifinorianos também estão a par da novidade? Descobriram quem roubou a nossa bagagem! – era Snape, que estava em pé sobre uma cadeira, como que discursando para os sonserinos – É uma pena... perdi uma aposta, Tiago! Eu jurava que tinha sido você!
E nisso Snape e seus amigos caíram na gargalhada; Tiago, entretanto, encheu-se de raiva e falou, sem medir palavras:
- Cala boca, seu imundo! Por que não lava esses cabelos sebosos? – de fato, os cabelos de Snape brilhavam naquele corredor mais do que qualquer outra coisa, afinal, eram tão oleosos que refletiam a luz do sol melhor até do que um espelho.
- Obrigado pela educação! – respondeu o outro, irônico, descendo da cadeira – Não vai me perguntar quem roubou, então?
- Não, muito obrigado! – respondeu Tiago, mesmo estando morto de curiosidade.
- Quem foi? – Pettigrew deixou escapar e se viu tapando a boca com as mãos no mesmo instante.
A gargalhada foi geral em meio aos sonserinos e Pedro teve como presente olhares afiados de seus amigos grifinorianos.
- Um elfo imbecil chamado Tíber! UM ELFO! – Snape gritava no corredor, tornando a gargalhar ao ver a cara de surpresa dos quatro marotos – Vocês não sabiam? Claro! Eu já desconfiava... – mas ele não pôde completar porque Tiago explodiu em gritos.
- TÍBER NÃO FARIA ISSO! CALA A BOCA SEU MAL-AMADO!
- Eu ouvi bem? – Snape era tão sarcástico que dava vontade de pular em seu pescoço para esganá-lo – O Sr. Potter tem alguma relação com aquele elfo imbecil? Por Merlin, a máfia dentro desse colégio é maior do que eu pensava.
- Eu não tenho relação alguma com elfo nenhum e não seria do seu interesse mesmo que eu tivesse – falou Tiago, aproximando-se de Snape – Agora, se não se importa, pare de inventar conversas pelos corredores. Isso é muito imaturo para alguém como você que se acha a celebridade.
- Vamos! – Snape disse para os quinze sonserinos que os assistiam – Esse lugar está ficando sujo demais! – e nisso saiu a passos largos.
- Como assim: Tíber não faria isso? – foi a primeira pergunta que Pedro fizera a Tiago assim que ele e os outros entraram no dormitório masculino na torre da Grifinória – Você conhece um elfo chamado Tíber?
- É... era isso que eu estava me perguntando – disse Sirius, sentando-se em sua cama.
- Sim... eu o conheço – murmurou Tiago, como se aquilo não fosse algo que devesse ser contado.
- Conhece? De onde? E quando? E porque você acha que ele não roubaria as nossas bagagens? – Lupin bombardeava Tiago com as questões que ele mais queria que fossem respondidas.
- Anh... eu o conheço porque ele já visitou a minha casa há alguns anos... – Tiago começou a falar baixinho, como se tivesse medo de ser ouvido, então suspirou e continuou, dessa vez falando normalmente - Bem, vocês sabem, meus pais são funcionários do ministério e... bem, são funcionários de destaque. Enfim, o chefe do setor de execução das leis mágicas foi lá em casa há uns quatro anos e levou o seu elfo consigo... Enquanto ele conversava com meus pais, eu acabei fazendo amizade com o elfo... E o elfo era Tíber.
- Mas isso não seria motivo o bastante para você afirmar que ele não roubou as nossas coisas! Afinal, vocês apenas conversaram durante algumas horas! – Lupin falava mais para si que para Tiago, afinal, não queria demonstrar que discordava do não-envolvimento do elfo.
- E como ele teria parado aqui em Hogwarts? Ele tinha um mestre, não é? – dessa vez quem falou foi Pettigrew.
- Ah... Nós não conversamos apenas por algumas horas, Remo. As visitas do mestre de Tíber a minha casa ficaram cada vez mais constantes e, bem, acabei por fazer uma grande amizade com o elfo... ele era super simpático, bacana e divertido... – Tiago falava, com a cabeça baixa, aparentemente relembrando os momentos vividos com o elfo.
- E quanto a ele ter vindo parar em Hogwarts? – Sirius refez a pergunta que Pedro havia feito.
- Tudo que eu sei é que o Sr. Nilton, mestre do Tíber, morreu ano passado em alguma missão secreta do ministério. Enfim, Dumbledore teve piedade do pobre elfo e o contratou – Tiago não parecia estar contente em falar sobre aquilo para seus amigos.
- Não sei... e se o elfo tivesse querido se matar quando viu que seu mestre havia morrido? E se Dumbledore não deixou que ele morresse e agora o elfo estivesse tentando se rebelar contra Dumbledore? – falava Sirius, as suposições aflorando em sua mente.
- Ah! Querem saber? Nós não temos nenhum motivo de confiar no Snape e no seu grupinho se sonserinos imbecis! Quem sabe ele estivesse só brincando! Talvez tivesse sabido que o Tíber foi meu amigo e resolveu me pregar essa peça... – Tiago bradou, visivelmente irritado com a desconfiança dos amigos – Você preferem confiar nele a mim?
Aquela pergunta pareceu ter pego os outros três, pois eles ficaram calados por muitos minutos, aparentemente pensando, ou sem terem o que falar, até que Sirius, com a sinceridade à flor da pele, disse:
- OK! Vamos tentar confiar em você, Tiago, apesar de que nunca confiei muito em elfos. Acho que eles só esperam o momento exato de se vingarem de seus donos. Estou confiando em você porque você é meu amigo, nada mais! Apesar de que a história do Snape, mesmo sem provas, me parece mais fácil de acreditar.
- Eu concordo com tudo que o Sirius falou – murmurou Lupin para Tiago, a cabeça baixa, pois não tinha coragem de encarar o amigo.
- Eu também – falou Pedro, encerrando o assunto.
À noite, depois de terem tomado um banho e vestido as mesmas vestes do dia do embarque no trem, os marotos desceram para o salão comunal da Grifinória, que estava lotado e, para a completa surpresa dos quatro, em completo silêncio. O monitor-chefe da Grifinória falava a todos:
- Esse elfo, chamado Tíber, é um dos servos de Hogwarts e, por algum motivo que ainda não conseguimos entender, roubou a bagagem de todos vocês no dia do embarque no trem. Nesse momento, ele está sendo castigado pelo Sr. Filch na masmorra número quinze do castelo. Recomendaram-me dizer-lhes para não irem ver a seção de punição, pois é excessivamente violenta e, com certeza, penosa.
- M-mas... Dumbledore permite que elfos sejam espancados em Hogwarts? – uma aluna do quinto ano dizia, um tom de indignação em sua voz.
- N-não... o diretor, infelizmente, não está no castelo. A decisão foi tomada pelo conselho do colégio – explicou o monitor-chefe à aluna, que pronunciou algo como “Malditos” e subiu, aborrecida, para o dormitório feminino.
- E por que diabos vocês estão acusando o Tíber? – Tiago perguntou, de onde estava, esperando receber uma boa resposta.
- Ah, claro! – continuou o monitor, animadamente – Esqueci de lhes dizer! Ele foi pego em flagrante, hoje à tarde, escondendo algumas de suas malas em uma sala do sétimo andar.
Notas finais: (além de conter notas do autor, há também os pensamentos, detalhes e opiniões pessoais de cada maroto sobre os diversos acontecimentos do conto).
# Snape ficou sabendo primeiro até que os monitores-chefe sobre o elfo Tíber, pois um fantasma da sonserina, que não o Barão Sangrento, o contou.
# Lílian e Lana terão alguma participação no próximo conto.
# Nenhum dos quatro marotos possui uma coruja. Os únicos que possuem animais no grupo são Pedro e Sirius: o primeiro tem um gato e o segundo um sapo.
# Dumbledore não ficará nada satisfeito ao saber a decisão do conselho de bruxos que cuida de Hogwarts, afinal, por mais que tudo indique a participação do elfo no furto das bagagens, ele não aceita o uso de qualquer tipo de violência contra os seus.
# A partir do próximo conto se iniciará uma investigação feita pelos próprios marotos. No fundo, Tiago quer mostrar aos outros três que Tíber é inocente e os outros três querem mostrar a Tiago que o elfo é culpado.
Bom, espero que tenham gostado desse conto. Enquanto o outro foi a introdução ao mistério, esse foi a introdução à investigação.
Não é o meu conto favorito, mas tudo bem! É uma parte essencial da história dos marotos no segundo ano, por mais que agrade ou não.
Um abraço a todos e até o próximo conto! =D
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