Trouxa, moi?
*Tradução do título: Trouxa, eu?
─── FIU, FIIIU...
Harry se virou. Não podia ser com ele! Era um dia ensolarado e ele estava
levando o cão da Sra. McCleever, sua vizinha, para passear na Rua Das Magnólias.
Fato é que alguém assobiou para ele! Como assim? Era um grupinho de meninas:
─── Ei gatinho! Você mesmo! Minha amiga quer te conhecer!
─── Cala a boca sua doida! ─ disse uma das garotas, totalmente envergonhada.
“Ela é bem gatinha...” pensou Harry. Negra, olhos grandes e expressivos (que
agora indicavam uma vergonha absurda), lábios grandes e, digamos, uma
‘retaguarda’ privilegiada. Ao contrário das outras do grupinho (eram umas seis,
no mínimo), tinha uma atitude meio rock. Saia jeans de prega, meio esfiapada,
camiseta preta de banda (n/a[g]: não pus a banda para não fazer merchandising de
graça, hehe), munhequeira e cuturno All Star.
─── E aí? ─ disse outra das garotas?
Harry foi até elas.
─── Falou. Cá, a nossa parte a gente fez. Tchau!
─── Peraí...!
Eles ficaram sozinhos. Ou melhor, com o labrador da Sra. McCleever... Harry já
foi tentando puxar assunto, pois ela estava envergonhada demais pra falar:
─── Oi, qual é seu nome?
─── Caroline Rubin, mas se quiser me chamar de Carol...
─── Prazer Carol, sou Harry. Harry Potter.
─── Já imaginava... ─ disse bem baixo, olhando disfarçadamente para sua
cicatriz.
─── Quê?
─── Nada, nada não... O cachorro é seu?
─── Não, é da minha vizinha. Tô passeando com ele pra ganhar uma grana. E por
diversão também. Não é Johnny? ─ e abaixou para coçar as orelhas do bicho. Ele
parecia MUITO o Sírius na forma animaga... voltou-se para a garota ─ Você é
daqui? Seu sotaque é diferente.
─── Sou americana, mas vivi a maior parte da minha vida no Brasil, com meus
tios. Agora eu tava com meu vô em Los Angeles, mas tive que ser transferida para
cá, não me falaram por quê.
─── E seus pais?
─── Morreram...
─── Ah, sinto muito. Eu sei como é...
─── Eu sei que você sabe. Meu pai era trouxa, mas toda a família da minha mãe é
puro-sangue, vivem falando da sua hist...
─── Você não é trouxa? Que bom!
─── Trouxa, moi? Nem fud...
Johnny, o cachorro, começou a latir e rosnar de um jeito muito estranho, seus
pêlos do pescoço estavam arrepiados e ele parecia com medo. Foi quando Harry
viu. Uma enorme serpente estava se erguendo de um matagal próximo. O garoto
instintivamente gritou:
─── Carol, feche os olhos!! É um basilisco!!!
─── Basilisco em Little Whinging? Caraca, a coisa ta feia!
Carol tapou os olhos do cachorro com um feitiço e o prendeu a um poste (para o
bem dele!). Harry estava lançando feitiços Conjuntivictus às cegas, sempre
errando feio. Uma voz sibilante e gélida, muito conhecida do garoto, disse:
─── Mate-os Víbora!
─── Olá Voldie! Quanto tempo! ─ disse Carol sarcasticamente ─ Conjuntivictus
perseguitus! ─ um sibilo de dor foi ouvido ─ pode abrir os olhos Harry!
Ele abriu. Não se sabe como, mas a cobra estava cega.
─── O que você fez?
─── Aprendi esse feitiço ano passado, é tipo um “Conjuntivictus-extra-fote-perseguidor”.
E chega de papo, ela ainda tem o veneno! Vai tio Voldie, faz alguma coisa!
─── Meu nome não é Voldie sua fedelha! E eu não sou seu tio!
─── Prefere que eu te chame de Voldinho titio?
─── Víbora, mate-os! Fareje!
A cobra esticou a enorme língua no ar para farejá-los (n/a[g]: pra quem não
sabe: as cobras sentem o cheiro pela língua) e Harry teve uma idéia. Esperou a
cabeça gigantesca e colorida da serpente ficar em um ângulo melhor e usou um
feitiço cortante na língua dela.
─── Pronto. ─ cochichou Harry para Carol ─ Agora é só a gente ficar bem quieto
que ela vai ficar perdidinha de tudo...
─── Mas como a gente mata ela?
─── Quando eu matei o da Câmara Secreta eu usei uma espada...
─── Espada... claro!!!
─── Shh!!
Tarde demais, a cobra ouviu. Voldemort já tinha ido embora, deixou o serviço com
sua “amiguinha”. Harry jogou Caroline no chão e os dois se salvaram da investida
dela. Fugiram para o outro lado.
─── Harry, já sei como acabar com essa coisa. Brigada pela idéia!
─── Que idéia?
A garota murmurou algumas palavras e, por incrível que pareça, sua varinha se
transformou em uma espada!
─── Carol, o que você pretende fazer com isso?
Ela não ouviu, já estava correndo em direção ao basilisco. Ele (o basilisco) a
ouviu e partiu em uma investida cega, e acabou batendo no muro alto e com cerca
elétrica de um prédio. Carol aproveitou a distração (e a dor! O muro quebrou na
cabeça dele!) do bicho e enfiou a espada no alto de sua cabeça. Víbora
finalmente morreu.
─── UAU!!! ─ disse Harry empolgado ─ Caramba Carol, que demais!
─── Hehe, valeu... Que horas são?
─── 7 da noite, por quê?
─── Melhor eu ir, meu tio-avô trouxa é um pé no saco... Mas como foi a sua
primeira impressão de mim, famoso Harry Potter? ─ disse ela com um sorrisinho
desafiador.
Harry entendeu muito bem o que ela quis dizer com aquele sorriso e fez algo que
ele acho que nunca ia ter coragem: roubou um beijo da garota. Com certeza foi
bem melhor que aquela melação com a Cho Chang no ano anterior. Aliás, não
teve nem comparação, foi muito melhor.
─── Bem, ─ disse a garota ─ até amanhã, espero...
─── A gente se vê. Tchau. ─ e deram um selinho.
Harry esperou ela sumir de vista para ir embora, devolver o cachorro da Sra.
McCleever.
______
*______*
Era de madrugada e, pra variar, Harry estava lendo o “Quadribol Através dos
Séculos” pela nonagésima sétima vez quando Edwiges bateu na janela. O garoto foi
abri-la para a coruja passar, tentando adivinhar o tamanho do rato que ela teria
caçado e iria mostrar com orgulho para o dono, como um troféu. Mas o que veio
foi uma carta da Ordem:
Caro Harry,
Tudo bem por aí? Só estou mandando este bilhete para avisar que iremos aí te
buscar sexta às 2 da tarde, quer seus tios deixem ou não. E você irá receber uma
caronista.
Lupin.
“Caronista?” ─ pensou Harry ─ “Quem será?”
______
*______*
No dia combinado, a casa dos Dursley estava com aquele agradável e simpático
clima (n/a[g]: uh, simpaticíssimo..), típico de quando algum bruxo vai até lá.
Tia Petúnia estava mordendo o lábio, Tio Válter, de novo, estava lendo o jornal
de ponta-cabeça e Duda tinha se entupido de doces e sumido da casa.
Harry estava pronto, de malas arrumadas e tudo, quando a campainha tocou. Tio
Válter foi abrir. Na porta, estava uma menina que parecia empolgada, e estava
com um malão.
─── Olá, eu sou Caroline Rubin, e gostaria de falar com o Harry! ─ disse ela
sorrindo.
─── Espere um pouco. ─ disse tio Válter ríspido.
Ele foi até a cozinha, onde Harry se encontrava, e disse cheio de curiosidade:
─── Quem é? Sua namorada por acaso? Se ela veio ficar aqui, está muito enganada!
─── Ãh? Do que o senhor ta falando?
─── Da garota na porta! Uma tal de Caroline Rubin.
Harry saiu correndo para a porta, feliz e curioso.
─── Carol?
─── Oi Harry... ─ disse ela, meio encabulada.
─── O que você faz aqui? ─ perguntou o garoto, se esquecendo das boas maneiras.
─── Ah, como você é gentil!
─── Desculpe...
─── Mas o Lupin não te contou? ─ e ergueu o malão ─ carona.
─── Ah, você é a caronista?
─── Isso mesmo!
Agora tudo fazia sentido.
─── Que bom! Espere um pouco. ─ e foi buscar suas coisas.
─── Tio Válter, tia Petúnia, vou esperar lá fora. ─ disse ele, fechando a porta
e sentando-se no degrau junto a Carol.
Conversaram um pouco, até que seus olhos bateram nos olhos dela, e ficaram se
olhando assim por algum tempo, até seus rostos se juntarem num caloroso beijo.
─── Hem, hem.
Harry e Carol se soltaram e olharam para o recém-chegado.
─── Não querendo atrapalhar mas já atrapalhando...
─── Oi Lupin!! ─ disse Harry.
─── Tudo bem? Carol?
─── Olá.
─── Então, vamos?
─── Claro.
Eles andaram até a esquina, e quando a viraram, viram Moody, com um boné do
Fullaram (n/a[g]: o time de quadribol do Daniel Radcliff, segundo a Ana)
combinando com o rosto, Tonks de cabelos pretos até o ombro e camiseta das
Esquisitonas.
─── E ai, beleza Harry? ─ cumprimentou Tonks ─ E... Beleza com você também
Carol?
─── Beleza. ─ disse Carol.
─── Olá Potter, srta. Rubin. ─ falou Moody.
─── Vamos então? ─ disse Lupin, pegando um livro de receitas do bolso. ─
segurem... 1, 2, 3...
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