Os fundadores



Os fios de seus cabelos se debatiam contra o vento forte como chicotes escarlates, sua armadura com detalhes dourados resplandecia com a luz do sol.

Era uma visão belíssima: Um imponente hipogrifo totalmente branco, voando veloz, recortando o céu infinitamente azul. E sobre ele um homem de musculatura forte e olhar severo, cabelos ruivos, barba espessa também avermelhada mas já com vários fios grisalhos. Vestido com uma armadura com detalhes dourados, coberta por uma esvoaçante capa de cor vermelha.

Os dois, Hipogrifo e cavaleiro, avançavam velozmente pelo céu. Dando rasantes sobre a copa das árvores da floresta. Agora sobrevoavam um grande lago e na frente dele o destino da dupla: Um castelo.



Pousaram num extenso gramado à frente dos portões do castelo. O cavaleiro vestido de dourado e vermelho desmontou e caminhou apressado em direção aos portões que se abriram imediatamente quando ele colocou suas botas na soleira. Ele continuou caminhado porta a dentro então um outro homem veio em sua direção. Vestia uma túnica negra coberto por uma capa vermelha desbotada.

- Mestre! Que bom que voltou. - Disse o homem.

- O que está havendo, Necjar?

- Um dos aprendizes de Huffle Puffe, senhor... foi morto.

- Morto? - o olhar do homem de juba ruiva se arregalou as poucos sua boca foi se contraindo de raiva.

- Huffle Puffe desconfia de assassinato, senhor. - Disse Necjar.

- Qual aprendiz morreu?

- Mernac.

O rosto do cavalheiro ficou tão vermelho quanto seus cabelos - Salazar foi longe demais - Disse ele empurrando Necjar de lado e avançando no interior do castelo.

- Por favor mestre Gryffindor... Acalme-se... Huffle Puffe já teve um discussão violenta com Slateryn... Os ânimos estão inflamados.. talvez seja o momento de se ter calma, senhor. - Dizia o Necjar o mais antigo dos aprendizes de Gryffindor.

- Você é um homem sensato, Necjar... Mas já passou da hora de eu e Salazar temos uma conversa definitiva.

Correndo atrás de Gryffindor Necjar continuava tentando desvia-lo de sal decisão:

- Huffle Puffe está reunida com Ravenclaw nesse momento, Mestre... Talvez o senhor devesse se reunir com eles antes.

Gryffindor descia cada vez mais rápido em direção às masmorras do castelo.

- Me deixe só, Necjar! É uma ordem!

Necjar parou, sem discutir uma ordem direta de seu mestre. Ficou olhando Gryffindor desaparecer na penumbra das masmorras. Depois se virou e foi correndo em direção ao local onde Huffle Puffe estava reunida com Ravenclaw.



Gryffindor achava as masmorras escuras e úmidas demais, nunca entendeu como seu amigo Salazar podia gostar tanto daquele ambiente. Parou em frente à uma porta dupla de madeira muito escura.

A porta se abriu sozinha da mesma forma como os portões do castelo haviam feito antes.

- Entre, meu amigo. - Disse uma voz sussurrante e rouca.

Gryffindor entrou com seu caminhar altivo de sempre, o peito estufado e a espada embainhada na cintura. O dourado de sua armadura brilhava apesar da fraca luz de poucas velas que tentavam ,,em vão, iluminar o ambiente.

Das sombras saiu um homem tão alto quanto Gryffindor, mas era bem mais magro, seu corpo era longilíneo como uma serpente. Sua pele muito pálida, o rosto era magro e as bochechas fundas com os ossos marcados. Era careca no topo da cabeça, mas seus cabelos eram cumpridos e ralos na nuca e dos lados. Os olhos azuis e penetrantes.

Vestia uma longa única verde musgo com detalhes em bordados de prata. Por baixo da túnica estava protegido com um colete de couro de dragão.

- Vejo que retornou... Mas me diga Godric: O que o fez descer até as masmorras? Sei como você odeia essa parte do castelo.

Godric Gryffindor bufou, odiava a maneira sonsa de Salazar Slateryn. Sempre ardiloso e cheio de subterfúgios, Salazar com certeza já sabia porque Godric estava lá.

- Lumus berrou Griffindor - sua voz soou como um rugido de leão.

Uma luz forte se espalhou pela sala. Revelando vários dos aprendizes de Slateryn sentados nos cantos do local.

- Acho que vocês devem sair e aproveitar o belo dia que está lá fora - Disse Godric aos alunos.

- Nós estamos no meio de uma lição sobre poções, meu amigo - Disse Salazar.

- A lição pode ficar para depois... temos um assunto muito importante para discutir.

Slateryn fez um sinal e seus aprendizes se retiraram do local.

- Muito bem... Estamos sós... o que quer comigo Godric? - Perguntou Salazar tapando a cabeça com o capuz da túnica, estalou os dedos e a luz no ambiente diminuiu bastante. Ficando num meio termo entre a penumbra inicial e a claridade gerada por Gryffindor.

Godric fitou firmemente Salazar, ele não era mais o mesmo bruxo... Ele e Godric estavam cada vez mais afastados. Já foram amigos inseparáveis no passado.

- Um aprendiz de Huffle Puffe foi morto.

- Ah... é isso... Ela já veio aqui me acusar. Eu avisei a vocês que magia não é coisa para trouxas... o rapaz deve Ter sofrido um acidente, afinal não nasceu para utilizar mágica. - Disse Slateryn tratando o assunto como se não te tivesse importância.

- Ela acha que foi assassinato... Huffle Puffe não é nenhuma tola. Ela sabe reconhecer um crime quando vê um.

- Não diga besteiras... é culpa sua, você a incentivou a ensinar um trouxa, depois que ensinou aquele tal de Wistner... Ora vejam é lógico que o trouxa deve ter explodido a própria cabeça.

Gryffindor, lutou consigo mesmo para manter a calma.

- Mernac era muito talentoso... Eu mesmo o teria tomado como aprendiz, mas ele era muito hesitante e inseguro... Huffle Puffe ficou feliz em ensina-lo quando eu o recusei. - Falou Godric.

- Não era corajoso o suficiente? Nós sabemos como você preza bastante os bravos e honrados... Não é Gryffindor?

- Não me venha com provocações, Salazar... Por sua causa nós dividimos os aprendizes. No início, quando fundamos essa escola, era para ensinarmos à todos igualmente, cada um dando sua contribuição. Mas você não quis queria ensinar só aos que você julgava dignos... Então agora a escola é dividida em quatro. Mas nem isso o manteve calmo... nem poder escolher à quem ensinar o deixou satisfeito.

- Não me importa à qual idiota vocês querem ensinar, Godric... Mas eu realmente sou contra ensinar magia à trouxas.

- Eles não são trouxas, Salazar... Já discutimos isso mil vezes. São bruxos, possuem dons mágicos, apenas nasceram de pais trouxas.

- Ralé é o que eles são - A voz de Slateryn sibilava como uma serpente - Você não pode julga-los igual à nós!

- Não vamos desviar do assunto e entrar novamente nessa discussão. Me diga claramente. Você está envolvido na morte do aprendiz?

- Que? Você acha que eu seria capaz? Somos amigos faz muito tempo Godric... Você me conhece...

- Sim eu te conheço muito bem... Mas você mudou não é mais o mesmo, A cada ano vive cada vez mais trancado nessas masmorras... Viaja sem dizer aonde vai... e mais importante, Salazar eu me lembro muito bem das suas ameaças caso continuássemos a ensinar aos nascidos trouxas... Por mais amigo que seu que eu seja, não vou permitir assassinatos no castelo.

Salazar puxou sua varinha lentamente de dentro da manga. - Veio aqui por que se já me julga culpado? Veio me enfrentar? Tem coragem de lutar com seu mais antigo amigo?

Godric olhava com fúria - Quem pegou a varinha foi você. Deixe de falatório e admita que você está envolvido no assassinato.

- Acha que eu sujaria minha mãos com a escória?

- Não pensei nisso em nenhum instante - Mas você incitou algum de seus aprendizes a fazer o trabalho, eles estão ávidos por agrada-lo, são ambiciosos e frios o suficiente para cometer o crime.

- Eles são astutos sim... São os melhores, eu escolho os que tem capacidade para se tornar grandes. Admito que é possível que algum deles tivesse cometido esse pequeno deslize.

- Então acho que você deve encontrar o assassino e puni-lo exemplarmente - Disse Godric.

- Eu deveria é dar uma medalha, isso sim - Respondeu Slateryn.

- Não me provoque Salazar.

- Me cansei de você Godric, sempre se julgando melhor que os outros... Seu tolo! Retire-se daqui agora!

Várias serpentes pareceram no local saindo de compartimentos escondidos.

- Não venha me ameaçar com suas cobras. - Num gesto de varinha um círculo de fogo apareceu ao redor de Gryffindor.

Derrepente uma chuva de raios luminosos tomou a sala, os dois magos atiravam feitiços um no outro com uma velocidade espantosa. Os frascos nas prateleiras cheios de poções e ingredientes explodiam as cobras giravam no ar sendo lançadas de um lado para outro.

Até que a porta explodiu e Huffle Puffe e Ravenclaw entraram na sala.

Os dois estavam arfando em cantos opostos do aposento... Um com a varinha na direção do outro.

- Parem com isso! - Disse Ravenclaw - Já descobrimos o assassino Godric. Abaixem as varinhas.

Os dois hesitaram então lentamente deixaram os braços caírem junto ao corpo. Mas Slaterym ainda lançou uma maldição de forma dissimulada. Gryffindor conseguiu descia-la e ela atingiu Huffle Puffe.

Que caiu dura para trás na mesma hora. Os olhos ainda inchados de chorar pelo aluno morto.

O que fizeram? - Disse Ravenclaw já murmurando o contra-feitiço sobre a amiga.

Slaterym perdeu a concentração e Gryffindor conseguiu desarma-lo.

Se uniram contra mim? - Disse Slateryn ao perceber que Ravenclaw não estava apenas ajudando Huffle Puffe mas mandando uma azaração contra ele o que permitiu Gryffindor desarma-lo.

- Você está muito exaltado Slateryn - Disse calmamente Ravenclaw - Um de seus alunos matou o pobre infeliz do Mernac.

Slaterym fervia de fúria.. derrepente uma quantidade absurda de serpentes surgiu na sala se enroscando no corpo de Slaterym e acuando os outros três junto a porta.

- Pare com essas tolices de cobras - Disse Gryffindor.

Slaterym o ignorou e se dirigiu a Ravenclaw: - Você concorda comigo não é mesmo? Não podemos ensinar trouxas.

- Slaterym meu caro, pesquisei por muito tempo os alunos trouxas de Godric e Não encontrei nada que os tornasse menos capazes que os bruxos normais... alguns até tinha a capacidade intelectual que exijo de meus aprendizes.

Slaterym estreitou os olhos e disse:

- Godric seu traidor do sangue... Nunca mais o considero como amigo... Vocês três e uniram contra mim. Me forçam a abandonar a escola que eu mesmo criei.

- Nós criamos juntos - Protestou Ravenclaw.

- Ninguém está te expulsando - Disse Gryffindor.

- Mas acham que eu ficaria aqui permitindo que vocês ensinassem magia aos trouxas? Não meus caros... Eu devo partir... Nunca mais colocarei os pés nesse castelo. Mas digo a vocês que um dia meu Herdeiro voltará aqui e limpará essa escola da imundice trouxa.

E com uma Explosão de chamas verdes Slaterym desapareceu.



Na noite daquele mesmo dia. Os três fundadores que restaram estavam sentados discutindo o que aconteceria.

- O que faremos com os aprendizes de Slaterym? - Perguntou Huffle Puffe.

- Continuaremos ensinando-os - Respondeu Ravenclaw.

- Sim. tem razão... Devemos ensinar a todos que queiram aprender. - Disse Huffle Puffe.

Griffindor estava abatido sua expressão não escondia o desapontamento com Slaterym... Ela já tinha sido seu melhor amigo e agora se tornara um inimigo. Ele havia tirado a armadura vestia agora uma simples túnica, retirou da cabeça seu chapéu preferido, colocou sobre a mesa e fez um poderoso feitiço.

- Os alunos continuaram a ser divididos entre os quatro fundadores e assim deve permanecer até o fim dessa escola.

Ravenclaw e Huffle Puffe concordaram e reforçaram o encanto de Gryffindor sobre o chapéu. E a partir daquela dia cada aluno que entrava na escola tinha que colocar o chapéu na cabeça e escutara a sentença que diria a qual fundador ele pertenceria.

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