Capítulo 04



DESTINOS ENTRELAÇADOS


Autora: Rosana
Revisora: Marjarie

Capítulo 04


Na manhã seguinte quando Cassandra apareceu bocejando à mesa do café da manhã, encontrou todos já sentados. Harry mal lhe dirigiu o olhar e ela preferiu manter-se calada. Rony lhe deu um tímido sorriso que ela retribuiu.
Cassandra ficou olhando para a comida, meio sem vontade de se alimentar, começou a escolher o que levar para Black.
- Cassandra, sua detenção com o Professor Snape foi marcada. – Hermione falou.
Cassie ergueu a cabeça encarando a outra.
- E o que o ranhoso quer... – não terminou de falar, pois três pares de olhos a encaravam de boca aberta com expressões chocadas.
- O quê? Que foi? – ela perguntou.
- Do que você chamou o Snape? – Harry perguntou baixinho.
Cassandra o encarou se chamando de idiota. Sirius costumava chamar Snape por aquele apelido.
- Seboso? – tentou esperançosa.
Três acenos negativos. Droga.
- Ranhoso. – disse enfim, suspirando.
- Onde você ouviu isso? – Harry perguntou, agressivo.
- Sei lá, saiu na hora.
- Mentira! – Harry gritou levantando-se de supetão e batendo ambas as mãos espalmadas na mesa.
Cassandra assustou-se com o grito, sinceramente não esperava esse ataque, mas quando encarou Harry, viu seu olhar dolorido, sentiu em si a dor da perda dele, não podendo evitar, que os olhos enchessem de lágrimas.
- Harry, acalme-se. – Mione pediu ao ver vários olhares convergirem para eles.
Harry ainda ficou encarando Cassandra, já arrependido de ter gritado ao vê-la a ponto de chorar. Sentou-se e Cassie abaixou a cabeça levantando-se em seguida.
- Cassandra. – Mione chamou.
- Depois Hermione. – e saiu do salão com passos apressados.
Os três amigos ficaram em silêncio, mas não por muito tempo, Hermione ergueu a cabeça para dar uma bronca em Harry, quando foi impedida pela Professora Minerva.
- Mas o que você tem Potter? Este não é o lugar para ânimos exaltados, deixe sua energia para o campo de quadribol.
Harry assentiu em silêncio e lançou um olhar de esguelha para a mesa dos professores, viu Dumbledore fitando o lugar por onde Cassandra saíra, voltou o olhar em sua direção, soltando um profundo suspiro.
- O que há com você? – Mione perguntou a Harry, mas o garoto levantou-se, seguindo para a primeira aula do dia sem dizer nada.
- É a segunda vez que ele grita com ela. Achei que eles se deram tão bem no começo, mas o Harry anda muito desconfiado. – Rony comentou enquanto andava ao lado de Hermione em direção à masmorra de Snape para as primeiras aulas do dia.
- É normal não é Rony? Depois do Voldemort... ah Rony, achei que você já tinha se livrado do medo de ouvir esse nome. – disse Mione quando viu o amigo estremecendo. - Voldemort! Voldemort! – ela falou somente para provocá-lo.
- Você é uma garota muito má. – ele resmungou.
- Pois bem, Voldemort brincou com Harry, há o quê? Apenas alguns meses. É claro que ele vai desconfiar de tudo e de todos.
- Mas ele não precisa sair gritando com o primeiro de quem desconfiar não é? A Cassandra é legal, você acha mesmo que Dumbledore permitiria que uma garota viesse para Hogwarts do nada?
- Sabe Rony, às vezes você pensa, o que me espanta. – Hermione falou sorrindo, o que valeu uma careta da parte de Rony. - Mas você está certo. Dumbledore conhece Cassandra, e conhece muito bem. Também não acredito que ele deixaria alguém estranho entrar no sexto ano por nada. Mas que tem algum segredo nessa história, isso tem. Mas acredito que não é nada para prejudicar o Harry.


HPHPHP


Cassandra já estava na masmorra antes que os outros alunos chegassem, hoje a visita a Black fora um tanto quanto rápida. Ainda estava brava consigo mesma. Do jeito que andava falando demais, logo a verdade viria à tona.
Por Vlad! Era uma matraca mesmo, não conseguia se controlar, vivia dando bola fora. E do jeito que Harry andava desconfiando de Merlim e o mundo, era óbvio que ele pegaria no ato seus deslizes.
Seus pensamentos foram interrompidos com a entrada dos alunos da Sonserina. Malfoy lhe deu um sorrisinho um tanto malévolo, ela o encontrara no corredor no dia anterior e sentiu que a peste desse garoto sabia algo que ela não queria que soubessem. Bom, ela pedira isso quando o enfrentara no trem, conhecia a fama do sebosinho, mais cedo ou mais tarde ela seria uma das vítimas de sua língua viperina.
Quando os outros alunos entraram na sala, Neville foi imediatamente para o lado de Cassandra.
- Hoje não Longbottom, não queremos que outros façam seu trabalho. Sente com Weasley. Colomano, com Potter. - Snape falou entrando na sala de repente.
Cassandra nem olhou para Harry, trocou de caldeirão e ficou encarando o quadro negro.
- Problemas no paraíso? – ouviu Malfoy dizer em som audível.
- Colomano? – Snape meio gritou.
- Sim.
- Já recebeu a sua detenção? – ele perguntou malévolo.
- Ainda não senhor.
- E o que faz a monitora da sua casa então?
- Eu nem vi a Hermione hoje professor. – Cassandra disse em desafio.
Hermione colocou na mesa a sua frente um bilhete, Cassie abriu-o lendo, ergueu a sobrancelha esquerda e mirou o professor.
- Já que a senhorita se mostrou tão prestativa com Longbottom, hoje terá que ajudar na catalogação de algumas ervas junto com os alunos do primeiro ano.
- Sim senhor. – ela respondeu tranqüila para desapontamento de Snape.
- São vários pestinhas muito burros, mas alguns até sabem a diferença entre Acônito Licoctono e Acônito Lapelo. – ele ironizou encarando rapidamente Harry, e arrancando risadas dos alunos da Sonserina. Todos se lembravam do primeiro ano quando Snape fizera várias perguntas a Harry e ele não soubera responder nenhuma.
- Acredito que não haja alunos burros, e sim professores incompetentes. – foi a resposta pronta e rápida de Cassandra que odiava injustiças.
Snape encarou-a sério de repente.
- Mas também acredito que esse não seja seu caso professor, visto que sua classe está bem adiantada. – ela completou de forma doce, mas Snape viu o desafio nas palavras dela.
Cassandra o irritava com aqueles olhos negros cheios de ironia, iguais aos de Black, mesmo morto ele voltava para espezinhá-lo através daquela garota. Virou-se enfunando suas vestes negras e sem dizer mais nada começou a aula.
Cassandra passou os dois tempos da aula de poções sem dizer um único A. Somente em um momento, a situação ficou um tanto quanto atrapalhada quando ela e Harry se tocaram ao pegar o mesmo ingrediente, ela retirou a mão mais que depressa sem ao menos olhar para ele.
Assim que terminou a aula Cassandra saiu rápido da sala sem se dirigir a ninguém em especial.
- Vocês viram? Ela enfrenta o Snape de frente, e nem ligou para a detenção. Nem sabe o que a aguarda. – Rony deu uma estremecida. – Os aluninhos são umas pestinhas.
- Ela nem ligou, porque já travou conhecimento com os alunos do primeiro ano. Francamente Rony, você não presta atenção em nada. Os alunos vivem falando da Cassandra, como ela foi legal no primeiro dia contando a eles sobre o chapéu seletor.
- Ela fez isso? – Rony espantou-se.
- Bem que achei os alunos muitos calmos quando entraram no salão. Como ela sabia? – perguntou Harry.
- Isso eles não disseram.


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Cassandra chegou à masmorra de Snape para seu segundo confronto do dia com o professor. Adoraria saber o motivo dele não ir com a sua cara, fora ser da Grifinória, porque tinha certeza que ele não gostava dela somente por isso. Tinha algo a ver com um de seus pais, isso estava na cara, mas qual deles? A mãe ou Sirius?
Bateu à porta e entrou na sala.
- Está atrasada. – Snape falou.
- A aula de Feitiços demorou um pouquinho a mais. – ela explicou, sem se delongar. – O que o senhor quer que eu faça?
- Estamos catalogando algumas ervas, ajude-os. – e apontou para os alunos.
- Oi pessoal. – ela falou para os rostinhos meio assustados, viu alguns sorrisos de reconhecimento e ouviu uns suspiros de alívio.
- Isso não é um piquenique Srta. Colomano, é trabalho. – ouviu a voz de Snape próxima.
- Eu sei professor. – controle-se, pensou aproximando-se de alguns alunos da Grifinória.
Snape apenas observou a interação da menina com os alunos, logo ela chamou os Sonserinos que se juntaram a ela como abelhas em volta do mel.
Snape estava pasmo, o que era para ser um castigo transformara-se em diversão, tanto para ela quanto para os alunos. Ele percebeu que ela ensinava com sabedoria, dando as propriedades de cada raiz, para o que ela servia, e a maneira correta de ser usada.
Quando terminaram, os alunos saíram despedindo-se de Cassandra que acenou para eles alegre, mas assim que o último passou pela porta, seu sorriso morreu. Ela juntou rapidamente o que usara colocando tudo no armário do professor.
- Posso ir? – perguntou a ele.
Snape apenas acenou com a mão dispensando-a, não queria mais olhar o rosto daquela menina.


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Rony se jogou na poltrona em frente à lareira na sala Comunal da Grifinória bufando.
- Vai ser terrível aula de poções quatro dias por semana, e para piorar, dois tempos. Como é duro querer se dar bem na vida. – resmungava.
Mione sorriu da cara sofredora do amigo, além de Rony, Neville era outro que aparentemente estava arrependido de ter continuado com as aulas de poção, mas desde quando enfrentara os comensais da morte ele estava se mostrando muito determinado em se tornar Auror, juntando a esses dois, Harry era o que mais sofria com os desmandos do Prof. Snape, se bem que ele andava dividindo essa carga com Cassandra. E foi Hermione pensar nela que a menina entrou na sala.
- Ei Cassandra. – Mione chamou.
Cassie deu uma olhada e vendo Harry sentado a uma poltrona apenas acenou subindo direto para o quarto das meninas.
- O que a Cassandra tem? Ela parece evitar vocês. Aconteceu algo? – Neville perguntou.
- Pergunta ao Harry. – Rony disse como quem não quer nada.
- Você não gosta dela Harry?
- Não tenho nada contra ela. – ele respondeu olhando feio para Rony.
- Ela é legal. Ela disse que não me ajudou, mas tenho certeza que ajudou sim na aula do Snape.
Harry lembrou-se da garota trocando os ingredientes para Neville pegar o certo, realmente ela ajudara o amigo e ainda dissera que não ajudara para ele se sentir confiante. Ela não poderia ser má, não é? Alguém que ajuda os mais fracos tinha que ser boa pessoa. Droga, ele fizera de novo. Voldemort estava afastando-o das pessoas que estavam do lado do bem. Mesmo não estando por perto ele o influenciava, fazendo-o desconfiar de tudo e de todos. Ainda não sabia como ela conhecia tanto sobre Sirius e ele, mas isso já não tinha muita importância. Decidiu pedir desculpas à Cassandra na primeira oportunidade.


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Harry percebeu na manhã seguinte, que não seria tão fácil pedir desculpas à Cassandra. Assim que ele se sentou à mesa no salão principal ela se levantou retirando-se.
Na aula de Adivinhação que seria mais fácil, ela permaneceu perto de Parvati e Lilá, o que foi impossível conversar. No almoço ela nem apareceu.
- Ela não me dá abertura. – Harry resmungou com os amigos.
- Duvido que será tão fácil. Ela já mostrou que é muito orgulhosa, e você a magoou. Duas vezes. – Hermione falou.
- Concordo com a Mione. – Rony disse. - Você precisa de uma estratégia. Traçar um objetivo.
Harry e Mione trocaram um olhar sem entenderem muito bem a que Rony se referia.
- Harry, pensa comigo, o que você faz de melhor?
Harry balançou a cabeça sem entender ainda onde o amigo queria chegar.
- Você é o apanhador do time da Grifinória. Trate a Cassandra como se fosse seu pomo de ouro.
Hermione cuspiu o suco de abóbora que estava tomando quando ouviu a sugestão do amigo. Harry olhou para Rony de boca aberta e caiu na risada ao imaginar a cena dele perseguindo com a Firebolt uma Cassandra voadora. Mas por outro lado, até que a idéia não era má. Ele deu uma risadinha para o amigo, e quando se deram conta, estavam às gargalhadas.


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A aula seguinte após o almoço era Poções, de novo. Harry duvidava que teria oportunidade de conversar com Cassandra.
A garota entrou na masmorra e ficou parada em frente à classe, quando Snape entrou deu de cara com a menina que o olhava desafiadora.
- Para seu lugar Colomano. Parece que a senhorita tem a estranha obsessão de ficar a frente da sala.
Os alunos da Sonserina deram risadinhas irônicas, mas Cassandra não se mexeu de onde estava.
- E qual é meu lugar professor? Sabe, já estou enjoada de sentar a uma mesa e o senhor me mudar, a partir de hoje vou ficar aqui, esperando-o decidir-se onde me sentarei.
Hermione gemeu baixinho. Rony ficou fitando Cassandra de boca aberta, expressão mais ou menos parecida com a dos outros alunos, até mesmo dos Sonserinos.
Snape inflou o peito como se estivesse pronto a explodir, aproximou-se da garota encarando-a de perto.
- A senhorita parece gostar de brincar com o perigo.
- E o senhor é perigoso professor? – ela perguntou em tom de ironia, com a sobrancelha esquerda levemente arqueada.
- O que a senhorita acha?
- Pode ser, para alguns, mas meu avô sempre diz que cão que ladra não morde. - ela falou cândida.
- Agora a senhorita está me chamando de cachorro? – ele se indignou.
- É uma analogia professor, mas entenda como quiser. – ela falou dando de ombros.
- O que ela está fazendo? – Rony sussurrou para Harry.
Snape encarava aquela menina com ódio nos olhos, era igualzinha ao pai, espicaçando-o, tentando fazê-lo perder o controle.
- Sente- se senhorita Colomano, antes que receba outra detenção para juntar aos 10 pontos que acabei de tirar da sua casa. – ele sussurrou sombrio próximo ao ouvido da garota.
- O senhor ainda não me disse aonde. – Cassandra sussurrou de volta, a voz ainda impregnada de um tom irônico.
- Detenção.
Cassie bufou impaciente. Mas que coisa, esse cara ainda não perdera muito da sua calma, ela tentara fazê-lo falar, mas ele se segurara, queria que ele soltasse mais alguma dica, queria saber a quem ele se referira, à mãe ou ao pai, quando dissera filha de quem é.
- E pode sentar-se aqui... – Snape prosseguiu indicando uma mesa próxima a ele. – Enquanto penso na sua próxima detenção. – completou de maneira sinistra.
A aula prosseguiu num silêncio muito maior que o normal. Snape até mesmo se manteve longe de Harry o que andava surpreendendo o garoto. Num certo momento o professor estendeu um bilhete para um dos alunos da Sonserina que saiu dando um sorrisinho muito suspeito. O sinal soou logo depois.
- A senhorita fica Srta. Colomano.
Cassandra que já ia deixar a masmorra sentou-se à espera do que o professor reservava para ela.
Os alunos da Grifinória ao passarem por Cassie desejaram boa sorte em tom baixinho.
- Andando Potter. – Snape rosnou quando o garoto parou ao lado da cadeira de Cassandra.
Harry ia dizer algo, mas nem teve chance, ainda mais por Cassandra ao menos levantar o olhar para ele.
- Muito bem. – Snape começou, juntado as mãos com os cotovelos apoiados à mesa. – Tenho uma tarefa que lhe agradará muito. – sorriu sinistro.
Cassie ficou esperando, provavelmente era algo bem nojento. Passou alguns minutos e Snape não dissera mais nada, quando se ouviu uma batida à porta. Filch o zelador do castelo entrou na masmorra com um estranho sorriso perverso. Cassie franziu o cenho já imaginando mil torturas, mas manteve-se firme.
- Filch a levará a sua detenção. – Snape disse à Cassandra. – Já sabe o que fazer não é mesmo Filch?
- Pode deixar comigo professor. – o zelador respondeu. - Venha garota. Aprontou, agora tem que pagar.
Cassandra seguiu o homem pelos corredores até pararem a uma porta no primeiro andar do castelo, ele abriu-a e Cassie pode ver que era um banheiro. Ela olhou-o sem entender muito bem o que deveria fazer.
- Você tem que lavá-lo.
- Só isso?
- Sem magia.
- Ah, entendi. Serviço braçal. É isso que Snape chama de detenção? – Cassie deu uma risadinha marota. Se Snape soubesse.
Cassandra já estava mais que acostumada com esse tipo de detenção, era fera em limpeza, visto que em Scarisoara esse era o serviço preferido que os professores reservavam para a detenção, e como ela era campeã de detenções, isso seria fichinha.
- Todos os banheiros, em todos os andares. Você não tem horário para terminar, só vai dormir quando acabar o último. – agora era Filch que soltava uma risadinha malévola.
Bom, era melhor colocar mãos a obra, Cassie pensou, quanto antes começar, mais rápido termino.


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- Ela está demorando. – Harry comentou à mesa do jantar enquanto olhava o relógio.
Esperava Cassandra para pedir logo desculpas a ela.
- Vai saber a detenção que Snape reservou para a coitada. – Neville comentou.
- Pode contar que foi coisa feia, porque ele ficou fulo por ela ter se saído bem ajudando os alunos do primeiro ano. – Rony comentou.
- Mas ela pediu não é? Nunca vi nenhum aluno provocar Snape de graça. – Hermione comentou.
- Não me pareceu que foi de graça. – Harry comentou. – Ela se mostrou desapontada antes de Snape lhe dar a detenção.
- Você acha que ela fez de propósito? Mas por quê? – Rony perguntou.
Harry foi impedido de responder com a chegada afoita de Simas e Dino.
- Descobrimos a detenção que Snape deu à Cassandra. – os dois disseram juntos.
- E o que é? – perguntou o sempre curioso Rony.
- Ela está lavando os banheiros. – Simas falou.
- Ah isso é leve, eu tive que lavar as comadres da enfermaria...
- De todos os andares. – Dino completou a informação.
Rony soltou um leve assobio.
- Mas ele não pode fazer isso. – Hermione disse indignada.
- Você não ouviu tudo Hermione. – Simas falou dando risada.
- Tem mais?
- Ah se tem. Cassandra já está no quarto andar, e Snape está soltando fogo pelas ventas.
- Por quê? – Harry e Rony perguntaram curiosos.
- Ela está cantando. – Dino disse caindo na risada acompanhado de Simas.
- Cantando? – Mione perguntou sem entender.
- É. Já está virando atração pelos corredores. Filch que está de guarda vigiando-a, quando a ouviu começar a cantar foi correndo chamar Snape. O que para ele seria uma detenção penosa, a Cassie está fazendo com que seja prazerosa.
- Isso eu quero ver. – Rony falou levantando-se.
- Rony. – Hermione ralhou, mas estava curiosa também.
- Eu vou com você. – disse Harry seguindo o amigo.
- Ah, eu também vou. – Mione gritou seguindo os amigos com Neville nos calcanhares.


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Cassandra cantava a plenos pulmões, só esperava ter voz para chegar ao último andar, nunca se divertira tanto na vida, o serviço era pesado e os braços já estavam moídos, mas ver a cara surpresa de Filch quando ela começara a cantar e ele sair escorregando pelo banheiro para chamar Snape fora impagável. Melhor mesmo foi quando Snape chegou, encontrara-a num refrão pra lá de animado, escorregando pelo banheiro enquanto esfregava o chão, ele ficara apopléctico, tão vermelho que ela pensara que iria dar um troço nele. Até que ele tentara impedi-la de continuar com a música, mas os alunos que passavam por ali no momento, todos da Grifinória, vaiaram a atitude do professor, pois estavam gostando do concerto. Cassandra agradecera numa reverência e continuara a cantar a plenos pulmões, seu repertório do Queen já estava acabando. Sorte que os banheiros também.


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- Incrível. – disse Rony ao chegar ao último andar do castelo, onde uma grande aglomeração de alunos se concentrava andando para lá e para cá.
- Cassandra conquistou alguns fãs. – Hermione falou.
Harry podia ouvir a voz cristalina de Cassandra cantando uma conhecida música de um grupo famoso da Inglaterra.
- Que música é essa? – Rony perguntou. – Nunca ouvi na rádio dos Bruxos.
- Acredito que nem vai. É uma música trouxa. Se não me engano dos Beatles. – Mione disse.
- Queen. – Harry a corrigiu o que lhe valeu dois pares de olhos espantados voltados para ele. – Eu vi um show uma vez na televisão.
- Não sei quanto ela ainda pode agüentar. – Neville disse ao aproximar-se. – Ela já está cantando há algum tempo, daqui a pouco vai ficar sem voz.
- Snape não está aqui? – Mione perguntou.
- Ele veio, mas já foi embora. Tentou que ela parasse mas tinha alguns alunos que estavam gostando da música e vaiaram a atitude dele. Foi engraçado.
Nisso no corredor apontou Alvo Dumbledore, acompanhado de Snape que vinha muito satisfeito.
- Ora, ora. Parece que temos uma cantora em Hogwarts. – Dumbledore disse parando perto de Harry.
- Está vendo diretor, é o que eu disse, a detenção de Colomano escapou do controle, era para ser um castigo, e ela o transformou num circo.
- Ora Severo, a garota limpou os banheiros não é? Aliás uma detenção muito rigorosa, se você me permite o aparte.
Hermione, Harry e Rony sorriram das palavras do professor.
- A srta. Colomano tirar o melhor proveito da tarefa que você deu a ela, está no seu direito. Ela não fez o serviço a contento? – Dumbledore perguntou se aproximando da porta do banheiro.
Cassandra enxugava o chão com o esfregão, mais se balançando para lá e para cá ao som da sua música do que de fato secando o chão, Dumbledore se segurou para não dar risada.
- Olha só Severo, apesar de ainda molhado está perfeitamente limpo, se Cassandra escolheu um método mais alegre, digamos, de fazer o serviço, isso não a desmerece.
- Mas desmerece a detenção, que é de incutir um senso de respeito pelo professor...
- Ah sim, agora entendo, você está infeliz por ela não ter ficado desanimada não é? – Dumbledore disse baixinho.
- Eu não disse...
- Diretor! – exclamou Cassie da porta do banheiro. – O senhor também veio verificar meu serviço?
- Na verdade eu vim apreciar a sua música.
- Ah sim! Bom, espero que eu não tenha atrapalhado-o.
- De maneira alguma, e pelo visto você conseguiu arranjar alguns fãs. – Dumbledore disse apontando para o corredor.
Cassandra, para surpresa de alguns, ficou levemente desconcertada, deu uma risadinha marota para disfarçar e olhou Snape de rabo de olho.
- Já estou quase terminando.
- Era bom que terminasse em silêncio Colomano... – Snape não pôde terminar de falar pois os alunos que estavam no corredor começaram a dizer que estavam adorando ouvi-la cantar.
- Vamos, vamos, Severo, deixe as crianças terminarem de ouvir a Cassandra cantar sua música. Não seja rabugento, vamos tomar um último copo de suco de abóbora. – Dumbledore foi falando enquanto arrastava Snape com ele.
- Vai Cassandra, continua. – gritou Dino para ela.
Cassie deu uma olhada no pessoal que estava no corredor e um sorriso matreiro se desenhou em seu rosto, os alunos sorriram junto.
- Essa é uma nova versão de uma música do Queen, dedico-a ao nosso querido professor de Poções.
Os alunos deram urras e bateram palmas. Cassie pegou um balde e virando-o de bruços começou a bater com o cabo da escova, que até aquele momento ela usara para limpar os vasos sanitários. Logo era acompanhada no ritmo com palmas.



Epans, you're a boy old make a big noise
Playin' in the street, that doubt gonna be a big man some day
You got mud on yo' face
You big disgrace
Kickin' your can all over the place
Singin'
We will we will rock you
We will we will rock you
Epans, you're a young old man hard man
Shouting in the street, (that doubt) gonna take on the world some day
You got blood on yo' face
You big disgrace
Wavin' your banner all over the place
We will we will rock you
Sing it
We will we will rock you
Epans, you're an old man poor man
Pleadin' with your eyes, gonna make
You some peace some day
You got mud on your face
Big disgrace
Somebody betta put you back in your place
We will we will rock you
Sing it
We will we will rock you
Everybody
We will we will rock you
We will we will rock you
Alright



- Ela é maluca. – disse Rony olhando a bagunça que Cassandra aprontara no corredor.
- Totalmente. – concordou Hermione.
Nesse momento chegava a professora McGonagall, dando uma bronca por ser muito tarde e mandando os alunos que estavam no corredor irem dormir.
- Vamos, vamos. Todos para suas casas.
Os alunos foram se retirando despedindo-se de Cassandra. Harry, Rony e Hermione que também foram mandados para os dormitórios, ouviram a professora McGonagall dando bronca em Cassandra, por ter feito um show e perguntando se ela estava se achando uma das Esquisitonas, e a risada da menina dizendo que era muito melhor que o grupo musical mais famoso do mundo dos Bruxos. Poderiam jurar que ouviram uma leve risadinha da professora.


HPHPHP


Cassie entrou no salão vazio da Grifinória, morta de cansaço, mas estranhamente satisfeita, deixara Snape tiritando de tanta raiva, pois era assim que as coisas seriam entre eles. O professor poderia dar a pior detenção do mundo, mas ela tiraria de letra, e ele é que acabaria irritado, e ela não daria o braço a torcer por mais que sofresse.
Ah, quanta satisfação não tirara da cara de pateta dele quando a viu feliz lavando os banheiros. Cassandra quase gargalhou alto, mas nesse momento percebeu que havia alguém na poltrona em frente à lareira. Harry. Estava dormindo a sono solto. Na mesa em frente a ele, um prato de sanduíches e uma jarra de suco de abóbora.
Aparentemente o Senhor Potter estava estendendo a bandeira da paz. Cassie sorriu ternamente, mas estava tão cansada que não tinha ânimo nem para comer, e também não queria um confronto com Harry nesse momento. Pegou a manta que havia no sofá, cobriu o garoto e depois de ficar fitando-o por alguns segundos subiu para o quarto das meninas, sem tomar banho se jogou na sua cama caindo no sono na mesma hora.


HPHPHP


Não foi surpresa nenhuma Cassandra ter seu primeiro pesadelo depois da noite que passara. O sonho começou com uma enorme cobra rodeando um garoto preso a um túmulo. Assustado, ele ao menos podia gritar, pois estava amordaçado. Sem poder fazer nada, apenas observava a forma asquerosa e nojenta de Voldemort, sendo carregado por seu fiel servo, Pedro Pettigrew.
Cassandra ofegou se remexendo na cama ao ver o mesmo que Harry. Seu braço ardeu quando ele foi ferido, não tão forte como da primeira vez, mas mesmo assim ela soltou um leve gemido de dor.
O sonho seguia o curso normal dos acontecimentos de dois anos atrás, Cassie se debatia em seu pesadelo, revivendo o que Harry presenciara. Soltou um grito estrangulado quando viu Voldemort ressurgir, novamente com um corpo, acordando Hermione que ainda deitada e meio atordoada tentava identificar a fonte do barulho.
Cassandra, perdida nas brumas de seu pesadelo, gritou de dor quando Harry foi atingido pela Maldição Cruciatus, ela se revirava na cama, o corpo se contorcendo em agonia, enquanto gritava junto com ele.
Hermione levantou-se num repente ao ouvir o grito agonizante de Cassandra.
- Cassandra, acorda. É um pesadelo. – Hermione falou ansiosa tentando se aproximar de Cassie, que se debatia como se estivesse sendo torturada por uma terrível dor.
- Responda não. - Cassie gritou, dessa vez acordando Parvati e Lilá, que se sentaram na cama assustadas.
- Cassie, por favor, acorda. – Hermione falou assustada pegando nos braços da menina que se debatia.
No inconsciente de Cassie, Voldemort lançava a mais terrível das maldições em Harry. Avada Kedavra!
Cassandra soltou um último grito de gelar o sangue nas veias. Despertou por completo com Hermione segurando-a pelos ombros.
- Cassandra, está tudo bem. Foi só um pesadelo. – a menina totalmente descabelada tentava acalmá-la, mas via-se que estava em pânico.
Parvati e Lilá, sentadas na cama fitavam-nas de olhos arregalados.
- Tudo bem? Você está bem? - Mione perguntou ainda tremendo depois de ouvir o grito da garota.
Cassie acenou que sim, pois não conseguia falar, tinha os olhos arregalados de medo.
As meninas somente agora percebendo o som alto de uma buzina, sinal de que algum dos meninos tentara subir ao quarto das meninas.
Hermione pegou um copo de água da jarra sobre a mesa e estendeu para a garota, mas Cassie mal conseguiu segurá-lo, pois ainda tremia, Mione ajudou-a a beber pequenos goles. Parvati e Lilá, ainda assustadas observavam em silêncio.
Nesse momento a porta foi aberta de supetão e a Professora McGonagall entrou com o roupão vestido meio torto, e a varinha em posição pronta para defender suas alunas.
- O que houve? Que aconteceu? – perguntou olhando dos lados.
- Cassandra teve um pesadelo. – Mione explicou.
A mulher abaixou a varinha olhando para a garota sentada na cama, pálida com os olhos cheios de lágrimas não derramadas.
- Foi muito ruim? – perguntou aproximando-se dela, mas Cassie se levantou do outro lado da cama, afastando-se.
- Estou bem. Sinto muito tê-las acordado. – falou virada para a janela, tentando controlar as lágrimas que queriam descer por seu rosto.
Minerva e Hermione trocaram um olhar preocupado.
- Quem tentou subir professora? – Hermione perguntou.
- Potter ouviu o grito, tentou subir até aqui, mas não conseguiu, então foi me chamar. – a professora explicou para vergonha de Cassandra.
- Vamos meninas, deitem-se. Já passou. – a professora falou às garotas. – Cassandra venha se deitar. Você quer alguma coisa?
- Não. – ela respondeu, mas não se aproximou da cama.
Minerva chegou perto da menina tocando-a no ombro, sentiu-a retesar, mas ela não se afastou.
- É melhor tentar dormir de novo.
- Já vou.
Minerva ainda fitou a menina por alguns segundos e se retirou soltando um suspiro.
Hermione deitou-se, mas tinha certeza que não conseguiria dormir, fitava Cassandra à janela, tentando imaginar que tipo de pesadelo ela tivera para dar aquele grito arrepiante.
Cassie sabia que não conseguiria dormir, sentou-se à beira da janela fechada, trazendo os joelhos perto do peito e ficou a fitar a noite, ao longe ouviu um uivo. Black! Ah que vontade de estar com seu cachorro, se soubesse que Hermione não a vigiava já teria ido ao encontro dele, mas sentia os olhos da garota em si, pelo jeito ficariam as duas de vigília pelo que restava da noite.

Continua...

Música:-
Queen - We Will Rock You

by Queen

Versão com alterações(em parênteses) e tradução :-



We Will Rock You
by Queen

Buddy(Epans), you're a boy (old) make a big noise
Playin' in the street, (that doubt) gonna be a big man some day
You got mud on yo' face
You big disgrace
Kickin' your can all over the place
Singin'
We will we will rock you
We will we will rock you
Buddy (Epans), you're a young (old) man hard man
Shouting in the street, (that doubt) gonna take on the world some day
You got blood on yo' face
You big disgrace
Wavin' your banner all over the place
We will we will rock you
Sing it
We will we will rock you
Buddy(Epans), you're an old man poor man
Pleadin' with your eyes, gonna make
You some peace some day
You got mud on your face
Big disgrace
Somebody betta put you back in your place
We will we will rock you
Sing it
We will we will rock you
Everybody
We will we will rock you
We will we will rock you
Alright

(tradução)
Nós Vamos Sacudir Você
by Queen

Companheiro (Epans), você é um garoto (velho) que faz um barulhão
Tocando na rua, (duvido que) vai ser um grande homem algum dia.
Você tem lama no seu rosto,
Sua grande desgraça.
Chutando sua lata por todo lugar,
Cantando
Nós vamos sacudir você!
Nós vamos sacudir você!
Companheiro(Epans), você é cara jovem (velho), cara difícil
Gritando na rua, (duvido que) vai enfrentar o mundo algum dia.
Você tem sangue no seu rosto,
Sua grande desgraça.
Agitando sua bandeira por todo lugar,
Nós vamos sacudir você!
Cante!
Nós vamos sacudir você!
Companheiro(Epans), você é um homem velho, homem pobre
Suplicando com seus olhos vai causar
Alguma paz algum dia.
Você tem lama no seu rosto,
Grande desgraça.
É melhor alguém te colocar de volta no seu lugar.
Nós vamos sacudir você!
Cante!
Nós vamos sacudir você!
Todos!
Nós vamos sacudir você!
Nós vamos sacudir você!
Tudo bem!


N.A.:- Oi pessoal, Espero que tenham gostado da minha versão de We Will Rock You...ehehehe....para quem não entendeu, EPANS é Snape ao contrário, OK? Eu sou super fã do Queen, influência do meu maridão, e achei que seria perfeito juntá-lo ao universo de HP, já q o grupo era inglês. Vocês devem estar pensando, “ah nada a ver”, mas p mim tem tudo a ver... ehehehe... eu adoro músicas e personagens cantores... ahahahah...quem me conhece de Sem Barreiras (CCS) sabe disso...eheheh
Os pesadelos da Cassie, são como se ela estivesse no corpo do Harry, sentindo a dor dele, vivenciando as mesmas coisas que ele. No início eu faria apenas sonhos premonitórios, mas ando querendo me livrar dos meus próprios pesadelos e essa é uma boa forma... ahahahah

Agradecimentos:-

Luna Potter, olá, que bom que vc está gostando da história espero que continue lendo, valeu por ter respondido meu e-mail.

Luna Lovegood, oi obrigada pelo comentário, tentei mandar um e-mail p vc p agradecer mas eles voltaram, infelizmente. Obrigada pelos elogios à história, fico feliz que tenha gostado.


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