Capítulo 01



Oi Pessoal!

Minha primeira história de Harry Potter.

Minha primeira história com personagens humanos também. Meu universo é mais anime, Card Captors Sakura mais precisamente. Andei vagando por Saint Seiya, mas é coisa pequena.

Uma continuação do quinto livro, mas não é exatamente Harry Potter e algum subtítulo. Também não esperem romance do tipo Harry/Hermione ou Harry/Gina, será Harry é uma personagem totalmente nova.

Preciso confessar que me empolguei tanto com a Cassandra, que ela tomou conta da história. Às vezes eu tinha que arrancá-la de alguma cena, porque simplesmente só ela queria aparecer, menina mais danada.

Claro, que terá romance, meio devagar, espero fazer bem inocente. Alguns segredos, algumas intrigas, muita bagunça, e espero muita diversão.

Talvez em algumas partes vocês vão se dizer, “Ah mas a vida dessa guria está muito parecida com a do Harry”, e está mesmo, mas foi intencional, afinal depois do título, eu tinha que entrelaçar muito bem a vida desses dois.

Usei os nomes de acordo com as nossas traduções meia boca, pois são os nomes a que estou acostumada.

Talvez eu tenha falhado em algumas descrições, aulas, feitiços, mas faz parte, caso vocês encontrem algo que definitivamente não deveria estar aí, comuniquem.

Quero agradecer à Marjarie, que tem me acompanhado com essa história desde o início, acho que por aí vai um ano já...não sei não. Eu queria terminá-la antes de começar a postar, até pensei que conseguiria até o lançamento do sexto livro, mas não foi possível. Como já tenho um arquivo bem extenso, com vários capítulos, resolvi que começar.

Harry Potter e toda a sua trupe, não são meus, infelizmente, e sim de J.K.Rowling. Espero que ela não se importe por eu usá-los, pois abusei, mas tudo para o meu divertimento e de meus amigos.

Vão nessa pessoal, críticas e elogios serão bem recebidos.







DESTINOS ENTRELAÇADOS

Autora: Rosana



Capítulo 01






- Harry! Harry! – a voz sussurrava. – Cuidado Harry! – dizia baixinho, mas ele não conseguia ver quem era. – Volta Harry. – o tom mudou para mais alto, mais ansioso. - Não vá! Harryyyyyyyyy!!!!! – terminou num gritou arrepiante.

Harry acordou assustado sentando-se na cama e já buscando seus óculos, respirava com dificuldade como se houvesse corrido uma longa distância.

Quem era que o chamava? De quem era a voz suave a princípio mudando para um claro desespero? Era voz de mulher. Sua mãe? Não. A voz era um pouco mais infantil. Hermione? Talvez. Mas duvidava. Não conseguia ver a pessoa, mas sentia uma presença forte ao seu lado, parecia lhe passar energia, tranqüilidade, pelo menos no princípio.

Deitou para trás, com as mãos cruzadas embaixo da cabeça, ficou fitando o teto, pensando no estranho sonho que tinha todas as noites. Depois dos últimos meses ele tinha todas as razões do mundo para se preocupar com seus sonhos. E se fosse ‘ele’ novamente querendo entrar em sua mente? Poderia ter contratado uma mulher dessa vez para entrar na sua cabeça, para deixá-lo confiante de que a pessoa tentava ajudá-lo, e no final.... Crap! Pegaria-o de novo.

Não, Harry! Não pense nisso. Não pense em Sirius.

Como gostaria que sua mente atendesse seu pedido. Infelizmente isso nunca acontecia. Sirius não lhe saía do pensamento. Pensar que nunca mais veria o padrinho corroia-o por dentro, como uma doença sem cura.

Sentiu as lágrimas vindo, mas engoliu-as, já chorara tudo que tinha para chorar, já quebrara tudo que tinha para quebrar, já se chamara de todos os piores nomes possíveis e imagináveis. Tinha sido culpa sua, e somente sua, seu padrinho não estar mais com ele. E se pensasse por outro lado, a morte de seus pais não deixava de ser culpa sua também, afinal ele nascera. Nascera para ser alvo de uma profecia. Culpado! Era culpado de tudo.

Harry estava nessa de autopiedade o verão inteiro, mal saía do quarto, sua aparência, antes pálida, hoje era cadavérica. Magro, abatido, era a causa de preocupação dos amigos Rony e Herminone que mandavam cartas todos os dias, mas faltava-lhe ânimo até mesmo para respondê-las, apenas enviava bilhetes dizendo que estava vivo e bem. Dos sonhos, nada dissera, não precisava de mais cartas com conselhos variados.

Dumbledore! Harry às vezes envergonhava-se do descontrole que tivera na sala do diretor algumas semanas atrás, parecia ter se passado, anos. Mas outras vezes achava que quebrara poucos objetos, deveria era ter quebrado a cara de Dumbledore.

Levantou-se da cama ao pensar no diretor, sentimentos ambíguos passavam por sua mente, às vezes de raiva por ele ter mantido distância, ou compreensão pelo seu silêncio. Outras ele simplesmente não sabia o que pensar.

Suspirou parando à janela para fitar a noite, uma leve brisa entrava pela janela refrescando seu corpo ainda úmido pelo pesadelo.

Não conseguiria mais dormir, era sempre assim quando tinha algum pesadelo, já estava farto de tê-los, gostaria que existisse alguma poção que os fizesse sumirem.



HPHPHP



Mal sabia Harry que uma outra pessoa, muito distante de onde ele se encontrava, tinha os mesmo pensamentos que ele, mas essa pessoa, não poderia se dar ao luxo de que seus pesadelos sumissem, eles eram a chave para a sobrevivência de ninguém menos que Harry Potter.



HPHPHP



Harry desceu para a cozinha, já que não conseguiria mais dormir, tentaria comer algo, como não jantara na noite anterior sentia um pouco de fome.

Seus tios estavam uns doces, os avisos que eles receberam na estação de trem quando chegara ao fim do ano letivo, fizeram efeito. Ignoravam-no ostensivamente, o que por um lado era ótimo, não havia brigas ou ao menos conversas.

Harry estava sentado à mesa olhando para o prato de cereais com leite a sua frente, já deveriam estar encharcados, pois ele não comera nem uma colherada, quando os tios entraram lançando um olhar de viés para ele, sem fazerem nenhum comentário. A tia começou a preparação do café enquanto o tio lia o jornal dando uns olhares por cima da folha para Harry, como quem queria dizer algo. Harry fez que não percebeu.

- Então você vai passar as férias inteiras aqui? – Tio Válter perguntou de repente.

- Hum. – resmungou Harry.

- E esse hum significa o quê? – o tio perguntou.

- Talvez. – disse somente.

- Brigou com seus amigos esquisitinhos, foi? – Tio Válter provocou, não resistindo em ficar quieto.

Mas não conseguiu ao menos um cenho franzido de Harry, ou uma resposta atravessada, o menino ficou em silêncio, o que não era muito usual.

Harry ainda fitava a tigela de cereais, ouvia Tio Válter falando, mas na verdade não fazia muita conta do que ele dizia.

Válter olhou para Petúnia que deu de ombros achando também estranho o comportamento do sobrinho, mas por ela deixaria o garoto quieto, imaginava se um daqueles malucos que viram há um mês atrás, viesse saber que trataram mal o sobrinho e aparecesse em sua casa para tirar satisfações. Somente os cabelos rosa daquela mulher, já seriam um choque suficiente para que Petúnia não saísse de casa por umas boas semanas.

Antes que Válter pudesse dizer mais alguma coisa, Duda entrou na cozinha, com cara de sono, esfregando os imensos punhos nos olhos, sentou-se o mais longe possível de Harry. Nessas férias ele não se dirigira ao primo uma única vez, ao menos para tirar sarro dos sons que ouvia de noite. Pelo menos para uma coisa boa os dementadores serviram.

Harry levantou-se da mesa sem comer uma colherada do cereal, a fome que sentira antes passara como mágica, e nem poderia culpar os tios que não tinham dito nada para irritá-lo.

- Da próxima vez quando for pegar algo para comer, coma tudo, não quero saber de comida desperdiçada nessa casa. – o tio ainda gritou.

- Válter, por favor não o provoque. – Petúnia pediu com os olhos cavalares arregalados.

Harry foi direto para seu quarto, deitou-se na cama olhando para o teto, sem vê-lo. Não conseguia parar de pensar em Sirius, imaginando se as coisas tivessem sido diferentes, se ele não tivesse sido tão estúpido, se não quisesse bancar sempre o herói.

- Estúpido. – falou em voz baixa dando um murro na testa.

Nesse momento uma corujinha mínima entrou esvoaçando pelo quarto, Harry a fitou, já sabendo o motivo dela estar ali.

Pegou o papel que ela trazia preso à perna, abrindo-o viu a letra de Rony.



Já estamos ficando preocupados com você. Se não responder a essa carta, iremos buscá-lo sem sua permissão.

Rony



Harry estivera sendo pressionado para ir à Toca durante todo o mês anterior, incrivelmente não tinha vontade de ir para canto algum, ou ao menos ver alguém, gostava de ficar trancado no quarto longe de todos. Respondeu no verso do bilhete que estava bem, e que ficaria em Little Whinging por mais algum tempo, quem sabe na outra semana.

Sabia que os amigos não entenderiam essa vontade súbita de ficar na casa dos tios, mas nessas férias não se incomodava com nada do que eles dissessem ou fizessem.



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2 anos antes...

- E se ele vier atrás da menina? – Sonja perguntou ao marido, sentada à mesa do café da manhã. No último ano ela repetira essa pergunta sem parar.

- Ele não sabe sobre ela Sonja, e Cassandra jamais saberá sobre ele. Pode tirar esse medo de seu coração, senhora. – Petre falou à esposa.

Cassandra que se aproximava da porta do salão de café da manhã, parou ao ouvir seu nome.

Sobre o que os avós falavam? Ou melhor, sobre quem?

- Ainda não entendo como Cibele deixou-se enredar por ele.

- Lembre-se que antes de ser preso ele fazia jogo duplo. Foi fácil para nossa menina se deixar influenciar por suas opiniões revolucionárias de combate ao mal.

Mas de quem eles falavam? Será sobre seu pai? Cassandra nunca ouvira uma única palavra sobre o pai, e era sempre posta de castigo quando perguntava sobre ele. A mãe morrera quando ela nascera e sempre fora criada pelos severos avós. Ela sentia que havia algo no passado da mãe, que envolvia seu pai, que seus avós não aprovavam. Sentiu-se um pouquinho culpada, por estar ouvindo, mas passou rápido, talvez essa fosse a sua chance de descobrir quem de fato era o pai.

- Mas e Dumbledore, Petre? Não confio muito no que ele acha correto. Ele sempre quis que Cassandra soubesse sobre o pai. Apenas em respeito aos nossos desejos se manteve calado. – Sonja ainda estava preocupada.

- Ele não contará nada, acredita mesmo que Dumbledore entrará em contato com um refugiado de Azkaban?

Azkaban? A prisão de bruxos? Mas quem era esse? Cassandra se perguntava de ouvido colado à porta.

- Mas Sirius Black é um bruxo das trevas.....

Cassandra não ouviu o resto da sentença, cobriu rápido, a boca com as mãos, para não soltar o grito involuntário que lhe subiu pela garganta. Sirius! Sirius Black era seu pai? Afastou-se devagar da porta, mas para sua infelicidade acabou tropeçando em Black, caiu pesadamente no chão, o cachorro pensando que era uma brincadeira subiu em cima da dona e ficou a lamber seu rosto.

Cassandra tentava tirar o animal de cima de si, e correr para algum lugar, antes que seus avós viessem investigar a causa do barulho, mas não houve tempo, a porta de folha dupla se abriu num repente e o avô apareceu, com expressão carregada de censura ao ver a cena, seguido da avó com uma expressão parecida com a dele.

- Cassandra! O que significa isso? – perguntou severo.

- Oi vovô. Eu tropecei no Black, e acabei indo ao chão. – explicou dando um sorrisinho, mas que não comoveu o avô.

- Quantas vezes tenho que lhe dizer que é Blackleg, e não Black, Cassandra?

- Ah, mas é que Black é mais cur...

- Não importa, e não quero esse cachorro dentro de casa, já lhe disse isso milhões de vezes.

- Eu sei, vovô, acho que ele escapou da corda, o senhor sabe, ele fica roendo....

- Já para seu quarto. – ele falou bravo, sem querer ouvir o que a neta dizia.

- Mas e o café a manhã? – ela tentou se mostrar espantada, para não dar a impressão que de fato estava voltando para o quarto.

- Mandarei um dos elfos lhe levar o que comer. Agora suba. Já! – gritou quando a neta não se mexeu.

Cassandra se levantou rapidinho com Black seguindo-a.

- Cassandra. – o avô chamou fazendo a garota olhar para trás.

Ele apenas fez um sinal para o cachorro.

- Ah claro. Black já... – parou quando o avô pigarreou. – Ah! Hum...Blackleg! Já para fora. – tentou dar impostação severa à voz, mas não funcionou muito, já que Black latiu alegre, pulou com as patas em seus ombros, deu-lhe uma lambida no rosto e saiu tranqüilo e faceiro com o rabo abanando pela porta da frente.

Cassandra olhou uma última vez para o avô como quem diz, a culpa não é minha, e subiu as escadas. Esperava somente que ele não desconfiasse de que ela ouvira a conversa com a avó.

- Você acha que ela ouviu? – Sonja perguntou assim que Petre fechou a porta.

- Acredito que não, do jeito que essa menina é, teria nos enfrentado.

- Mas ela aceitou muito rápido quando você a mandou para o quarto, e nem discutiu quando aquele pulguento foi mandado para fora.

- Isso é verdade. - Petre concordou. – Mas, acalme-se mulher, ela não ouviu nada.



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Mal sabiam eles que Cassandra começava a formular planos mirabolantes para descobrir toda a verdade. Conhecia Alvo Dumbledore das visitas que ele fez ao castelo, e de uma vez em que acompanhou os avós até Londres. Ele sempre fora gentil com ela, e dava a impressão de querer dizer-lhe algo, mas os avós não os deixavam sozinhos, um segundo.

Também tinha a impressão que ele sabia de seus sonhos, Dumbledore tinha uma expressão que dizia, “Você não precisa me contar seus segredos, eu os sei todos”.

Uma vez ele lhe perguntara como andava dormindo, foi na visita à Londres, há dois anos atrás. Cassandra olhara-o, espantada, e ele apenas sorrira gentil, mas antes que pudesse responder, a avó aparecera tirando-a de perto de Dumbledore.

Ela o vira de novo um ano depois disso, dessa vez quase conseguiram ter uma conversa decente.

Ele lhe perguntara como ia a escola, e se ela não tinha vontade de conhecer Hogwarts.

- Ouvi dizer que é um lindo castelo, Sr. Dumbledore. – ela respondera.

- Ah sim, muito grande. Às vezes me vejo perdido, em seus corredores.

Cassandra dera risada da cara sofredora que ele fez.

- Quem sabe um dia eu não possa visitá-lo. – ela falara esperançosa, pois odiava Scarisoara, a escola que freqüentava. Não tinha amigos, pois todos meio que corriam de medo do avô que era tido como um homem de opiniões fortes e severas sobre quem deveria ser amigo de sua neta, fora que ele era descendente direto do principado de Valáquia, achava-se acima dos meros mortais.

Cassandra odiava quando a chamavam de princesa, as coisas eram piores por ela sempre se dar bem nas matérias, os comentários era que o avô comprava seus professores.

- Cassandra quando você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, não hesite em me escrever, está bem? – Dumbledore havia dito. – Terei imenso prazer em ajudá-la.

Dumbledore falara como se soubesse o que iria acontecer. E agora ali estava ela pensando exatamente em fazer isso. Escrever ao diretor de Hogwarts. Mas e se ele houvesse esquecido do seu oferecimento de ajuda? Oras, mas se fora ele mesmo que havia pedido. O máximo que ele poderia fazer era não responder a sua carta. Rapidamente trancou a porta do quarto para não ser interrompida e pegou pergaminho e pena começando a carta para Alvo Dumbledore.



Caro senhor diretor Alvo Dumbledore.

Há um ano atrás o senhor esteve em Bucareste e nos encontramos no castelo de meu avô Petre Colomano. Conversamos durante alguns minutos e o senhor me disse que quando eu precisasse de ajuda, poderia contar com o senhor. No momento preciso demais de informações, sobre um homem. Sirius Black!

Entreouvi uma conversa de meus avós, sei que não foi muito educado, mas meu nome foi citado em conjunto com o nome desse senhor. Poderia me confirmar se ele é mesmo meu pai?

Cassandra deu uma revisada no texto, achou que fora direta demais, mas não gostava mesmo de rodeios.

No aguardo de notícias.

Atenciosamente

Cassandra C. Colomano.



Pegou Edwina na gaiola, a coruja totalmente negra, e prendeu o pergaminho à sua perna.

- Leve para Alvo Dumbledore, Edyy, mas cuidado com os fortes ventos dos Alpes, e descanse no caminho, não precisa chegar morta lá, está bem? – falou acariciando a cabeça emplumada da fiel amiga.

A coruja soltou um leve pio, bicando a ponta da trança de Cassandra com carinho, e levantou vôo, bem a tempo em que se ouviu uma batida na porta.

Era Dulas, seu elfo preferido, com seu café da manhã.

- Oi Dudu, entra aí. – ela falou abrindo a porta.

Dulas sorriu, como sempre que ouvia o apelido que a princesinha havia lhe dado. Colocou a bandeja na mesa próxima à janela e começou a servir a menina.

- Deixa Dudu, eu mesma me sirvo. – ela falou aproximando-se.

- Dudu gosta de servir menina.

- É tão engraçado quando você se chama de Dudu. – ela falou soltando uma risada.

Dulas sabia que ela acharia graça, por isso sempre se chamava pelo apelido que ela lhe dera. Menina Cassandra era a alegria do castelo, pelo menos para os pobres elfos. Dulas não conseguia entender porque os patrões não tinham carinho pela pequena.

Cassandra sentou-se à mesa e ficou a fitar sem ver a bandeja arrumada. Dulas sentiu que havia algum problema.

- Sem querer parecer intrometido, a menina está preocupada?

Cassandra olhou para o elfo, imaginando quantas coisas ele saberia, quantos segredos já não havia ouvido. Mas sabia também, que ele nunca entregaria nenhum deles, visto que seus avós, eram seus donos. Mas ela também era da família, será que se perguntasse.... Não custava tentar.

- Dulas. – começou como quem não quer nada.

Dulas sentiu que vinha coisa séria, pois ela disse seu nome correto.

- Você deve ter ouvido muitas conversas pelo castelo não?

- Ah sim, elfo sempre escuta, mas nunca conta nada. – acrescentou rápido.

- Eu sei, fica tranqüilo. Mas se por acaso você ouvisse algo que me envolvesse, você me contaria?

Dulas arregalou os grandes olhos redondos, tanto que eles quase saltaram das órbitas. Sabia onde a menina queria chegar, ele bem sabia, sabia sim.

- Dulas não pode, não pode, não pode. – disse, ao mesmo tempo, que se afastava em direção à porta.

- Péra aí, Dudu. Eu ainda não perguntei nada. – Cassandra falou levantando-se rápido para interceptar o caminho do elfo.

- Não pode, menina pede tudo, mas isso Dulas não pode contar.

- Contar o quê?

- O que menina quer saber.

- E o que eu quero saber?

Dulas balançou a cabeça de um lado para outro, quase a arrancando do pescoço, tal a violência.

- Menina esperta, quer envolver Dulas, mas não posso, não posso.

- Tá bom, Dudu. Tá tudo bem, eu não vou perguntar nada, está bem? Não precisa ficar nervoso. – Cassandra voltou atrás, odiava-se pelo que fizera o pequeno ser passar. Eles tinham um código de honra tremendo, e sentiam-se culpados por traírem a confiança de seus patrões mesmo querendo.

- Menina perdoa Dudu, mas ter que ir. – e com um estalo o pequeno ser sumiu da sua vista.

- Droga, vou ter mesmo que esperar a resposta de Dumbledore.



HPHPHP



Cassandra tentara manter a calma enquanto esperava a resposta à sua carta, mas era difícil. Madrugava todos os dias, seus olhos indo direto para a gaiola de Edwina assim que os abria. Vazia.

Por Vlad, onde andava essa criatura que não aparecia? Quando dissera que poderia ir devagar, não era tão devagar. Quase não saía da frente da janela, esperando a coruja voltar com a resposta.

E se ele não recebesse? E se houvesse acontecido algo com Edwina? E se ele não se importasse mais em ajudá-la? E se? E se? Droga! Já estava cansada de ficar se perguntado o que poderia acontecer.

Será que Sirius era mesmo seu pai? Conseguira dias atrás contrabandear um Profeta Diário em que ele estava na capa. Ele não estava na melhor das formas, mas mesmo assim passara horas comparando seu rosto com o dele, notara uma leve semelhança no formato e na cor dos olhos, e talvez na rebeldia dos cabelos, mais nada, além disso. Os tons estavam todos errados, sua pele era branca enquanto Sirius estava mais para amarelo devido ao tempo trancado na prisão. Os cabelos eram castanho escuro, com alguns reflexos mais avermelhados, como os de sua mãe. Sirius parecia ter cabelos negros.

Começava a duvidar que esse homem era mesmo seu pai. Mas também? E se fosse? Ele era um refugiado de Azkaban, matara inúmeras pessoas. Era um bruxo das trevas. Como sua mãe se envolvera com ele? Por quê?

Droga, onde estava Edwina que não vinha com a resposta? Foi esse pensamento cruzar sua mente, e viu um pontinho escuro surgindo no horizonte, ele foi crescendo, crescendo e Cassie reconheceu Eddy. Enfim!

Edwina entrou esbaforida no quarto de Cassandra deu uma voltinha no ar e pousou no ombro da dona, que rapidamente retirou a carta que estava presa à sua perna. Edwina deu um pio em busca de carinho, mas foi ignorada por Cassie que estava afoita para ler a carta.



Cara Srta. Colomano.

Recebi sua carta com enorme satisfação, penso sempre na senhorita, imaginando se a melhor decisão é deixá-la na obscuridade quanto ao seu nascimento.

Em respeito a seus avós, mesmo não aprovando as medidas que eles tomaram, nunca trouxe à baila esse assunto.

Mas agora a senhorita me fez uma pergunta, e me vejo no direito de ser honesto.

Sim! Sirius Black é mesmo seu pai.

Cibele sua mãe o conheceu em Hogwarts na época em que seu avô era embaixador em Londres. Os dois se apaixonaram e por motivos que não são totalmente do meu conhecimento, não puderam ficar juntos. Sua mãe nunca contou a Sirius que estava grávida, ele nunca soube que teve uma filha.

Devo dizer ainda para tirar de sua cabeça tudo que já leu sobre o bruxo das trevas Sirius Black, de fato, ele não é culpado dos crimes que cometeu.

Mandarei uma carta mais completa dentro de alguns dias, na verdade gostaria de conversar com a senhorita pessoalmente, mas no momento é impossível.

Atenciosamente.

Alvo Dumbledore.



Ele não era culpado pelos crimes cometidos? Mas o que Dumbledore queria dizer com isso? Sirius era inocente? Ele passara doze anos preso. Como poderia ser inocente? Abaixou os olhos relendo a carta. Dumbledore viria à Bucareste? Quando? Mas que droga, precisava de respostas não de mais perguntas.

E assim se passaram dois anos de correspondência, Dumbledore contando tudo sobre Sirius, e perguntando-lhe quando gostaria de conhecê-lo.

Cassie não comentara com Dumbledore sobre seus sonhos, mas tinha certeza que ele sabia, de vez em quando havia informações nas cartas trocadas, sobre Harry, migalhas de conhecimento que ela guardava num cantinho especial do coração só para ele. Infelizmente os sonhos que tinha com Harry, seguiam o curso dos acontecimentos, ela estando tão longe não podia ajudar muito. Quando houvera o Torneio Tribruxo, quase fora a Hogwarts, pois Dumbledore estava preocupado de que fosse uma armadilha, como de fato se mostrara que era, para pegar Harry, mas o avô a proibira.

Cassanda nunca contara sobre seus sonhos com Harry Potter, a ninguém, o avô já a achava uma maluca, era capaz de interná-la em algum hospital para doidos.

Quando Dumbledore queria saber porque ela não ia conhecer Sirius, suas desculpas eram de que não queria trazer mais preocupações do que Sirius já tinha, escondendo-se do Ministério, às voltas com as preocupações com o afilhado. Então, o tempo fora passando, passando, até que tarde demais, ela percebeu que perdera a oportunidade de ter Sirius ao seu lado.





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Dias de Hoje...



Cassandra olhava pela janela do seu quarto, a neblina da manhã cobria tudo de branco. Se pudesse voltar no tempo, se pudesse mudar alguma coisa. Se não tivesse sido tão covarde. Porque na realidade o que a impedira de conhecer Sirius fora sua covardia de não ser aceita. Ela não sabia os motivos de ele e a mãe não terem se casado, não sabia de fato se os dois haviam sido apaixonados, ou mesmo se a mãe realmente não contara a ele sobre o filho que esperava. E se ele soubesse? E se apenas não se interessara, envolvido que estava com a Ordem de Fênix?

Não adiantava mais ficar pensando nos ses, agora Sirius estava morto, e ela não poderia enfrentá-lo com suas perguntas. Estava tão concentrada em seus pensamentos que demorou a ouvir uma batida insistente na porta.

- Entre. – falou enfim virando-se.

Dulas passou pela porta com expressão preocupada, era normal, mas dessa vez ele parecia um pouco assustado.

- Tudo bem Dudu? Aconteceu alguma coisa?

- Menina precisa descer.

- É, eu já estava indo tomar o café da manhã.

- Não! Menina tem visita.

- Eu? Visita? – ela perguntou surpresa, nunca recebera visita nenhuma.

Dulas olhou para trás como se esperasse que a ‘visita’ houvesse seguido-o.

- Quem é Dudu? Você conhece? – Cassandra perguntou enquanto seguia para a porta, agora com a curiosidade atiçada.

- Dudu já o viu uma vez, mas sabe de seus feitos. Grande mago, alto de longa barba branca.

- Dumbledore! – exclamou Cassandra com o estômago se revolvendo de ansiedade. – É Dumbledore, Dudu? – perguntou segurando os finos braços da criatura.

Ele apenas assentiu que sim. Cassandra desceu voando as escadas do castelo, ele estava ali, nem acreditava nisso. Dumbledore estava ali. Por Vlad, o que diria a seus avós? Segurara-se ao máximo para não perguntar sobre Sirius Black, mas pelo jeito a verdade estava vindo à tona.

Chegou ao patamar que dava no grande salão de visitas, e antes que pudesse entrar ouviu a voz irada do avô.

- Eu não acredito que você veio aqui para isso, Dumbledore. Ela vai ficar sabendo e eu não permitirei. E você prometeu que não iria contar. – o avô dizia.

Dumbledore ficou em silêncio esperando a fúria do velho bruxo passar, desviou os olhos para a porta quando Cassandra apareceu. Ela deu um tímido sorriso.

- De jeito nenhum Dumbledore. Não. Não e não. Cassandra não sairá da Romênia. Este é o lar dela, e nunca que ela concordaria com essa barbaridade que você está propondo.

Sair da Romênia? Ir para onde? Inglaterra? Hogwarts? Por Miguel, seus sonhos estavam se realizando. É claro que ela iria.

Entrou na sala com um enorme sorriso dirigido a Alvo Dumbledore.

- Acho que ouvi meu nome. Com o quê eu não concordaria vovô?

Três pares de olhos se dirigiram para a garota, mas ela não desviou os seus de Dumbledore. Seus avós olhavam-na com as expressões de desagrado de sempre.

A quem eles queriam enganar? Não a apreciavam, mas não queriam que ela saísse de suas vistas. Foi esse pensamento cruzar sua mente, que ela atinou com o porque do comportamento estranho durante todos aqueles anos. Eles a viam como a filha de Sirius Black, e não como filha de Cibele Colomano. Para eles seu sangue era sujo, pois seu pai era tido como um traidor. Se esse segredo fosse descoberto a casa Colomano sofreria um enorme colapso social. Como havia sido idiota.

- Hum. – seu avô pigarreou trazendo Cassandra de volta à sala. – Você se lembra de Dumbledore, Cassandra?

- Claro vovô. Como vai senhor Dumbledore? – ela aproximou-se estendendo a mão ao diretor que a apertou com as duas mãos. Ambos fingindo muito bem que não estavam se correspondendo havia dois anos.

- Estou bem Cassandra. Um pouco cansado.

- Eu imagino.

Essa pequena troca de palavras trouxe um entendimento imediato a ambos. Cassandra de fato sabia porque o diretor estava cansado. Alvo por sua vez tinha certeza que a menina vivenciara todos os recém acontecimentos, apesar dela nunca ter mencionado nada em suas cartas.

- Como eu estava dizendo. – continuou o avô. – Dumbledore veio lhe fazer um convite...

- Um convite? – ela interrompeu o avô fitando Dumbledore.

- Não interrompa seu avô menina. – a avó esbravejou do sofá.

- Desculpe.

- Ele a está convidando para passar um ano na Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. – enquanto o avô ia falando Cassandra abria mais o sorriso. – Mas já disse a ele que você não irá.

Ante essas últimas palavras, ela virou-se num repente para o avô.

- E por que não?

- Como porque não? Porque estou dizendo que não. – o avô disse severo.

- E se a minha vontade for a de ir para Hogwarts.

- Eu não permitirei.

- Por quê?

- Cassandra, chega disso, você não irá, e ponto final.

- É justo eu saber o motivo que impede a minha ida, visto que tenho certeza de que não irão sentir a minha falta. – ela falou arrebitando o pequeno nariz.

- Cassandra! – exclamaram os avós.

Dumbledore escondeu um leve sorriso.

Petre suspirou, sabia que ia ser complicado, mas com Cassandra perto de Dumbledore ela iria descobrir rápido de quem era filha, isso seria o seu fim.

- No momento a Inglaterra passa por grandes perigos.... – ele começou

- Se o senhor está se referindo a Lord Voldemort...

Os avós soltaram um grito estridente.

- ...eu não me importo, prefiro mesmo ir para onde está a ação do que ficar nesse marasmo esperando notícias atrasadas. Quando partimos? – perguntou virando-se para Dumbledore.

- Você não vai. – o avô depois de sair da estupefação ao ouvir o nome do Lord das Trevas, pegou a neta pelo braço virando-a para si.

Os dois encararam-se ferozes. Cassie não queria, mas teria que usar sua cartada final.

- Do que você tem medo vovô?

- Eu não tenho medo de nada.

- Tem sim. Tem medo que eu descubra a verdade sobre Sirius Black.

Ora essa, não é que tinha dito as palavras mágicas?

- O que você sabe sobre esse homem? – Petre perguntou olhando de soslaio para Dumbledore.

- Eu sei tudo vovô. Tudinho. Sirius Black era meu pai.

- Como... Como.... – o avô tentava dizer.

- A sim, eu ouvi o senhor conversando com a vovó. Sinto muito, foi uma coisa muito feia, mas não resisti ao ouvir meu nome associado ao de Sirius Black.

- Era? – a avó perguntou com a mente ainda nas palavras anteriores de Cassandra.

- Ele está morto, Sonja. – disse Dumbledore.

- Graças a Merlim. – suspirou a avó.

- Graças a Merlim. – Cassandra gritou. – Por que você é assim, vó? Por que é essa pessoa ruim, sem sentimentos? Pois saiba que Sirius Black era um bom homem, saiba que há um garoto que nesse momento chora pela perda desse homem. Você e meu avô tiraram de mim a oportunidade de eu escolher se queria saber ou não sobre meu pai. Vocês decidiram o que achavam melhor, e por culpa de vocês eu não conheci o Sirius. As baixas expectativas que vocês sempre depositaram em mim, corroeram com a minha confiança. – Cassandra falava o que há muito estava preso em sua garganta, agora não importava mais. – Fiquei dois anos enrolando, pensando, matutando. Será que meu pai vai gostar de mim? Será que ele se importará comigo tanto quanto se importa com o afilhado? Será que eu sou mesmo essa pessoa horrível que meus avós sempre incutiram em mim? Mas que droga. – Cassandra tentava controlar a fúria que se instalara em si quando ouvira a avó bendizer a morte de Sirius, os lustres balançavam malucos no teto, e as janelas deram uma leve estremecida, não queria quebrá-las como da última vez em que ficara irada.

- Você não vai. Não pode ir. – sua avó disse baixinho depois que a neta se acalmou.

- Eu vou sim, e nenhum de vocês irá me impedir.

A avó se aproximou tão rápido que Cassandra não teve tempo de escapar, segurou a menina pelo braço com força descomunal.

- Sua ingrata. Nós lhe demos tudo, nunca faltou nada para você. E agora quer nos abandonar por esse homem que nem se importava com sua existência? Que nunca quis saber de você? Pois bem, ele sabia que ia ter um filho. – a avó falou com um estranho prazer.

Cassandra a olhou assustada.

- Sua mãe contou a ele, e ele não a quis. Satisfeita?

- Você mente. – Cassie disse depois de alguns segundos em silêncio, soltou a mão da avó de seu braço lentamente.

- Não estou mentindo. Infelizmente você é filha de nossa filha, mas seu sangue já tinha sido arruinado por ser filha daquele traidor. – a avó continuou.

- Ele não é um traidor. Sirius foi um homem íntegro e correto, mas isso vocês nunca irão descobrir.

Dumbledore nem precisou fazer a defesa de Sirius, a menina se saíra muito bem.

- Então ficaram comigo apenas pelas aparências. – Cassandra continuou. - Bom saber, agora é que não sentirei remorso mesmo por estar partindo.

- O que não irão dizer? A herdeira do nome Colomano saindo de casa para ir para a Inglaterra. – o avô falou, como sempre pensando no que os outros diriam.

- Pense assim vovô, se você continuar fazendo pé firme contra minha ida a Hogwarts, as pessoas irão dizer, a herdeira da casa Colomano é filha de Sirius Black, o assassino de bruxos?

- Diga a ela, diga a ela o que precisa que ela faça por você. E vai ver que ela não fará, mesmo porque ela não tem esse dom que você diz que ela tem. – o avô falou para Dumbledore quando viu que não conseguiria nada com Cassandra.

- Seus sonhos Cassandra. – Alvo disse encarando fundo os olhos da menina. – Preciso de você mais perto.

- Mas Sr. Dumbledore, eu apenas sonho com.... – foi interrompida antes de dizer o nome dele.

- Eu sei, e é por ele que eu peço a você que vá a Hogwarts. Ele precisa de proteção, e você é a minha melhor arma contra o que poderá acontecer com ele.

- Mas é tudo fragmentado, sabe, a coisa toda só me vem com clareza no momento do acontecimento. – ela explicou, achando que não poderia ajudar muito.

- Você estando próxima, mesmo com esses fragmentos, eles podem nos ajudar. – Dumbledore disse.

Cassandra soltou um profundo suspiro. Entendia os motivos do diretor. Ela sabia da história dele, o garoto dos seus sonhos, hoje sabia de tudo. Quando descobrira quem ele era, através de seus sonhos, procurara qualquer notícia sobre ele, e encontrara muitas, algumas inverdades, outros boatos, mas já o conhecia tão bem, que sabia separar o que era certo do errado sobre ele. Fora a pequena ajuda de um amigo fofoqueiro.

- Será perigoso, não posso negar. Mas também não posso ignorar seu conhecimento. Preciso de você Cassandra. Ele precisa de você. – Dumbledore continuou.

A menina andou até a janela, olhando os extensos jardins do castelo. Sua decisão já estava tomada, não iria sentir falta daquele lugar sombrio e sem amor. Virou-se para Dumbledore que a fitava com um sorriso de compreensão.

- Tenho apenas um pedido a fazer.

- Pois faça.

- Sei que não é permitido cachorros, mas preciso levar o Black.

- Black? - surpreendeu-se Dumbledore.

- Estranho não? Quando ganhei Black ainda não sabia sobre Sirius, mas esse nome foi perfeito para ele, se bem que ele também é todo negro. - completou com um sorriso maroto.

Dumbledore deu risada, a primeira depois de tempos. Sangue novo na escola, e um cachorro. Por que não?

- Black será um convidado especial. Mas terá que ficar na cabana de Rúbeo Hagrid, o guardião dos terrenos da escola.

- Sem problemas, ele já está acostumado a ficar lá fora mesmo. Coitadinho.

- Você não vai. Não pode ir. – sua avó disse baixinho.

- Eu vou sim, e nenhum de vocês irá me impedir.

- Você não teria coragem. – o avô se espantou ao ver a neta decidida.

- Teria sim.

- Não lhe daremos dinheiro. – o avô disse numa última tentativa.

- Não é necessário, Cassandra como descendente de Sirius é muito rica. – Dumbledore disse.

- Eu não quero o dinheiro dele Sr. Dumbledore. Não seria direito. Eu tenho a herança da minha mãe, recebi quando fiz dezesseis anos. Nem meus avós sabem disso, pois ela fez o testamento em segredo. Talvez soubesse o tempo todo o que eu passaria aqui e quis garantir minha independência.

Os avós olhavam-na espantados.

- Eu a deserdarei. – ainda disse o avô.

- Pois faça isso. – Cassandra falou séria. - Eu vou com o senhor agora? – perguntou esperançosa para Dumbledore.

- Em quanto tempo você arruma suas malas?

Antes que ele terminasse de perguntar ela já disparara pelas escadas gritando por Dudu.

- É um erro. Isso é um erro. – a avó dizia sentada no sofá.

- Espero que você saiba o que está fazendo Dumbledore. Essa menina será apedrejada se descobrirem filha de quem ela é. Ainda mais se souberem de seus sonhos. Será deixada de lado. – Petre dizia andando de um lado para outro.

- Ela será de grande ajuda.

- O que vai ser de nós? Todos saberão de quem ela é filha. – a avó continuava a dizer desconsolada.

- Calma Sonja. – Petre sentou-se ao lado da esposa para consolá-la.

Dumbledore já ouvira demais, daqueles avós que independentemente de quem era seu pai, eles deveriam ter dado amor a Cassandra apenas por ser sua neta. Saiu da sala esperando Cassandra ao pé da escada.



Continua...



N.A.:- Eis o primeiro capítulo.

Nossa já escrevo essa história há tanto tempo que é quase um alívio ela estar no ar.

Já conheceram a Cassandra. Entenderam o que eu quis dizer com ela tomar conta da história? Espero que simpatizem com ela.

Eu nunca fui muito boa em criar personagens, mas a Cassie é meu bebê. Gosto muito da personalidade dela, tão parecida e ao mesmo tempo tão diferente do Harry.

Os motivos para essa similaridade, serão revelados no decorrer da história.

Um super beijo.

*Rô*

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