Cap. 02: Insônia e Descobertas



Cap. 02: Insônia e Descobertas


Mal tinha começado as férias de verão e Harry Potter achava que os dias não passavam. Estava tudo tão lento, quase parando, ainda mais depois dos últimos acontecimentos no mundo mágico: a decepção com seu pai, Tiago Potter; o ataque de Voldemort e seus comensais ao Ministério da Magia; a morte de Sirius; a revelação da profecia; os ressentimentos com Snape e Draco; a sensação de querer sumir...



Harry não conseguia parar de pensar. Os pensamentos iam e viam. “Acredito que seria de bom uso, uma penseira igual do Prof. Dumbledore. Pelo menos ficaria sem isto tudo que está na minha cabeça e aliviaria o peso”, pensou.



Depois de um tempo, percebeu que mesmo pensando a cicatriz não doía como vinha acontecendo nos últimos dois anos. “Não está doendo”, pensou alto tentando encontrar alguma explicação possível o que poderia estar acontecendo no mundo da magia. A cicatriz doía em duas ocasiões: emoções muito fortes e a presença/reações de Voldemort.



O mundo trouxa estava tranqüilo demais. “Será que Voldemort enfraqueceu novamente... Seria bom demais para ser verdade”, falou consigo levantando da cama e se dirigindo a janela.



Estava uma noite estrelada.



Olhou para escrivaninha, pegou o álbum de fotografia que ganhou de Hagrid no final do 1o. ano em Hogwarts. Viu seus pais, Ron e Mione e algumas fotos que Colin Creevey lhe deu: colegas de Grifinória – Neville, Dino, Simas, Gina; o pessoal da Armada Dumbledore, inclusive a Cho e ....amiga dela, a traidora.

- Ah!, riu lembrando do feitiço que Mione usou em caso de traição e realmente foi eficiente contra aquela garota.



- Como eram boas aquelas práticas, apesar de não ter concordado no início. Ora bolas! Precisávamos treinar defesa contra artes das trevas para N.O.M. e claro contra Voldemort. Se não fosse assim, como nos defenderíamos na luta no Ministério da Magia!, falou.



- É..!! Mas se quisesse mesmo me defender contra artes das trevas e não ter bancado o herói, poderia ter me esforçado nas aulas de Oclumência do Snape e Sirius poderia ainda estar trocando cartas com ele!, falou num tom mais triste e de culpa.



“A culpa é minha...”, lembrou do dia que Professor Dumbledore lhe falou.



Ora! Por que estou me lamentando?, perguntou-se olhando para janela e suspirou profundamente.



Voltou seu olhar ao álbum que agora estava na foto com a primeira formação da Ordem da Fênix. Esta foto foi lhe dada pelo auror aposentado Alastor Olho-Tonto Moody. Viu seus pais, os pais de Neville e os outros bruxos tão felizes e unidos quanto a Armada Dumbledore que foi formada dentro do Cabeça de Javali.



- Eh! Espera aí! - falou Harry olhando a foto e viu o irmão de Dumbledore.



“Cheiro de cabra!” - lembrou de que alguém comentou sobre isto

- O barman tinha o rosto familiar! - disse retornando o olhar para foto.

- Abelfor é o barman do Cabeça de Javali – e continuou a raciocinar – Mas por que ele está fazendo lá?



Pegou um papel e começou a escrever uma carta para seu melhor amigo e colega de Grifinória Ronald Weasley sobre o assunto e que não via a hora de revê-lo e também de desejar está na Toca dos Weasley novamente.



Logo que terminou, pegou Edwiges e pediu carinhosamente para ela entregar a carta para Rony.



Já estava quase amanhecendo.

Harry sentia falta dos amigos e por incrível que pareça das brigas com Draco Malfoy.



******



Como já estava acordado, Harry preparou todo o café da manhã. Não tinha pregado os olhos e estava com olheiras profundas.



O tio Valter Dusrley e o primo Duda nem ligaram para a aparência facial dele. “Tanto faz”, pensou Harry já estava acostumando para tanta indiferença, mas a tia Petúnia – irmã de sua mãe Lílian – estava estranha ultimamente não fazia comentários e muito tempo indiretas para ele.



- Não dormiu direito esta noite, Harry? – perguntou a tia e Harry percebeu que esta era a primeira vez que ela mostrava interesse pelo seu estado mesmo de modo tão frio.

- Sim! – respondeu calmamente.

- Gostaria de conversar com você depois que lavar as vasilhas!

- Tudo bem! – respondeu sem acreditar muito no que estava ouvindo e prestando atenção para reação o tio que olhava para Petúnia com desaprovação. E Duda estava assustado e não entendo nada que a mãe iria fazer.

- Você não pensa em dizer ao menino, Petúnia? – perguntou o tio.

- Claro que sim, Valter! – respondeu secamente e com olhar frio e fixo em Harry que logo lembrou que a única pessoa que já olhou daquela maneira era Snape, o mestre de poções de Hogwarts.



*******



Depois de terminada a arrumação da cozinha, Harry foi para sala de visita, conversar com a tia.



O tio foi trabalhar e Duda foi para rua encontrar com gangue dele. Muito contrariado com a ordem da mãe, mas foi com receio e curiosidade.



Ela estava sentada na poltrona entre a lareira e próxima da janela.

- Senta-se, por favor! - falou rispidamente.

- Até o momento, receio que você já deve saber porque você veio parar na minha casa? Sobre a carta que recebi e de quem enviou. Ou seja, do feiti.... da coisa que fizeram para protegê-lo desse Lorde e seus seguidores.

- Sim, senhora!

- Bem, Harry! Apesar de não ter gostado da minha irmã Lílian por ser o que ela era. Então, aceitei tê-lo, mas não queria que você fosse o que é agora! – disse Petúnia olhando para rua através da janela.



Harry permaneceu ouvindo e estava interessado em ouvir, pois nunca passou por esta situação com sua tia. Durante estes anos todos, eles apenas trocavam poucas palavras. E também ele estava intrigado como a tia tinha relação e conhecimento do mundo mágico, principalmente depois do incidente com Duda e os dementadores no ano passado.



- Bem! Continuando...logo que Lílian formou para ser o que foi. Ela compareceu ao meu casamento com seu tio Valter e levou junto Tiago Potter e é claro, apresentou aos nossos pais. Papai e mamãe ficaram felizes e acredito mais felizes que o meu casamento. Depois de um longo tempo, Lílian vinha muito pouco visitar nossos pais, escrevia dizendo que estava ocupada e trabalhando muito. Ela só vinha em períodos de festivos como Páscoa e Natal, ora acompanhada do seu pai, ora não. Nos meados de setembro de 1979, engravidei de Duda e meus pais ficaram alegres com a notícia, pois Lílian não dava sinal. Aqueles anos eram obscuros no mundo, pessoas estavam morrendo, Harry. Meus pais estavam preocupados com Lílian. Numa noite de natal de 79, Lílian e seu pai Tiago apareceram de surpresa na ceia e ele pediu a mão de Lílian em casamento, pois Lílian estava grávida e ele queria oficializar a situação. Meus pais ficaram exaltados com a novidade. – disse Petúnia de modo tristonho.



- Passado alguns meses, eles se casaram. Mas meus pais não poderiam ir, pois estavam fracos e doentes. Era uma epidemia que ninguém conseguia explicar na época!!! Nunca entendi a preferência de mamãe e papai para com Lílian e de teram gostado tanto do esquisito do Potter!? – disse em tom irônico.

- NÃO FALE ASSIM DO MEU PAI!!! – gritou Harry com vontade de jogar o primeiro objeto que pegasse na tia.



Petúnia se assustou e retornou a falar com receio:

- De...de...qual_quer forma, seus avós morreram sem conhecê-lo. Lílian andava sumida. Enquanto a mim, vi e cuidei sempre deles, apesar da preferência que tinham com ela....

- Não estou entendo, tia Petúnia? Você quer falar mal da minha mãe na minha frente, pois, bem, eu não estou a fim de ouvir... – Harry já ia levantando, a tia continuou:



- Como ia dizendo, meus pais estavam fracos e esta doença tomou conta deles instantaneamente. Foram tempos estranhos que havia mortes aqui e naquele mundo esquisito. Eu soube disso porque Lílian enviou uma única carta neste período relatando o que estava acontecendo, para quando era seu nascimento, seu nome. Dizia também que estava preocupada com o seu futuro Harry, pois existia uma profecia e estava se escondendo o tempo todo desse Lorde e seus capangas.Depois disso, não tivemos mais noticias dela. Seu avô morreu rápido e depois, sua avó. Mas antes de morrer, mamãe me pediu para procurar e cuidar de Lílian. Fez-me prometer, pois de acordo com esta profecia, você seria especial para este dois mundos. Lembro das ultimas palavras de mamãe: “Perdoe-nos minha filha Petúnia, eu e seu pai não esquecemos de você, pois você é responsável e tem coração. Suportou-nos nestes últimos momentos.... Depois que esta criança nascer, Lílian precisará de você mais do que nunca. Prometa, por favor!!!”

Prometi e, então, ela suspirou e morreu. Apesar de prometer não procurei Lílian. Nem sabia onde ela estava. Até um dia que ela veio em casa. Chegou chorando, lamentando sobre nossos pais e pedindo ajuda. Falou sobre o que estava acontecendo, sobre o Lorde estava a procura da criança que acabaria com seu poder. Estava tão magoada e chateada com ela. Não estava conseguindo ouvir aquilo tudo. Ela não tinha ido enterro dos próprios pais: “Petúnia, você não entende estava me escondendo, não podia expor vocês, vocês são minha família e estariam em perigo. Este Lorde Voldemort poderia matá-los, inclusive seu filho recém-nascido!”. Expulsei-a de casa, falei tudo que estava sentindo todos estes anos. Potter apareceu do nada falando com Lílian que os dementadores que eram guardas de uma prisão mágica estavam vigiando a redondeza e ficou zangado com minha atitude:

- “Não vê que estamos precisando de vocês, vocês são os únicos que nos restam em nossa família...”.

- “Chega! Basta! Vão embora!”.

- Depois, Harry, não os vi mais. Um ano depois, os tempos obscuros pioram. Agora, eram bebês com menos de 1 ano estavam morrendo...estava preocupada, pois esta epidemia já estava chegando a nossa rua. Foi, então, num dia, na soleira da porta de casa, você estava lá dormindo e junto com você uma carta explicando sobre a morte de seus pais, o que aconteceu no mundo dele, e o que eu devia fazer e sobre a coisa que seria sua proteção e de minha família também. Aceitei tê-lo em minha casa e percebi que estávamos seguros, pois Duda não apresentou nenhum sinal da tal epidemia....



Silêncio dominou a sala de visita dos Dusrleys.



Harry compreendeu e não sabia o que dizer. Agora tudo estava claro e justificado. Lembrou do que Professor Dumbledore disse sobre a tal proteção. A tia o aceitou, para salvar a própria família e Harry fazia parte desta família. Ela o aceitou mesmo...

- Mesmo a contra-gosto, mesmo o tratando do jeito que tratamos, te demos saúde para poder viver! – disse Petúnia levantando do sofá decidida a terminar o assunto. - Eu e seu tio não queríamos você misturada com aquela gente. Então, decidimos que você ficaria conosco e não saberia da verdade do que aconteceu com seus pais e como eles morreram e o que eles eram!!! E aconteceu o que temíamos a 6 anos atrás. Agora se me der licença , vou preparar o almoço. – disse secamente.



Antes sair totalmente da sala, Harry se atreveu a perguntar:

- Tia Petúnia! Duda comentou alguma coisa sobre aqueles dementadores fizeram com ele?Não falou nada e nem comentou durante o ano todo. Aliás, ele ficou muito calado e ainda comeu pouco! – Ela saiu definitivamente da sala com passos largos e decididos a não voltar.



Harry passou o resto dia no quarto e recebeu a carta de Rony, mas não quis ler. Teve o almoço, mas não comeu. Não teve fome. Apesar da tia Petúnia levar o que sobrou de comida para ele.



Olhou para o álbum, mas não quis vê-lo. Pensou em Sirius.



Passou o tempo olhando para o teto, refletindo em tudo o que ouviu e relacionando com tudo o que sabia sobre seus pais. Estava tão cansado que adormeceu quando o sol estava se pondo.

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