Os amuletos



Capitulo 5:
Os amuletos

Draco olhou desconfiado para o cordão em seu pescoço, que antes não estava ali. Ele era envolvido por um fio de couro. Era uma medalha com a foto de Gina, ela usava á roupa igual á que usava quando eles se conheceram. Draco lembrava-se como se fosse ontem...

- Perder a carruagem que me levaria á Hogsmead não foi nada legal! - Draco reclamava indo em direção as estufas.
Ele perdera a hora e por isso também perdeu o sábado em Hogsmead. Estava de péssimo humor, e tudo o que queria era ficar na estufa nº 6. Era sua estufa preferida. Sempre que tinha algum problema, ia para lá. Talvez por que lá tivesse um grande numero de kasandroquis, uma planta que acalma as pessoas só com o seu balançado.
- O que você esta fazendo aqui? - ele disse ao deparar-se com mais alguém na estufa.
- Eu é que te pergunto isso. Estava aqui primeiro! - protestou a garota.
Havia um vaso com a tal kasandroquis sobre a mesa, e ao sentir cheiro de nervosismo no ar, a planta começou a dançar, enfeitiçando a Draco e Gina - a outra pessoa na sala - deixando-os como grandes amigos.
- Ela é tão bonita, não é? - perguntou a ruiva, com seus 15 anos ao loiro, com seus 16 anos.
- É. Encanta, não é mesmo? - Draco certamente não era calmo desse jeito naquela época, mas era o efeito da planta.
- É.
Ele a olhou com mais atenção. Ela não usava o velho uniforme de Hogwarts, usava uma saia de prega um palmo acima do joelho e uma blusa azul bebê. Seus cabelos estavam soltos, eram tão ruivos que lembravam as chamas do fogo. Mas a calma que a kasandroquis produzia nele não o permitiu saber naquele momento que ela era uma Weasley.
Mas isso não lhe importava. Não mesmo. Tudo o que queria era beijar aquela doce criatura. Cedo, é verdade, mas ele não podia impedir seus pensamentos de sempre chegarem à boca dela.
Ela também não pareceu perceber quem ele era, mas estava fascinada com os olhos cinzentos do outro.
O efeito da visão e do cheiro da kasandroquis parecia uma droga, mas servia mais para fazer com que a pessoa botasse para fora o sentimento que estava no fundo de seu coração. Tão fundo, que na maioria das vezes nem a própria pessoa tinha conhecimento desse desejo.
Draco saberia mais tarde que aquilo foi só um empurrãozinho para engrenar seu namoro com a ruiva. Sendo que há dias ele já a observava de longe, chegava a sonhar com ela. Mas não queria admitir, sendo o orgulhoso que era.

Saiu do banheiro vestindo um roupão felpudo, deitou-se no sofá, que era bem menos aconchegante que o outro que dormira.
Apenas deitou-se, ficou acordado o tempo todo. Pensando na única pessoa que deveria estar preocupado com ele: Lucy.

***

Assim que entrou na casa, Virginia não parou para ver como era a decoração, como sempre gostava de fazer. Subiu rápido as escadas, sabia que lá teria um quarto.
Diferente da outra casa, nessa havia um corredor com três portas. Abriu a ultima e encontrou o que queria: uma cama. Não olhou o resto. Se olhasse, veria duas mesinhas de cabeceira, e um guarda-roupa. Veria também que era uma suíte, havia um banheiro com um chuveiro, um vaso sanitário e uma pia. Um banheiro comum.
Jogou-se na cama e chorou.
- Droga Draco! Por que você faz isso comigo? Você sabe que eu odeio quando você faz isso! - ela chorava - Eu te odeio. Não posso te amar. Você me traiu. Não pode me amar. Não pode!

Quando Gina acordou e olhou para a janela, o sol estava muito forte. Doía a cabeça. Tomou um banho e vestiu um roupão semelhante ao de Draco. Desceu as escadas e o viu sentado no sofá.
- Eu estava esperando você descer. Estou com fome. Vamos logo com isso, ta legal? - ele falou ríspido.
- Está bem. - ela disse acanhada.
- Eu estou com vontade de comer doce. O que você quer? - perguntou no mesmo tom de antes.
- Frutas.
- Ótimo, então queremos doces e frutas.
Apertaram as mãos, e na mesa apareceu para Gina: mamão, banana, melão, melancia, maça, pêra, morangos, cereja e muitos outros tipos de fruta.
Para Draco: bolos de vários tipos, pães doces, e brigadeiro.
- Eu quero trocar de roupa, se você não se incomoda. - ele não deixava o tom severo de lado.
Ela entendeu o que ele quis dizer com "quero trocar de roupa".
Esticou a mão e apertou a dele. Logo ele vestia a roupa que usava quando foram transportados para aquele lugar. Ela também.
Ele trajava uma calça preta e uma blusa social branca.
Ela estava com uma saia azul e uma blusa branca.
- Está chateado comigo? - ela perguntou, vendo-o sentar á mesa sem lhe responder.
Sem pensar duas vezes, Gina puxou Draco de seu lugar pela gola da camisa até traze-lo para junto de si. Deu-lhe um beijo rápido, soltando-o em seguida.
Foi o suficiente para Draco entender. Ela também o amava.
Puxou-a ao perceber que ela se afastava. Segurou o rosto da mulher á sua frente e a olhou firmemente. Ela ainda segurava a gola de sua camisa.
Ele poderia jurar que não vira mais em seus olhos aquela tristeza - sim, ele sabia o por que achara o olhar dela diferente - que vira no porta retrato na sala do Potter.
A beijou novamente. Nem de longe fora um beijo rápido.
Foi um beijo quente, sedutor, como a tempos não se beijavam. Ela tremia ao sentir a língua dele dentro de sua boca. Tremia ao toque dele com sua pele. E tremeu ainda mais quando sentiu a mão dele dirigir á um dos últimos botões de sua camisa branca.
- Vejo que vocês estão se saindo muito bem... - disse a voz fina de Eros.
Os dois separaram-se bruscamente ao vê-la flutuando em um canto da sala.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou Gina ofegante.
- Eu disse que viria no momento certo.
- Pois eu acho que não teria um momento mais errado para você vir. - resmungou Draco.
- Eu acho que está na hora de vocês saberem de tudo.
- Tem que ser mesmo agora?
- Tem!
- Então desembucha! - Draco sentou-se na mesa, emburrado. - Droga!
- O que foi? - perguntou Gina.
- Sentei no brigadeiro... - disse pondo-se de pé novamente e olhando para trás, como um cachorro que procura o próprio rabo.
Gina riu ao ver o doce amassado na calça de Draco.
- Bem, eu vou direto ao assunto, pois já vi que vocês estão se dando muito bem... Vocês devem ter estranhado que nas duas casas que vocês ficaram haviam um retrato com pessoas parecidas com vocês dois. Sim, parecida. Não eram vocês.
Nem de longe aquela parecia à garota irritante que Draco e Gina conheceram quando chegaram naquele lugar. Ela parecia mais madura.
- As duas crianças que vocês viram na primeira casa se chamavam: Martha Hesketh e Tobias Francis:
- "Foram as primeiras pessoas a virem para cá. Moravam no vilarejo de Trooks, se conheceram aos dez anos de idade. Odiavam-se. Mas eles não entendiam que os destinos deles eram ficar juntos! Não queriam aceitar, e eu tive que traze-los para cá. Eles foram os primeiro entre gerações á não aceitarem a ficar juntos. Eu sinceramente não entendia o por que não aceitar que se amavam..." - Eros flutuava de um lado para o outro na sala. - No final casaram-se e moraram na cabana. Morreram com um vendaval que teve... Coitada: Martha morreu com um galho de arvore que lhe acertou em cheio o peito. Tobias morreu dias depois, por falta de Martha e pneumonia.
Draco e Gina ouviam atentamente.
- Nessa casa - ela parou em frente ao retrato da ruiva e do loiro semelhantes a Draco e Gina - Moraram após casarem-se: Lívia Conr e Alex Cristopher. Esses não deram tanto trabalho. Diziam aos quatro ventos que se amavam. Conheceram-se aos 16 anos. Formavam um belo casal... Morreram no mar. Alex morreu surfando e Lívia morreu ao tentar salva-lo...
- Nós somos idênticos a eles. - disse Gina, espantada com a história.
- São mesmo. É o terceiro casal a vir parar nesse lugar. Mas eu não posso fazer nada mais que isso. Vocês terão que decidir ficarem juntos ou não... Se um não aceitar, quando o outro estiver prestes a morrer ele se apagará da memória daquele que não aceitou.
- E como sairemos daqui? - perguntou Draco.
- Quando quiserem. - Eros desceu até Virginia e colocou nela um cordão semelhante ao de Draco, porém, esse tinha uma foto do loiro, vestindo a roupa do dia em que se conheceram. - Só precisam juntar os amuletos. Eu tenho que ir agora. Não esqueçam: o amor de vocês é tão grande, que os trouxe para cá.
- Espere aí, quer dizer que você nos trás até aqui, faz a gente perder esse tempo todo e depois nos manda embora sem mais nem menos? - reclamou Draco.
- Você perdeu tempo? Será mesmo? - e sem dizer mais nada, Eros sumiu.

Nota da autora: Gente, milhões de desculpas pela " kasandroquis", mas eu estava realmente sem criatividade! Valeu pelos comentários! Bjs
Ká Radcliffe

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